Sábado, 01 de janeiro de 2022

(Nm 6,22-27; Sl 66[67]; Gl 4,4-7; Lc 2,16-21) 

Santa Maria, Mãe de Deus.

“E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações e o Espírito do seu Filho, que clama:

Abá – ó Pai!” Gl 4,6.

“Deus nos fez filhos e filhas no seu Filho Jesus. Ele é o primogênito de muitos irmãos e irmãs. A mensagem contida nesse versículo nos encoraja a levantar a cabeça e a recomeçar nossas vidas. Pois nos anima em Jesus a termos proximidade e intimidade com aquele que é Deus e Todo-poderoso no amor e na misericórdia. Deus se encontrava distante da experiência da misericórdia divina. Jesus nos reabre o acesso ao Pai das misericórdias. Ao nos deixarmos conduzir pelo Espírito de Jesus estamos realizando a nossa vocação de filhos e filhas adotivos, filhos com todos os direitos de herança. A adoção filial é gratuita e encontra-se aberta a todas as pessoas. Qualquer ser humano, na sua liberdade e adesão a Jesus Cristo, poderá ter acesso livremente à essa filiação e à gratuidade da herança divina. Algumas vezes temos dificuldades para aceitarmos a gratuidade dos bens divinos. Estamos tão acostumados por pagamentos a ofertas enganosas que mal podemos aceitar a viver na gratuidade. É tempo de abertura de nossa vida àquele que, gratuitamente, encarnou-se, rebaixando-se de sua aparência divina para tornar-se um de nós. É tempo de revisão e, quem sabe, de refazer os projetos que não estão centrados em Deus, mas em nós mesmos e em nossas vontades infantilizadas. O tempo que Deus nos oferece para iniciarmos o ano é tempo de graça. Hoje se abre para nós uma nova estrada e nossos pés se dispõem a caminhar. Nada nos fará caminhar melhor do que esta certeza da motivação para a superação dos obstáculos que surgirão ao longo desse ano que se inicia. – Obrigado, Pai querido, pela filiação divina que nos concede aproximação e liberdade em nosso relacionamento contigo. Amém! (Gilberto Orácio de Aguiar – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). (Sandro Bussinger Sampaio – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Sexta, 31 de dezembro de 2021

(1Jo 2,18-21; Sl 95[96]; Jo 1,1-18) 

Oitava de Natal.     

“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória,

glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” Jo 1,14.

“O prólogo do Evangelho joanino projeta a trajetória do Messias Jesus, para além dos limites da História. Explicita o que havia no princípio, para chegar à experiência da comunidade, que viu a glória do Filho único de Deus. Em que consiste esta glória? A glória de Jesus provém de sua condição divina. Ele é, desde sempre, a Palavra de Deus, existindo junto de Deus, de cuja divindade participava. Toda a criação encontra nele seu referencial, por ter vindo à existência por obra do Pai, segundo a imagem do Filho. Dele brota a luz e a vida, de forma que toda a humanidade depende dele. Embora revestido de tamanha magnificência, assumiu a condição humana, inserindo-se na História para a salvação da humanidade. Encarnando-se, viveu sua opção até as últimas consequências. Foi rejeitado por aqueles a quem viera servir. Passou como desconhecido, no meio de quem tinha sido ‘feito por ele’. Os seus preferiram continuar a caminhar nas trevas, ainda que lhes tenha sido oferecida a possibilidade de caminhar na luz. A força do egoísmo pareceu suplantar a oferta do amor. Entretanto, quem soube reconhecer a condição divina do Messias, recebeu a graça de se tornar filho de Deus. O caminho da fé no Verbo encarnado é obra de Deus no coração das pessoas; não depende da vontade humana. O Pai é quem nos move a reconhecer, no mistério da Encarnação, a presença da divindade em nossas vidas. – Espírito de amor à humanidade, concede à minha a mesma dinâmica da vida de Jesus, que se encarnou para fazer a salvação chegar a cada ser humano (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 30 de dezembro de 2021

(1Jo 2,12-17; Sl 95[96]; Lc 2,36-40) 

Oitava de Natal.

“Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido” Lc 2,36.

“A opção da profetisa Ana, cujo nome significa graça, misericórdia, é símbolo da expectativa pela vinda do Senhor. Sua escolha de permanecer no Templo, após um breve período de matrimônio, deu-se por causa de sua esperança messiânica. Com jejuns e orações, pôs-se a serviço de Deus, absolutamente certa de ver realizado seu único desejo: contemplar o Messias. Ela sabia em quem tinha posto a sua confiança. Esta foi também a atitude de muitos outros judeus piedosos, que nutriam no coração o desejo de ver o Salvador. A fidelidade dessa mulher idosa foi recompensada, pois ela teve a graça de estar no Templo, por ocasião da liturgia da apresentação do menino Jesus e da purificação de Maria. Como Simeão, reconheceu ser aquele menino penhor de libertação para Israel, conforme todos esperavam. E proclamou publicamente esta sua convicção, tornando-se testemunha da missão que seria confiada àquele menino. Profeticamente, colocou-se a serviço do Messias e de todos quantos ansiavam por redenção. De certo modo, antecipou, também, a futura missão dos apóstolos: proclamar o nome de Jesus por toda a Terra. No âmbito restrito do Templo, anunciou ter-se realizado a promessa divina, e que a salvação havia chegado. Como Simeão, também ela pode dizer: ‘Agora, Senhor, podes deixar tua serva ir em paz!’ O testemunho de Ana é uma lição de como esperar o Messias: com paciência e perseverança. – Espírito de paciente perseverança, não permitas que meu coração desfaleça, à espera do Messias, confiante de que o Senhor realiza sempre suas promessas (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Quarta, 29 de dezembro de 2021

(1Jo 2,3-11; Sl 95[96]; Lc 2,22-35) 

Oitava do Natal.

“Quando se completaram os dias para purificação da mãe do filho, conforme a Lei de Moisés,

Maria e José levaram Jesus a Jerusalém a fim de apresenta-lo ao Senhor” Lc 2,22.

