(At 9,1-20; Sl 116[117]; Jo 6,52-59)
3ª Semana da Páscoa.
“Quem come minha
carne e bebe meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último
dia” Jo 6,54.
“Desde a mais alta
antiguidade cristã a eucaristia foi entendida como alimento de eternidade e
penhor da ressurreição. O Cristo presente sob as espécies de pão e de vinho é o
ressuscitado. Quem come deste pão tem, de fato, a vida já ressuscitada e por isso
eterna. Na medida em que vamos vivendo e comungando dignamente, vamos
permitindo que o Ressuscitado vá criando dentro de nós o corpo de ressurreição.
A morte apenas libera e torna visível o que está invisível e aprisionado. Já
não esperamos o final dos tempos. Na morte de cada um, acontece pessoalmente o
último dia e com ele tudo o que Deus ligou a este evento: a ressurreição, o
juízo, a entronização na suprema glória da Trindade. No termo da história se dá
a plenificação total daquilo que começou de forma pessoal com a transfiguração
de toda a criação. Não devemos perder de vista esta dimensão de ressurreição
presente na Eucaristia. Já no tempo estamos participando da plenitude dos
tempos que se dão pela ressurreição. Ela é mais que a reanimação de um cadáver.
É a realização plena do desígnio de Deus sobre a criação, restaurada, resgatada
e transfigurada para ser o corpo da Trindade. O Cristo ressuscitado, presente
no sacramento do pão e do vinho consagrados, já antecipa este fim bom e oferece
em forma de alimento para todos. – Senhor, queremos agradecer-Te pela
vida em plenitude que nos ofereceis através do pão e do vinho do Teu
sacramento. Fazei que a certeza da ressurreição comunicada pela comunhão
eucarística devolva alegria a nossa vida e sentido de respeito à nossa carne.
Amém” (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Santo do Dia:
São José Operário. Pio XII,
instituindo em 1955 a festa de são José Operário, quis oferecer ao trabalhador
cristão um modelo e um protetor. O próprio Cristo quis ser um trabalhador
manual, passando grande parte de sua vida na oficina de são José, o santo das
mãos calejadas, o carpinteiro de Nazaré. Nesta data também está a tomada de
consciência do próprio movimento operário que neste dia celebra a festa do
trabalho e as conquistas no campo social, sindical e econômico. Para ressaltar
a nobreza do trabalho a Igreja propõe para nossa meditação são José operário.
“Os proletários e os operários – escrevia Leão XII, o papa da Rerum
Novarum – têm como direito especial o de recorrer a são José e de
procurar imitá-lo. José, de fato de família real, unido em matrimônio com mais
santa e a maior entre todas as mulheres, considerado como o pai do Filho de
Deus, não obstante tudo passou a vida toda a trabalhar e tirar do seu trabalho
de artesão tudo o que era necessário ao sustento da família”.
Pe. João Bosco Vieira Leite