Segunda, 04 de maio de 2020


(At 11,1-18; Sl 41[42]; Jo 10,11-18) 
4ª Semana da Páscoa.

“Ao ouvirem isso, os fiéis de origem judaica se acalmaram e glorificavam a Deus, dizendo:
‘Também os pagãos Deus concedeu a conversão que leva para a vida!’”(At 11,18).

“O ‘fazei discípulos de todas as nações’ já estava morrendo na geração em que fora dado, talvez no mesmo ano! E não era esquecimento ou relaxamento. Era convicção: não se devia pregar o Evangelho a quem não fosse judeu; pregar a pagãos era uma grande heresia. Como conceder a salvação a quem não descendesse dos gloriosos patriarcas do Antigo Testamento? No entanto, anunciar o Evangelho a todos era não só possível como também desejável, até obrigatório, porque tinha a Igreja cristã uma mensagem universal, que é a razão de ser da Igreja cristã igualmente universal. Restrita, porém, a um grupo de judeus circuncidados guardando firmemente as tradições judaicas todas, o que restaria ao cristianismo senão ser mais uma cerca entre os pagãos e os seguidores de Cristo? Bom, outras cercas foram erigidas em gerações futuras porque o velho homem gosta de cercas como, hoje, as levantadas na Europa em relação aos muçulmanos. Porque os líderes cristãos não veem nisso uma oportunidade para trazer a Cristo aqueles milhões que se debatem na ignorância, nas guerras e na fome? Será que lhes falta fé? Será, então, necessária uma nova manifestação do Espírito para mostrar por sinais que aquele que morreu na cruz e ressuscitou ao terceiro dia só o fez por ser o Salvador de toda a humanidade? Na verdade, o Espírito sempre se manifesta com seus dons. Basta que a Palavra seja pregada para se reconhecer que a todos os cristãos pode nosso Deus conceder conversão para a vida. – Senhor Deus, a omissão é o nosso grande pecado mesmo quando oportunidades imensas nos são apresentadas. Aumenta-nos a fé para aproveitá-las e mesmo ir atrás das oportunidades que não se mostram tão abertas como gostaríamos que estivessem. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

Santo do Dia:
S. Ciríaco – Bispo e mártir. Sem dados precisos, recolheu-se alguns testemunhos a respeito desse santo que é padroeiro de Ancona (Itália). Ele era um hebreu chamado Judas que trocou seu nome para Ciríaco (nome de origem grega, quer dizer ‘Patrício’, muito usado no mundo romano). Teria assistido aos trabalhos para encontra a Cruz de Cristo na cidade santa, promovidos pelos bispos de Jerusalém e por Helena, a piedosa mãe do imperador Constantino (estamos entre os séculos IV e V). Foi eleito bispo de Jerusalém e aí teria sido martirizado, junto com a mãe de nome Ana, durante a perseguição de Juliano Apóstata. Mas segundo a tradição da cidade de Ancona, logo que se converteu e tendo mudado de nome por ocasião de seu batismo, teria abandonado a Palestina para se estabelecer na Itália, fixando-se finalmente em Ancona. Aqui foi eleito bispo e após longo período de vida episcopal, carregado de merecimentos, quis cumprir uma última peregrinação à Terra Santa, para rever a pátria de Jesus e da sua juventude. Aqui encontraria a espada do último perseguidor romano, Juliano, o Apóstata. 

Pe. João Bosco Vieira Leite