18º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(Ex 16,2-4.12-15; Sl 77[78]; Ef 4,17.20-24; Jo 6,24-35)

1. Depois de acompanharmos o ‘sinal’ da multiplicação dos pães no domingo anterior, temos a introdução ao discurso sobre o pão da vida que Jesus pronuncia na sinagoga, onde foi encontrado pela multidão que o segue. A esta Jesus diz que não entenderam nada, pois só enxergaram no pão multiplicado a saciedade do estômago e por isso O buscam.

2. Mas, apesar disso, Jesus introduz sua mensagem: eles devem esforçar-se pelo pão que não perece, aquele que Jesus lhes pode oferecer. A pergunta que fazem a Jesus talvez traduza uma compreensão de obras pias e boas para se salvarem: oração, jejum, esmola, dízimo, ritos, etc.

3. Mas o trabalho que Deus quer é a fé no próprio Jesus. Se a fé é graça e dom de Deus, é também tarefa e resposta do ser humano.

4. Assim como foi Deus que no deserto deu o pão do céu ao povo, na correção que faz Jesus, é Deus mesmo que agora dá o novo pão verdadeiro e definitivo. O maná foi apenas uma prefiguração.

5. Os ouvintes não têm um outro caminho a não ser o mesmo da Samaritana que pediu a água a Jesus, ele se declara: ‘Eu sou o pão da vida’. Jesus é esse pão da vida, selado pelo Pai com a marca da divindade e entregue ao ser humano. Assim trabalharemos, não pelo alimento que perece, mas pelo pão que perdura e dá a vida eterna.

6. Essa centralidade da busca de Jesus, do seu Reino, é repetida várias vezes no Evangelho, recordando-nos essa tarefa essencial do seguimento de Cristo, para que sejamos saciados dessa fome de justiça e paz, de esperança e de amor, de silêncio e de contemplação, de convivência e de fraternidade, de equilíbrio e de maturidade.

7. Quem melhor o diz para nós é Paulo, na 2ª leitura, fazendo eco ao nosso evangelho. Ele contrapõe o estilo anterior do homem velho, corrompido pelos desejos do prazer, ao do homem novo, recriado em Cristo pelo batismo.

8. O bem-estar, à base do ter e do consumir, é critério muito frequente na vida, talvez o ideal mais comum. Quando entramos na tirania do possuir, além de perder o sabor das coisas simples, outras coisas, inclusive Deus, perdem importância, ou talvez se converta, pela religiosidade em mais um elemento de bem-estar e segurança pessoal.

9. De certo modo, nos comportamos como outros que dizem não crer, não se distingue claramente o discípulo de Cristo, por isso Paulo pede que renovemos a nossa mentalidade pelo Espírito, revestindo-nos do homem novo. Em outras palavras, crer em Jesus, orar e falar com Deus, dialogar com o ser-humano e com mundo, viver e transmitir esperança, amor e vida, liberdade e dignidade.

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 31 de julho de 2021

(Lv 25,1.8-17; Sl 66[67]; Mt 14,1-12) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“Nesse ano de jubileu, cada um poderá retornar à sua propriedade” Lv 25,13.

“Na história e na vida do Povo de Deus, a cada cinquenta anos acontecia uma grande mudança. Todos readquiriam suas posses. As terras e as posses eram redistribuídas. Os latifundiários da época, que tinham tirado a terra dos pequenos, tinham a obrigação de restituí-la. Todos retornavam aos grupos familiares de origem. O ano sabático era o ano do Senhor. O ano das grandes transformações sociais. Nossa história brasileira, não de cinquenta anos, mas de quinhentos anos, necessita de um ano sabático. É a grande revolução. A grande reforma agrária. A grande redistribuição de terras. As multidões que passam fome em nossas grandes cidades, em sua grande maioria foram expulsas do meio rural. Tinham seu pequeno pedaço de terra. Grandes proprietários foram se adonando da terra. De uma maneira ou outra se sentiram obrigados a engrossar as margens das cidades para não morrer de fome e de doenças. Para executar esse ano jubilar é necessário o surgimento de profetas. Há na sociedade uma sede de novos Moisés. Pessoas que saibam acolher a vontade de Deus, que saibam acolher a justiça, que saibam escutar as necessidades do povo. A Terra, a educação, a economia, o lazer, tudo está cada vez mais nas mãos de menos gente. Nossos irmãos e irmãs necessitam de governantes, nascidos do povo e que saibam escutar o clamor deste mesmo povo. Porém, antes de esperarmos dos outros, dentro de nós deve nascer Moisés. Dentro de cada um deve nascer um profeta do ano jubilar. Quando a voz dos pequenos profetas se unirem em coro, nossa esperança brotará. – Deus dos pequenos e dos injustiçados, Deus que escutais a voz dos que sofrem e gritam por vida e vida melhor, concedei-nos governantes que saibam ver e escutar as necessidades de todos. Que aconteça em cada um de nós, em cada pequena comunidade e em toda a nação o ano da graça, o ano jubilar, para que o povo tenha o direito de fazer a festa da vida. Amem” (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 30 de julho de 2021

(Lv 23,1.4-11.15-16.27.34-37; Sl 80[81]; Mt 13,54-58) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé” Mt 13,58.

“Jesus não foi bem acolhido em sua terra de origem. Segundo o texto de Mateus, seus conterrâneos não o compreendiam. Por conta dessa resistência, a ação do Mestre foi reduzida (Mt 13,54-58). Ainda hoje, Jesus continua sendo, para muitos, um obstáculo, um mistério a ser decifrado. Sua existência e seu ministério são objetos de discussão e pesquisa de profissionais das mais diversas áreas, gerando um conjunto numeroso e diversificados de teses acadêmicas, filmes, séries televisivas e romances de ficção. Curiosamente, boa parte dessas obras é produzidas por não crentes, que, embora não sejam capazes de crer e converter-se ao Mestre, querem entender quem foi este famoso galileu. Um outro exemplo. É cada vez mais visível, nas escolas e universidades, o número de professores que se empenham, em sala de aula, em provar aos alunos o embuste da fé cristã. Os pais, assombrados, buscam entender o que aconteceu com seus filhos que, nascidos e criados em lar cristão, começaram a questionar e duvidar dos ensinamentos da fé que receberam. Diante disso, penso que muitas pessoas dificilmente chegarão à fé, e que nossos esforços em querer convencê-los sempre serão pouco frutíferos. Se o próprio Jesus não conseguiu amolecer certos corações, muito menos nós... contudo, se de algum modo quisermos mostrar as que não creem o quanto nossa fé é verdadeira, capaz de gerar vida, justiça e alegria; o quanto Jesus está vivo e presente em nosso meio, devermos fazer isto não por meio da pregação, mas sim com nosso exemplo, com nossos esforços diários de conversão e serviço ao próximo e à comunidade. Como ensinou Jesus, se vivermos no amor, ao menos reconhecerão que somos seus discípulos (Jo 13,35). – Ensina-me a cumprir a tua vontade e a observá-la de todo coração. Então falarei de teus preceitos diante dos reis sem sentir vergonha. E serão minha delícia teus mandamentos (Sl 119,34.46-47) (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 29 de julho de 2021

(1Jo 4,7-16; Sl 33[34]; Jo 11,19-27) 

Santos Marta, Maria e Lázaro, discípulos de Jesus.

