6º Domingo da Páscoa – Ano A

(At 8,5-8.14-17; Sl 65[66]; 1Pd 3,15-18; Jo 14,15-21).

1. Nos aproximando da festa de Pentecostes, a liturgia nos põe na compreensão dos caminhos do Espírito. O evangelho é que melhor nos introduz nessa reflexão.

2. O Espírito nos é dado como dom dessa passagem de Cristo pela morte, dom da Páscoa, ao mesmo tempo que Ele se torna a nova presença de Jesus entre os seus.

3. Mesmo procedendo da iniciativa do Pai e do Filho, o Espírito é uma pessoa distinta que vem como um ‘defensor’, um ‘advogado’, ao mesmo tempo que guia na vontade divina, consola e protege na Sua identificação com o agir do Mestre.

4. Jesus deixa claro que Ele irá, mas inaugurará, pelo Espírito, um novo jeito de estar com seus discípulos, com a comunidade cristã.

5. A concretização desse novo modo de estar se percebe na 1ª leitura. Na ação do diácono Filipe, no agir de Pedro e João, confirmando no Espírito aqueles que tinham sido batizados na Samaria.  Tudo isso é fruto daquele momento vivido pelos discípulos no dia de Pentecostes.

6. Jesus já havia dito a Nicodemos que o Espírito sopra onde quer. Assim sabemos que Ele está na Igreja e para além dela. Mas a ação de Jesus deixa para nós essa intuição que na vida comunitária Ele age de modo sensível e preponderante. Assim testemunha o próprio livro dos Atos dos Apóstolos.

7. Numa leitura atenta veremos o que significa a ação do Espírito na vida cristã. Desde o Batismo, habitando em cada ser humano, Ele ajuda nesse ‘gerar e formar Cristo em nós’.

8. O Espírito sustenta a unidade da comunidade, inspira e impulsiona a comunidade na ação evangelizadora. Nada mais claro para percebermos o Espírito como o grande dom Pascal. Será que percebemos a Sua ação em nossas comunidades de fé?

9. Precisamos desse mesmo Espírito para sabermos e entendermos a necessidade de testemunhar aquilo que cremos, quais as razões de nossa fé, e para a prática do bem, segundo Pedro na 2ª leitura.

10. “É evidente que a fé pascal e a esperança cristã não são um narcótico que suprima a dureza da vida, nem a limitação da morte, nem os vestígios desta, presente no penar e sofrer dos humanos. Mas também é certo que o que crê e espera, mantém um perfil distinto frente a estas realidades negativas da existência; porque a ressurreição de Cristo fundamenta a esperança da nossa” (B. Caballero – A Palavra de cada Domingo – Paulus). 

Pe. João Bosco Vieira Leite