Quarta, 20 de maio de 2020

(At 17,15.22—18,1; Sl 148; Jo 16,12-15) 

6ª Semana da Páscoa.

“Tudo que o Pai possui é meu. Por isso disse que o que ele receberá e vos anunciará é meu” Jo 16,15.

“O que mais poderia ser tão próprio do Filho senão o testemunho do Pai... O Próprio Deus proferiu uma Palavra sobre si mesmo e essa Palavra, Verbo encarnado, é plena Revelação de Deus... Jesus, o Filho, não apenas aponta para o Pai, mas é sacramento do Pai, é um com o Pai, é a própria comunhão em Deus. Essa vocação de revelar Deus, de mostrar Deus próximo, de concretizar seu amor é partilhada com toda a humanidade. O ser humano recebe dessa vocação de Jesus de revelar o divino, e o seu anúncio passa a ser a própria vida e sentida da humanidade. Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição... Jesus Cristo é o próprio projeto de Deus, projeto de salvação e comunhão. Desde a criação do mundo, criação de tudo em e por Jesus, a salvação de toda a criação, e a santificação perene que vem da comunhão com Deus... Tudo aponta e se origina em Deus, e Jesus é esse início e fim de todas as coisas. E o que recebemos de Jesus, do próprio Deus? O que recebemos que nos leva ao anúncio e ao testemunho? Recebemos a vida. E vida em abundância! O maior testemunho de Deus é a nossa vida bem vivida, vida plena, vida em abundância. Vida realizada e feliz. Tudo o que temos, recebemos de Deus. Não para a nossa posse, mas para o nosso cuidado e responsabilidade. Nem tanto pelas palavras que gritamos ao vento, ou pelas bandeiras que carregamos, mas, sim, pelas atitudes simples e quotidianas de caridade e misericórdia, pela compaixão demonstrada e incentivada... é assim que testemunhamos aquilo que recebemos de Deus. Deus só nos dá amor, pois Ele mesmo é puro amor. – Ó Deus de amor e de bondade, só Tu és capaz de realizar tanto em nossa vida e de forma gratuita e sincera. Dá-nos teu modo de agir, tua força no amar, tua disposição para perdoar. Ajuda-nos refletir em nossa vida tudo o que de ti recebemos, a tal ponto de amarmos sem reservas e nos entregarmos totalmente pelo irmão. Amém! (Augusto Jacob Grün – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Bernardino de Sena, presbítero. Nasceu em 1380 em Massa Marítima da nobre família senense dos Albizzeschi. Ficou órfão de pai e mãe ainda muito jovem e foi criado em Sena por duas tias. Frequentou a universidade de Sena até aos 22 anos, quando abandonou a vida mundana para vestir o hábito franciscano. Dentro da ordem tornou-se um dos principais propugnadores de reforma dos franciscanos observantes. Arauto da devoção ao nome de Jesus, fazia incidir o monograma “JHS” sobre tabuinhas de madeira que dava para o povo beijar no fim do discurso. São Bernardino é o patrono dos publicitários italianos. Em seus discursos fustigava a avareza dos novos ricos, mercadores, banqueiros, usurários etc. Comparava-os a pássaros sem asas, incapazes de levantar o voo um palmo acima de suas coisas. Até depois da sua morte, na cidade de Áquila em 1444, são Bernardino continuou sua obra de pacificação. De fato, chegou moribundo a esta cidade e não pôde fazer o curso de prédicas que tinha programado. Persistindo a luta entre as facções, seu corpo dentro do caixão começou a sangrar como uma fonte e o fluxo parou somente quando os cidadãos de Áquila se reconciliaram. Em reconhecimento foi decretada a construção de um magnífico monumento sepulcral. Foi canonizado em 1450. 

 Pe. João Bosco Vieira Leite