Sábado, 16 de maio de 2020

(At 16,1-10; Sl 99[100]; Jo 15,18-21) 

5ª Semana da Páscoa.

“Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa” Jo 15,20c.

“Podeis também, se quiserdes, merecer este nome de mensageiro. Com efeito, se cada um de vós, segundo suas possibilidades, na medida em que recebeu a inspiração celeste, afasta seu próximo do mal e o conduz ao bem, se ele lembra ao que está afastado o Reino e o suplício que o espera na eternidade, ele é evidentemente o mensageiro das Palavras de Jesus. E que ninguém venha a dizer: eu sou incapaz de instruir aos outros, de exortá-los. Fazei ao menos o possível, para que um dia não se vos peça conta do talento recebido desastradamente conservado. Porque não havia recebido mais de um talento quem preferiu escondê-lo a multiplica-lo. Arrastai outros convosco; que eles sejam vossos companheiros no caminho que leva a Deus. Quando encontrardes, indo à praça ou ao banho, algum desocupado, convidai-o a acompanhar-vos. Porque vossas ações terrestres servem também para vos unir aos outros. Ides a Deus? Procurai não chegar só. Aquele que, no seu coração, ouviu o apelo do Amor Divino tire dele para seu próximo uma palavra de encorajamento. Talvez não tenhais pão para dar a um mendigo; mas quem tem uma língua pode dar mais que pão. Porque alimentar com a Palavra uma alma destinada a viver eternamente é melhor que saciar de pão terrestre um corpo que deve morrer um dia. Guardai-vos, pois, de privar vosso próximo da esmola da Palavra. É uma advertência que faço a mim mesmo e a vós. Que vossas conversas inúteis tornem-se de agora em diante edificação do próximo. Atendei à rapidez com a qual decorre nossa vida; vede a verdade do juiz que deve vir” (S. Gregório Magno – Homilia sobre o Evangelho – Ed. Beneditina Ltda.)

 

Santo do Dia:

São João Nepomuceno, presbítero mártir. Nasceu em Pomuk, na Boêmia, em 1330; daí seu nome de Nepomuceno; seus pais eram pobres, e estavam em idade avançada quando tiveram este filho pela intercessão da Santíssima Virgem. Para sempre se lembrar da afeição que devia ter para com a Virgem, deram-lhe o nome de João. Desde bem jovem aprendeu os responsos da missa e servia sempre que participava das mesmas. Logo encaminhado para os estudos, colou grau de doutor em teologia e direito canônico. Desde os primeiros anos sentiu forte inclinação para o sacerdócio e para isso havia destinado todos os seus estudos. Não se apresentou ao bispo senão depois de ter passado um mês de retiro e purificado a alma pela oração, jejum e mortificação. Assim que recebeu a unção sacerdotal, ordenaram-lhe fizesse valer o raro talento que tinha para a pregação. A sua fama de orador sacro conduziu-o à Corte, onde ocupava os cargos de capelão e confessor. Foi considerado um mártir da confissão, e os habitantes de Praga têm uma grande veneração por este santo que o rei Venceslau fez encarcerar e, depois de o torturar, mandou afoga-lo no rio Moldávia, na Vigília da Ascensão de 1393. Quanto aos fatos que o levaram ao martírio ainda não são bem conhecidos, e dificilmente virão a ser. Narra-se que o rei exigira dele a violação do segredo da confissão da rainha, ao que ele, como bom sacerdote se opôs. Narra-se também que João teria querido defender os direitos da Igreja contra as pretensões do rei, que desejava a constituição de um novo episcopado na Boêmia. Foi canonizado em 1729.

  Pe. João Bosco Vieira Leite