Quinta, 1 de julho de 2021

(Gn 22,1-19; Sl 114[115]; Mt 9,1-8) 

13ª Semana do Tempo Comum.

“Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham,

Jesus disse ao paralítico: ‘Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! ’” Mt 19,2.

“A declaração de que os pecados do homem paralítico tinham sido perdoados causou espanto nos adversários de Jesus. Pareceu-lhes ser uma ofensa a Deus o que tinham acabado de ouvir. Como alguém, no caso Jesus, tinha a ousadia de usurpar um poder divino? Não podiam aceitar a afirmação do Mestre. Para eles, não passava de uma autêntica blasfêmia. Jesus não se dobrou a esta interpretação maldosa e errada de sua ação. Pelo contrário, declarou-se capaz de fazer algo mais, próprio de Deus: curar a paralisia daquele homem. Demonstrando seu poder de curar, Jesus manifestou sua condição de Filho do Homem, revestido de poderes que lhe foram conferidos pelo Pai, para agir em nome dele. Assim, Jesus, que perdoou os pecados daquele homem, também o libertou da sua limitação física. Portanto, ao agir, Jesus se não prevalecia de um poder que não lhe pertencia. Ele não era um inimigo de Deus. Antes, o instrumento escolhido por seu Pai para que a humanidade se beneficiasse da ação divina de perdoar os pecados e de curar as pessoas de seus males. O duplo gesto de Jesus deu-se na mais total fidelidade a Deus, pois não era um concorrente nem usurpador dos poderes divinos. Contemplar os gestos poderosos de Jesus era como ver Deus prodigalizando seus benefícios à humanidade. Os inimigos do Mestre, porém, se recusavam a curvar-se diante da evidência. – Senhor Jesus, que eu contemple, nos teus gestos poderosos, a prodigalidade do amor de Deus à humanidade (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 30 de junho de 2021

(Gn 21,5.8-20; Sl 33[34]; Mt 8,28-34) 

13ª Semana do Tempo Comum.

“Quando Jesus chegou à outra margem do lago, na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos” Mt 8,28a.

“Os dois possessos simbolizam a existência humana atormentada, para a qual Jesus se apresenta como esperança de salvação. Os dos eram gadarenos, moradores das regiões vizinhas de Israel. A referência aos porcos alude à condição de região impura, aonde a mensagem da salvação não chegou. A alusão aos demônios significa que, aí, imperam as forças do mal, com poder de oprimir as pessoas, a ponto de torna-las antissociais. Por isso, os possessos viviam nos túmulos, lugar considerado impuro pela religião judaica. A presença de Jesus põe em polvorosa as forças do mal. Trava-se, então, uma batalha entre ele e os demônios, símbolo de tudo quanto oprime o ser humano. As forças do mal são vencidas pela palavra de Jesus, com seu poder libertador. E se descortina para o ser humano liberto nova possibilidade de vida, sem as amarras que o mantêm cativo, impedindo-o de se realizar como filho de Deus. Os discípulos do Reino são chamados a ajudar no processo de libertação a quem, como os possessos, vivem atormentados pelos maus espíritos. – Senhor Jesus, faze de mim instrumento de libertação para todos os quanto vivem oprimidos pelas forças do mal, incapazes de fazer o bem (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Terça, 29 de junho de 2021

(Gn 19,15-29; Sl 25[26]; Mt 8,23-27) 

13ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé? ’ Então, levantando-se,

ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria” Mt 8,26.

“Cristo está chamando e preparando discípulos para o Reino celestial. As principais aulas teóricas já tinham acontecido no Sermão da Montanha. Agora estes alunos teriam que enfrentar aulas práticas. Todos estavam maravilhados com a doutrina de Jesus, porém vacilam como experientes pescadores. A tempestade chegou e Jesus quando atravessavam o Mar da Galileia. Seria natural encarrarem aquela dificuldade, afinal, era muito comum na região. O medo aperta e, na hora da provação, a fé vacila. Logo acordam Jesus e clamam por ajuda. A resposta de Jesus é uma constatação de que ali estava um grupo de pessoas ainda despreparadas para a obra maior. A fé sempre foi uma prerrogativa para Deus contar positivamente com uma pessoa. Nada como ter Jesus por perto. Mesmo chamando a atenção deles, aquilo que se seguiu foi satisfatório e libertador. A calma voltou a reinar na natureza e nos corações destes aprendizes. As tempestades que estão à nossa volta podem nos causar medo e nos fazer soçobrar. Precisamos de uma fé fortalecida nos ensinamentos de Jesus para vencer as dificuldades. Nosso povo se contenta com uma fé pequena e, às vezes, até confunde com superstições. É preciso saber usar o ‘escudo da fé’ que coloca o cristão na vanguarda em defesa do Reino. É muito importante saber manter a serenidade e a confiança no Deus verdadeiro, mesmo quando as tentações ou problemas parecem querer dominar. A confiança em Deus sempre presente será o caminho para enfrentar com lucidez e coragem a solução dos problemas. Quando as provações vierem repentinamente, cuidemos da nossa fé, lembrando-nos que Jesus prometeu estar sempre conosco até o fim da nossa existência. Acreditar nele e vivenciar cada dia a nossa fé é o sinal claro de crescimento. – Eu creio em ti, Senhor, pois Tu sofreste a dor por mim na cruz. Vem, ouve meu orar, a culpa vem tirar e fazer-me ficar só teu, Jesus. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 28 de junho de 2021

(Gn 18,16-33; Sl 102[103]; Mt 8,18-22) 

13ª Semana do Tempo Comum.

“Mas Jesus lhe respondeu: ‘Segue-me e deixa que os mortos sepultem seus mortos’” Mt 8,18.

“O discipulado cristão é exigente. A exigência principal consiste nas rupturas necessárias para a adesão sincera ao Reino de Deus. O escriba parecia bem-intencionado e disposto a estar com o Mestre onde quer que fosse. Este, porém, alertou-o quanto às implicações desse gesto de disponibilidade. O seguimento supunha fazer a experiência de insegurança material, a ponto de não ter onde repousar a cabeça. Se buscava conforto e bem-estar, a prudência aconselhava não dar o passo, para evitar frustrações. Se tivesse disposição para enfrentar a vida de pobreza, então, sim, poderia vir. O discípulo, por sua vez, pede ao Mestre permissão para enterrar o pai, antes de segui-lo. A resposta de Jesus parecia ríspida: ‘Segue-me, e deixa aos mortos enterrarem seus mortos’. Por que não lhe permitir fazer um gesto de piedade filial, em conformidade com o preceito religioso de ‘honrar pai e mãe’? Com certeza, o Mestre percebeu no discípulo sinais de apego exagerado à família, a ponto de perder a liberdade para dar o passo decisivo do seguimento. Daí ter exigido dele um gesto de ruptura, como forma de educa-lo para o discipulado. Para cada discípulo do Reino existem exigências concretas de ruptura. Sem desapego de coração, o seguimento do Mestre fica inviabilizado. – Senhor Jesus, dá-me um coração livre de desapegos, para que eu esteja sempre pronto a seguir-te aonde fores (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

13º Domingo Comum – Ano B

(Sb 1,13-15; 2,23-24; Sl 29[30]; 2Cor 8,7.9.13-15; Mt 5,21-43).