“O conhecido biblista Carlos Mesters adverte que todo texto tem um contexto e um pré-texto. Qualquer texto fora desse seu ‘habitat’ pode perder o sentido ou mesmo tornar-se absurdo. É o caso, por exemplo, do texto de Lucas que estamos meditando: fala da ‘purificação deles’, de Maria e do menino Jesus. Purificar de que a Imaculada? Purificar de que o Unigênito do Pai? Ao encarnar-se, Jesus assumiu toda a realidade religiosa e sócio-cultural do seu povo, exceto o pecado. Fez-se servo obediente, não aceitando privilégios e exceções. Curvou-se diante de preceitos e normas que para Ele não tinham a menor valia, como o batismo de penitência de João (Mt 3,14-15) ou o tributo para o Templo (Mt 17,24-27). É por isso que Ele e a sua mãe se submetem humildemente a uma lei esdrúxula como esta: ‘Se uma mulher conhecer conceber e der à luz um menino, ficara impura durante sete dias... e, durante 33 dias, ela ficará ainda purificando-se do seu sangue’ (Lv 12,2-4). De igual modo, submetem-se à lei do resgate do primogênito (Ex 13,13). De acordo com esta, todo primogênito pertencia a Deus; para poderem ficar com o filho, os pais deveriam pagar um resgate simbólico: um cordeiro e um pombo. Mas, se fossem tão pobres que não pudessem comprar um carneiro, levariam dois pombinhos, ou até mesmo duas rolinhas (Lv 12,8). E foi o que aconteceu. Que penúria, meu Deus: o vosso Filho não pôde ser resgatado por um cordeiro, enquanto no Brasil de hoje qualquer industrial sequestrado é resgato por milhões de dólares! – Senhor, diante de tanta humildade do vosso Filho, ensinai-nos a assimilar bem esta velha sentença: ‘Os bens da fortuna... é melhor merecê-los sem os ter do que tê-los sem os merecer’ (Camões). Razão por que Cristo, ‘sendo rico, se fez pobre por nós, a fim de nos enriquecer com sua pobreza’ (2Cor 8,9). Amém (Geraldo de Araújo Lima – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Terça, 28 de dezembro de 2021

(1Jo 1,5—2,2; Sl 123[124]; Mt 2,13-18) 

Santos Inocentes, mártires.

“Se reconhecemos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo,

para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda culpa” 1Jo 1,9.

“A primeira Carta de João preocupa-se em anunciar ‘a Palavra da vida’, ‘vida eterna que estava com o Pai e se manifestou’, isto é, Jesus Cristo. João anuncia esta vida que se manifestou em Cristo, para que os cristãos possam viver em comunhão fraterna na comunidade. O modelo a seguir é comunhão do Pai com seu Filho Jesus, vivendo este modelo, os cristãos transmitem uma mensagem de comunhão entre eles e deles com o Pai e seu Filho Jesus Cristo. Para expressar este mistério, João se vale da antítese luz e trevas. Enquanto Deus é luz, verdade e amor, o ser humano pecador está envolto nas trevas da mentira e do ódio. Para estar em comunhão com Deus é necessário caminhar iluminado por esta luz. É para isso que a ‘Palavra da vida’ veio a este mundo como Luz. Veio para iluminar todas as pessoas e, assim iluminadas, elas pudessem se tornar filhos de Deus e viver em comunhão com Ele (cf. Jo 1,9-10). João coloca três condições para sabermos se estamos em comunhão com Deus (1Jo 1,6-10): não andar nas trevas, mas praticar a verdade, vivendo a fé de acordo com as palavras de Cristo: viver em comunhão uns com os outros e ser purificados do pecado pelo sangue de seu Filho. Reconhecendo-nos pecadores, somos iluminados pela luz da sua graça. Então, mesmo ‘se alguém pecar, temos um intercessor junto do Pai, Jesus Cristo, o justo’ (2,1). – Ó Deus de infinita bondade, enviaste teu Filho a este mundo como luz para iluminar todas as pessoas. Concede-nos que, purificados pelo amor de teu Filho, possamos praticar a verdade, seguir os seus mandamentos e viver em comunhão fraterna com nossos irmãos. Amém (Ludovico Garmus – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite  

Segunda, 27 de dezembro de 2021

(1Jo 1,1-4; Sl 96[97]; Jo 20,2-8) São João, Apóstolo e Evangelista.

“Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco.

E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” 1Jo 1,3

“Por trás de cada santo há sempre uma experiência fundamental de Deus, pessoal e inédita. Algumas vezes concentrada num fato concreto, facilmente identificável; outras vezes, diluída ao longa da existência, forte e presente, porém difícil de ser capturada e dissecada. Abraão, Moisés, Isaías, Elias e tantos outros personagens do Antigo Testamento foram totalmente refundidos a partir de semelhantes experiências. O mesmo se deve dizer a respeito de Maria Madalena e de Paulo de Tarso. A propósito, qual teria sido a experiência fundante da vida do apóstolo João? Embora nos faltem os dados concretos para uma análise detalhada, podemos rastreá-la, seguindo seus próprios escritos. Tudo começou com aquele primeiro encontro com o Mestre, às 16 horas! O dia do mês ou o ano até podem ser esquecidos; mas a hora, jamais! A própria pergunta que brotou de seus lábios naquele momento denota o caráter incisivo e decisivo da experiência: ‘Rabi, onde moras?’ Foi uma experiência contínua e unificante, que levou João a penetrar, melhor do que ninguém, no universo fantástico da divindade e arrancar para nós preciosos pedaços dos mistérios de Jesus (cf. Jo 14—7). Tal experiência acompanhou-o por toda a vida, marcante e inconfundível. Cerca de 60 anos depois da morte de Jesus, João escreve sua primeira carta, tão cálida e nova como se fosse escrita no próprio dia da ressurreição: ‘O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam no tocante ao Verbo da vida... nós vos anunciamos a fim de que também vós vivais em comunhão conosco’ (1Jo 1,1-3). – Senhor Deus, o profeta Elias reconheceu-vos numa brisa suave. Fazei-nos atentos aos menores acenos da vossa passagem por nossos caminhos e ensinai-nos a cultivar sempre a vossa presença. Amém (Geraldo de Araújo Lima – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Sagrada Família – Ano C

(Ecle 3,3-7.14-17; Sl 127[128]; Cl 3,12-21; Lc 2,41-52)

1. A criança que ontem nasceu e que assumiu nossa humanidade de modo pleno, nos aparece envolto na trama de relações que caracterizam particularmente o ser humano: a convivência familiar. À luz da Palavra de Deus somos convidados, na contemplação da nossa família e da oração por todas as famílias.

2. A 1ª leitura trata dos deveres dos filhos em relação aos pais, que se resumem numa palavra: ‘honra-los’. Primeiro diz respeito aquilo que nos tornamos, enquanto filhos. O segundo aspecto se relaciona a ajuda econômica e ao apoio em suas necessidades, particularmente quando a idade pode trazer à tona alguém que desconhecemos.