“Bendirei o Senhor Deus em todo tempo, seu louvor estará sempre em minha boca” Sl 34,2.

“A palavra hebraica traduzida como bendirei no v. 1 vem da palavra usada para joelhos. Literalmente significa ‘dobrar o joelho’. Então, o que Davi estava dizendo era que em cada situação, por mais assustadora, difícil, dolorosa ou alegre que fosse, ele dobraria os joelhos diante do Senhor. Ele se submeteria à autoridade divina. Ele aceitaria essas circunstâncias como parte do direito de Deus de governar sua vida. A chave para esse salmo (e para reduzir o estresse em nossa vida) é a percepção de que o Senhor está presente em todas as situações da vida. Ele não nos abandonou. Não estamos limitados aos nossos próprios recursos. Um Deus de compaixão, graça e poder atravessa a situação conosco” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).  

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 28 de julho de 2021

(Ex 34,29-35; Sl 98[99]; Mt 13,44-46) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“O Reino dos céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” Mt 13,44.

“É importante não perder o endereço da vida. Todos temos um caminho a perfazer. Todos temos um destino. O coração sabe muito bem qual o destino. Qual a direção. Sabe muito bem os caminhos que são certeza de realização. No meio da busca o homem sonha muita ilusão. Os tesouros são muitos, e se apresentam como resposta ao coração humano. Há tesouros que são sonhos. Acabam logo. Os sonhos materiais são bons, porém, chega um momento da vida que eles não respondem ao coração humano. Há ricos que são infelizes. Seu coração sente-se miserável. Os sonhos dos tesouros materiais podem tornar-se um nada quando a vida é acordada por uma doença, ou por um acidente. Quando é acordada por uma grande desilusão no amor ou na vida emocional. A sabedoria da Bíblia fala que ‘onde está o tesouro, ali está o coração’. É fácil descobrir o tesouro de nossa vida. É aquilo que a gente pensa, que vive todo o dia. Onde está o pensamento ali está também o coração. Coração significa o interesse de toda a vida, o empenho e a direção de todo o ser. No meio de uma sociedade consumista, que apresenta infinitos tesouros, que criam novos desejos, e que despertam interesses para novos tesouros, é necessário exercitar o discernimento. É necessário perceber qual a resposta global ao ser humano. Que não seja só resposta material, mas também resposta espiritual e mental. Deus é o ser absoluto. Nosso coração é tão grande, nossa vida é feita para um destino tão grande, que somente Deus sabe ser a resposta total ao nosso coração. Saber encontra-lo em todos os campos da vida é viver em busca do tesouro da vida. – Ó Deus, nosso coração vive insatisfeito até que não te busca e não te encontra. Que meu dia-a-dia seja ver-te, apalpar-te, sentir-te como tesouro que satisfaz ao meu coração. Amem (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 27 de julho de 2021

(Ex 33,7-11;34,5-9.28; Sl 102[103]; Mt 13,36-43) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça” Mt 13,43.

“Justiça, uma palavra tão desgastada em nosso tempo e que revela simplesmente um lado negativo, que é a injustiça social negando a positividade do significativo da palavra. O fato é que justiça, na Sagrada Escritura, significa que o ser humano deve ter uma imagem da humanidade como a imagem que Deus tem, ou seja, uma relação de comunhão. Podemos até dizer que a justiça caminha por duas vias: a vertical na relação com Deus e a horizontal na relação com os outros. Justo é aquele que vive em comunhão com Deus e com os irmãos, olhando as necessidades de todos e buscando viver o projeto do Pai, o qual foi revelado com clareza pelo Filho e infundido com amor pelo Espírito Santo. Ser justo é viver a entrega de amor, olhando sem reservas aqueles que mais necessitam, é ser boa semente do Reino no meio de tanto joio que está sendo plantado com calúnias, falsidades, egoísmos, avareza, inveja, prepotência e outros pecados mais. Ser justo é ser trigo em meio às confusões do coração humano. Mas na hora da colheita os justos brilharão no Reino do Pai, e o Pai olhará com misericórdia para eles. Este pequenino versículo nos desperta para sermos, uns com os outros, segundo a justiça de Deus, que é amor sem medida e a comunhão fraterna. Se temos os ouvidos atentos a sua Palavra, sermos justos e coerentes com o projeto do Pai. – Deus de justiça e paz, que com tanto carinho sempre foi justo com seu povo sendo fiel à aliança, olhai com carinho para nós e nos ajude a sermos boas sementes plantadas em seu Reino e que usemos de sua justiça para vivermos a comunhão. Assim seja! (Anderson Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 26 de julho de 2021

(Eclo 44,1.10-15; Sl 131[132]; Mt 13,16-17) 

São Joaquim e Sta. Ana, pais de Maria.

“Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações” Eclo 44,1.