1. Neste evangelho que acompanhamos, temos mais dois milagres realizado por Jesus. Um está inserido no outro, pois têm muito em comum. Em ambos realiza-se a salvação da pessoa, algo mais profundo e transcendental que o resultado físico. Mesmo que a vida e a saúde tenham sua importância.

2. As duas mulheres têm em comum a cifra de doze anos de idade e de doze anos também de enfermidade. Uma fé humilde, seja do pai da menina ou da mulher que toca o manto de Jesus. Os dois casos servem a um aperfeiçoamento da fé dos discípulos de Jesus. Insistindo na fé, evita-se mal-entendidos de magia por parte de Jesus.

3. Assim como aconteceu com Lázaro e o filho da viúva de Nain, a reanimação da filha de Jairo tem uma condição de sinal, pois manifesta o poder de Cristo sobre a morte e revela a chegada do Reino de Deus presente em Jesus. Ao mesmo tempo aponta para a Ressurreição de Cristo e a nossa com Ele.

4. Em nossa existência se expressa um grande amor que nos precede: o de nossos pais e de Deus. Essa presença amorosa se estende nas várias relações que estabelecemos. Mas a vida é uma moeda de duas caras. Com frequência aparece também a dor e o sofrimento. Há muita negação da vida em nosso mundo.

5. Para aquele, porém, que segue a Cristo, o sofrimento e a enfermidade, a vida e a morte, têm sentido novo: é a gênese dolorosa, mas fecunda, do novo céu e da nova terra na qual habita a justiça. 

6. O fenômeno da morte é um fato de todos os dias, como o da vida. Um mistério que nos envolve e nos faz sofrer. A 1ª leitura tenta dar uma resposta e encaminha nossa reflexão. Paulo, fazendo referência ao Gênesis, nos diz que a morte entra em nossa história por causa do pecado e da desobediência. E aqui nos perderíamos numa série de argumentos bíblicos para entendermos seu pensamento.

7. A fé quer nos lembrar que essa mesma morte que entrou na nossa história por causa do pecado, será vencida quando o onipotente e misericordioso Salvador recolocar o ser humano na salvação perdida pelo pecado. Em Jesus Deus nos atrai a uma comunhão sempre maior.

8. Como na vida de Jesus, na de cada um de nós é o amor quem dá fecundidade à dor, engendrando vida através precisamente da morte. Condição indispensável de vida é morrer previamente em atos de amor. Pois sem se dar, sem viver com os outros, sem se esquecer de si mesmo, é impossível a fecundidade pessoal e cristã.

9. Cristo nos veio dizer que a vida não termina, ela se transforma, num processo de três etapas consecutivas: vida, morte e vida nova por meio precisamente da morte. Para o cristão, como para Cristo, a morte é uma autêntica metamorfose. Ressurreição é algo diferente de simplesmente prolongar a vida.

10. Paulo nos deixa um último recado: a vida se plenifica na partilha do que somos e temos. Porque tudo isso e muito mais ainda, constitui a vida e toda sua plenitude. Compartilhar a vida é a vitória do amor sobre o egoísmo, da vida sobre a morte, cujo nefasto cortejo compõem a necessidade e a fome, a doença e a incultura. 

 Pe. João Bosco Vieira Leite


Sábado, 26 de junho de 2021

(Gn 18,1-15; Sl Lc 1; Mt 8,5-17) 

12ª Semana do Tempo Comum.

“Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado e disse aos que o seguiam: ‘Em verdade vos digo,

nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé’” Mt 8,10.

“Estas palavras, Cristo as pronuncia referindo-se ao centurião, que lhe pede a cura de seu empregado. Quando lhe diz que irá curá-lo em sua própria casa, ouve dele uma profissão de humildade, em afirmando não ser digno de que nela o Mestre entrasse. Vale, de logo, observar. Em que pese o centurião ter-se revelado um homem humilde, não é a sua humildade o que o Senhor exalta. O que Jesus exalta é a sua fé. E por quê? Para quê? Para mostrar exatamente a importância do ato de crer. Era porque o centurião possuía uma fé verdadeira que se apresentou destituído de qualquer laivo de vaidade. O que nos leva a concluir que se muita gente consente em ser dominada pela arrogância, pela presunção é porque não crê. Deixando de acreditar que só Jesus é o Senhor, vive como se o senhorio à pessoa pertencesse e não à pessoa dele. Lutando pelo amadurecimento de nossa fé estamos, ao mesmo tempo, lutando pela conquista da humildade, esta que nos torna grandes, ainda que sejamos pequenos. A fé é fonte de humildade. A descrença, de orgulho. – Senhor, nem sempre temos a fé que deveríamos ter. Dai que a tenhamos e mesmo que não vás à nossa casa, o que ela necessitar de cura, curado seja, como o foi o servo do centurião. Amém” (João Bosco Barbosa – Graças a Deus [1995] – Vozes). 

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 25 de junho de 2021

(Gn 17,1.9-10.15-22; Sl 127[128]; Mt 8,1-4) 

12ª Semana do Tempo Comum.

“Então Jesus lhe disse: ‘Olha, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote

e faze a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunho para eles’” Mt 8,4.