3. Paulo amplia essa rede de relações, lembrando-nos das virtudes e sentimentos necessários dentro não só da comunidade cristã, mas também familiar. Famílias são construídas num longo e paciente processo de amor, respeito e acolhimento mútuo.  

4. É iluminada pela Palavra de Deus que a família de Nazaré aparece nesse pequeno quadro apresentado por Lucas, o último, sobre a infância/adolescência de Jesus. Vislumbramos aqui, mais do que um incidente familiar. Lucas precisa para nós a missão de Jesus.

5. O episódio tem seu núcleo central na declaração de Jesus: ‘Devo estar na casa do meu Pai’; em outras palavras: ‘Devo ocupar-me das coisas do meu Pai’. Diante de uma mãe que vem a ele e lhe diz: ‘teu e eu’, Jesus proclama a prioridade das exigências de um outro Pai.

6. Nesta perspectiva o episódio assinala a ruptura com a família, mesmo voltando a Nazaré e lhes sendo submisso. Meditamos no 5º mistério gozoso sobre a perda e o encontro do Menino Jesus. Na realidade, Maria e José não mais o encontraram: as palavras do filho deixaram claro que Ele é para um outro Pai e para os outros.

7. Maria só o ‘encontra’ quando aceita ‘perde-lo’ sob o plano humano. Nem Lucas, nem Mateus nos fala sobre o incômodo texto de Mc 3,20-35 sobre quando, já adulto, seus familiares buscam prendê-lo, por o considerarem fora de si. Na realidade Jesus não era fora de si, mas fora deles, ou de nós quando buscamos sistematiza-lo.

8. Quando os seus familiares o mandam chama-lo, Jesus não se move, como se não fosse com Ele. Para Jesus não existem direitos adquiridos, mas somente possibilidades. Mãe e irmãos e irmãs, nesta nova família não se encontram prontos, mas podem tornar-se.

9. Para entrar nessa família de Jesus, e aqui não se exclui seus parentes sanguíneos, é preciso fazer a vontade de Deus. E nesse sentido Maria é a primeira a pertencer a essa família. Um direito conquistado não pela carne, mas por sua inicial e total adesão à vontade de Deus. Sua verdadeira família condivide seu projeto e escolha.

10. Assim nos damos conta que essa resposta ‘ousada’ do garoto no Templo, precisa para nós, e seus pais, sem meios termos, o significado da própria missão: realizar a vontade do Pai.

11. E aqui se precisa também a direção fundamental do itinerário do discípulo. Se trata, pensando bem, a título de ilustração de um pedido do Pai-Nosso: ‘Seja feita a vossa vontade’. Para que isso se dê, sabemos que é preciso separação, distanciamento, escolhas muitas vezes dolorosas.

12. Por isso, muitas vezes, nós, pouco dispostos a pagar o preço, mesmo pronunciando tais palavras, pensamos: ‘seja feita a minha vontade’. E talvez aqui se encontre o drama de muitos entraves em nossas relações familiares, a vontade é a minha, não do outro ou de suas necessidades, nem de Deus, se é que escutamos Sua Palavra.

Pe. João Bosco Vieira Leite 


Sábado, 25 de dezembro de 2021

(Is 52,7-10; Sl 97[98]; Hb 1,1-6; Jo 1,1-18) 

Natal do Senhor – Missa do dia.

“Nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo” Hb 1,2.

“Hoje é o dia! A vida de todos está ligada à história do nascimento de Jesus. Felizes as pessoas que vivem e lembram deste dia pela verdadeira mensagem. Não é o Papai Noel, não são os presentes, não é o peru. Não são estas as peças deste dia de Natal. É Jesus, o Filho de Deus, herdeiro de tudo, nosso salvador e redentor. É este que esquenta o nosso coração, que nos devolveu o sentido da vida e nos livrou da morte e do poder de satanás. Este é o presente de Deus para mim e para você neste dia todo especial. É a mais pura graça que um ser humano pode receber. O escritor da Epístola de Hebreus, escrita por um conhecedor, mostra já no seu início o verdadeiro sentido do nascimento de Jesus: ‘Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o seu resplendor da glória e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da majestade, nas alturas’ (1,1-3). De propósito transcrevi o texto para mostrar que é uma epístola excelente, que com maestria e profundidade fala do sacerdócio de Cristo, com base na Escritura. Neste dia de Natal é impossível não enxergar a transformação que Deus faz no nosso coração. Se até então estávamos condenados por causa dos nossos pecados, incapacitados de pagar pelos nossos erros. Ele envia seu Filho Jesus para pagar nossa conta. É assim que ficamos livres. Basta unicamente a nossa fé no Salvador Jesus. Ele inspira o nosso dia, Ele nos redime com o Pai e mostra a dimensão do seu amor a cada um de nós. Este Natal é que transforma o nosso dia e nos faz criaturas diferentes no mundo em que vivemos. – Num dia como este, não poderia ser melhor a mensagem de amor que recebemos do nosso Pai. Com o coração limpo, tocamos a nossa vida. Amém (Douglas Moacir Flor – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Sexta, 24 de dezembro de 2021

(Is 62,1-5; Sl 88[89]; At 13,16-17.22-25; Mt 1,1-25) 

Missa da Vigília, à tarde.

“Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados” Lc 2,14.

“Hoje é o dia tradicional da ceia de Natal. Tudo preparado, comida encaminhada, a mesa está linda com uma bela toalha com toques de Natal, a carne, o arroz, um pouco de farofa, a salada, a família. Sim, hoje é dia de reunir a todos porque a comemoração é universal e não fica legal estar sozinho na véspera de Natal. E tem o pinheirinho, os enfeites, e melhor: os presentes! No mínimo um amigo secreto para aplacar os gastos. Afinal, em tempos de crise não dá mais para comprar presente para todos. Mas é importante que cada um ganhe o seu. E a festa começa, todos comem, entregam os presentes, se abraçam, desejam um feliz Natal e voltam felizes para suas casas. Mas não faltou nada? Vejo que muitas famílias seguem o ritual desta festa maravilhosa, mas na hora da festa esquecem do principal: de Jesus. Não fazem uma devoção, nem abrem a Bíblia para ler o Evangelho que relata o que nos motiva preparar toda esta festa. Já vi natais frios, e me senti vazio durante e ao terminar a festa. Caro(a) amigo(o): o texto bíblico de hoje (Lc 1,26-38) é um exemplo do que podemos fazer numa noite como esta. A verdadeira festa está no coração. Para que ela aconteça, precisamos enchê-lo da Palavra de Deus: ‘Eis que conceberás e dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo’ (Lc 1,31-32). Só por isso existe o Natal. E no momento de encher o nosso coração, preparar o nosso espírito, esquecemo-nos do principal? Definitivamente muitas famílias não sabem o que estaremos comemorando amanhã. Simplesmente seguem o ritual, uma festa universal. Que o Menino Jesus te ilumine hoje, pois Ele é grande, Ele é altíssimo, que dá sentido à minha e a sua vida. – Querido Jesus, obrigado por vires ao mundo, por nos dar de graça a salvação e pela oportunidade de vivermos esta festa maravilhosa que é o Natal. Amém (Douglas Moacir Flor – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Quinta, 23 de dezembro de 2021

(Ml 3,1-4.23-24; Sl 24[25]; Lc 1,57-66) 

4ª Semana do Advento.