“Na Sagrada Escritura conta-se que a mãe de Samuel, Ana, na aflição da esterilidade que lhe tirava o privilégio da maternidade, dirigiu-se com fervorosa oração ao Senhor e fez promessa de consagrar ao serviço de Deus o futuro filho. Obtida a graça, após ter dado à luz o pequeno Samuel, levou-o a Silo, onde estava guardada a arca da aliança e o confiou ao sacerdote Eli, após tê-lo oferecido ao Senhor. Tomando isso como ponto de partida o Protoevangelho de Tiago, apócrifo do século segundo, traça a história de Joaquim e Ana, pais da Bem-aventurada Virgem Maria. A piedosa esposa de Joaquim, após longa esterilidade, obteve do Senhor o nascimento de Maria, que aos três anos levou ao Templo, deixando-a ao serviço divino, cumprindo o voto feito. O fundamento histórico provável, embora na discordante literatura apócrifa, é de algum modo revestido de elementos secundários, copiados da história da mãe de Samuel. Faltando no Evangelho qualquer menção dos pais de Nossa Senhora, não outra fonte senão os apócrifos, nos quais não é impossível encontrar, entre os predominantes elementos fantásticos, alguma informação autêntica, recolhida por antigas tradições orais. O culto para com os santos pais da Bem-aventurada Virgem é muito antigo, entre os gregos sobretudo. No Oriente venerava-se santa Ana no século XV. Em 1584 foi instituída a festividade de santa Ana, enquanto são Joaquim era deixado discretamente de lado, talvez pela própria discordância sobre o seu nome que se revela em outros escritos apócrifos, posteriores ao Protoevangelho de Tiago. Além do nome de Joaquim, ao pai da Virgem Santíssima é dado o nome de Cléofas, de Sadoc e de Eli. Os dois santos eram comemorados separadamente: santa Ana a 25 de julho pelos gregos e no dia seguinte pelos latinos. Em 1584 também são Joaquim achou espaço do calendário litúrgico, primeiro a 20 de março, para passar ao domingo da oitava da Assunção em 1738, em seguida a 16 de agosto em 1913 e depois reunir-se com a santa esposa no novo calendário litúrgico, no dia 26 de julho. ‘Pelos frutos conhecereis árvore’, disse Jesus no Evangelho. Nós conhecemos a flor e fruto suavíssimo vindo da velha planta: a Virgem Imaculada, isenta do pecado de origem desde o primeiro instante de sua concepção, por um privilégio único, para ser depois o tabernáculo vivo do Deus feito homem. Pela santidade do fruto, Maria, deduzimos a santidade dos pais, Ana e Joaquim” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

17º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(2Rs 4,42-44; Sl 144[145]; Ef 4,1-6; Jo 6,1-15)

1. A partir deste domingo, até o 21º, interrompemos a leitura de Marcos para iniciarmos a leitura de quase todo o capítulo 6 de João, que começa onde interrompemos Marcos, na multiplicação dos pães realizada por Jesus, onde se acrescenta o sermão sobre o pão da vida, aprofundando o tema da fé em Jesus também como pão eucarístico.

2. Lembremos que João tem um estilo próprio. Seu evangelho, além de uma reflexão mais profunda, tem um estilo de movimento em espiral, voltando sobre o tema e acrescentando um elemento novo, daí as frequentes repetições de ideias e vocabulários nos escritos joaninos, gerando certa dificuldade de sistematizar seu pensamento.

3. A multiplicação dos pães é o único milagre do ministério público de Jesus que é narrado pelos quatro evangelistas, e com notáveis coincidências. O que já nos dá a importância desse sinal aos olhos da comunidade primitiva. Mas além do plano histórico, temos que levar em conta o plano teológico do nosso autor.

4. João faz notar que a Páscoa estava próxima, numa clara referência de que sua carne será a comida da nova Páscoa que Ele inaugura. Notamos a relação entre a 1ª e a 2ª a leitura, mas também a desproporção entre a quantidade de pães e o número de pessoas alimentadas, nesta solidária partilha de dons.

5. A fome segue, ao longo dos séculos, não só de pão material; temos fome de palavras e de espírito, de dignidade e de direitos humanos, de cultura e de desenvolvimento, de paz e de justiça, de solidariedade e realização pessoal. Cristo se apresenta a nós como o pão da vida total, como veremos em suas palavras nos próximos domingos.

6. João qualifica os milagres de Jesus com o termo ‘sinal’, como um fato extraordinário da fé, que leva o discípulo a fundamentar a sua fé em Jesus Cristo, como Filho de Deus, que a finalidade global do evangelho de São João.

7. O povo interpreta esse sinal de Jesus como uma manifestação messiânica, e têm presente a ação profética de Eliseu, na 1ª leitura e a ação de Moisés no deserto, mas com esta vem uma interpretação política e triunfalista, tentação na qual Jesus não cai nem cairá.

8. A narrativa de João tem uma intenção eucarística e sacramental, como podemos perceber nos gestos que precedem a multiplicação e a hora da tarde, em que Jesus celebrou a ceia com seus discípulos. Nesse quadro ‘litúrgico’, ao final percebemos a preocupação em recolher o que sobrou.

9. Essa condição itinerante do novo povo de Deus que é a Igreja, peregrina pelo deserto da vida, como o antigo Israel, tem em Jesus, o pão da vida, aquele que saciará a fome e a sede do novo Povo ao longo dos séculos.

10. Repartir o pão eucarístico é e continuará a ser a obra da Igreja, do mesmo modo que a solidariedade com os que padecem fome de ‘pão’ em suas múltiplas formas: físicas, afetivas e espirituais. Por isso a fé e o amor cristão devem partir da eucaristia para a arena da vida, pois amor e fé devem socializar-se, encarnar e operar nas realidades da vida. 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 24 de julho de 2021

(Ex 24,3-8; Sl 49[50]; Mt 13,24-30) 

16ª Semana do Tempo Comum.

“Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro’” Mt 13,30.

“O bem e o mal sempre se opuseram, como que num duelo constante. Embora saibamos que a vitória há de ser sempre do bem, toda cautela é pouca para se permitir que aconteça o contrário, ainda porque os filhos das trevas são mais ladinos que os filhos da luz. A parábola do joio e do trigo é a evocação viva destas duas forças antagônicas que, às vezes, até parecem confundir-se o bem nunca se reveste com a roupa do mal, mas o contrário acontece. Em dadas ocasiões, torna-se necessário possuir muita sabedoria, muita esperteza para se saber até onde chega o bem e até onde começa o mal. Até onde nós cristãos podemos ir e de onde temos de voltar. Exatamente porque, não raro, esta camuflagem existe é que o Senhor aconselha muito cuidado ao se extirpar o joio que cresce ao lado do trigo. Os que arrancam podem incorrer no risco de retirar os dois, querendo tirar apenas um. Precisamos estar atentos para não embarcarmos na canoa do mal, julgando que estamos navegando na embarcação do bem. Isto acontece todas as vezes em que fazemos as coisas reprováveis, só porque é moda fazer-se assim. Explora-se o próximo roubando-o comercialmente, só porque está na moda assaltar-se o erário público. – Senhor, de vossa sabedoria esperamos poder conseguir o dom de saber o que é trigo e o que é joio em nossa vida, para que não fiquemos com o joio do erro, pensando ser o trigo da verdade. Amém” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 23 de julho de 2021

(Ex 20,1-17; Sl 18[19B]; Mt 13,18-23) 

16ª Semana do Tempo Comum.

