(At 16,1-10; Sl 99[100]; Jo 15,18-21)
5ª Semana da Páscoa.
“Se guardaram a minha
palavra, também guardarão a vossa” Jo 15,20c.
“Podeis também, se
quiserdes, merecer este nome de mensageiro. Com efeito, se cada um de vós,
segundo suas possibilidades, na medida em que recebeu a inspiração celeste,
afasta seu próximo do mal e o conduz ao bem, se ele lembra ao que está afastado
o Reino e o suplício que o espera na eternidade, ele é evidentemente o
mensageiro das Palavras de Jesus. E que ninguém venha a dizer: eu sou incapaz
de instruir aos outros, de exortá-los. Fazei ao menos o possível, para que um
dia não se vos peça conta do talento recebido desastradamente conservado.
Porque não havia recebido mais de um talento quem preferiu escondê-lo a
multiplica-lo. Arrastai outros convosco; que eles sejam vossos companheiros no
caminho que leva a Deus. Quando encontrardes, indo à praça ou ao banho, algum
desocupado, convidai-o a acompanhar-vos. Porque vossas ações terrestres servem
também para vos unir aos outros. Ides a Deus? Procurai não chegar só. Aquele
que, no seu coração, ouviu o apelo do Amor Divino tire dele para seu próximo
uma palavra de encorajamento. Talvez não tenhais pão para dar a um mendigo; mas
quem tem uma língua pode dar mais que pão. Porque alimentar com a Palavra uma
alma destinada a viver eternamente é melhor que saciar de pão terrestre um
corpo que deve morrer um dia. Guardai-vos, pois, de privar vosso próximo da
esmola da Palavra. É uma advertência que faço a mim mesmo e a vós. Que vossas
conversas inúteis tornem-se de agora em diante edificação do próximo. Atendei à
rapidez com a qual decorre nossa vida; vede a verdade do juiz que deve vir” (S. Gregório
Magno – Homilia sobre o Evangelho – Ed. Beneditina Ltda.)
Santo do Dia:
São João Nepomuceno, presbítero mártir.
Nasceu em Pomuk, na Boêmia, em 1330; daí seu nome de Nepomuceno; seus pais eram
pobres, e estavam em idade avançada quando tiveram este filho pela intercessão
da Santíssima Virgem. Para sempre se lembrar da afeição que devia ter para com
a Virgem, deram-lhe o nome de João. Desde bem jovem aprendeu os responsos da
missa e servia sempre que participava das mesmas. Logo encaminhado para os
estudos, colou grau de doutor em teologia e direito canônico. Desde os
primeiros anos sentiu forte inclinação para o sacerdócio e para isso havia
destinado todos os seus estudos. Não se apresentou ao bispo senão depois de ter
passado um mês de retiro e purificado a alma pela oração, jejum e mortificação.
Assim que recebeu a unção sacerdotal, ordenaram-lhe fizesse valer o raro
talento que tinha para a pregação. A sua fama de orador sacro conduziu-o à
Corte, onde ocupava os cargos de capelão e confessor. Foi considerado um mártir
da confissão, e os habitantes de Praga têm uma grande veneração por este santo
que o rei Venceslau fez encarcerar e, depois de o torturar, mandou afoga-lo no
rio Moldávia, na Vigília da Ascensão de 1393. Quanto aos fatos que o levaram ao
martírio ainda não são bem conhecidos, e dificilmente virão a ser. Narra-se que
o rei exigira dele a violação do segredo da confissão da rainha, ao que ele,
como bom sacerdote se opôs. Narra-se também que João teria querido defender os
direitos da Igreja contra as pretensões do rei, que desejava a constituição de
um novo episcopado na Boêmia. Foi canonizado em 1729.
Pe. João Bosco Vieira Leite