“E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: ‘O que virá a ser este menino?’

De fato, a mão do Senhor estava com ele” Lc 1,66.

“A história de João Batista corresponde a uma grande demonstração de misericórdia por parte de Deus, seja em relação a seus pais, seja uma relação à humanidade. Em relação a Zacarias e Isabel, João Batista representou o fim de uma situação humilhante, para um casal temente a Deus e avançado em idade, porém, sem filhos. Sua presença significava, no imaginário popular, a suspensão da maldição que recaia sobre eles. Daí ter sido motivo de regozijo para eles, seus vizinhos e parentes. Em relação à humanidade, porque João Batista haveria de preparar o caminho para a vinda do Messias, há tanto tempo esperado. Quiçá seus contemporâneos nem tivessem suficiente consciência deste aspecto de sua verdade. Em todo o caso, começavam a dar-se conta de que nele havia algo de grandioso. Até a experiência de mudez de seu pai com a posterior recuperação da fala apontavam para isto. Era inexplicável que houvesse perdido a voz, quando servia no templo, e a tivesse recobrado ao escrever numa tabuinha o nome a ser dado ao filho, João, que significa ‘Deus é propício’, quando todos insistiam em chama-lo de Zacarias, como o pai. O temor que se apossou da gente da vizinhança é próprio de quem tem consciência de encontrar-se diante de uma evidente manifestação de Deus. A constatação de que ‘a mão do Senhor estava com o menino’ revela a expectativa criada em torno dessa criança. Algo de grandioso lhe estava reservado. – Espírito de providência, leva-me a compreender que minha vida está nas mãos do Pai, e que, apesar da minha fraqueza, ele conta comigo para realizar grandes coisas (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Quarta, 22 de dezembro de 2021

(1Sm 1,24-28; Sl 1Sm 2; Lc 1,46-56) 

4ª Semana do Advento.

“Maria disse: ‘Minha alma engradece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador’”

Lc 1,46-47.

“Enquanto Isabel se dirige a Maria para felicita-la pela maternidade divina e pela fé com que acolheu a misteriosa mensagem do anjo, Maria volta-se inteiramente para Deus, que nela fez ‘grandes coisas’. Seu cântico de louvor interpreta os sentimentos que nela brotaram no encontro com Isabel. A ação de Deus na história de seu povo e na sua própria vida são motivos de louvor. O cântico celebra os grandes feitos do Senhor na história da salvação, que culmina na encarnação do Filho de Deus em seu seio. Maria apresenta-se como filha do seu povo e lê sua experiência pessoal à luz da história de Israel. Ao mesmo tempo, indica para o povo eleito o caminho da salvação. Mas a salvação adquire uma dimensão universal, pois se estende a todos os que temem a Deus. Esta salvação universal começa com Maria, pois nela se realizam as promessas do Antigo Testamento. No cântico transparece a imagem que ela tem de Deus e com quem vive em profunda intimidade. Para Maria, Deus é ‘meu Salvador’ e ela, sua ‘humilde serva’; todos os que, a exemplo de Maria, colocam sua confiança no Senhor, tornam-se também seus ‘servos’. O Deus de Maria é misericordioso, mostra predileção pelos humildes e pobres e mantém-se fiel às promessas que fez aos antepassados. É um Deus que derruba os poderosos de seus tronos e exalta os humildes, um Deus que se preocupa com os famintos. Para seu Deus ‘nada é impossível’ (Lc 1,37). Ele é capaz de tornar fértil o seio estéril de Isabel, mãe de João Batista, como fez com Ana, mãe do profeta Samuel. Este é o Deus que, pelo poder do Espírito Santo, fez a Virgem Maria conceber seu próprio Filho. – Ó Deus misericordioso, Tu mostras tua predileção pelos humildes e pobres. Escolheste Maria, tua humilde serva, como mãe humana de teu Filho Unigênito. Volta teu olhar para teus humildes servos e concede que, a exemplo de Maria, sirvamos com alegria a nossos irmãos. Amém” (Ludovico Garmus – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Terça, 21 de dezembro de 2021

(Ct 2,8-14; Sl 32[33]; Lc 1,39-45) 

4ª Semana do Advento.

“Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre,

e Isabel ficou cheia do Espírito Santo” Lc 1,41.

“O encontro de Maria com Isabel evoca a experiência de Deus que elas fizeram. Experiências coincidentes e divergentes, em muitos pontos. Ambas conceberam num contexto de teofania – manifestação de Deus – Ele se comunicou por meio de seu anjo. Tanto Isabel quanto Maria apresentaram dificuldades para uma possível concepção. A primeira era anciã e estéril; há tempo perdera a esperança de conceber. Para a segunda, a dificuldade consistia em não conhecer varão. Distinguiam-se num ponto: enquanto Isabel queria ser mãe, para superar a vergonha de ser estéril, Maria parecia dar pouca importância a isto. O filho de Isabel recebera a missão de preparar um povo para Deus; o filho de Maria seria a presença de Deus, na história humana, trilhando os caminhos preparados pelo Batista. Entretanto, Maria possuía algo de especial. Por isso Isabel ficou cheia do Espírito Santo, assim que ouviu a saudação de sua parenta. Maria era repleta do Espírito, ‘cheia de graça’. O filho que trazia no ventre era superior, àquele de Isabel, porque era o próprio Filho de Deus, causa de alegria para o Batista, ainda no ventre materno. A própria Isabel sublinha a particularidade de Maria, ao proclama-la ‘Bendita entre as mulheres’ e ‘Bendito aquele que trazia no ventre’. Duas mães, dois exemplos de como Deus age no coração humano. – Espírito de disponibilidade para Deus, faze-me, como Maria e Isabel, disponível para deixar a graça divina agir no meu coração, plenificando-o com o seu amor (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Segunda, 20 de dezembro de 2021

(Is 7,10-14; Sl 23[24]; Lc 1,26-38) 

4ª Semana do Advento.