“Honra teu pai e tua mãe, para que vivas longos anos na terra que o Senhor teu Deus te dará” Ex 20,12.

“Deus distinguiu o estado paterno e materno de modo especial, acima de todos os estados que estão abaixo de Deus. Não ordena simplesmente que amemos os pais: manda honrá-los. Não abrange apenas o amor, senão modéstia, humildade e reverência como para uma majestade aí oculta. Honrar é dispor de maneira tal, que os tenhamos em alta conta e os coloquemos no lugar mais elevado depois de Deus. No mundo moderno é fácil esquecer dos pais, como nós esquecemos de Deus. Ninguém pensa como Deus nos alimenta, guarda e protege, e na fartura de bens que nos concede para o corpo e alma. Especialmente quando alguma vez nos vem uma hora má, raivamos e resmungamos impacientes. Exatamente assim fazemos também aos pais, e não há criança que o reconheça e pondere, a menos que lhe seja dado o Espírito Santo. Desconhece bem essa viciosidade do mundo. Razão por que faz recordar e impulsionar por mandamento, a fim de cada um refletir no que por Ele fizeram os pais. Verifica então que deles recebeu corpo e vida, e, além disso, que os pais o alimentaram e criaram. Deus uniu a esse mandamento uma amável promessa, dizendo: ‘para que vivas longos anos na terra que o Senhor teu Deus te dá’. É possível avaliar quão grande é a seriedade com que Deus encara este mandamento. Porque não só diz expressamente que lhe agrada a Ele, regozija-se e se compraz, porém que para nós também será de bom sucesso estimulando e promovendo um bem considerável. Quem guardar este mandamento terá nos dias, felicidade, prosperidade e tempo suficiente para ver os filhos dos seus filhos. Terá experiências e histórias para contar e certamente manterá sua família unida nos princípios morais e éticos. – Pai Santo! Num mundo com tanta frieza pedimos compreensão e mais santidade. Queremos amar e honrar aqueles que nos geraram e oferecer nossos préstimos valoroso. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).   

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 22 de julho de 2021

(Ct 3,1-4; Sl 62[63]; Jo 20,1-2.11-18) 

Santa Maria Madalena.

“Então Jesus disse: ‘Maria!’ Ela voltou-se e exclamou em hebraico: ‘Rabunni’ (que quer dizer ‘mestre’)”

Jo 20,16.

“Uma cena de reconhecimento inédita descrita com duas palavras. A primeira, pronunciando ‘Maria’ desencadeia o reconhecimento imediato do Mestre. A segunda palavra ‘Rabuni’, como resposta de Maria, em reconhecimento instantâneo do Senhor. Quem não conhece quando alguém conhecido nos chama pelo nome? Jesus não muda o tom de voz. Não há disfarce. Há, sim, voz conhecida e resposta instantânea. Jesus não usou um tom alto para se comunicar e não assustar Maria. É relevante observar que seu nome pronunciado por Jesus facilita a identificação graciosa, assim como as ovelhas que ‘ouvem’ a voz do pastor e a ‘reconhecem’ (10,3-4). Aquela voz, pronunciando seu nome, trazia paz e calma para o seu coração triste e pesarosos. Era familiar e distinta entre outras vozes. Trazia lembranças agradáveis e transformava aquele momento em alegria. Era tudo o que uma pessoa naquele estado poderia querer ouvir para erguer sua fé. O tom agradável da voz de Jesus demonstrava amor, simpatia e servia fazendo reviver as esperanças. A palavra ‘Maria’ atingiu-a em cheio e responde com seus lábios e toda a força do seu ser: ‘Rabuni’. O Evangelista João mantém o termo original aramaico (dialeto hebraico) e o traduz por Mestre. As escolas judaicas usavam três classificações para seus professores: 1) Rab = ‘mestre’ – grau inferior; 2) Rabbi = ‘meu mestre’ – grau médio, e 3) Rabuni = ‘meu Senhor, meu mestre’ – grau superior e mais elevado de todos. Maria Madalena ficou fortalecida na fé e pôde anunciar tudo que aprendera, principalmente, a respeito da ressurreição. Nós cristãos não presenciamos os acontecimentos daquela época, porém temos aprendido conteúdos maravilhosos com nosso Mestre Jesus. Temos ainda a impressão de sermos chamados, individualmente, pelo nosso nome. – Senhor! Fomos remidos e chamados pelo nome. Somos teus. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 21 de julho de 2021

(Ex 16,1-5.9-15; Sl 77[78]; Mt 13, 1-9) 

16ª Semana do Tempo Comum.

“Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se,

enquanto a multidão ficava de pé, na praia. E disse-lhe muitas coisas em parábolas” Mt 13,2-3a.

“No 13º capítulo, Mateus reuniu num grande discurso uma série de parábolas. O que chama a atenção é a frequência com que repete a fórmula: ‘O Reino dos céus é comparável a.…’. Em Lucas, encontramos essa introdução apenas duas vezes, mas em Mateus se contam ao todo dez parábolas de comparação com o Reino dos céus. Com essas parábolas do Reino, Jesus quer dizer aos homens: Não é necessário procurar o Reino dos céus no futuro, ele já está aqui no presente, desde que ajam na terra de uma maneira que ‘corresponda à vontade de Deus no céu’ (Limbeck, 189). As parábolas estão cheias de imagens. Sobre o Reino dos céus, sobre o senhorio de Deus, sobre a presença curadora e libertadora de Deus em nosso meio só é possível falar em imagens, mas é preciso que sejam imagens que toquem o coração do ser humano e o sensibilizem” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 20 de julho de 2021

(Ex 14,21—15,1; Sl Ex 15; Mt 12,46-50) 

16ª Semana do Tempo Comum.

“Alguém disse a Jesus: ‘Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo’” Mt 12,47.

