Quinta, 28 de maio de 2020

(At 22,30; 23,6-11; Sl 15[16]; Jo 17,20-26) 

7ª Semana da Páscoa.

“Eu lhes fiz conhecer o teu nome e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles e eu mesmo esteja nele” Jo 17,26.

“O Cap. 17 do Evangelho de João apresenta um grande discurso de despedida de Jesus, uma verdadeira oração por todos nós, a partir dos discípulos e de seus seguidores. A perspectiva não é a separação, ou de que tudo iria acabar, mas Jesus mantém um tom de esperança, de quem acredita que a consumação necessária garantirá a comunhão de todos, com o Pai, por Ele, no Espírito Santo. Os discípulos não entendem o que se aproxima. Como poderiam? Até Jesus tem medo, humanamente anseia por evitar o sofrimento. Mas jamais pensa em desistir, jamais deixa o medo ser a referência. O critério de seu agir é o amor, gratuito, pleno e concreto, que gera serviço e doação. É justamente nesse amor que nos é garantida a comunhão com Deus, é justamente esse amor que supera a separação, e que aproxima, que une. Para todo aquele que conhece Jesus Cristo, o amor tem de se tornar critério que ilumina as decisões diárias, as escolhas feitas por cada um, que dá sentido a um modo de agir todo próprio de quem acredita num mundo melhor, não caído do céu no futuro, mas construído já aqui, por cada um de nós. É esse projeto, esse sonho comum que nos une. É ao mesmo tempo o que fortalece e alimenta o caminhar. O nome tem um valor muito grande na cultura judaica, representa a totalidade da pessoa. Conhecer o nome de Deus é conhecer ao próprio Deus, seu modo de ser, sua ação no mundo, sua vontade e projeto para a criação. Também não é um conhecer intelectual. A Deus se conhece com o coração! – Tu, Senhor, és nosso único Deus, só Tu é quem dá sentido e valor a todas as coisas. Queremos caminhar cada dia com teu sonho como referencial, fazendo dele também nosso sonho. Queremos anunciar teu nome como fonte de inspiração e motivação, como sinal da esperança que não pode acabar e que move nosso caminhar. Amém!  (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Beda Venerável, presbítero e doutor da Igreja. Beda em língua saxônica quer dizer oração. Nascido em 672 de uma modesta família operária de Newcastle, recebeu sua formação nos dois mosteiros beneditinos de Wearmouth e Jarrow, e neste último foi ordenado aos 22 anos. As maiores satisfações da sua vida foram por ele mesmo compendiadas em três verbos: aprender, ensinar, escrever. A maior parte de sua obra de escritor tem origem e fim no ensinamento. Escreveu sobre filosofia, cronologia, aritmética, gramática, astronomia, música, medicina, e exemplo do espanhol santo Isidoro. Mas são Beda é antes de tudo um teólogo, de uma linguagem fluida e simples, acessível a todos. Ele é apresentado como um dos pais de toda a cultura posterior, influindo através da escola de York e da escola carolíngia sobre toda a cultura europeia. Morreu com 63 anos na abadia de Jarrow, na Inglaterra, após ter ditado a última página de um dos seus livros e ter recitado o ‘glória ao Pai’ em 25 de maio de 735.

Pe. João Bosco Vieira Leite