“O Anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’”. Lc 1,28.

“Que bênção para esta mulher ser escolhida entre todas as mulheres do mundo para ser a mãe de Jesus. Era a alegria que Maria precisava para o seu dia. Era o sentido para a sua vida e o futuro da humanidade. Mesmo cheia de dúvidas, com o um frio na barriga, com certo temor, Deus estava com ela. Imagine o que pensou Maria quando o anjo desapareceu. Deve ter sentado, respirado fundo e se perguntado: O que está acontecendo? Como explicar, como justificar, como entender esta mensagem de graça e de paz? Uma palavra do anjo responde a todas as dúvidas, a todas as indagações daqueles que querem destruir a história dizendo que estas coisas não são possíveis. O anjo diz: ‘porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas’. Aquilo que não parece não poder ser para nós, para Deus pode ser e é. Está feito, para que a mensagem seja levada a sério, para que os incrédulos se debrucem sobre a história, acredito que Deus usou como estratégia as coisas impossíveis aos nossos olhos. Isto só serve para os que têm fé e aceitam a Palavra como verdade, sem questionar. Maria é um exemplo disso. Poderia ter feito mil perguntas, levantado a voz, jogado as panelas para o alto. Mas como serva humilde apenas respondeu: ‘aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra’. Esta deveria ser sempre a nossa resposta às mensagens de Deus. Sem questionar, sem brigar, sem bater na mesa, basta que a gente diga a Deus: aqui está o servo do Senhor. Você pode abrir o seu coração e se alegrar, principalmente nesta época de Natal. Sabe por que? Porque o Senhor está com você agora, neste momento, caminha com você, cuida de você, vai trabalhar com você, e suas mãos estão sob as suas feridas. É Ele quem guarda e protege você. – Amado Deus, que a gente possa dizer diariamente: aqui está o teu servo. Que bênção este anúncio do anjo a Maria. Amém” (Douglas Moacir Flor – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite 

4º Domingo do Advento – Ano C

(Mq 5,1-4; Sl 79[80]; Hb 10,5-10; Lc 1,39-45).

1. No evangelho de Lucas, do episódio da anunciação, que nos revela a vocação de Maria, saltamos imediatamente para o da visitação, ou seja, da consciência de Maria de sua missão. Ela não se entretém com a grandeza do que lhe acontece. Coloca-se logo a caminho. Depois de ter sido encontrada por Deus, vai encontrar alguém.

2. É fascinante imaginar essa mulher que caminha apressadamente. Seus passos exprimem consciência, decisão, coragem, alegria de um anúncio. Leva dentro de si um mistério consumado na profundidade do seu ser, que agora vem celebrado em espaço aberto, nas estradas da vida.

3. De fato, agora Ele é Deus conosco, porque essa jovem não faltou ao encontro com Ele em sua disponibilidade de ser com Ele. Resgatando assim tantas rejeições com o seu sim decisivo. Ela tem pressa, faz a aurora de um tempo novo.

4. Em Maria, Jesus já se encontra a caminho, mesmo antes de nascer, pelas estradas do mundo. Em Maria, onde há uma necessidade, ele chega. O Cristo itinerante do Evangelho vai se delineando no seio de sua mãe. Parece consciente que o Filho não lhe pertence. É destinado aos outros. Um dom de Deus para todos.

5. A cena da visitação exprime um dinamismo de participação, de alegria de compartilhar. Uma expressão clássica compara Maria a um Ostensório. Mas um ostensório que caminha. Que não fica distante, mas que ao contrário, anula distâncias.

6. Precisamos compreender que o cristianismo não é um dom para ser ‘consumido’ por poucos; em sua mesa há lugar para todos. O Cristo da visitação se adapta à poeira da estrada, às pedras do caminho, às intempéries, às casas dos seres humanos.

7. Isabel saúda Maria com a bem-aventurança que melhor se adapta à sua hóspede. Recolhe a verdadeira grandeza de Maria: Ela é aquela que acreditou, se agarrou a um Outro, se confiou a Ele, se deixou levar por Ele. Não a um elenco de proposições, de verdades e doutrinas.

8. Se agarrou a uma Palavra que não lhe garantiu segurança, nem lhe deu provas convincentes, mas que apenas a coloca a caminho, onde tudo ainda está por descobrir, aberta ao imprevisível. Maria acreditou em tudo que lhe disse o seu Senhor.

9. Crer, de certo modo, significa acreditar que Deus mantem a sua palavra. Maria não é uma criatura que sabe, mas alguém que acredita. Não se sente em segurança, equipada de garantias. Confia, não pede informações detalhadas. Não possui por antecipação todas as respostas.

10. Maria joga sua confiança num Deus que não a decepcionará quando ela desmantelar todas as suas defesas e se entregar totalmente a Ele. Assim é a fé. É com essa fé que ela leva ao mundo o próprio Deus. Nós cristãos, graças à fé, devemos imitar a Maria, levando Deus conosco nesse mundo de ausências do sagrado.

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Sábado, 18 de dezembro de 2021

(Jr 23,5-8; Sl 71[72]; Mt 1,18-24) 

3ª Semana do Advento.

“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa” Mt 1,24.

“A história da infância de Mateus começa com a genealogia de Jesus, que, partindo de Abraão, passa por Davi e termina em José. Na genealogia, antes de chegar a José, sempre é citado o nome do pai e do filho gerado. José, porém, não é apresentado como pai de Jesus e, sim, como ‘esposo de Maria, da qual nasceu Jesus chamado Cristo’. Mateus não se preocupa em contar o nascimento de Jesus, como o faz Lucas, mas em explicar a sua origem davídica e filiação divina. Por isso, logo em seguida, diz: “A origem de Jesus Cristo, porém, foi assim’. Quer frisar a fé cristã, confessada por Pedro e confirmada pelo centurião romano: ‘Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo’ (16,16; 27,54). De saída, o texto exclui uma relação sexual de José com Maria para explicar a gravidez de Maria, sua noiva: ‘Antes de morarem juntos, ficou grávida do Espírito Santo’ (Mt 1,18). José não sabe como explicar a gravidez de Maria e, ao mesmo tempo, não duvida da fidelidade de sua noiva. Por isso, sendo ele mesmo um ‘homem justo’, desiste de denunciá-la como adúltera, mas está decidindo abandoná-la em segredo. Enquanto assim deliberava, em sonho, intervém a explicação dada pelo anjo, ‘pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo’. José é convencido a permanecer fiel a Maria: acolhe-a como esposa e garante, assim, a descendência davídica do Messias Salvador. Deste modo, cumpre-se a profecia: ‘Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão com o nome de Emanuel, que significa ‘Deus consocio’ (Is 7,14). A profecia de Isaias não é a origem, mas um comentário sobre a fé cristã: ‘Concebido do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria’. – Jesus, Tu és o Filho de Deus, concebido pelo Espírito Santo e nascido da Virgem Maria. Descendente de Davi segundo a carne, Tu és o Messias, o Salvador prometido a Israel e a toda a humanidade. Nós cremos que vieste a este mundo para ser o Deus conosco e nos conduzir até o Pai. Amém” (Ludovico Garmus – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).    