“Um leitor desavisado pode interpretar mal o texto evangélico e considerar as palavras de Jesus como desvalorização de sua mãe. A passagem parece falar de um Jesus ríspido com os familiares, com os quais evita se relacionar. O episódio deve ser entendido no contexto da catequese do evangelista. Este desenvolve o tema do discipulado cristão, mostrando em que base está alicerçado. No sentido negativo, não está fundado nas relações sanguíneas e de parentesco com Jesus. Os parentes do Mestre não têm um lugar especial na comunidade cristã, como se fossem cristãos de primeira categoria. No sentido positivo, o discipulado cristão está fundado na vontade do Pai, a ser buscada e posta em prática. O primeiro a buscar com sinceridade o querer do Pai foi o Filho Jesus. Como Filho, assumiu a tarefa de apresentar o projeto de Pai como pauta de ação e formar comunidades com quem acolhesse essa proposta. É a comunidade dos discípulos do Reino! A importância de Maria está no fato de ser totalmente aberta para Deus, e não em ser a mãe biológica de Jesus. As poucas referências evangélicas a respeito dela frisam essa dimensão de sua identidade. É como se fosse a primeira discípula, cuja fidelidade lhe valeu a graça da escolha para ser mãe do Salvador. Contemplando-a, é possível descobrir o caminho do autêntico discipulado. – Senhor Jesus, que a contemplação do exemplo de Maria me ensine o caminho do discipulado, feito de fidelidade ao querer do Pai (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 19 de julho de 2021

(Ex 14,5-18; Sl 15; Mt 12,38-42) 

16ª Semana do Tempo Comum.

“Alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: ‘Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti’”

Mt 12,38.

“Deus nos criou amantes e – por que não dizer? – dependentes de sinais. Não foi sem razão de ser que a metafísica de Aristóteles adotou como um dos seus princípios o seguinte: nada chega à inteligência sem que antes passe pelos sentidos. Geralmente materializamos a ideia para melhor intuí-la e fixa-la. Daí a importância do sinal em nossas vidas. Daí a diversidade de sinais que a humanidade criou e cria para mais eficazmente traduzir suas realidades. Convencionou-se, por exemplo, ser uma balança o sinal da justiça, ser a âncora o sinal da esperança, ser a pomba o sinal da paz, serem os louros o sinal da vitória e assim por diante. Todavia, pode acontecer que o sinal não diga tanto, não seja de existência tão necessária. Isto acontece quando a realidade se encontra à vista e a exigência de seu símbolo passa ser uma coisa supérflua, desnecessária. Jesus chamou os escribas e fariseus de ‘geração perversa’ não porque eles pedissem um sinal, mas porque pediram um sinal fora de hora e assim deram prova de que não queriam acreditar no Mestre. O que eles queriam era colocar em prova o seu poder e desmoralizá-lo, por não atender ao pueril argumento deles de ‘só crer no que vê’. - Senhor, que, confiando na bondade que sóis vós, possamos ser sinais vossos para os outros. Amém (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

 

16º Domingo do Tempo Comum – Ano B

 (Jr 23,1-6; Sl 22[23]; Ef 2,13-18; Mc 6,30-34)

1. Esse domingo do Tempo Comum nos traz uma preciosa sequência de textos bíblicos. Começando pelo Evangelho, seguimos a sequência dos fatos da vida e da missão de Jesus, que envolve os seus discípulos, conforme o evangelho do domingo anterior, os doze, enviados dois a dois, como testemunhas daquele que os enviou.

2. Envia-os leves, sem nada a que se agarrar ou distrair. A sua única bagagem é o Evangelho. E se estivermos lembrados das palavras de Jesus: ‘Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles’ (Mt 18,20), estavam bem acompanhados.

3. Nossa leitura do evangelho de Mc pula a narrativa popular do martírio de João Batista, para nos colocar nesse retorno dos apóstolos de sua missão, onde narram tudo o que tinham feito e ensinado. Dele partem e a Ele regressam. Tudo que fizeram e ensinaram tinha Jesus como única referência.

4. O leitor atento vai se dar conta que a rejeição de Jesus ao início do capítulo 6 e a morte de João Batista, tendo a missão dos apóstolos no meio quer indicar alguma coisa... Provavelmente uma comunhão na rejeição e no martírio...

5. Marcos não se refere mais a eles como os doze, mas os chama de apóstolos. Jesus os chama à comunhão com Ele separando-os da multidão que os apertava, para um lugar deserto. No evangelho de Marcos, a ‘barca’ demarca um espaço privilegiado que Jesus convive unicamente com seus discípulos.

6. Nada nos é dito sobre a conversa na travessia. Ao sair da barca, eis de novo a multidão. E novamente Marcos põe em vidência esse olhar de Jesus: ‘viu’ uma numerosa multidão e teve compaixão. Este ‘ver’ de Jesus desencadeia um agir novo e decisivo.

7. O olhar de Jesus abre para uma página de sublime misericórdia, que o leva a reunir a abraçar aquela multidão de ovelhas sem pastor, e ensina-las demoradamente. Depois Jesus repartirá com eles o pão, mas ao pão do espírito, precede o pão da palavra, como fazemos ainda hoje em nossas celebrações.

8. Jeremias vê bem a ruina dos poderosos, mas vê e sente na própria pele também a desgraça que se abate sobre os pobres, porque não há pastores bons e justos que lhes indiquem o caminho a seguir. O conceito de pastor no Antigo Testamento é bastante amplo e se refere a reis, sacerdotes e profetas.

9. Mas seus olhos não ficam enterrados na lama, mas já vê vir ao longe um novo pastor, bom e justo que trará a salvação, que vem da descendência de Davi. Tudo aponta para Jesus, o Bom e Belo Pastor, que sente compaixão de suas ovelhas, como nos indica o Evangelho.

10. Na lição da carta aos Efésio, Paulo põe diante de nós todos, judeus e pagãos, a ação salvadora e unificadora de Jesus Cristo. Aproximando-se de todos, aproximou-nos a todos, os de longe e os de perto. O Evangelho, que é Cristo, une, reúne, enlaça, entrelaça, gera fraternidade. Bem à vista do Evangelho de hoje.

11. Por fim, o nosso salmista nos lembra que todo tempo é tempo para nos deixarmos conduzir pela mão carinhosa e pela voz maternal e melodiosa do Bom e Belo Pastor, cantado no salmo 22. Estamos aqui para o banquete que Ele mesmo nos preparou em torno de Sua Palavra e da Eucaristia. É sempre uma alegria a família reunida.

12. Desse evangelho que ouvimos se segue o milagre do pão, mas para aprendermos a ver a Jesus no pão, nos próximos cinco domingos, não leremos Marcos, mas João 6, que contém o grande discurso do pão da vida. Peçamos a Jesus, o bom Pastor, que nos guie por Sua palavra e nos sustente pela Eucaristia, pois o vale ainda segue tenebroso.

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 17 de julho de 2021

(Ex 12,37-42; Sl 135[136]; Mt 12,14-21) 

15ª Semana do Tempo Comum.

“Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos.

E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era” Mt 12,15-16.

“A hostilidade dos fariseus crescia pouco a pouco. Jesus seguia com seu ministério, mas insistia para que as pessoas não divulgassem o que Ele fazia, por onde Ele andava (Mt 12,14-21). Talvez não quisesse provocar ainda mais a ira dos seus opositores. Talvez estivesse um pouco incomodado com tanta gente que o procurava apenas em busca de um milagre, mas sem um propósito real de conversão (cf. Jo 6,26). Aliás, transformar o seu ministério num espetáculo, com simples finalidade de agradar ao público, isso era o que menos Jesus queria (Mt 12,38-39). Mesmo suas divergências com alguns membros do farisaísmo não tinham por objetivo conquistar a audiência ou levantar polêmica. Jesus tinha uma mensagem, e isso, para Ele, era o mais importante. Até mesmo os sinais que Ele realizava estavam em função dessa mensagem. Foi o que Ele ensinou aos discípulos (Mt 7,6; 10,11-14; Lc 10,2-11). Com esse texto de Mateus podemos rezar um pouco sobre o modo como vivemos e anunciamos a nossa fé em Cristo. Estamos, realmente, num caminho de conversão, ou ainda somos pessoas curiosas, procurando apenas aquilo que é interessante em sua mensagem? Estamos convencidos do valor de suas palavras e buscamos o nosso amadurecimento humano e espiritual, ou nos preocupamos mais em convencer os outros, criando atritos com aqueles que não nos escutam? Nossas livrarias estão recheadas de publicações a respeito de Jesus e da formação dos evangelhos. Nos canais de televisão, inúmeros programas religiosos disputam a preferência dos fiéis. Nas redes sociais, sites religiosos e debates calorosos surgem a cada semana. No meio de toda essa discussão, quantos, de fato, estão seguindo a voz do Mestre? Quantos realmente assumem a proposta do Reino? – Ensina-me, Senhor, a crescer na fé e na compreensão da tua Palavra. Mas, antes de tudo, ensina-me a servir. Amém (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 16 de julho de 2021

(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50) 

Nossa Senhora do Carmo.

“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor” Zc 12,14.

“A ordem dos carmelitas, uma das mais antigas na história da Igreja, embora considere o profeta Elias como seu patriarca modelo, não tem um verdadeiro fundador, mas tem um grande amor: o culto a Maria, honrada como a Bem-aventurada Virgem do Carmo. ‘O Carmo – disse o cardeal Piazza, carmelita – existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual’. Elias e Maria estão unidos numa narração que tem sabor de lenda. Refere o Livro das instituições dos primeiros monges: ‘Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia para o Carmelo (cf. 1Rs 18,20-45) ’. Os monges, no ano 93 da Encarnação do Filho de Deus, destruíram a antiga casa e construíram uma capela sobre o monte Carmelo, perto da fonte de Elias em honra desta primeira Virgem voltada para Deus. Expulsos pelos sarracenos no século XIII, os monges que haviam, entretanto recebido do patriarca de Jerusalém, santo Alberto, em tão bispo de Vercelli, uma regra aprovada em 1226 pelo papa Honório III, se voltaram ao Ocidente e aí fundaram vários mosteiros, superando várias dificuldades, nas quais, porém, puderam experimentar a proteção da Virgem. Um episódio em particular sensibilizou os devotos: ‘Os irmãos suplicavam humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A um deles, Simão Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de uma multidão de anjos, segurando na mão o escapulário da ordem e lhe disse: ‘Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo’. Os críticos consideram espúria, isto é, não autêntica, a bula de João XXIII em que se fala do privilégio sabatino de ficar livres do inferno e do purgatório no primeiro sábado após a morte, mas muitos papas têm falado disso em sentido positivo. Numa bula de 11 de fevereiro de 1950, Pio XII convidava a ‘colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos’: entendido como ‘veste mariana’, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 15 de julho de 2021

(Ex 3,13-20; Sl 104[105]; Mt 11,28-30) 

15ª Semana do Tempo Comum.

“Pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve” Mt 11,30.

“Jesus pede de seus seguidores uma porção de coisas. Como, por exemplo, renunciar a si mesmo, aceitar a própria casa, ser desprendido e misericordioso, pegar no arado e não olhar para trás, perseverar até o fim, ser sal da terra e luz do mundo, amar até o inimigo e outras e outras. E, por aí se vê que aquilo que Ele exige de quem opta pela sua pessoa não é algo fácil. Pelo contrário, é algo dificílimo, o que explica o fato de tantos o terem procurado, terem-no encontrado e com ele não haverem permanecido até o fim. Como, então, poder-se-á explicar que Cristo afirme ser o seu jugo suave e seu fardo leve? Como entender que, exigindo tanto, Ele diga que as propostas que nos faz seja de fácil cumprimento? Entende-se facilmente este seu dizer, quando se sabe que, antes de fazer tal afirmação, assevera ele que todos os que estão sobrecarregados, cansados, oprimidos, angustiados, preocupados, dominados por qualquer atribulação sem encontrarem muito ânimo para viver devem recorrer-lhe. Recorrendo a Ele encontrarão repouso, o lenitivo, o remédio e a paz. E a conclusão não pode ser outra, senão a de que Cristo nos solicita o pesado porque, ao pedir, também oferece e o peso, com Ele, se torna leve. Nenhum de nós deve olhar para Cristo, vendo só a dureza do que nos propõe, mas antes, o auxílio que nos oferece para tornar viável tudo aquilo que é pedido seu. – Senhor, fazei que nunca digamos que aquilo que nos pedis é demais para nós, mas, antes, dai-nos força para vos oferecer aquilo que nem pedis. Amém (Jose Gilberto de Luna – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 14 de julho de 2021

(Ex 3,1-6.9-12; Sl 102[103]; Mt 11,25-27) 

15ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus pôs-se a dizer: ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos’” Mt 11,25.