“A lei determinava que apenas o sacerdote tinha o direto de declarar quando alguém estava condenado, pela lepra, a viver separado dos demais. Também ele é que autorizava o retorno à convivência, nos raríssimos casos de cura. O intrigante é que o Mestre, ao realizar o milagre, pede segredo. Não veio ele para comunicar a todos a verdade do Reino? Devia dizer ‘olhe, vai dizer a todos que fui eu quem te curou... foi a graça de Deus... ‘ Nada. Ele pede silêncio. Ao recomendar segredo ao leproso curado, Jesus mostra uma sensibilidade muito humana em ao menos dois aspectos: Ele não quer publicidade para si mesmo. Não quer ser um milagreiro, sair carregado nos braços do povo. Quando isso acontece ele se retira para um lugar deserto. Os sinais que realiza têm outro propósito que é apontar para a realidade do Reino. O outro aspecto: a lepra do evangelho significa a doença vergonhosa, a incapacidade total de superação e reerguimento. A lepra representa o pecado que nos oprime a consciência, derrota os nossos propósitos, impede o convívio, nos amarra na solidão. Temos tantas vezes consciência clara de nossa enfermidade interior e achamos nem mais merecer o perdão. Como seria bom se, nessa hora, aquele que nos perdoa a dívida nos desse apenas um abraço e dissesse: ‘Olha, não digas nada a ninguém...” – ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti! ’ dizia o filho pródigo ao voltar. Não quisestes nem escutar as suas desculpas, pois conheces a sinceridade do coração. Com um abraço acolhei-nos também a nós e dai-nos de novo a dignidade de filhos e herdeiros do vosso Reino. Amém (João Bosco Barbosa – Graças a Deus [1995] – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 24 de junho de 2021

(Is 49,1-6; Sl 138[139]; At 13,22-26; Lc 1,57-66.80) 

São João Batista.

“Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho” Lc 1,57.

“A promessa de descendência é sinal de sobrevivência para o povo, mas também da graça de Deus, que concede à família o milagre de gerar uma vida. Para uma mulher, chegar à idade avançada sem filhos era uma vergonha, motivo de tristeza e desonra. Mas é justamente da fragilidade que brota a força de Deus, e os relatos bíblicos de concepção na velhice querem ressaltar a ação de Deus, através do ser humano, mas de uma forma a deixar bem claro que, diante dele, nós somos pequenos, frágeis, incapazes quando sozinhos, que ele é nossa força, nossas possibilidades e inspiração. Isabel, na velhice, dá à luz ao precursor, àquele que veio para anunciar os caminhos do Messias prometido. Isabel traz à luz da existência todo um projeto de Deus, que assume nossa fragilidade – a fragilidade da idosa que não pode conceber, da criança que não pode se defender, do profeta que não sabe falar em público – para transforma-la e manifestar a verdadeira força que brota quando confiamos em Deus. Isabel dá à luz a voz que grita no deserto, que anuncia incessantemente aquele que batizará com fogo e com o Espírito. Ela gera anúncio e vida. O gerar, o dar à luz é expressão do poder de Deus – Senhor da vida – e como tal é sagrado. Também nossas atitudes e escolhas diárias precisam ser capazes de gerar vida e sentido para aqueles que estão à nossa volta. Cada vez que testemunhamos nossa fé, é o próprio Deus quem se faz presente, concretamente, entre nós. O testemunho é sempre na caridade, no amor fraterno, no perdão e no serviço. – Deus, que atendeste o clamor de tua serva Isabel, e nela também fizeste maravilhas, Tu és a fonte e o Senhor da vida. Hoje tantas mulheres ainda sonham com o dom da maternidade, e tantas não conseguem reconhecer tua graça agindo na geração da vida. Auxilia-nos a garantir a dignidade da pessoa humana em qualquer situação, a fim de que não deixemos ninguém desamparado, em todas as realidades. Amém! ”  (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 23 de junho de 2021

(Gn 15,1-12.17-18; Sl 104[105]; Mt 7,15-20) 

12ª Semana do Tempo Comum.

“Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má produz frutos maus” Mt 7,17.

“A semente que cai na beira da estrada é pisoteada e levada pelo vento. A semente que cai entre espinhos cresce, mas os espinhos crescem mais e a sufocam. A semente que cai entre as rochas não consegue criar raízes, não cresce e não vai produzir. A quem cai em terreno bom, cresce, produz 30, 60 u 100 por um. Jesus explica na Parábola do Semeador, mais à frente no Evangelho de Mateus (Mt 13,3-9). Aqui ele aponta para a relação entre o fruto e a árvore que o produz (cf. Mt 7,15-20). Trata-se de um aviso quanto aos falsos mestres, aqueles que usam a Palavra de Deus em interesse próprio. Mas o que faz a árvore que brota dessa Palavra semeada em nosso coração ficar doente e produzir fruto ruim? Será o como preparamos o terreno para a colher essa semente? Será a falta de água em nosso coração duro e pedregoso? Será que nossa amargura e falta de fé conseguem adoecer nossa experiência de Deus, fazendo com que nossa presença e testemunho prestem um desserviço ao Reino (fruto ruim)? Certo é que o terreno de nosso coração depende de nossa boa vontade, de nossa disposição em acolher e cultivar a semente da Palavra de Deus. Mas mesmo durante nossa vida de fé, de participação, é necessário não sufocarmos essa árvore, não cobri-la com preconceitos, por exemplo, para que ela não adoeça. Quando nossos interesses tomam conta de tudo, nossa atitude muda, não aponta mais para Deus, mas se torna viciada, mesquinha, egoísta. – Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã e mãe, a terra, que produz frutos e nos dá o pão. Em ti, Senhor, queremos transformar o terreno de nosso coração em terra boa, produzindo com alegria o testemunho cristão, frutificando em boas obras, te louvando a todo instante. Amém! ” (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).   

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 22 de junho de 2021

(Gn 13,2.5-18; Sl 14[15]; Mt 7,6.12-14) 

12ª Semana do Tempo Comum.

“Não deis aos cães as coisas santas nem atireis vossas pérolas aos porcos, para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem” Mt 7,6.

“A ordem de Jesus de não dar o que é santo aos cães nem jogar as pérolas aos porcos é enigmática. Uma explicação plausível seria considera-la como precaução para os apóstolos enviados em missão, no sentido de não insistirem em querer evangelizar quem se mostra fechado à proposta do Reino. A evangelização supõe abertura por parte dos ouvintes. Pessoas aferradas a seus esquemas mentais e despreparadas para compreender a mensagem do Reino podem ser deixados de lado. Querer evangeliza-las à força é tão insensato quanto jogar pérolas aos porcos. Pode acontecer uma reação violenta contra os evangelizadores, a ponto de colocar suas vidas em risco. Convém deixa-las de lado! Outra leitura possível seria considerar o dito de Jesus como exortação para evitar expor a celebração eucarística aos olhares indiscretos de quem poderia interpreta-la de maneira errônea. Abrir as portas para pessoas incapazes de compreender o mistério equivaleria a jogar aos cães as coisas santas. A santidade da Eucaristia exigia mantê-la, suficientemente, escondida para evitar considerações maldosas dos inimigos do Reino, com o risco de perseguição para a comunidade. Portanto, exigia-se do discípulo do Reino muito discernimento para reconhecer o tipo de pessoas a quem o Reino era anunciado. – Senhor Jesus, como anunciador do Reino, dá-me suficiente discernimento para reconhecer os corações fechados para colher-te” (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 21 de junho de 2021

(Gn 12,1-9; Sl 32[33]; Mt 7,1-5) 12ª Semana do Tempo Comum.

“Não julgueis e não sereis julgados” Mt 7,1.

“Julgar é coisa de Deus. Essa ideia é bastante comum nas religiões. Deus julga os homens e os recompensa de acordo com a sua conduta. Jesus não deixa de lembrar em suas parábolas que um dia prestaremos contas a Deus por todos os nossos atos. A parábola dos talentos, o convite à vigilância, a parábola do rei que separa as ovelhas e os cabritos, são algumas das inúmeras passagens que falam do julgamento de Deus. Julgar é coisa só de Deus, porque para julgar é preciso conhecer o coração. O fariseu e o publicano são um bom exemplo de como os critérios de Deus são diferentes dos nossos. Outro exemplo: para Deus, as gordas esmolas dos ricaços valem quase nada perto das duas moedinhas que a viúva tirou de seu sustento para fazer sua oferta. Julgar é proibido por Jesus. Com muita facilidade criticamos os outros por coisas que nós mesmos fazemos. ‘Atire a primeira pedra quem não tiver pecado’, dizia ele aos que queriam condenar a mulher surpreendida em adultério. Cada um tire a trave que tem no olho, antes de pretender tirar o cisco do olho do outro. Não é proibido ter senso crítico. O discernimento é um dom do Espírito Santo de Deus. É a sabedoria que nos abre as portas para, em vez de julgar, acolher a quem erra, ter misericórdia, exercer a correção fraterna, praticar repetidamente o perdão. Um bom critério usado com frequência por Jesus pode nos ajudar a não julgar. Distinguir bem: o erro, não podemos aceita-lo de modo algum. A pessoa que erra, temos de acolher sempre, com mais atenção ainda, para que se converta e viva. Foi assim com Zaqueu, com a Samaritana, com Madalena, com Paulo, com muitos outros, com você... – Conheceis, ó Mestre, nossas boas intenções. Muitas vezes como São Paulo não fazemos o bem que queremos, mas o mal que detestamos. Que a vossa misericórdia seja maior que a justiça quando estivermos diante de vós face a face, levando em nossas mãos tudo o que realizamos. Amém (João Bosco Barbosa – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite

12º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(Jó 38,8-11; Sl 106[107]; 2Cor 5,14-17; Mc 4,35-41)

1. Depois de concluir os ensinamentos sobre o Reino através de parábolas, Marcos envereda pela narrativa de alguns milagres. Agora o Reino está atuando na pessoa de Jesus e os milagres atestam a sua divindade. Mas é perceptível que permanece ainda uma certa dúvida, envolta num certo medo que busca uma resposta.

2. Marcos está tentando responder aos seus ouvintes: ‘Este é Jesus, o Messias, o Filho de Deus’. O Deus bíblico que se encarnou na nossa história, que domina os elementos hostis da natureza, conforme nos narra a 1ª leitura e o salmo, onde o mar representa as forças do mal.

3. Mas não podemos ficar nessa simples contemplação do ‘milagre’. Se temos uma auto manifestação de Jesus como Deus, temos também um retrato da fé dos primeiros cristãos no que diz respeito a experiência eclesial que estão fazendo; a tempestade é também um pequeno retrato de uma situação.

4. Desde os primeiros séculos, os padres da Igreja já viam nessa narrativa a própria Igreja açoitada pelas ondas do próprio tempo, que só não afundava porque Jesus vai com ela nessa travessia, ainda que às vezes lhe escape a percepção de Sua presença.

5. Mais que o Jesus dormindo na barca, temos uma fé por vezes adormecida, de uma Igreja que caminha em meios aos cansaços e esperança para Deus. Por detrás dessa imagem se escondem as dificuldades de sempre da comunidade eclesial, mas também de cada um de nós.

6. Também nos queixamos: ‘Mestre, estamos perecendo e tu não te importas? ’ Como a Jó, também a dor nos visita, o mal parece triunfar e se obscurecem os valores do bem e da virtude, quando sofremos injustamente, quando a pobreza, a desgraça ou a morte marcam presença soberanamente em nossa vida.

7. Nossa queixa pode ser uma oração, mas também uma desconfiança na Providência, dúvida, falta de fé. Certamente nos sobrará uma reprimenda: ‘Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé? ’.

8. Somente a partir da fé estes problemas têm resposta assim como as questões iguais às que fazia o paciente Jó. Será que Deus sabe o que se passa aqui em baixo? É do meio da tempestade que Deus responde a Jó. Deus sabe o que faz, e o tempo é seu, assim como a justiça. Nosso esforço é lhe sermos fiéis.

9. Para Paulo, o amor de Cristo nos pressiona, ou nos impulsiona, como em outras traduções. Para o cristão, esse amor trazido por Cristo, traz a urgência do novo, de uma resposta de amor ao outro amor que nos precedeu e nos acompanha em todo momento e situação delicada e inclusive desesperada que nos possa parecer. 

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 19 de junho de 2021

(2Cor 12,1-10; Sl 33[34]; Mt 6,24-34) 

11ª Semana do Tempo Comum.

“Mas ele disse-me: ‘Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta’. Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim’” 2Cor 12,9.

“Este versículo faz parte do vigoroso discurso de Paulo dirigido à Igreja de Deus que está em Corinto e a todos os santos em toda a Acaia. Faz referência às pessoas que o atacam. Há desconfiança quanto ao seu ministério. Brigas internas estão acontecendo. Cita a ‘soberba-altivez’ que, deixada solta, faz grandes estragos a si próprio e a toda a Igreja. Há um curioso espinho na carne que os exegetas tentam decifrar como epilepsia, doença nos olhos, malária, lepra, enxaqueca, depressão, gagueira, falsos mestres. Este espinho é como um aguilhão que o esbofeteia ‘para eu não me encher de soberba’. Até pediu a Deus, por três vezes, que o livrasse desse incômodo, porém agora confessa que a graça de Deus é mais importante. Paulo, mais que outros apóstolos, conheceu de perto a graça divina. Sua vida de perseguidor da Igreja se tornou nova pela graça de Deus. Faz referência às grandezas das revelações de Deus. Cita o amor de Cristo que o fortalece. Graça e favor de Deus que beneficia o pecador. Quebra qualquer conceito comum que estabelece exigências. Faz parte das suas misericórdias que não tem fim e são a causa de não sermos consumidos’ (Lm 3,22). Algum espinho sempre temos: doença, fraqueza, limitação. Eles, em geral, nos tornam pessoas maduras. É neste instante que a graça de Deus abre um novo horizonte. Faz enxergar a vida do ponto de vista da revelação de Deus, do seu amor, da sua graça. É assim que Deus quer fortalecer os seus. Esta graça é suficiente. É bastante. É perfeita. – Profusa graça queres dar ao frágil coração, e os tardos pés fazer andar na tua retidão. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).       

