(At 20,28-38; Sl 67[68]; Jo 17,11-19)
7ª Semana da Páscoa.
“Pai santo, guarda-os
em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos
um” Jo 17,11.
“O Pai e o Filho são
uma só realidade com unidade substancial; Jesus Cristo pede que haja entre os
seus uma união semelhante à que existe entre o Pai e o Filho, isto é, pela fé,
pelo espírito, pela caridade mútua reflita em nós a união substancial do Pai e
do Filho. A unidade das três divinas pessoas em sua única e mesma natureza
divina há de servir de modelo para a unidade, que deverá reinar entre os
cristãos. Naturalmente é impossível conseguir essa união. As qualidades
naturais são diferentes em cada um dos homens e mais nos separam do que nos
unem; mas existe um meio para conseguir que essa união seja uma realidade: se
vivermos todos intimamente unidos a Cristo pela graça e pelo amor, pois ao amar
a Cristo não poderemos deixar de projetar esse amor ao próximo. Não se trata,
pois, de destruir as diferenças naturais, que são muitas vezes a causa de
nossas divisões, mas de superar essas diferenças e procurar conseguir que, se
nossas diferenças pessoais nos separam, nos una o amor a Jesus Cristo, que esse
amor nos aproxime uns dos outros e vincule intimamente a todos no coração de
Cristo. Jamais se permita chegar a ser elemento de divisão entre aqueles que
rodeiam você; esforce-se mais para unir; evite quanto possa separar os irmãos e
cuide, preferivelmente, em ser um elemento de coesão e não se esqueça que o que
mais une os corações é o amor” (Alfonso Milagro – O Evangelho
meditado para cada dia do ano – Ave Maria).
Santo do Dia:
Santo Agostinho de
Cantuária, bispo. Nascido em Roma, no primeiro terço do século VI, foi um monge
beneditino que se tornou o primeiro arcebispo de Cantuária em 597. Antes de
chegar a essa posição foi convocado pelo papa Gregório Magno para a
evangelização daquela região que havia recaído na idolatria após a invasão dos
saxões no século V e no VI, aproveitando que o rei Kent, Etelberto, desposou a
princesa cristã Berta, filha do rei de Paris, e que tinha mandado edificar uma
igreja e solicitou que alguns padres católicos viessem celebrar os sagrados
ritos. Agostinho era o prior do mosteiro beneditino de santo André, cuja
principal qualidade não era a coragem (em compensação era muito humilde e
dócil), pois pediu ao papa que desistisse de tal missão. Para encorajá-lo o
papa o nomeou abade e depois de sua partida com um grupo de monges, o fez
bispo. Foi recebido pelo rei e sua esposa. O rei acompanhou os monges até à
residência já fixada em Canterbury, no meio da estrada entre Londres e o mar,
onde surgiu a célebre abadia que tomará o nome de Agostinho, coração e sacrário
do cristianismo inglês. A obra missionária dos monges teve êxito inesperado,
pois o próprio rei pediu o batismo, arrastando com seu exemplo milhares de
súditos a abraçarem a religião. É considerado o ‘Apóstolo dos ingleses’ e o
fundador da Igreja da Inglaterra. Morreu em 26 de maio de 604 e foi sepultado
na igreja que traz o seu nome onde passou a ser venerado como santo.
Pe. João Bosco Vieira Leite