“Jesus estabeleceu uma nítida distinção entre os pequeninos, de um lado, e os sábios e entendidos, de outro. A uns é concedida a graça de conhecer as coisas do Pai, aos outros, não. Por que o Pai se agrada de revelar-se a uns e esconder-se a outros? O Pai revela-se aos pequeninos por serem puros de coração e se disporem a acolher a revelação sem contaminá-la com pontos de vistas equivocados. Os pequeninos confiam, inteiramente, no Pai, seguros de que só dele vem a salvação. Por isso são desapegados e não fazem exigências. Tudo quanto vem de Deus é abraçado de bom grado. Os sábios e entendidos, por sua vez, são arrogantes no alto de suas teorias teológicas, bem fundadas racionalmente, mas pouco úteis para gerar comunhão com Deus. Estão sempre prontos a ‘bater boca’ para justificar suas posições, das quais se recusam a arredar o pé. É impossível o diálogo com Deus por não estarem dispostos a abri mão de seus pontos de vista e acolher o que o Pai lhes diz. A impossibilidade da revelação advém, pois, dos próprios sábios e entendidos. Da parte de Deus, existe sempre a disposição para se revelar. Entretanto, quando não encontra interlocutores dispostos, a revelação fica inviabilizada. Se os sábios e entendidos se dispõem a assumir a atitude dos pequeninos, também eles terão acesso ao conhecimento do querer do Pai. Caso contrário, ficam excluídos da revelação. – Senhor Jesus, que eu tenha um coração como o dos pequeninos, sempre pronto para acolher a revelação do Pai e me deixar converter por ela” (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 13 de julho de 2021

(Ex 2,1-15; Sl 68[69]; Mt 11,20-24) 

15ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres,

porque não se tinham convertido” Mt 11,20.

“As cidades da Galileia tinham sido privilegiadas em detrimento de outras. O Evangelho tinha sido anunciado com mais tempo e cuidado em Corozaim, Betsaida e Cafarnaum. Era, por isso, de se esperar maior receptividade do Cristo nestas cidades. Não foi isso que aconteceu. Devido às rejeições, Cristo pronuncia duras palavras. A conversão espiritual é um ato do Espírito Santo que acontece por meio da Palavra anunciada. Esta Palavra se apresenta como lei que acusa os erros, mas também sara as feridas quando anuncia o Evangelho. Jesus está preocupado com aquelas pessoas e, percebendo desinteresse, mostra o lado oposto do Evangelho. Ele censura e ameaça. Esta também é uma forma de Deus mostrar seu amor. Interessante as comparações de Jesus com Tiro, Sidom e Gomorra. Nestas importantes cidades antigas a Palavra de Deus não foi amplamente anunciada. Jesus afirma que, se assim fosse, haveria resultados satisfatórios nelas. Em geral é exigido mais de quem aprendeu mais.  O que diria Jesus a respeito de nossas cidades? Sua Palavra é anunciada nas igrejas cristãs, no rádio, TV e jornais, e não há, por isso, uma adesão maciça à sua causa. Não estaria Jesus também censurando nossas cidades pela falta de conversão? Percebe-se em alguns países a perseguição aos cristãos. Isto é ruim e mostra muita ignorância, porém a indiferença encontrada em países conhecidos como cristãos é triste e magoa o Senhor. As censuras de Cristo àquelas cidades soam em nosso meio como alerta e chamado à conversão. – Senhor! Os milagres da tua graça estão à nossa volta. Nossa cegueira impede de vê-lo e segui-lo. Converta-nos e seremos convertidos. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 12 de julho de 2021

(Ex 1,8-14.22; Sl 123[124]; Mt 10,34—11,1) 

15ª Semana do Tempo Comum.

“Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim” Mt 10,38.

“Tomar a cruz é assumir as consequências do seguimento de Jesus. Com palavras fortes, Jesus ensina que a busca do Reino é exigente. Quem quiser imitá-lo, quem quiser segui-lo, deverá estar preparado para as adversidades. (Mt 10,34—11,1). A expressão tomar a cruz deve ser bem compreendida. Frequentemente ouço pessoas dizerem que carregam muitas cruzes em suas vidas – e, geralmente, essas cruzes estão relacionadas às questões familiares, mais especificamente às dificuldades de relacionamento. Entendo o que essas pessoas querem dizer, mas ‘tomar a cruz’ não é isso. Tomar a cruz é assumir as consequências do seguimento de Jesus. É suportar as exigências da construção do Reino, na luta pela justiça. Tomar a cruz é fazer o esforço da conversão. É esforçar-se para mudar, a partir de si mesmo, valores, crenças, ideias, comportamentos. Pode ser que, ao optar pelos valores do Evangelho, ao trabalhar pela construção do Reino, o discípulo de Jesus sofra incompreensões, injúrias, zombarias. A despeito das dificuldades, o discípulo deve manter-se firme. Mais uma palavra sobre os relacionamentos humanos. Cuidado ao julgar os outros, ao falar das dificuldades de relacionamento. Ninguém é ‘cruz’ de ninguém. Isso é um exagero. Dificuldades de relacionamento existem e precisam ser solucionadas, mas isso deve ser feito com cuidado, respeito, paciência e inteligência. Portanto, cuidado. Não exagere. Ninguém é ‘cruz’ de ninguém. Seja mais humilde. Assim como você se julga incompreendido e agredido por alguém, certamente uma outra pessoa se julga incompreendida e agredida por você. Portanto, tenha calma. – ‘Faze-me justiça, Senhor, pois sou íntegro e confio em ti sem fraquejar. Examina-me, Senhor, e coloca-me à prova, depura meus rins e meu coração: eu tenho diante dos olhos o teu amor, e ando na tua fidelidade. Meu pé está firme no caminho reto. Senhor, eu te bendigo nas assembleias’ (Sl 26,1-3.12) ” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

15º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(Am 7,12-15; Sl 84[85]; Ef 1,3-14; Mc 6,7-13)

1. A nossa liturgia da Palavra desse domingo está construída sobre a escolha e o envio, por parte de Deus, seja do profeta Amós, na 1ª leitura, dos Doze no Evangelho, ou mesmo dos cristãos, conforme Paulo na 2ª leitura. O envio é feito ao povo, não à elite religiosa, revelando-nos esse viés da religiosidade popular.

2. Assim faz Jesus, enviando dois a dois aqueles que ainda estavam buscando compreender melhor o próprio Jesus. O envio é caracterizado mais pela ação do que pelas palavras, pela disponibilidade e pela confiança na providência divina, daí entendermos esse não ‘levar’ de coisas.

3. O texto deixa claro a possibilidade da recusa, assim como foi para os profetas no passado. Amós foi enviado em meio à corrupção social e religiosa no tempo de Jeroboão II, anunciando o castigo divino para seu povo, por isso é mandado a pregar em outra ‘praça’.

4. Acompanharemos nos sete domingos seguintes a leitura semi-contínua da carta de Paulo aos Efésios, escrita durante sua prisão em Roma. O que ouvimos hoje é uma espécie de hino que expressa a gratidão amorosa do plano salvador de Deus, as bênçãos espirituais do plano divino da salvação.

5. Como havíamos dito, o povo é o alvo da ação e pregação dos enviados. Para além das estruturas religiosas de cada tempo, a religiosidade do povo apresenta características próprias, a estima e o estudo dessa religiosidade tem oscilado conforme as épocas e correntes, passando pelo abandono, desprestígio e mesmo interesse como em nossos dias.

6. A religiosidade popular é, pois, um fato complexo que está constituído pela vivência e expressão populares da fé e das crenças (festas populares, dos padroeiros, santuários, romarias, peregrinações, confrarias, procissões, imagens, etc.). Entre os múltiplos elementos uns nascem de uma autêntica vivência religiosa e são, ao mesmo tempo, expressão válida da fé, por isso às vezes se integram no culto oficial.

7. É verdade também que existem algumas deformações, resíduos do paganismo, magia ou superstição. Nem tudo na religiosidade popular é grão limpo ou puro. Daí a preocupação contínua nesses últimos tempos de uma evangelização e catequese adequadas que aproveite, proporcione e potencie tudo que é autêntico e válido.

8. Seu amplo leque social e sua capacidade de congregar multidões em determinadas ocasiões facilita a missão universal da Igreja e a promoção de uma pedagogia evangelizadora do catecismo popular. A mensagem do evangelho não está reservada aos iniciados ou privilegiados.

9. Evangelizar sempre de novo, é a dinâmica da nossa caminhada eclesial, pois cada tempo sofre suas influências negativas com fortes desafios para a fé do nosso povo. A palavra chave é ‘inculturação’. O anúncio do Evangelho não pode deixar de tomar elementos da cultura e das culturas humanas, para comunicar a boa nova da salvação.

10. E aqui estamos nós, em meio a esse processo, deixando-nos re-envagelizar por essa Palavra que nos é comunicada de novo, para purificar e fortalecer a nossa fé, se nos deixamos envolver pela mesma.  

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 10 de julho de 2021

(Gn 49,29-32; 50,15-26; Sl 104[105]; Mt 10,24-33) 

14ª Semana do Tempo Comum.

“Não tenhais medo deles, pois nada há de encoberto que não seja revelado

e nada há de escondido que não seja conhecido” Mt 10,26.

“Não faz muito tempo, o compositor pernambucano Lenine gravou uma canção chamada ‘Miedo’. Nela, o compositor fala das muitas e diferentes formas com que o medo se manifesta em nossas vidas. Um desses versos ficou bem gravado em minha memória: o medo é uma força que não me deixa andar. E brincando com as palavras, numa espécie de trava-língua, ele dizia ter medo ‘do medo que o medo dá’. De fato, a vida é movimento; exige doses de coragem, enfrentamento e perseverança. Exige, também, a união das pessoas., pois ninguém pode viver sozinho. O medo, porém, pode atrapalhar tudo isso, dificultando a dinâmica da vida, ou prejudicando todo o trabalho de um grupo, pois sua presença cria obstáculos, divisões, isolamento, fraqueza, submissão ou fuga. Às vezes, não se pode ter medo. Por meio dos profetas, Deus sempre lembrou Israel que o medo, muitas vezes, só atrapalha, impedindo-nos de sermos verdadeiramente livres. O medo só favorece quem domina – o opressor (Ex 14,9-13; Is 51,7-16). Os profetas e o povo, portanto, deviam ter muito discernimento para que o medo não os dominasse, não permitindo a ação libertadora de Deus (Jr 1,17). Mais tarde, em muitas ocasiões, Jesus fez o mesmo pedido aos discípulos (Mt 10,24-33; 14,22-33; Jo 16,33). Insistiu para que eles não tivessem medo, pois de outro modo como poderiam anunciar a Boa Notícia? E para que os discípulos tivessem ainda mais força de vencer todos os obstáculos, deu-lhes também o seu Espírito (Jo 20,19-21). Com o tempo e alguma dificuldade, os cristãos aprenderam a lição. Quando o medo reina, Deus não pode entrar, nem gerar vida nova (1Jo 4,18; Rm 8,14s). – Abro o meu coração e clamo: Vem, Senhor, morar comigo e com tua Igreja! Livra teu povo do medo que escraviza, do medo que enfraquece e causa desunião! Cresça em nós o Amor e a confiança em teu poder libertador! Amém” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).    

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 09 de julho de 2021

(Gn 46,1-7.28-30; Sl 36[37]; Mt 10,16-23) 

14ª Semana do Tempo Comum.

“Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes

e simples como as pombas” Mt 10,16.

“Quem pensaria enviar ovelhas no meio de lobos? Quanto tempo elas durariam? ‘É isso que eu estou fazendo, diz Jesus. Vão e percam todo o medo. Estou convosco’. A ideia não indica que as ovelhas deveriam ir para o meio de lobos, porém, viver e trabalhar entre elas. Os apóstolos estão caracterizados como ovelhas. Como tais, perderam toda a crueldade e influência da maldade do pecado. Lobos são as palavras humanas que violentam e matam quando animadas pelas perversões. Estas comparações produzem em nossas mentes a ideia do desamparo dos apóstolos entre as pessoas ímpias. As ovelhas ficam em desvantagem entre os lobos. O que Jesus realmente quis dizer é que a tarefa evangelizadora não seria fácil, porém Ele seria o protetor e instrutor. Tudo que iriam fazer seria como se o próprio Cristo estivesse no meio deles, confortando, ensinado, fortalecendo. Deveriam ter comportamentos adequados: ‘sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas’. O verbo no imperativo indica um comportamento constante. Desde o incidente de Gn 3 a serpente é considerada como animal de mente afiada. Não basta ser sábio. É preciso ser prudente, inteligente, afiado. A outra ideia é ser simples como pomba. Uma pomba não machuca ninguém. É símbolo da paz. É inocente e sem as misturas que são feitas aos vinhos depois de destilados. Nelas não existem falsidade e astúcias dos seres humanos. Agindo assim ninguém será julgado injustamente. A bondade sincera prevalecerá. Jesus envia seus representantes. Há perigos de sofrimentos e mortes. Há também esperanças de alegria e salvação. A tarefa não é fácil como já mencionamos, porém, a certeza de ter o Cristo por perto como orientador constante é motivo suficiente para encarar todos os desafios. Ele enviou os seus e prometeu estar sempre junto. – Senhor! Seja sempre o protetor da tua Igreja. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite