Quarta, 27 de maio de 2020

(At 20,28-38; Sl 67[68]; Jo 17,11-19) 

7ª Semana da Páscoa.

“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um” Jo 17,11.

“O Pai e o Filho são uma só realidade com unidade substancial; Jesus Cristo pede que haja entre os seus uma união semelhante à que existe entre o Pai e o Filho, isto é, pela fé, pelo espírito, pela caridade mútua reflita em nós a união substancial do Pai e do Filho. A unidade das três divinas pessoas em sua única e mesma natureza divina há de servir de modelo para a unidade, que deverá reinar entre os cristãos. Naturalmente é impossível conseguir essa união. As qualidades naturais são diferentes em cada um dos homens e mais nos separam do que nos unem; mas existe um meio para conseguir que essa união seja uma realidade: se vivermos todos intimamente unidos a Cristo pela graça e pelo amor, pois ao amar a Cristo não poderemos deixar de projetar esse amor ao próximo. Não se trata, pois, de destruir as diferenças naturais, que são muitas vezes a causa de nossas divisões, mas de superar essas diferenças e procurar conseguir que, se nossas diferenças pessoais nos separam, nos una o amor a Jesus Cristo, que esse amor nos aproxime uns dos outros e vincule intimamente a todos no coração de Cristo. Jamais se permita chegar a ser elemento de divisão entre aqueles que rodeiam você; esforce-se mais para unir; evite quanto possa separar os irmãos e cuide, preferivelmente, em ser um elemento de coesão e não se esqueça que o que mais une os corações é o amor” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave Maria).

Santo do Dia:

Santo Agostinho de Cantuária, bispo. Nascido em Roma, no primeiro terço do século VI, foi um monge beneditino que se tornou o primeiro arcebispo de Cantuária em 597. Antes de chegar a essa posição foi convocado pelo papa Gregório Magno para a evangelização daquela região que havia recaído na idolatria após a invasão dos saxões no século V e no VI, aproveitando que o rei Kent, Etelberto, desposou a princesa cristã Berta, filha do rei de Paris, e que tinha mandado edificar uma igreja e solicitou que alguns padres católicos viessem celebrar os sagrados ritos. Agostinho era o prior do mosteiro beneditino de santo André, cuja principal qualidade não era a coragem (em compensação era muito humilde e dócil), pois pediu ao papa que desistisse de tal missão. Para encorajá-lo o papa o nomeou abade e depois de sua partida com um grupo de monges, o fez bispo. Foi recebido pelo rei e sua esposa. O rei acompanhou os monges até à residência já fixada em Canterbury, no meio da estrada entre Londres e o mar, onde surgiu a célebre abadia que tomará o nome de Agostinho, coração e sacrário do cristianismo inglês. A obra missionária dos monges teve êxito inesperado, pois o próprio rei pediu o batismo, arrastando com seu exemplo milhares de súditos a abraçarem a religião. É considerado o ‘Apóstolo dos ingleses’ e o fundador da Igreja da Inglaterra. Morreu em 26 de maio de 604 e foi sepultado na igreja que traz o seu nome onde passou a ser venerado como santo.

 Pe. João Bosco Vieira Leite