Segunda, 11 de maio de 2020

(At 14,5-18; Sl 113B[115]; Jo 14,21-26) 

5ª Semana da Páscoa.

“Nas gerações passadas, Deus permitiu que todas as nações seguissem o próprio caminho” At 14,16.

“’Cada um por si, e Deus por todos’. Esse dito bem que poderia resumir o que o Apóstolo Paulo queria dizer, pois o contexto nos afirma que Deus nunca deixou dar testemunho de si mesmo através da natureza e dos benefícios dela para o ser humano. Através desse testemunho, o ser humano sempre poderia perguntar pelo verdadeiro Deus e, pelo exemplo dos antigos patriarcas, jamais deveria ter-se afastado do verdadeiro Deus. No entanto, sabemos que se afastou, e muito. Começou, dessa forma, a divinizar as coisas da natureza e a colocar humanos como deuses. E, no caso dos gregos, eles começaram a divinizar os próprios defeitos humanos como traição, homicídio, infidelidade conjugal, estupro e outros mais. Alguns filósofos chegaram a dizer que a religião grega nada mais era que a santificação da falta de virtudes. Se, então, os seres humanos seguiram os seus próprios caminhos, eles não se deram muito bem, visto que a perversão, em todos os sentidos, reinou absolutamente no paganismo. Isso não condizia com a vontade de Deus. O que, pois, aconteceu nesse tempo entre os começos da vida na terra e a vinda de Cristo? Apenas isto: Deus preparou um povo que desse testemunho dele aos povos vizinhos e se preparasse para ser a pátria do Messias, ou seja, o Ungido, o Cristo, queria redimir a toda a humanidade. Quando Paulo lhe anunciou haver Deus permitido que todas as nações seguissem o seu caminho, evidentemente lhes anunciava a lei, a condenação. Junto com essa lei, porém, havia outra mensagem muito mais importante: o Evangelho, a Boa notícia. Cristo havia chegado para declarar o perdão a todo aquele que se arrependesse dos seus pecados. – Senhor Deus, somos descendentes daqueles que outrora seguiram seus próprios caminhos. Muitas vezes seguimos também os nossos. Perdoa-nos. Dá-nos o verdadeiro arrependimento e fé, fé que não se dobre nem para um lado nem para o outro, mas que sempre se fixe no teu Filho. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santa Joana, virgem – Nasceu em Portugal, a 6 de fevereiro de 1452, filha primogênita de Dom Afonso V, e, portanto, herdeira do reino. Desde cedo o espírito da jovem princesa estava mais disposto para o serviço de Deus do que para as grandezas da terra. Aos 12 anos já se recolhia ao seu oratório meditando as vidas e martírios dos santos. Quando, aos 15 anos, perdendo a mãe, seu pai lhe confiou o governo da casa real, começou por penitência a usar cilício e túnicas grossas e ásperas, por baixo das vestes finas. Assim assistia às festas da Corte, cobrindo os instrumentos de penitência com pedrarias e panos dourados. Grande parte das noites passava no oratório, ou de joelhos orando ou deitada no chão, tendo por simples conforto uma almofada em que apoiava a cabeça; e muitas vezes recorria a cruéis disciplinas. Pratica jejum por longos períodos não só material, mas também nas palavras, procurando no silêncio aplicar melhor e espírito à meditação das coisas de Deus. Praticava a caridade para com os pobres e acudia com esmolas generosas às cadeias, hospitais e casas religiosas. Pretendida por muitos príncipes, esquivou-se de casamentos, pois seu desejo era a vida religiosa. Em 1471, obteve licença de seu pai e recolheu-se para a vida monástica. Faleceu no dia 12 de maio de 1490, vítima de cruel doença, cujas dores suportou com invencível paciência. Em Portugal sua festa é celebrada a 12 de maio.

  Pe. João Bosco Vieira Leite