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 18 de junho de 2021

(2Cor 11,18.21-30; Sl 33[34]; Mt 6,19-23) 

11ª Semana do Tempo Comum.

“Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destorem e os ladrões assaltam e roubam”

Mt 6,19.

“Os discípulos do Reino são ensinados a se relacionar, de maneira livre, com os bens deste mundo. É sempre grande o risco de se apegarem às riquezas materiais, a ponto de se esquecerem de que só Deus é Absoluto. Jesus distinguiu entre os tesouros da terra e os tesouros do céu. Porém, é preciso entender bem o que ele quis ensinar. Uma forma equivocada seria pensar em dois mundos, sendo que o mundo aqui em baixo não vale nada; tendo valor só o outro mundo, o céu. E, como consequência, desvalorizar a vida na terra e ansiar pelo céu, onde está a vida verdadeira. O horizonte cultural do tempo de Jesus não dava margem para este modo de pensar dualista, vendo a realidade cindida em duas partes. Para Jesus, o tesouro da terra são os bens passíveis de enferrujar e ser destruídos ou, então, roubados e assaltados. O tesouro do céu corresponde aos gestos de bondade e de misericórdia em relação ao próximo. Quando mais o discípulo do Reino faz o bem, tanto mais ajunta o tesouro do céu. Numa sociedade capitalista e consumista, o ensinamento do Mestre torna-se uma exigência. Os discípulos correm o risco de cair na tentação de acumular e desfrutar, tornando-se insensíveis aos irmãos sofredores, carentes de misericórdia. A tentação do consumo pode fechar-lhes o coração. – Senhor Jesus, livra-me da tentação de acumular e desfrutar, consciente de que devo juntar os tesouros do céu, com o bem feito a meu próximo (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 17 de junho de 2021

(2Cor 11,1-11; Sl 110[111]; Mt 6,7-15) 

11ª Semana do Tempo Comum.

“Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome” Mt 6,9.

“O Pai Nosso começa com a invocação confiante: ‘Pai’. A palavra grega ‘pater’ deve ser a tradução da palavra ‘abba’, que significa ‘querido pai’, com que Jesus costumava dirigir-se a Deus. Tanto os gregos quanto os judeus podiam chamar a Deus de pai. Mas os discípulos devem ter sentido o carinho todo especial com que Jesus se dirigia a seu Pai. Nós, os seres humanos, podemos aproximar-nos desse Pai amoroso e misericordioso como filhos e filhas e podemos pedir-lhe com toda a confiança aquilo que é o objeto de nossa mais profunda nostalgia. O primeiro pedido diz: ‘Santificado seja o teu nome’. O nome de Deus abarca o seu ser e a sua santidade. Ele é profanado quando os homens desacatam Deus e os seus mandamentos. Na súplica: ‘Santificado seja o teu nome’, pedimos a Deus que ele próprio intervenha nesse mundo esquecido de Deus, manifestando nele a sua santidade e a sua glória. A glória de Deus manifesta-se no ser humano quando este desenvolve dentro de si a imagem de Deus. Irineu já expunha a visão: ‘Gloria Dei – homo vivens: a glória de Deus é o homem vivo’. Ulrich Luz interpreta a súplica como um apelo que os orantes dirigem a si próprios: ‘Vamos santificar o nome de Deus’ (Luz, 343). É mais provável que a oração inclua os dois aspectos: que Deus mesmo santifique o seu nome, mas que o orante que dirige esse pedido a Deus faça também a sua parte, para que o nome de Deus seja santificado também por ele próprio e por seu modo de vida. A súplica corresponde às oito bem-aventuranças. Estas descrevem o novo ser humano que assume a imagem de Jesus Cristo. Nelas, Jesus descreve as atitudes que o homem é capaz de adotar quando põe a sua confiança em Deus e o torna objeto de sua nostalgia. São atitudes éticas, por isso o ser humano precisa fazer um esforço para realiza-las. As bem-aventuranças mostram que vale a pena adotar essas oito atitudes e comportamentos, porque fazem o homem um ser feliz no presente. Jesus não promete a felicidade simplesmente aos pobres, mas sim àqueles que estão dispostos a largar tudo e a não ficar presos a nada. Ele não diz simplesmente que os famintos são felizes, e sim aqueles que têm sede de justiça. Se o discípulo de Jesus se esforçar para encarnar essas atitudes, então Deus será glorificado nelas. E, ao mesmo tempo, o cristão será feliz, bem-aventurado. A palavra grega ‘makarios’ era reservada, originalmente, aos deuses. Mas agora, com essas oito atitudes, o homem passa a ter parte na glória e na felicidade de Deus. Assim é o santificado o nome de Deus: ele se torna visível no ser humano que sabe viver de uma nova maneira” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 16 de junho de 2021

(2Cor 9,6-11; Sl 111[112]; Mt 6,1-6.16-18) 

11ª Semana do Tempo Comum.

“Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo, eles já receberam a sua recompensa” Mt 6,2.

“O bom comerciante faz conta na ponta do lápis: anota cada centavo que investe, analisa o retorno, tem consciência de qual é a sua margem de lucro. Por vezes põe mercadoria em oferta. Dá desconto. ‘Toca a trombeta’ para que saibam que está sendo ‘generoso’. Aumentam as vendas e o lucro. Essa é sua recompensa. Candidatos a cargos políticos fazem favores, melhoramentos no bairro, atendem os pobres, são generosos. O voto é a sua recompensa. Era mais ou menos assim que Jesus via acontecer no seu tempo, não entre os comerciantes (como seria compreensível), mas entre os que praticavam a religião. Faziam da esmola, que era um preceito legal, uma forma de promover a si mesmos. Hipócritas existem em todos os tempos. Vi, certa vez, uma senhora, bonita, bem vestida, comprando na loja uma peça de roupa. Queria que a balconista fizesse o pacote deixando o preço bem à vista. Melhor, queria que trocasse a etiqueta por outra de preço mais alto. E explicava sem o menor rubor: ‘é para minha empregada, sabe?!...’. ‘Entre vocês não seja assim... que a mão esquerda não saiba o que faz a direita...’. Podemos questionar o sentido da esmola. É assistencialismo, paternalismo, não ajuda a mudar as estruturas injustas... Certo. Não resolve o problema de ninguém. Mas pode começar a mudar alguma coisa em nós mesmos, se aprendemos a simplesmente dar. – Doador de todos os bens, crescemos deformados pelo espírito de competição, pela usura, pelo desejo de possuir, curai as nossas mãos e o nosso coração para que não se fechem diante de quem necessita. Amém (João Bosco Barbosa – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 15 de junho de 2021

(2Cor 8,1-9; Sl 145[146]; Mt 5,43-48) 

11ª Semana do Tempo Comum.

“Na verdade, conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: de rico que era, tornou-se pobre por causa de vós, para que vos torneis ricos por sua pobreza” 2Copr, 8,9.

“Paulo exorta a comunidade de Corinto à caridade, ao amor ao próximo, de forma a assumir o outro como irmão, tornando-nos todos responsáveis pelo bem-estar e pela felicidade uns dos outros. Isso se fundamenta no desejo de seguir Jesus Cristo, no desejo de imitá-lo, de viver seus ensinamentos. Sendo rico, Jesus se fez pobre, assumiu nossa pobreza para ser um de nós. Sendo Deus, Cristo se fez ser humano, assumindo nossa limitação para nos levar em comunhão. Essa opção de amor é que deve ser imitada. Trata-se de reconhecer primeiro que tudo o que temos é dom e graça de Deus. Ele nos criou e mantém a vida. A Ele pertencem os céus e a terra, e tudo o que foi criado, dado anos em confiança, para o cuidado e cultivo. Seguir a Jesus Cristo é fazer a experiência de Kénosis, de despojamento, de humildade, de se esvaziar do orgulho, arrogância, prepotência e se tornar instrumento de Deus. Isso só pode ocorrer livremente, por opção e doação nossa. Essa também é a experiência verdadeira da fé, que não se pauta no conhecimento, mas na familiaridade com Deus. Fé que transforma nossa vida, que dá novo sentido e significados a tudo o que assumimos. – Deus de suprema humildade, que em sua glória assumistes nossa humanidade esvaziando-se do poder e majestade. Tu és a própria glória, a própria beleza e a própria majestade. Queremos servir a ti, Senhor, com toda a nossa vida, com todo o nosso entendimento e com toda a nossa vontade. Que possamos nos desvestir de nosso orgulho para nos voltarmos totalmente à contemplação de tua face. Amém! (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 14 de junho de 2021

(2Cor 6,1-10; Sl 97[98]; Mt 5,38-42) 

11ª Semana do Tempo Comum.

“Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele!” Mt 5,41.

“O estilo de vida proposto por Cristo é caracterizado pelo fazer mais. Deus espera mais dos seus discípulos. São servos inúteis quando realizam apenas aquilo que é proposto. Fazer mais é exemplificado por Cristo quando se carrega a mochila de alguém por um período maior que o exigido. Alguns, por não conhecerem os parâmetros cristãos, pensam apenas em classificar tais atitudes como ‘conceito abstrato de bondade’. Não veem nisso nenhum valor. Acham que são conceitos vazios. Certamente não compreendem o sacrifício de Jesus na cruz e continuarão donos de suas verdades, atolados no egoísmo racionalista. Ser racional é ser adepto da lei da reciprocidade direta: ‘olho por olho e dente por dente’. Na prática, indica que se alguém provocar a perda do olho ou dente de outra pessoa terá que pagar com a destruição do seu próprio olho ou dente. O princípio desta lógica é cruel. Se alguém prejudicar o outro deverá pagar com a mesma moeda. Isto é vingança. Um prato que se come frio. Cristo ensina o amor e a tolerância. Se for necessário andar um pouco mais, o inimigo, possivelmente, ficará perturbado em sua maldade. Brasas vivas serão colocadas em sua consciência e tal atitude, certamente, diminuirá tensões e, talvez, estabelecerá diálogo. Os conselhos de Jesus neste sentido não são tão passivos como muitos pensam. São possibilidades reais para uma reflexão profunda que o ser humano tem no seu conviver com o próximo. Ser cristão é aceitar as sugestões propostas por Cristo. Elas estão longe da racionalidade humana. Elas possibilitam reflexões, mostram atitudes de humildade e mostram o estilo de Cristo. – Senhor! Dá-nos o teu pensamento para sabermos amar. Ao nosso irmão afastado, isolado, ao próximo ajudar. O abandonado, necessitado, ao teu caminho levar. E lhe falar que teu Filho enviaste ao mundo inteiro salvar. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).      

Pe. João Bosco Vieira Leite

11º Domingo do Tempo Comum

(Ez 17,22-24; Sl 91[92]; 2Cor 5,6-10; Mc 4,26-34)

1. A Liturgia da Palavra traz ao centro a realidade do Reino de Deus. Ao rezarmos o Pai-Nosso, pedimos que Ele venha, aconteça. Mas nos bate uma certa dúvida: onde está? Como acontece? Como espera-lo? É um pouco disso que a Palavra quer nos ajudar a compreender, já que complementamos que a vontade d’Ele se faça.

2. Esse Reino já tinha sido anunciado pelo profeta Ezequiel, nos diz a 1ª leitura com essa imagem do tronco que, com os cuidados do Senhor, se converte num cedro nobre. O objetivo do profeta é consolar seus compatriotas e os desterrados da Babilônia com um reinado messiânico.

3. Sobre esse reinado, o Evangelho vai mais longe ainda em suas parábolas: esse Reino se manifesta pouco a pouco, sem violência e a partir de começos humildes. A primeira parábola nos fala da gratuidade do Reino e a segunda do seu crescimento.

4. O caminho da vinda do Reino está na prática da vontade de Deus, conforme a indicação de Jesus no evangelho do domingo anterior, daqueles que passam a fazer parte da Sua família. Está na vivência do amor, da justiça, da paz e da santidade.

5. Se isto se consegue em nossa vida pessoal e no âmbito eclesial, familiar e social em que nos movemos, realizou-se o mais importante e fundamental de nossa condição de discípulos de Cristo.

6. O Reino de Deus não se identifica, não se limita, nem coincide exatamente com a Igreja. Está também nela como o húmus e o clima próprio para a ação do Espírito e para o crescimento das sementes do Reino. Sem esperar uma Igreja impecável e perfeita com as óbvias limitações humanas. 

7. A irrupção plena do Reino se manifestará com toda a sua força na etapa final do mesmo. Mas desde agora está atuando de maneira profunda em seu crescimento lento, embora visível já em sua realidade e em seus efeitos desde que Jesus o inaugurou no seu ponto de partida. Silencioso, lento, constante, eficaz, mas nunca espetacular.

8. Somente com comprovações distantes no tempo podemos verificar seu crescimento, como nos acontece com as crianças, com os cabelos ou com as árvores. Seguimos na esperança, sem se deixar tomar pelo desalento nem pelo pessimismo derrotista. Embora hoje em dia tenhamos sobrados motivos para a preocupação e quase desesperança.

9. Saber esperar é o segredo, como nos lembra Paulo na 2ª leitura. É frequente a impaciência pelos frutos visíveis e palpáveis, dada a nossa programação, à eficácia produtiva, ao êxito rápido e espetacular, à estatística e percentagem. E isso às vezes aplicamos a nós mesmos, em nossa vida cristã.

10. Não ceder ao desalento e à desesperança, crendo que estamos perdendo tempo e esforço. Aqui está um desafio constante para a esperança cristã. Não esqueçamos que Deus tem uma predileção pela debilidade, pelo pequeno e simples. O Reino vai crescendo pouco a pouco, dentro e fora de nós.

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 12 de junho de 2021

(Is 61,9-11; Sl 1Sm 2; Lc 2,41-51) 

Imaculado Coração de Maria.

“Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: ‘Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos angustiados, à tua procura’” Lc 2,48.

“Jesus, como menino em desenvolvimento, agradava a todos pela sua inteligência e pelo seu caráter agradável, pela sua beleza e simpatia. Porém, logo depois dessa imagem ideal do Jesus menino, se desenvolvendo, Lucas coloca o polo oposto. Na narrativa sobre Jesus como menino de 12 anos, no templo, Lucas pinta o primeiro conflito familiar. Jesus se torna independente. Não volta de Jerusalém com os pais. Quando, depois de três dias de busca frustrada, eles encontram Jesus no templo, ele está sentado no meio de doutores, ouvindo e fazendo perguntas (Lc 2,46). Na palavra de Maria percebemos uma censura, a dor que o filho lhe causou: ‘Filho, como agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos [sofrendo]’ (Lc 2,48). A reposta de Jesus é incompreensível para os pais. Ele chama Deus de seu Pai. Os pais têm de aceitar que seu filho parece estranho. O que Lucas descreve aqui não é uma família unida, mas uma família com os conflitos que todos nós conhecemos; com sofrimento, porque os filhos são diferentes; com o afastamento doloroso dos filhos, sem que os pais entendam o seu caminho. Depois desse conflito de puberdade, porém, segue novamente a descrição de uma imagem ideal: ‘Jesus foi crescendo em sabedoria e estatura, e na graça diante de Deus e dos homens’ (Lc 2,52). O ideal e a realidade se revezam. Ambos os polos fazem parte da vida de Jesus; ambos fazem parte da nossa também. É somente na tensão entre proximidade e distância, entre entender e não-entender, entre comunhão e distanciamento, que crescemos até a forma que agrada a Deus, e que corresponde À nossa beleza (Charis) interna. [...] Lucas, então nos ensina que devemos sempre unir, dentro de nós, ambos os polos, a fim de algo de novo possa nascer, e o Cristo possa crescer dentro de nós. Devemos, dentro de nós mesmos, ligar anima e animus, o masculino e feminino, o velho e o jovem, a Lei e a Graça, o consentimento e a objeção. Devemos, como Maria, remexer para lá e para cá, dentro de nós, tudo o que é contraste, reconhecendo e tentando compreender” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).  

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Sexta, 11 de junho de 2021 – Ano B

(Os 11,1.3-4.8-9; Sl Is 12; Ef 3,8-12.14-19; Jo 19,31-37) 

Sagrado Coração de Jesus.

“..., mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água” Jo 19,34.

“A morte de cruz foi, na vida de Jesus, a expressão consumada de seu amor pela humanidade pecadora e de sua fidelidade ao Pai. Ela resumiu seu projeto de serviço ao Reino de Deus e comprovou que sua vida estava totalmente centrada no Pai. A cena do coração de Jesus, transpassado pela lança com o consequente jorrar de água e sangue, foi carregada de simbolismo sacramental. Do coração de Jesus, brotava a água do Batismo, que purificaria o cristão do pecado e refaria seu relacionamento com Deus. Pelo Batismo, o cristão se converteria ao amor e ao perdão, redescobriria a importância da comunhão fraterna e passaria a fazer parte do povo novo, salvo por Jesus. O sangue jorrado do coração de Jesus simbolizava a Eucaristia, em que sua paixão e morte seriam revividas como memorial, recordando, sem cessar, a presença de seu sacrifício redentor, na história humana. O coração transpassado não correspondeu à pura constatação de que Jesus, realmente, tinha chegado ao fim. Pelo contrário, a abundância de água e sangue apontavam para a inauguração de tempos novos. Do coração aberto nasceria a Igreja, cuja missão seria levar adiante a obra redentora de Jesus e manter viva sua memória na consciência da humanidade, mediante um testemunho de vida modelado em Jesus. Seu coração seria um apelo aos cristãos para viverem o amor e manifestarem sua fidelidade ao Pai, até o extremo. – Senhor Jesus, que a água e o sangue, jorrados de teu coração transpassado, revigorem o amor e a fidelidade que estão no meu coração” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Quinta, 10 de junho de 2021

(1Cor 3,15—4,1.3-6; Sl 84[85]; Mt 5,20-26) 

10ª Semana do Tempo Comum.

“Vós ouvistes o que foi dito aos antigos; ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’” Mt 5,21.

“A busca do espírito da Lei levou Jesus a reinterpretar os mandamentos do Decálogo. O mandamento de não matar, na perspectiva de Deus, vai além do gesto de tirar a vida física do próximo. Pelo contrário, comporta, também, ter um trato fraterno e respeitoso para com o próximo, e não agredi-lo verbalmente, de forma a desmoralizá-lo e fazê-lo perder a boa fama. Existe, pois, uma maneira de matar o próximo, sem privá-lo da vida física, também proibida pelo mandamento. O discípulo do Reino não pode ficar tranquilo se, com palavras e gestos inconsiderados, acaba por ferir o próximo. O mandamento exige, também, o viver reconciliado com o próximo, como pré-condição para um bom relacionamento com Deus. Uma oferenda só é agradável ao Pai se, quem a oferece, não guarda, em seu coração, ódio nem rancor contra o próximo. Enquanto não se fizer a reconciliação, a oferta não poderá ser feita, porque Deus não a aceitará. Por outro lado, o processo de reconciliação não pode ser protelado indefinidamente. Existe um tempo limite para fazê-lo. É preciso agir prontamente para não se acabar nas mãos do juiz – Deus – que pedirá conta da ofensa grave à sua Lei. A reinterpretação dos mandamentos, por parte de Jesus, permite ao discípulo tornar-se mais atilado no seu desejo de relacionar-se, corretamente, com Deus e com o próximo. – Senhor Jesus, ajuda-me a viver reconciliado com todos, para eu poder viver reconciliado com o Pai (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Quarta, 09 de junho de 2021

(2Cor 3,4-11; Sl 98[99]; 5,17-19) 

10ª Semana do Tempo Comum.

“Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja,

e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado o menor no Reino dos céus.

Porém quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos céus” Mt 5,19.

“Não creio que nesse verso Jesus condicione sermos menos ou mais na eternidade conforme tivermos sido menos ou mais obedientes na terra. Na eternidade não há dimensões. O versículo se refere à vida presente. O Reino dos Céus (ou Reino de Deus, como dizem os outros evangelistas) é um modo de viver a vida presente. Um modo que pressupõe a presença de Deus e a prática dos ensinamentos do Evangelho. Um modo que se identifica com o modo de viver de Jesus de Nazaré. Um modo que se plenifica na morte e na ressurreição de cada um, como se plenificou em Jesus de Nazaré na sua ascensão e glorificação. Lembra o Papa Paulo VI na Evangelli Nuntiandi que o Reino de Deus é a parte central do ensinamento de Jesus e ‘sua realização deve ser perseguida pacientemente ao longo da história para vir a ser plenamente realizado no dia da última vinda de Cristo’ (n. 8 e 9). Nesse novo modo de viver, nessa nova valorização das coisas transitórias e eternas, há novo conceito de grande e pequeno, importante e secundário. Quanto menos se ama, menos se é. Quanto mais se ama, maior se é, até alcançar ‘a idade madura da plenitude de Cristo’ (Ef 4,13). Nesse pormenor não há como recordar a pecadora que, apesar de pecadora, amara mais que um fariseu piedoso (Lc 7,36-47) ou a prostituta que precederá os sumos-sacerdotes no Reino de Deus (Mt 21,31). Sempre de novo Jesus fala na prática. Não basta ouvir, é preciso pôr em prática (Lc 8,21). Não basta dizer sim, é preciso ir à vinha trabalhar (Mt 21,30). Não basta dizer ‘Senhor, tu és o meu Senhor!’ (Mt 7,21), é preciso fazer a vontade do Pai, isto é, viver aqui e agora como filhos de Deus. – ‘Concede, meu Deus, que eu te conheça muito, para poder agir sempre segundo os teus ensinamentos e de acordo com tua santíssima vontade!’ (São Francisco de Assis)” (Clarêncio Neotti – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Terça, 08 de junho de 2021

(2Cor 1,18-22; Sl 118[119]; Mt 5,13-16) 

10ª Semana do Tempo Comum.

“Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras

e louvem o vosso Pai que está nos céus” Mt 5,16.

“Esta frase de Jesus no Sermão da Montanha pressupõe as bem-aventuranças, o decálogo da felicidade, ou seja, da santidade perfeita. A prática das bem-aventuranças é o caminho luminoso da santidade. Sua vivência é sinônimo de Reino dos Céus experimentado aqui na terra. A figura da luz se prende, na Sagrada Escritura, à santidade. Ela chegou a ser chamada de ‘vestimenta de Deus’ (Sl 104,2), porque não se encontrou figura mais expressiva para descrever a santidade divina. Até hoje cercamos as estátuas de luz e colocamos sobre sua cabeça uma auréola de luz. A frase de Jesus poderia ser dita, então, assim: ‘Brilhe vossa santidade diante dos homens’. O pronome ‘vossa’ é relativo, porque, na verdade, a santidade que está ou pode estar em nós é a santidade de Deus. Somos como a lua: não temos luz própria. Como a luz da lua é do sol, nossa luz é de Deus, é a santidade de Deus, que o Cristo nos trouxe e deu. A obra que a luz deve iluminar não são nossas esmolas, mas a maravilhosa obra de Deus, a salvação, pela qual devemos glorificar o Pai do Céu. Somos criaturas de Deus. Somos graça de Deus. Somos luz de Deus. Quem nos vê, vê o Deus criador. Quem convive conosco sente (ou deveria sentir) que Deus está presente e age em nós. Quem se aproxima de nós, ou melhor, da santidade que Deus é em nós, porque somos morada de Deus (1Cor 3,16-17). De nós se poderia dizer: ‘O sol já não será tua luz... porque o Senhor será tua luz permanente’ (Is 60,19), ou seja, o Senhor será a nossa santidade. – Senhor, se é verdade, como creio, que estás em mim com tua santidade, tira-me a liberdade de apegar-te ou de abafar tua luz! Quisera estar tão envolvido por ti, que pudesse dizer como Jesus a Filipe: ‘Quem me vê, vê o Pai’! (Jo 14,9) (Clarêncio Neotti – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Segunda, 07 de junho de 2021

(2Cor 1,1-7; Sl 33[34]; Mt 5,1-12) 

10ª Semana do Tempo Comum.

“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo,

disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim” Mt 5,11.

“Jesus viveu uma opção muito clara em sua vida. Ele vivia pelo Reino. Vivia por um projeto no qual Ele não só acreditava, mas sonhava e já realizava. Jesus é o Reino, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Enquanto caminhava com os discípulos, sua pregação apontava para valores diante dos quais Ele não podia renunciar. Valores como justiça, paz, fraternidade, misericórdia... Renunciar a isso seria renunciar a si mesmo. Não só no momento histórico em que Jesus viveu, mas a humanidade como tal, enfrenta muita dificuldade em viver valores assim. Tanto é que Jesus não foi bem aceito pelos poderosos, por aqueles que o status quo beneficiava. E essa realidade permanece. O anúncio da justiça numa sociedade injusta gera conflito. A luta pela paz em meio a tanta violência e a tanta gente lucrando com a violência, com o apogeu da indústria da guerra, gera perseguição, é difícil. Viver a fraternidade e a misericórdia num mundo tão voltado para si, com valores cada vez mais autorreferenciais e consumistas, é um desafio. Por isso, ser perseguido por causa de Jesus, por causa de fazer as escolhas que Ele fez, já é sinal de bem-aventurança. Não se trata de aguentar a perseguição para receber depois uma recompensa. Mas se trata de já sentir-se feliz, porque já em comunhão, já experimentando a concretude do Reino que há de vir em plenitude, mas que lança seus alicerces no sim de cada um de nós. – Só Tu, Senhor, és nossa força, a razão de nosso peregrinar. Só Tu és nossa alegria e recompensa. Obrigado, Senhor, pela presença constante, pela forte companhia que conforta e restaura nossa motivação. Queremos permanecer fiéis, solícitos e confiantes, dispostos a doar nossas vidas pela causa do Reino. Amém! (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite