(At 12,24—13,5; Sl 66[67]; Jo 12,44-50)
4ª Semana da Páscoa.
“Jesus exclamou em
alta voz: ‘Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou.
Quem me vê, vê aquele
que me enviou’” Jo 12,44-45.
“A união entre o Pai
e o Filho é tão profunda que quem vê um encontra o outro. É Jesus mesmo que
diz: ‘quem me viu, viu o Pai’ (Jo 14,9). Do Pai nada vemos diretamente, pois,
ele habita numa luz inacessível. Por definição o Pai é o mistério abissal. Tudo
se origina dele, mas Ele mesmo é sem origem. Por isso o Pai é em si impensável
e absolutamente impenetrável. Caso contrário o mistério de Deus-Pai não seria
radical. Entretanto, tudo o que o Pai tem passa ao Filho. O Filho torna
revelado o que estava eternamente oculto. O Filho é Palavra que tudo decifra.
Ora, esse Filho assumiu a nossa humanidade. Ele é um dos nossos. O que nossos
olhos viram, o que nossas mãos apalparam, o que nossos ouvidos ouviram e o que
nosso entendimento captou, é a realidade amorosa do Filho. E o Filho está tão
unido ao Pai e o Pai está presente no Filho que ao contemplar o Filho
discernimos o próprio Pai. O Pai tem agora um rosto. É o rosto humano de Jesus,
de uma humanidade completa e por isso masculina e feminina simultaneamente.
Portanto, Deus é Pai de infinita bondade e também Mãe de ilimitada ternura.
Agora podemos sossegar na nossa insaciável busca de Deus. Ele se encontra
totalmente revelado na santa humanidade de Jesus. – Ó Pai, Te
agradecemos infinitamente por nos terdes enviado vosso Filho e nosso Irmão
Jesus. Por Ele conseguimos contemplar Teu mistério de bondade e de ternura. És
nossa querida Mãe eterna, és nosso terno Pai infinito. Receba-nos em Teu regaço
para descansarmos para sempre. Amém” (Leonardo Boff
– Graças a Deus [1995] – Vozes).
Santo do Dia:
S. Lúcio de Cirene – Existem pelo
menos 22 santos com este nome. Hoje é festejado, segundo as indicações do
Martirológio Romano, o mais antigo e desconhecido de todos: “Em Cirene, na
Líbia (festeja-se) são Lúcio bispo, de quem faz menção são Lucas nos Atos dos
Apóstolos”. Na realidade a menção de S. Lucas é muito pouca (13,1), cita apenas
o seu nome entre profetas e doutores que compunham o governo da Igreja de
Antioquia.
Pe. João Bosco Vieira Leite