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 17 de dezembro de 2021

(Gn 49,2.8-10; Sl 71[72]; Mt 1,1-17) 

3ª Semana do Advento.

“Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” Mt 1,1.

“A genealogia visa mostrar a centralidade de Jesus na história do povo de Israel. Tudo converge para ele e nele tudo tem origem. Chamara Jesus de ‘filho de Davi e filho de Abraão’ corresponde a situá-lo nos primórdios da História. Enquanto filho de Davi, seria a realização das antigas promessas feitas ao grande rei, fundador da dinastia de Judá, que recebera a promessa divina de perpetuidade. Seria, também, sinal da fidelidade de Deus, que jamais esquece uma palavra dada. Nele o povo de Israel teria seu definitivo líder. O título filho de Abraão faz dele mediador das bênçãos divinas, segundo a promessa feita, outrora, ao grande patriarca. Javé havia empenhado sua palavra, por ocasião da vocação de Abraão: ‘Em teu nome, serão abençoadas todas as famílias da Terra’. Jesus, qual novo Isaac, apontava para a realização das promessas divinas, embora, à primeira vista, pudessem parecer irrealizáveis. Nele a humanidade reencontrava o caminho das bênçãos, após ter vagado pelo caminho do pecado, e, por conseguinte, também do castigo. Portanto, Jesus une em si duas linhas de tradição teológica do povo: a davídica e a abraâmica. Em cada uma delas. Frisa-se um aspecto de sua atuação. Enfim, as esperanças foram realizadas! As promessas divinas encontraram seu ponto mais alto de realização. – Espírito que paira sobre o Messias, desperta minha inteligência para que compreenda a centralidade de Jesus, ponto de convergência de toda a história humana (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 16 de dezembro de 2021

(Is 54,1-10; Sl 29[30]; Lc 7,24-30) 

3ª Semana do Advento.

“Então, o que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e alguém que é mais do que um profeta”

Lc 7,26.

“Para que não parecesse adulação, Jesus espera que se retirem os discípulos de João Batista, para fazer o panegírico de seu parente. Assim lhes fala de João como de um homem austero e afastado do bem-estar e dos refinamentos do luxo e da comodidade. João leva uma vida rústica e difícil, fiel à sua missão, que foi a de preparar o caminho para as exigências do evangelho que Jesus vinha pregar. João viveu por Cristo e imolou-se por Cristo, desparecendo do cenário assim que Jesus irrompeu em cena. Jesus faz ver que João não é só um profeta, mas é muito mais do que isso, porque foi ele o precursor do Messias. Os outros profetas viam o Messias de longe em suas profecias, mas João o apresenta oficialmente ao povo de Israel. E se João negou ser profeta, foi porque não o era à maneira dos outros, que desde há muito anunciavam o Messias Jesus que ia chegar, mas porque o mostrava na realidade identificando-o como aquele que já tinha vindo. – Vivência: Como profeta do Senhor que é, em sua qualidade de cristão comprometido, você deve ser o precursor de Jesus, o anjo ou o mensageiro que prepara seus caminhos. É preciso que você conheça a sua missão, valorize-a devidamente e a cumpra (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 15 de dezembro de 2021

(Is 45,6-8.18.21-25; Sl 84[85]; Lc 7,19-23) 

3ª Semana do Advento.

“E mandou-os perguntar ao Senhor: ‘És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” Lc 7,19.

“A ação messiânica de Jesus deixava João Batista decepcionado. O precursor esperava um Messias com pulso forte, que fizesse a limpeza em regra no povo de Israel, ou seja, punisse os pecadores, pusesse fim à já longa opressão, libertasse os cativos de toda sorte de prisões, enfim, criasse uma sociedade ideal, plenamente de acordo com o projeto de Deus. Jesus, porém, pautava sua ação por outros parâmetros. Sua atenção concentrava-se nos fracos, nos doentes, nos excluídos, nos pobres, servindo-os, de maneira incansável. Por sua ação, os cegos passavam a ver, os coxos, a andar, os surdos, a ouvir, os leprosos eram limpos, os mortos ressuscitavam e os pobres eram evangelizados. Esta era a sociedade que brotava do ministério de Jesus. Longe de ser um juiz inclemente, sua ação primava pela misericórdia. Longe de irar-se, mostrava-se benevolente e solícito com os fracos e pequeninos. Longe de anunciar castigos implacáveis, espalhava sinais de amor divino por onde passava. A resposta de Jesus aos emissários de João comportava um apelo para que abrissem mão de seus preconceitos acerca do Messias e se mostrassem sensíveis à verdadeira maneira de agir de Deus na história humana. Afinal, Deus está mais interessado em salvar do que em castigar. – Espírito que faz o amor derramar-se sobre a humanidade, ajuda-me a perceber que Jesus é o sinal mais convincente da misericórdia divina para com a humanidade (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 14 de dezembro de 2021

(Sf 3,1-2.9-13; Sl 33[34]; Mt 21,28-32) 

3ª Semana do Advento.

“Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele” Mt 21,32c.

“Este evangelho pode entender-se como o evangelho da contradição, sob o ponto de vista da conversão. Com efeito, são-nos apresentados, em primeiro lugar, os publicanos, pecadores públicos, e as profissionais do prazer, que a princípio tinham recusado o Reino de Deus, mas depois, ao ouvirem as palavras salvificantes de Jesus, mudaram de vida, e ao aderirem à palavra de Jesus, que é a palavra de salvação e santificação, tornaram-se dignos de entrar no Reino. Pelo contrário, os chefes dos judeus, entrincheirados em sua aparente fidelidade exterior às prescrições da lei, recusaram as palavras de Jesus que exigiam deles uma autêntica, verdadeira e límpida interioridade de consciência; e com a rejeição dessa Palavra salvadora recusaram a entrada no céu. Por isso, Jesus afirma: ‘João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele’ (Mateus 21,32). Se João veio pelo caminho da justiça, que procura a observância da lei, não podiam censurar-lhe nenhuma inovação; João, com efeito, pregava unicamente a penitência. Ora, os fariseus não somente não creram em João, o pregador, como nem sequer se importaram com o exemplo que lhes tinham dado os pecadores ao converterem-se. Que coisa terrível há de ser endurecer-se no pecado, de maneira que já nada possa demovê-lo dessa posição. Peça a Deus para você nunca chegar a esses extremos que, por certo, são desastrosos para o espírito. Mas repare que este evangelho nos fala daqueles que dizem e não fazem, e destes também não é o Reino de Deus. É que outros cristãos quiseram comprometer-se, porém, servindo ao mesmo tempo a dois senhores, porque ou odiará a um amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro’ (Mateus 6,24). Jesus acrescenta a afirmação: ‘Os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus’ (Mateus 21,31), com o que nos adverte que o fato de uma pessoa ter sido pecadora durante sua vida não lhe dá o direito de poder pôr em dúvida a sua salvação. Mais ainda: a humilhação que acompanha seu pecado as torna mais aptas para se disporem a encontrar a salvação” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 13 de dezembro de 2021

(Nm 24,2-7.15-17; Sl 24[25]; Mt 21,23-27) 

3ª Semana do Advento.

“Jesus voltou ao templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: ‘Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu tal autoridade?’” Mt 21,23.

“Os contemporâneos de Jesus levantaram muitas interrogações a respeito de sua pessoa. No fundo, colocavam em dúvida a legitimidade do seu messianismo. Queriam saber qual a origem da autoridade com que ele estava agindo. Afinal, quem o havia enviado? Quais as credenciais  de sua condição messiânica? A dúvida dos sumos sacerdotes e dos anciãos era levantada a partir do modo de falar e agir de Jesus. Eles se davam conta de que as palavras e as ações do Mestre eram diferentes, muito acima do que estavam acostumados a ver na prática dos mestres conhecidos. Recusavam-se, porém, a identificar nelas uma raiz divina. Parecia-lhes impossível explicar o que viam, porque não acreditavam na divindade de Jesus. Daí suas dúvidas. Ciente de que faltava a seus adversários disposição para defrontar-se coma verdade, Jesus respondeu a questão apresentada, com uma espécie de subterfúgio. Apresentou-lhes, pois, uma pergunta para a qual qualquer tipo de resposta seria embaraçosa. De fato, eles ficaram bloqueados, sem saber o que responder. Tanto o ‘sim’ quanto o ‘não’ colocá-los-iam em uma situação difícil. Se desconheciam a origem do batismo de João, também não estavam em condições de reconhecer a origem divina da autoridade do Messias. Por isso, continuariam na própria ignorância. – Espírito de comunhão com Jesus, faze-me reconhecer a verdadeira condição messiânica do enviado do Pai, penhor da salvação para a humanidade (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite

3º Domingo do Advento – Ano C

(Sf 3,14-18; Sl Is 12; Fl 4,4-7; Lc 3,10-18).

1. As multidões que buscam o Batista não são motivadas pela curiosidade. Aceitam deixar-se questionar por sua pregação. Se deixam batizar não por uma simples ritualidade, mas como sinal de uma mudança profunda de conduta. E com isso vem a pergunta fundamental: ‘Que devemos fazer?’.

2. João responde, resgatando os temas clássicos da mensagem profética: praticar a justiça e a misericórdia. Sua orientação se faz diferenciada nas diferentes categorias que o buscam.

3. Ali estão publicanos. Como fará Jesus, João não os exclui, mesmo sendo considerados ‘pecadores públicos’, odiados por sua função e por colaborarem com a ocupação romana. João pede que sejam honestos e que não enriqueçam explorando os mais pobres.

4. Temos soldados, provavelmente pagos por Herodes Antipas, pois os judeus residentes na Palestina eram isentos do serviço militar desde o tempo de Cesar. A estes recomenda o respeito pelos mais fracos e abster-se de saquear os pobres e contentar-se do seu salário, de modo a não empobrecer ainda mais a região.

5. João tenta precisar quais são os caminhos que devem ser ‘aplainados’ para encontra o Senhor que vem. São estradas de justiça, de caridade, de respeito pelos outros. Nada de novo. Nenhuma estrada excepcional. Mas retorna a uma verdade fundamental: o caminho para Deus obrigatoriamente atravessa o próximo.

6. João não quer que eles se retirem do mundo e o imitem no seu itinerário particular. Não os convida a deixar tudo e se instalarem no deserto. Quando cada um permaneça no seu lugar, e continue a fazer o que veem fazendo, mas de outro modo. Retome seu trabalho, mas o exercite de modo diferente.

7. João quer nos lembra que o Senhor vem acolhido na vida normal, não através de coisas excepcionais. Mais que gestos extraordinários, espetaculares, o que conta é a fidelidade no cotidiano. Pode parecer contraditório, mas se deve ir ao encontro de Cristo permanecendo no mesmo lugar. A mudança, o movimento, não é exterior, mas interior.

8. Há um modo diferente de ser e de fazer as coisas que se concilia com as coisas de sempre. Assim como tem uma busca do extraordinário que pode ser uma forma de evasão, um modo de subtrair-se das duras responsabilidades da vida.

9. O ‘fazer’ tem sua importância na nossa busca de Deus. Nem todas as condutas são compatíveis nesse encontro com Cristo. Não é indiferente comportar-se de uma maneira ou de outra. Em nosso tempo muitos pensavam a felicidade deixando de lado o imperativo da ética, fabricando sua própria conduta, suas próprias regras.

10. Assim como não é possível construir um Deus a própria imagem e semelhança, não é legítimo inventar uma moral para próprio uso e consumo, ao próprio gosto.

11. Talvez seja urgente redescobrir a moral. Não o moralismo que oprime e infantiliza e que opera através do medo, mas a moral que liberta. A moral, de fato, não é outra coisa senão uma conduta marcada pelo amor, uma resposta a inciativa divina.

12. João coloca determinadas exigências morais que são condições indispensáveis para ‘reconhecer’ o Cristo que vem. Se faz necessária uma purificação para chegar a uma limpeza do olhar e da mente. Muitas vezes não chegamos a ver nem a entender porque não estamos dispostos a ‘fazer’.

13. Cristo não desdenha de encontrar-se com os pecadores. Até senta na mesa com eles. Nenhum deles lhes pediu aprovação para o que fazia. Os pecadores que o encontram são aqueles que têm a humildade e a coragem de perguntar-lhe: ‘que devo fazer?’. Certamente não a título de informação...

14. O ‘Deus que vem’ não nos permite voltar para casa, pensarmos, fazer as contas e ver se nos é conveniente. Aceitar a Deus na própria vida não é uma questão de conveniência. É uma questão de mudança, permanecendo no próprio lugar.  

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 11 de dezembro de 2021

(Eclo 48,1-4.9-11; Sl 79[80]; Mt 17,10-13) 

2ª Semana do Advento.

“Ó Elias, como te tornaste glorioso por teus prodígios! Quem poderia gloriar-se de ser semelhante a ti?”

Eclo 48,4.

“Este livro de Eclesiástico faz parte da Bíblia grega e não figura no cânon judaico. Em grego o livro chama-se ‘sabedoria de Jesus, filho de Sirac’. O autor, conhecido como Ben Sirac, começa seu texto dizendo que ‘toda sabedoria vem do Senhor, ela está junto dele para sempre’ (Eclo 1,1). É um livro cheio de conselhos e também de revisão histórica, citando vários personagens do Antigo Testamento. No texto de hoje o escritor cita Elias e exalta os seus prodígios. Diz que ‘o Profeta Elias surgiu como um fogo, sua palavra queimava como uma tocha’. E ali adiante, no texto, ressalta: ‘Felizes o que te viram e os que adormeceram no amor, porque nós também possuiremos a vida’ (Eclo 48,11). Eu não tenho tanta facilidade assim para trabalhar com este texto de Eclesiástico por não ser muito usado entre os luteranos. Por outro lado, alegro-me com os conselhos e com a forma de ver a vida, com a teologia organizada de quem conhece a história e sabe a importância de um espírito de fé no seu Deus e Senhor. Tanto que Eliseu se surpreendeu com este espírito de um homem que não se abalou em nenhum momento. Caro(a) amigo(a), é este espírito que eu gosto de ver nos personagens bíblicos. São pessoas que entenderam muito bem a mensagem e aceitaram o convite de Deus para anunciar a sua Palavra. Não só Elias, mas outros profetas também tiveram a mesma força e foram estratégicos para conduzir o povo de Israel. Este é o espírito que nós devemos buscar em nossa vida se neste final de ano quisermos fazer uma avaliação de tudo que aconteceu, seria muito interessante começar a pensar se fomos firmes o suficiente para manter este espírito de Deus no nosso coração. Se não o fizermos, que busquemos a Deus com mais determinação, pois somente com este espírito poderemos projetar uma vida de amor e de fé para o ano que está por vir. – Deus meu, que o teu espírito tome conta de nossas vidas e que possamos também adormecer no amor. Amém” (Douglas Moacir Flor – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite   

Sexta, 10 de dezembro de 2021

(Is 48,17-19; Sl 01; Mt 11,16-19) 

2ª Semana do Advento.

“Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras” Mt 11,19c.

“A censura que Jesus faz às multidões toca um ponto importante: a constância no seguimento, feito de desprendimento e abertura de coração. No início, o ministério de Jesus deixava as pessoas empolgadas. Seus milagres, seus ensinamentos, seu jeito de relacionar-se com as pessoas era algo novo na sociedade da época. Daí o entusiasmo com que se aproximava dele quem, de algum modo, era objeto de sua ação misericordiosa. E isto parecia predispor a pessoa para um discipulado sincero. Todavia, na medida em que Jesus lhes apresentava as exigências do Reino, as multidões mostravam-se reticentes e até perdiam o entusiasmo inicial. E o mestre tornava-se alvo de críticas malévolas, que colocavam em xeque a sua pessoa. Por outro lado, o modo não-convencional como ele se comportava era outro ponto de contradição. Talvez esperasse atitudes semelhantes às dos rabinos da época. E ficavam frustrados! Então, muita gente passou a ter uma imagem negativa de Jesus. Seu modo fraterno de estar com as pessoas e conviver com elas levava a confundi-lo com os comilões e beberrões, e os exploradores da boa-fé dos simples. Sua liberdade diante dos preconceitos e, consequentemente, a liberdade com que se aproximava dos pecadores e das pessoas de má fama, acabaram por suscitar suspeita a respeito de sua integridade moral. Jesus, porém, superou tudo isso, sabendo que a sabedoria divina justificava seu modo de agir. – Espírito de perseverança e constância, move-me a ser fiel a Jesus, sabendo acolher as exigências de seu seguimento, e compreender seu jeito divino de ser (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite   

Quinta, 9 de dezembro de 2021

(Is 41,13-20; Sl 144[145]; Lc 11,11-15) 

2ª Semana do Advento.

“Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tomo pela mão e te digo: ‘Não temas; eu te ajudarei’” Is 41,13.

“Em tempos de dúvidas, incertezas e inseguranças diante dos dramáticos acontecimentos da história pessoal e humana é preciso reavivar a fé na presença de Deus. É isso que um profeta anônimo, discípulo de Isaias, procura fazer com seus compatriotas exilados na Babilônia. Eles pensavam que Deus já tinha esquecido deles como seu povo escolhido: ‘Minha sorte está oculta ao Senhor, e meu direito escapa ao controle de meu Deus’ – diziam eles (Is 40,27). Aos desanimados o profeta quer dar a certeza de que Deus se preocupa com seu povo. Lembra que o Deus de seu servo Jacó e de Abraão, seu amigo, antepassados do povo, continuava presente. Jamais perdeu o controle da história. É este Deus que faz surgir Ciro, rei dos persas, contra os babilônios, para libertar seu povo do cativeiro (Is 41,1-8). Os exilados não devem ficar apreensivos, buscando socorro nos ídolos, porque o verdadeiro Deus está com seu povo, para fortalece-lo, ajuda-lo e sustenta-lo. Como mãe carinhosa, tomará seu povo pela mão e dirá’: ‘Eu sou o Senhor teu Deus [...] Não tenhas medo, eu te ajudo’ (41,13). Este mesmo Deus prometeu a seu amigo Abraão abençoar todas as famílias da terra por meio de seus descendentes (Gn 12,3) e cumpriu a promessa enviando seu Filho Jesus como salvador. Assumindo a natureza humana, veio para nos tomar pela mão e nos ajudar, resgatando-nos das amarras do pecado. Ele é um Deus que caminha com seu povo, o Emanuel, o Deus conosco. Nele podemos confiar (Mt 1,23). – Ó Deus, nosso criador! Tu permaneces sempre fiel aos que criastes com amor. Mesmo quando te esquecemos. Tu jamais nos abandonas. Perdoa nossa ingratidão e renova em nós a confiança no teu amor. Que teu Filho Jesus fique conosco para sempre. Amém! (Ludovico Garmus – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite