Quinta, 01 de abril de 2021

(Ex 12,1-8.11-14; 115[116B]; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15) 

Ceia do Senhor.

“Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”

Jo 13,14.

“A Semana Santa mexe muito com o sentimento do povo. O caminho do Calvário recordado nas quatorzes estações, os Ramos, as procissões, a Cruz, o silêncio nas igrejas, a prece penitente, as muitas confissões, a expectativa da Ressurreição. Mas o povo tem um carinho muito grande pela Quinta-feira Santa; todos acorrem para ver o Lava-Pés, um gesto repetido há séculos, mas que não perde nunca sua novidade. É um querer ver, é acompanhar sempre com interesse renovado. O Lava-Pés emociona: é forte de significado ver aquelas pessoas compenetradas representando os apóstolos e o sacerdote ou ministro repetindo o gesto de Jesus. Contudo, não é teatro não! É a celebração de uma grande verdade: o amor sabe inclinar-se para o outro para tornar mais confortável a sua vida! Quando a gente ama pra valer tem coragem suficiente para beijar os pés que nos lembram a convocação exigente do amor. Outro vem até mim e eu vou para ele num encontro de vidas. Minha vida não é minha, dou-a para aquilo que nos une: o serviço comum! Servir é virtude divina, por isso o Senhor antecipou-se em lavar os pés; Ele é o grande servo do Universo. Quando a gente se lava tem aquela sensação de bem-estar e leveza onde tudo fica melhor; dá mais gosto, mais ânimo. A maior prova de que alguém está muito bem na vida é a sua generosidade e disponibilidade em servir, amando feito bacia, água e toalha limpa. – Senhor, ensina-me a inclinar-me sobre as necessidades mais fundamentais de meus irmãos e irmãs, para tornar-lhes a vida mais agradável. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 31 de março de 2021

(Is 50,4-9; Sl 68[69]; Mt 26,14-25) 

Semana Santa.

“Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa” Jo 26,19.

“A eficácia da Palavra e a eficiência dos que lhe obedecem. Este pode ser um resumo precioso do episódio que antecedeu o primeiro culto mais forma realizado por Jesus com seus discípulos. Aliás, o pedido de Jesus tinha tudo para dar errado, bastasse os discípulos racionalizarem ou duvidarem da autoridade de Cristo, ou mesmo decidirem resolver a situação de arranjar, do seu jeito, um local para ceia deles com Jesus (cf. Mt 26,14-25). E não sem alguma dose de razão, tanto porque Jesus confiava na criatividade dos discípulos, Ele os desafiou por ocasião da multiplicação dos pães: ‘deem vós mesmo de comer’ à multidão faminta e que está longe de casa. E André logo achou um menino com pães e peixes (Mt 14), mesmo porque o próprio pedido de Jesus soava estranho e vago. Ora, os discípulos certamente conheciam os amigos de Jesus, e seguir um estranho e pedir-lhe um cômodo emprestado, conforme o pedido de Jesus, mais parecia uma extravagância do Mestre. Este é exatamente o segredo de uma fé preciosa: compromisso com os propósitos de Deus e obediência livre, consciente e objetiva à sua Palavra. E isto inclui a todos os seguidores de Jesus, pois o texto de Mateus não indica se foi apenas uma comissão de discípulos a Jerusalém ou mesmo todos, mas a forma de registrar do evangelista (‘os discípulos fizeram’) quer propor este sentido de unidade, comunidade, comunhão, Igreja, seja lá o nome que dê ao conjunto dos fiéis. De quebra, esta obediência coletiva atesta o respeito deste conjunto de fiéis devido ao Salvador, ao mesmo tempo a importância de cada um no trabalho do Senhor e, finalmente, a humildade de servo, de que ao fim e ao cabo, ‘Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai’. – Senhor, ensina-me a fazer a tua vontade aqui na terra, para que seja feita a minha vontade de estar contigo aqui e na eternidade. Amém (Augusto Jacob Grün – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 30 de março de 2021

(Is 49,1-6; Sl 70[71]; Jo 13,21-33.36-38) 

Semana Santa.

“Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite” Jo 13,30.

“Estar perto do Mestre é sempre uma experiência iluminadora. Escutar palavras que dizem ser luz, caminho, verdade e vida trazem a segurança dos que estão bem em casa e podem comer juntos o mesmo pão. Estar perto dos discípulos do Mestre e ser um deles é viver a segurança do convívio terno e fraterno, é dividir a existência. Ser companheiro de vida do Mestre, abraça-lo como único Mestre, vivo e real; Aquele que chama, que orienta, ensina, provoca, sabe consolar, desafia, mas sempre conduz a sabedoria do Senhor. Ser companheiro de vida do Mestre significa deixar-se trabalhar pelo Mestre, chegar à verdade de seu coração para estar na vida de um modo mais clarividente, tudo na luz de um eterno dia. E se a força decai? E se o ideal é corrompido? Aos poucos perde-se o ânimo, o prazer de estar junto, a generosidade vai-se diluindo, tudo parece uma imposição, o encontro fica pesado e sufocante. Sair de perto do Mestre é perder o calor natural do coração, é sentir aquele complexo de vitamina sem investir mais na graça de poder trabalhar, servir e aprender. Então, já não dá para viver inteiro em cada pedaço; o jeito então é pegar o pedaço apenas e sair. Não segurar o vigor de ser discípulo é sentir-se meio deslocado na luminosidade do encontro; é noite. – Senhor, que não precise sair da segurança de sua presença. Que permaneça sempre firme repartindo pão e luz. Amém (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffman – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 29 de março de 2021

(Is 42,1-7; Sl 26[27]; Jo 12,1-11) 

Semana Santa.

“Judas falou assim não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão;

ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela” (Jo 12,6).

“Jesus e seus discípulos vivem desapegados e desapropriados para estarem melhor com o povo de seu tempo. Ser pobre é ser comum, ou melhor, é a coragem de pôr tudo em comum. Pregadores itinerantes conhecem a liberdade do caminho: quem tem muita bagagem não pode ir muito longe, pesa demais o preço dos próprios apegos. Os discípulos aprenderam que ser pobre e penitente não era fazer excessos de jejuns rigorosos e sacrifícios ostensivos, mas sim, comer o que o povo comia, ter o que o povo tinha. Pregaram o Evangelho num modo que nascia para o acúmulo dos bens com a coragem de dizer que a pobreza evangélica é não ter, mas também não viveram sem ganhar o próprio sustento; pregadores ambulantes não eram tipos que viviam ao Deus dará, organizavam-se para repartir os pequenos ganhos. O grupo tinha lá o seu modo de pôr tudo em comum, pois renunciar a apegos e excessos de gostos particulares era o melhor modo de querer bem a todos. Contudo, de um modo ou de outro sempre tem alguém que não consegue segurar um ideal comum. Sempre tem alguém que não sabe ser pobre também com o dinheiro, porque de uma forma ou de outra o dinheiro entra na nossa vida. Daí o ideal é esquecido, o egoísmo bate forte, a hipocrisia é revelada, a bolsa das esmolas pedidas na porta do templo ganha uma única direção do gosto pessoal. Isso que é o pior, ser ladrão do ideal. – Senhor, ensina-me sempre a repartir! Que eu aprenda que sabendo dividir sobra mais para todos. Amém” (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffman – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Domingo de Ramos – Ano B

(Mc 11,1-10; Is 50,4-7; Sl 21[22]; Fl 2,6-11; Mc 15,1-39)

1. Nesse domingo, chamado de ‘Ramos’, recordamos a entrada, assim chamada ‘triunfal’, de Jesus em Jerusalém, juntamente com a narrativa da Paixão. Não podendo comentar todo o texto, me limito a fixar nossa atenção nesse episódio que tem como protagonista Pilatos.

2. Durante a noite se desenvolveu o processo ‘religioso’ diante do Sinédrio. Depois o encaminham para a autoridade romana ocupante. No centro há uma pergunta: ‘Tu és o rei dos judeus?’. Nessa transferência do prisioneiro do Sinédrio para o palácio, há uma mudança do título de acusação.

3. Eles o haviam acusado de apropriar-se do título de ‘Filho do Homem’. Como Pilatos não tinha familiaridade, nem interesse pelas Escrituras, o ‘Filho do Homem’ chega a Pilatos como ‘rei dos judeus’, ou seja, implicitamente, alguém capaz de provocar desordem e insurreição popular.

4. Eles intuíram logo que só um revoltoso político poderia interessar a Pilatos, como logo percebemos. Mas Pilatos, por sua vez, percebe que tudo não passa de uma farsa e que deverá leva-la adiante.

5. Pilatos foi governador da Judeia de 26 a 36 d.C. Malvisto pelos judeus, por representar as forças de ocupação romana e por certos gestos impopulares e provocadores. Ele havia mandado tirar do tesouro do Templo o necessário para construir um aqueduto. Não houve nenhuma rebelião que ele não tenha sufocado no sangue.

6. Lucas menciona os galileus que ele mandara matar enquanto ofereciam o sacrifício no Templo (13,1). O que vai leva-lo para fora da Palestina será uma intervenção exagerada e cruel contra os Samaritanos. A partir daí não se sabe mais dele.

7. Marcos o apresenta como um homem ambíguo, medíocre, indeciso, oportunista. O procurador romano residia comumente em Cesareia, próximo ao mediterrâneo. Subia a Jerusalém só na ocasião das grandes festividades hebreias, para garantir a ordem. Certamente sem muito entusiasmo.

8. Voltando a nossa cena: Pilatos tem diante de si Jesus, os chefes judaicos, a multidão inquieta, e, ao menos mentalmente, seus superiores em Roma. Deve prestar conta a todos eles. Assim, não podendo estar face a face somente com o inocente, Pilatos segue uma linha de contentar a todos. Não age com coerência e convicção.

9. Pode nos acontecer de não ter a coragem de estar face a face com a verdade, ou com a justiça, mas olharmos em outra direção, aquela da carreira, do julgamento dos outros, dos interesses pessoais, do medo de comprometer-se, de arcar com as consequências... Nossa escolha pode ser oportunista, como aquela de Pilatos.

10. É possível compreender a atitude de Pilatos. Ele não queria ocupar-se do prisioneiro; já queria libertá-lo, antes mesmo de julgá-lo. Entregaram Jesus a ele. Mas ele não o queria. Pilatos queria eliminar aquela presença inquietante sem ser obrigado a pronunciar-se. Ele não consegue. Os chefes religiosos, a multidão, o impedem.

11. Ele é obrigado a escolher. Não entre Jesus e Barrabás (Não foi escolha dele). Mas entre Jesus e tantas outras coisas: a multidão, as autoridades locais, a própria popularidade, sua carreira. É sempre assim com Jesus. Seria fácil acolhê-lo ou rejeitá-lo sem tanta dificuldade. Aceita-lo ou eliminá-lo sem ter que escolher.

12. Mas Jesus sempre se apresenta como alternativa entre alguém ou alguma coisa. Sua voz só se acolhe quando fazemos calar outras vozes. A questão não é se Jesus seja culpado ou inocente, mas se somos dispostos a nos deixarmos envolver pessoalmente.

13. Jesus pode tornar-se um problema, uma decisão a ser tomada. Assim, é melhor deixa-lo prisioneiro e não livre para estragar nosso sono ou nossa digestão. E Pilatos entrega a eles Barrabás e Jesus. Pediram um e ganham dois. Um ladrão livre e um inocente amarrado. A quem vamos executar? O que ou a quem escolhemos no lugar de Jesus?

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 27 de março de 2021

(Ez 37,21-28; Sl Jr 31; Jo 11,45-56) 

5ª Semana da Quaresma.

“Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” Jo 11,50.

“Querem encontrar um motivo para a morte do Justo. O martírio é um momento fecundo, abala a todos, perseguidos e perseguidores. O Justo é visto como uma ameaça porque denuncia injustiça estrutural e violência institucionalizada. Os potentes procuram neutralizá-lo. Procuram convencer a todos que há um erro ali, que é melhor matar o Justo nocivo para toda uma nação. Não dá para perseguir todos os que seguem o Justo, seria como eliminar uma nação, e isto poderia ser um erro histórico. Melhor matar apenas um! Doce ilusão! Na força de um mártir está toda a motivação da fé de um povo. A fé, a resistência, a força revive no sangue do mártir. O Justo sabe amar e amar é empenhar-se pelos oprimidos da história; não abandona ninguém em seu sofrimento. A morte do justo une todos os que o seguem, torna-os solidários. O solidário é aquele que não busca o próprio interesse e se identifica com o Justo. Então todos percebem que a perseguição é a grande prova que uma vida não está sendo vivida por si mesma, mas tem sempre os outros como referência. Quem coloca o outro em evidência nunca está sozinho, arrasta consigo a nação. A perseguição exige espírito para ser afrontada e produz espiritualidade forte. Quem nunca foi perseguido é sinal que o que faz ainda não é encarnado. A perseguição possui uma espiritualidade escrita com sangue, por isso é real. – Senhor, que eu não tenha medo das perseguições e das críticas, ajuda-me a viver a verdade; ajuda-me a ser autêntico para construir os valores do Reino. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 26 de março de 2021

(Jr 20,10-13; Sl 17[18]; Jo 10,31-42) 

5ª Semana da Quaresma.

“E ele lhes disse: ‘Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas boas obras boas.

Por qual delas me quereis apedrejar?’” Jo 10,32.

“À medida que Jesus vai dando a conhecer, e se revelando ao povo e aos líderes religiosos, cresce a admiração e a adesão de uns e a oposição e rechaço de outros. Neste texto que estamos meditando (cf. Jo 10,31-42), os judeus, a quem se refere a comunidade de João, pertencem ao grupo dos sacerdotes e fariseus: aqui se vê claramente a tensão dramática que se vai gerando a partir da fidelidade de Jesus ao projeto do Pai. Os judeus alegam a blasfêmia de Jesus ao se declarar Filho de Deus, fechando-se completamente ao dom de sua vida, em sua plena humanidade, presente no meio de nós. Querem apedrejá-lo, em nome da Lei. Mas Jesus, sabiamente, em nome da própria Lei, os interroga e os deixa mais uma vez sem palavras, sem ação. A única coisa que fazem é calar-se, fecharam-se em sua interpretação legal, escusando-se de receber a mensagem de Jesus. Querem apedrejar Jesus por ser o Filho de Deus. Rejeitam a Jesus em nome de Deus mesmo! No entanto, Jesus escapa de suas mãos e se retira para o Jordão, onde fora batizado e onde tudo começara com a voz que viera do alto: ‘Este é o meu filho amado, escutai-o’ (cf. Mc 9,7). Passados tantos séculos, muitas vezes nos vemos diante de conflitos e tensões gerados pela falsa compreensão de nosso Deus de Jesus Cristo, excluindo uns aos outros do abraço do Pai. Judeus, muçulmanos e cristãos às vezes se enfrentam, agridem-se com palavras e acusações e afastam-se do pedido de Jesus: ‘Que todos sejam um como Tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti [...], sejam um como nós somos um’ (cf. Jo 17,21-23). Muitas vezes condenamos as pessoas por conta da imagem que trazemos de Deus, recolhida das pregações, do catecismo de nossa infância... Temos que crescer na fé, a qual nos fará entender que, nem sempre, as imagens que temos de Deus são as mais fiéis e verdadeiras. – Creio em ti, Jesus, Filho amado do Pai, mas aumenta a minha fé! (Magda Brasileiro – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 25 de março de 2021

(Is 7,10-14; 8,10; Sl 39[40; Hb 10,4-10; Lc 1,26-38) 

Anunciação do Senhor.

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’” Lc 1,28.

“O caráter mariano desta solenidade que os antigos livros da liturgia romana celebravam como solenidade do Senhor, vem enfocado pelo Ofício e pela Missa hodierna. Esta festa remonta ao século VI. É tão antiga como a devoção a Nossa Senhora. Os primeiros cristãos lembravam as palavras do arcanjo Gabriel e da prima Isabel. O conteúdo da anunciação diz respeito ao Messias e à Mãe dele. Quem vai nascer dela é o Filho de Deus. Por isso ela será chamada Mãe de Deus. O anjo usa a linguagem dos profetas do Antigo Testamento em suas profecias messiânicas, iniciando com um convite à alegria e garantindo a ajuda de Deus à Virgem escolhida para a mais alta missão. Maria é objeto das complacências divinas: o Senhor está com ela, encontrou graça aos olhos do altíssimo, será virgem e Mãe de Deus. A própria Maria reconhece nas palavras do anjo os termos proféticos que prenunciam a revelação do Messias. Comparando a profundidade religiosa do total abandono de Maria à vontade de Deus com aquilo que tem de sobrenatural com o anúncio feito, podemos afirmar que no momento da sua resposta definitiva do fiat (faça-se), nela estava presente de modo real aquilo que se tornaria pouco a pouco manifesto, no decorrer de sua vida, graças ao contato com seu divino Filho. ‘No momento da anunciação, Maria é a mais alta expressão da expectativa de Deus e do Messias no Antigo Testamento; é síntese e o ponto culminante da expectativa messiânica dos hebreus. É assim que se vê S. Lucas no Magnificat; é assim que a vê a patrística, que a revive a teologia contemporânea. Por causa da graça do seu nascimento sem mancha e de sua consagração virginal a Deus, Maria recebeu graças e luzes excepcionais. Graças a tudo isso ela indicou na sua pessoa a abertura fundamental à expectativa de Iahweh-Salvador’ (Schillebeeck)” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 24 de março de 2021

(Dn 3,14-20.24.49.91-92.95; Sl Dn 3; Jo 8,31-42) 

5ª Semana da Quaresma.

“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” Jo 8,32

“A série de mal-entendidos em torno das palavras de Jesus prosseguiu com aqueles que diziam ter crido nele. Jesus queria ajuda-los a abrir-se para a novidade revelada mediante a sua palavra. Ela é que poderia torna-los, efetivamente, livres da escravidão da interpretação estreita da Lei, e coloca-los no verdadeiro caminho do Pai. Somente o Filho Jesus estava em condições de proporcionar-lhes esta liberdade. Os judeus, tomando as palavras do Mestre num sentido indevido, afirmavam que não precisavam de libertação, pois jamais foram escravos de ninguém. Seria necessário Jesus explicar-lhes melhor. A libertação trazida por Jesus tocava o mais íntimo do ser humano e o libertava da tirania do pecado. Escravos do pecado, os judeus mantinham-se fechados aos apelos que Deus lhes dirigia por meio de seu Filho. Sua rebeldia contra Deus manifestava-se na intenção de matar Jesus, de modo a fazer calar a palavra que lhes era dirigida. Ao mesmo tempo que julgavam ter Deus como Pai, tentavam eliminar o seu enviado. Por inspiração de um pai espúrio, e não do Pai de Jesus, é que agiam. Enquanto se deixassem levar por este pai, recusando-se a acolher Jesus como Filho do verdadeiro Pai, continuariam escravos do pecado. A superação desta situação supunha acolher Jesus e deixar-se converter por sua palavra. – Senhor Jesus, que tua palavra libertadora caia no meu coração e me liberte da escravidão do pecado (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 23 de março de 2021

(Nm 21,4-9; Sl 101[102]; Jo 8,21-30) 

5ª Semana da Quaresma.

“Por isso Jesus continuou: ‘Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou

e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que meu Pai me ensinou’” Jo 8,28

“O que o humano é capaz de fazer com seu Deus? A morte. É como diz a letra da canção, onde o poeta coloca-se na pele de um índio e desabafa à civilização culta e religiosa dizendo: ‘Que me dera ao menos uma vez entender como um só Deus ao mesmo tempo é três. E esse mesmo Deus foi morto por vocês. É só maldade então deixar um Deus tão triste’ (Renato Russo – Legiao Urbana, em ‘índios’). O Filho do Homem foi levantado numa cruz. O que a ação Divina é capaz de fazer pela humanidade? Dar a vida! Mostra-se naquilo que se é: totalmente apaixonado pela raça humana, amando na medida do amor de um Deus. O Filho do Homem veio para fazer a exaltação pública da raça humana, vestiu-se da nossa carne, imagem e semelhança do Pai. Procurou dar ao nosso coração sentimentos de imortalidade. Manifestou-se publicamente pela justiça, pelo bem, pela verdade. Mostrou-se Messias e Salvador, aquele que trouxe uma nova consciência. A sociedade de então procurou matar esta consciência. É difícil conviver com um Deus capaz de amar assim! Mas o seu fazer, a sua identidade, a sua postura é revelar o modo do Pai amar a humanidade. Alimenta-se do Pai em tudo o que faz. A sua voz e vontade é o modo como o Pai age e ensina. Espelhar-se no Pai é de importância vital. Reflete-se no Pai para embelezar o modo do mundo e salvá-lo, até o sacrifício de ser levantado numa cruz por amor. – Senhor, ao olhar para a cruz que não veja a derrota, a morte, a condenação; mas sim onde o amor é capaz de chegar na sua mais radical entrega. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 22 de março de 2021

(Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62; Sl 22[23]; Jo 8,1-11) 

5ª Semana da Quaresma.

“Ela respondeu: ‘Ninguém, Senhor’. Então Jesus lhe disse: ‘Eu também não te condeno.

Podes ir e, de agora em diante, não peques mais’” Jo 8,11.

“Jesus está ensinando no pátio do Templo, em plena madrugada silenciosa. O único som a ser ouvido era a doce voz de Jesus e seus ensinamentos divinos. Uma multidão está acordada e atenta a tudo o que o Salvador diz. Mas eis que o silêncio e a doce voz de Jesus são interrompidos por gritos. Fariseus e mestres da Lei levam até Jesus uma mulher que havia sido pega em adultério. Vida sofrida, culpada, estraçalhada pela desgraça. Ela é obrigada a ficar de pé, no meio da multidão. Os gritos são para que ela fosse morta a pedrada, como a Lei permitia fazer. Mas, antes de tudo, pedem a opinião de Jesus sobre o caso. Queriam acusa-lo. Mas ao invés de juízo e julgamento, Jesus fica quieto. Depois de tanta insistência, Jesus apenas diz que, quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. E eis que a multidão que queria o apedrejamento vai embora. Agora a conversa é entre Jesus e a mulher pega em adultério: ‘Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais’ (Jo 8,11). Aquela madrugada ficou gravada na memória da pobre mulher. O dia em que ela conheceu um Deus de amor, que acolhe o pecador perdido e arrependido. O Deus que não quer a condenação, mas a salvação. O Deus que é Jesus, o qual carrega em seus ombros as culpas e pecados de todos. É o perdão renovador e revigorador de Jesus. Certamente aquela mulher nunca mais foi a mesma. Foi perdoada e ouviu de Jesus: ‘Não peques mais’. O perdão de Jesus é precioso. O perdão de Jesus possibilita inúmeras possibilidades para viver uma vida cristã. Longe dos velhos erros. Vencendo as tentações. Superando as culpas. Este perdão é para você. Creia, viva e perdoe. – Senhor Jesus, obrigado pelo amor incondicional. Preciso do teu perdão, da tua compaixão e misericórdia. Aceita-me e ensina-me a ser teu, do levantar ao deitar, em todo o meu viver. Em teu nome, Senhor, amém! (Bruno Arnoldo Krüger Serves – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).  

Pe. João Bosco Vieira Leite    

5º Domingo da Quaresma – Ano B

(Jr 31,31-34; Sl 50[51]; Hb 5,7-9; Jo 12,20-33).

1. Já estamos próximos de celebrar a Semana Santa. Os evangelhos que temos acompanhado nos colocam nessa esteira da celebração da morte e ressurreição salvadoras de Cristo.

2. Jesus já nos falou do mistério pascal sob a imagem de Templo a ser destruído e reerguido em três dias e da serpente erguida no deserto por Moisés. Hoje ele nos traz uma outra imagem comparativa: o grão de trigo que cai por terra e trará o fruto da Nova aliança no sangue de Jesus, para a remissão dos pecados.

3. Para alinhavar os textos de nossa liturgia, é dessa nova aliança que Jeremias está falando na 1ª leitura, que se dá, diz-nos o autor da Carta aos Hebreus, nessa difícil obediência de sua Paixão. Torna-se assim, causa de salvação para todos que lhe obedecem.

4. Esse discurso de Jesus que acompanhamos se dá depois de sua entrada triunfal em Jerusalém, que rememoraremos no próximo domingo. Um texto rico e desenvolvido em base de contrastes. Temos esses estrangeiros que querem ver Jesus, para conhecê-lo. Em todos os tempos pessoas buscam ver Jesus; será que nos empenhamos ou permitimos que o vejam a partir de nós? 

5. Jesus responde com um discurso que fala da sua glorificação, que outra coisa não é que sua paixão, morte e ressurreição. Para fazer-se entender melhor, conta a parábola do grão de trigo; que vale tanto para ele como para seus discípulos. Já ouvimos Jesus falar desse ‘morrer’ para dar fruto em outros momentos.

6. De repente o discurso ganha um tom pessoal, como um desabafo humano, em seu caráter psicológico e expressivo, lembra-nos Jesus do Monte das Oliveiras, que o evangelista não narra. Aqui fica patente a natural repugnância de Jesus diante da morte em sua autêntica humanidade, como bem traduz a 2ª leitura. Como qualquer um de nós, ele sente medo.

7. Por fim, há uma voz, dirigida à multidão, que nos conduz a compreensão que a Cruz de Cristo não é somente a revelação do amor de Deus por nós, ou abertura do Evangelho a todos os povos, aqui representados pelos estrangeiros que querem conhece-lo, mas também a hora do juízo do mundo, em aceita-lo ou não, e a derrota do maligno.

8. No alto de sua cruz, no aparente fracasso, Cristo deixa de ser um homem qualquer, por mais excelente que tenha sido a sua doutrina, para se converter no centro da história. Senhor do mundo, salvador da humanidade. Desde então, compreendemos que é possível amar e vencer a força do desamor em nossa vida pessoal e no mundo que nos cerca.

9. Essa nova aliança estabelecida em Cristo, revela o fracasso da antiga, por isso Jeremias anuncia o seu caráter interior, pessoal, escrita não em tábuas, mas no coração do ser humano, que aprenderá a adorar a Deus em espírito e verdade.

10. Desembocamos para uma pergunta inevitável: Como é a nossa aliança com Deus, isto é, qual a minha atitude religiosa e a consequente conduta ética? São autenticamente evangélicas porque se baseiam no amor, são libertadoras e gratificantes porque geram alegria e abertura ao irmão e ao mundo? Ou seria o contrário de tudo isso?

11. Nesse tempo que ainda nos resta, rezemos com o nosso salmista: “Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Meu sacrifício é minha alma penitente. Não desprezeis um coração arrependido”.     

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 20 de março de 2021

(Jr 11,18-20; Sl 07; Jo 7,40-53) 

4ª Semana da Quaresma.

“Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele?” Jo 7,48.

“Uma pessoa que tem um cargo de mando, uma posição política ou a direção de uma empresa é sempre vista como autoridade. Pessoas que dirigem um povo ou uma instituição são saudadas nos discursos e eventos com a famosa introdução: ‘As distintas autoridades civis, militares e eclesiásticas aqui presentes’. Tudo isso não passaria de mera formalidade ou se reduziria a um simples título se a pessoa em questão não mostrar na sua vida e no seu modo de agir uma mística. Em quem ou no quê acreditam as autoridades? Sozinho não se pode fazer muito; é melhor, portanto, buscar a força do Grande Outro. A verdadeira obra de alguém deve ser sempre um espelho de uma obra maior. Uma lei, um ofício, um trabalho específico, uma liderança, para ser eficiente tem que ser a concretização de um vigor, de uma vitalidade que manifeste o Espírito. O humano pode ser o pastor de todas as coisas, porém no centro de tudo está o Senhor que a tudo conduz usando o humano como seu instrumento. É preciso cuidar para que a presença do Senhor esteja em todas as atividades, não se pode excluir o Senhor de qualquer experiência humana. Quem acredita nisto e assume ter a inspiração do Senhor conduz melhor. A autoridade nasce do que se acredita e da dinâmica interna que se extravasa nas mãos de todos os afazeres. Por isso vale a pergunta: ‘Por acaso há alguém que acreditou n’Ele?’ – Senhor, que em todas as nossas atividades opere a força de uma inspiração. Fazei-nos, Senhor, instrumentos de vossa ação criadora. Amém!” (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).  

  Pe. João Bosco Vieira Leite 

Sexta, 19 de março de 2021

(2Sm 7,4-5.12-14.16; Sl 88[89]; Rm 4,13.16-18.22; Mt 1,16.18-21.24) 

São José, Patrono da Igreja.

“Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo” Mt 1,16.

“As fontes biográficas de são José são escassas. Os evangelhos de são Mateus e de são Lucas apenas mencionam são José. Os apócrifos não merecem fé. Era descendente de Davi. O fato saliente na vida do homem justo foi seu casamento com Maria. A tradição popular nos conta que eram muitos os aspirantes à mão de Maria. Então todos os jovens pretendentes teriam deixado seus bastões para ter um sinal. O sinal apareceu. O bastão de José, prodigiosamente, floresceu. Todos reconheceram a preferência. O matrimônio de José com Maria foi um verdadeiro matrimônio, embora virginal. Quando José percebeu que Maria ia ser mãe ficou sem saber o que fazer, que atitude tomar. Por um lado, sabia que ele não tivera parte naquela gravidez, por outro era-lhe impossível duvidar da fidelidade da esposa. Resolveu deixa-la secretamente. Sendo um homem justo, diz o Evangelho (é um adjetivo relâmpago que ilumina toda a história), não quis levantar suspeitas, nem comentar nada com ninguém. É um fato inexplicável. O dilema angustiante foi resolvido por um anjo. A atitude de José demonstrou que ele estava à altura de sua nobre e singular missão: recebeu em casa a sua esposa. Com ela, obedecendo ao imperador, foi ao recenseamento, onde o Verbo eterno apareceu neste mundo, acolhido pela homenagem de humildes pastores, dos sábios e ricos magos, mas ao mesmo tempo recebia as hostilidades do rei Herodes que obrigou a Sagrada Família a fugir para o Egito. Voltaram à solidão de Nazaré até Jesus completar 12 anos quando temos o episódio da perda de Menino Jesus e do seu encontro no Templo. Depois disso o Evangelho resume: Jesus obedecia a Maria e José, crescia em sabedoria, idade e graça... Talvez já estivesse morto quando Jesus iniciou o ministério público. De qualquer modo ficou na sombra e no silêncio de tudo. É o patrono da Igreja universal. João XXIII pôs seu nome no cânon da missa” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 18 de março de 2021

(Ex 32,7-14; Sl 105[106]; Jo 5,31-47) 

4ª Semana da Quaresma.

“Mas há um outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ela dá de mim é verdadeiro”

Jo 5,32.

“À primeira vista, quando se lê este texto bíblico, pode parecer que Jesus esteja se referindo a João Batista, aquele que viera ao povo de Israel como seu precursor. É verdade, João Batista deu testemunho a respeito de Jesus e Ele também conheceu isso. Contudo, houve um momento em que João teve dúvidas sobre quem era Jesus, ao ponto de enviar-lhe discípulo que lhe perguntaram se Ele era de fato o Cristo, ou se deveriam aguardar por outro (Lc 7,18-23). Na verdade, aqui Jesus se refere ao próprio Deus Pai. É isso que deduzimos ao lermos Jo 5,36-37 onde Ele afirma: ‘Mas eu tenho maior testemunho do que o de João, porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou. O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim’. O testemunho de Deus Pai, acerca de Jesus, como sendo o seu Filho Amado a quem devemos ouvir, aconteceu no seu próprio Batismo. As obras que Jesus realizou, seus milagres, provaram ter sido enviado pelo Pai ao mundo. E nós, pela sua Palavra, sabemos para que Ele veio ao mundo: para salvar a humanidade da condenação eterna através da sua morte e ressurreição. Hoje o testemunho a respeito de Jesus, o Cristo, Ele próprio confiou aos que nele creem, a você e a mim. É através dele que pessoas chegam a conhecer sua maravilhosa obra de amor. Por isso, não nos calemos jamais: falemos sempre com nossas palavras e vida quem é Ele para que mais gente venha a crer e dar testemunho dele. Amém. – Amado Deus e Pai, graças te dou porque testemunhaste a respeito de Jesus, teu Filho, o Messias que prometeste e enviaste ao mundo para salvar. Obrigado por me confiares este testemunho. Ajuda-me para que eu não te decepcione. Amém (Magda Brasileiro – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 17 de março de 2021

(Is 49,8-15; Sl 144[145]; Jo 5,17-30) 

4ª Semana da Quaresma.

“Jesus respondeu aos judeus: ‘Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho’” Jo 5,17.

“Jesus havia curado um paralítico no sábado. E sábado, na lei judaica, era dia de descanso. Não se podia carregar nem pequenos objetos... Tudo era considerado trabalho e consequentemente estava ferindo a lei. Pessoas que conheciam Jesus superficialmente queriam determinar o horário do seu trabalho. O fato de Jesus curar um paralítico não foi motivo de alegria entre eles, mas de recriminação, por estar fazendo milagres num sábado. Por que tanta exigência e rigor na lei do sábado? O sábado certamente estava ligado à lei maior, que é a lei do amor. Ajudar alguém a se livrar de um sofrimento não era aplicar a lei do amor? Jesus não havia pregado o amor ao próximo? Deus é um Deus que não se cansa e não faz questão de que seja noite ou dia para fazer o bem a quem quer que seja. Deus está à nossa disposição no exato momento em que dele necessitamos. É bom saber que nosso criador e Salvador não tem estafa ou preguiça... – Senhor, eu quero ser um trabalhador incansável a serviço do teu reino. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 16 de março de 2021

(Ez 47,1-9.12; Sl 45[46]; Jo 5,1-16) 

4ª Semana da Quaresma.

“Mais tarde, Jesus encontrou o homem no templo e lhe disse: ‘Eis que estás curado. Não voltes a pecar,

para que não te aconteça coisa pior’” Jo 5,14.

“Usando um pouco a imaginação podemos nos transportar para a beira da piscina, tão diferente do que costumamos ver: corpos esbeltos e esculturais, recolhendo os raios do sol para bronzear-se... Mas esta piscina de que fala o Evangelho de João não tinha nada disto: eram os enfermos, os cegos, os coxos que aí se punham a espera do milagroso movimento das águas, para se atirarem e alcançarem a cura. Um paralítico aí estava há 38 anos, num grande êxodo de fé, como o povo no deserto (cf. Dt 2,14s). Quando Jesus lhe pergunta se quer ser curado, ele responde não a partir da sua fé, mas a partir dos que não têm boa vontade para ajudá-lo. Ele não pensa e não busca a sua cura-libertação a partir de si mesmo, mas a partir dos outros... Jesus o desafia a tomar sua cama e a caminhar. Jesus chama o homem à sua fé, converte-o em senhor de sua história pessoal e, portanto, de sua própria cura. Jesus faz dele um homem novo, que toma a sua ‘cruz’ e se põe a caminho. O chamado que Jesus lhe faz, já no Templo, a que não peques mais, ressoa assim como uma advertência a que não se deixe jamais ficar aprisionado e oprimido em sua cama desumanizada. Como necessitamos desta voz poderosa que nos desafia, desde dentro, a tomar nossas enfermidades, nossas prisões interiores para pôr-nos de pé, tomar nossas fragilidades e caminhar. Quanto desejo traz Jesus em seu coração para que carreguemos nossos próprios fardos e saiamos caminhando em busca de uma vida nova. Somos nós que devemos nos dispor a buscar nossa própria libertação, sem medos e com o coração renovado de esperança. Nunca podemos esperar que resolvam os nossos problemas, antes podemos esperar que nos ajudem a situá-los para que possamos viver com esperança. – Senhor, nós te damos graças porque sempre nos estás curando das paralisias que nos roubam a esperança e nos mantêm presos em nossos males (Magda Brasileiro – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 15 de março de 2021

(Is 65,17-21; Sl 29[30]; Jo 4,43-54) 

4ª Semana da Quaresma.

“Jesus lhe disse: ‘Podes ir, teu filho está vivo’” Jo 4,50.

“Um funcionário do mais alto escalão de Herodes Antipas, governador das regiões da Galileia e Pereia, partiu de Cafarnaum para Caná, que ficava a uma distância de 25Km. Qual o motivo que o levou até lá? Seu filho encontrava-se doente, à beira da morte, e ele buscou ajuda em Jesus. Aliás, ele pediu que Jesus fosse com ele até Cafarnaum, antes que seu filho morresse. O Mestre, porém, respondeu-lhe: ‘Vai, teu filho está passando bem’. E o homem, acreditando na palavra de Cristo, partiu. Estava ele ainda a caminho quando lhe vieram ao encontro alguns dos seus servos que lhe anunciaram que seu filho vivia. Ao perguntar sobre a hora em que o filho melhorara, informaram-lhe que fora à uma tarde do dia anterior. Foi então que ele, o pai, lembrou-se que foi naquela hora que Jesus lhe dissera que seu filho iria viver. Confiar em Jesus, eis algo que este homem fez. Ele confiou na sua Palavra e dela não duvidou. Ele creu que aquilo que Jesus lhe dissera era verdadeiro e por isso foi para casa na certeza de que a Palavra do Mestre se cumpria. Amigo, amiga: você e eu também podemos, com este homem, confiar em Jesus. Ele, por exemplo, em sua palavra afirmou: ‘Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá’ (Jo 11,25). Por mais que a gente não queira pensar na morte, ela, um dia, virá. Ou um amigo, um familiar ou mesmo a gente pode morrer a qualquer momento. Pois Cristo nos promete ser a ressurreição e a vida e que todo que nele crer, mesmo que morrer, voltará a viver, será ressuscitado. Jesus nunca mentiu. Sempre falou a verdade. Confiemos na sua Palavra. Nós, os que cremos, viveremos. Amém. – Senhor Jesus, que bom saber que tudo o que prometeste se cumprirá. Como é bom saber que todos os familiares queridos, que morreram crendo em ti, ressuscitarão. Aumenta minha fé em ti e me conserva nela até o fim. Amém (Egon Martim Seibert – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

4º Domingo da Quaresma – Ano B

(2Cr 36,14-16.19-23; Sl 136[137]; Ef 2,4-10; Jo 3,14-21).

1. Esse é o domingo da alegria, na dinâmica preparativa da Quaresma para a Páscoa, já mais próxima. E as leituras se unem para nos falar que a história do pecado e da infidelidade do ser humano a Deus é paralela à história do perdão e amor de Deus a essa mesma humanidade.

2. O autor do Livro das Crônicas nos oferece uma teologia da história do povo eleito. O texto que nos é oferecido resume o ritmo ternário do filme sem fim: aliança com Deus, pecado do homem e perdão de Deus.

3. O texto começa falando das infidelidades à aliança; Deus envia seus mensageiros, e aqui estamos falando de Jeremias, eles não os escutam, vem o castigo: destruição de Jerusalém e do seu Templo e ainda vão exilados para a Babilônia; o salmo de hoje canta essa saudade do povo no exílio; por fim vem o agir de Deus através de Ciro.

4. É dessa misericórdia de Deus que fala a 2ª leitura, refletindo sobre o mistério salvífico, e nos preparando para a escuta do Evangelho. Em Jesus Cristo encontramos o sinal da gratuidade, do amor e da ternura de Deus, o sacramento de sua compaixão para com o homem pecador, que não pode alegar mérito próprio, tudo é graça.

5. O evangelho é a segunda parte do diálogo noturno entre Jesus e Nicodemos, onde não se distingue bem quais são as palavras de Jesus e o que é reflexão cristológica do nosso autor. Se no passado, Deus ofereceu salvação ao seu povo através do símbolo da serpente elevada numa haste, uma outra elevação trará nova salvação.

6. Tudo isso tem um motivo: o amor de Deus pelo ser humano e também uma finalidade: salvar e não condenar o mundo. Dirá Jesus mais tarde: ‘Quando eu for elevado da terra atrairei todos a mim” (Jo 12,32). Então, Ele dará vida eterna, vida em plenitude a quem nele crer.

7. Tudo se resume no amor de Deus que se antecipa ao amor humano. Quando nos é pedido para a amar a Deus acima de todas as coisas, é porque Deus nos amou primeiro e nos precedeu em seu carinho, manifestado em Cristo Jesus.

8. Deus não pode deixar de amar, porque é Amor. Se nos sentimos olhados por alguém com amor, ficamos alegres, abrimo-nos para ele; e se esse outro for Deus? Somos alguém para Ele; por que? Por puro dom dele mesmo.

9. Fomos criados no amor e para o amor. Por isso Paulo nos lembra que as boas obras devem reger o nosso agir, como resposta ao carinho de Deus. Para isso colocamo-nos sob a Sua luz, para entendermos que o fato de sermos amados por Deus não nos fecha num círculo em torno do qual cresce o desinteresse pelos outros. Também eles são amados por Deus.

10. Se tudo isso nos deixa indiferentes e frios como cristãos e crentes, como batizados e amados de Deus, algo em nós está errado, pois denuncia uma perda de sentido e de total consciência religiosa que nos impede de captar a surpreendente novidade: a predileção de Deus que ama o ser humano. 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 13 de março de 2021

(Os 6,1-6; Sl 50[51]; Lc 18,9-14) 

3ª Semana da Quaresma.

“O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos” Lc 18,9-14.

“Lucas sabe de um perigo que corremos na vida espiritual: o de nos imaginar perfeitos. Ele fala de um orar incessante. Mas uma imagem tão idealizada da oração sempre tem também um reverso. Corremos, então, o perigo de nos colocar acima dos outros na própria oração. Sentimo-nos, então, superiores aos demais. Na parábola do fariseu e do publicano, Lucas nos alerta contra o perigo de uma idealização unilateral, e mostra-nos o polo oposto (Lc 18,9-14). A oração do fariseu é uma piedosa auto espelhação. Gira somente em torno de si mesmo. Nesta parábola Lucas nos pinta duas maneiras de orar: a oração do fariseu, satisfeito consigo mesmo, e a oração do publicano humilde. Do ponto de vista puramente material, já há diferença entre a oração do fariseu e do publicano. A do fariseu é longa; a do publicano se destaca pela brevidade. Por outro lado, no fariseu a preparação para a oração é curta. Ele simplesmente chega e começa a orar. O publicano, porém, para na entrada, não tem coragem de levantar os olhos e bate no próprio peito. Ele expressa a sua oração sobretudo corporalmente. O fariseu, na sua oração, fica girando em torno de si mesmo. Ele se aproveita de Deus para ilustrar a si mesmo devidamente. Para ele, o que importa não é Deus, mas sua própria perfeição. O texto grego diz literalmente: ‘Ele orava a si mesmo’. Ele usa estas palavras: ‘Deus, agradeço-te porque não sou como os outros’ (Lc 18,11). Mas a bem dizer, ao orar, ele não sai de si mesmo. Ele não olha para Deus, mas exclusivamente para a sua própria pessoa. Muitas pessoas piedosas pensam que rezam a Deus. Mas ficam dentro de si mesmas, oram a si mesmas, adoram a si mesmas. Abusam da oração para demonstrar sua própria grandeza, para se colocar sob a devida luz diante de Deus e dos homens. O publicano, porém, sente quão longe se encontra de Deus. Ele reconhece, diante de Deus, quem realmente ele é. Por isso ele bate no próprio peito e reza: ‘Ó Deus, tem compaixão do pecador que eu sou’ (Lc 18,13). Depois o próprio Jesus faz o seu comentário sobre essas duas maneiras de orar. O publicano, depois da sua oração, vai para casa como um justo. Ele reconheceu diante de Deus a sua própria verdade, e apresentou-lha, cheio de arrependimento. O fariseu valeu-se de Deus apenas para se exibir. Somente aquela oração em que nos apresentamos a Deus sem dó de nós mesmos há de nos orientar para Deus, tornando-nos justos” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).            

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 12 de março de 2021

(Os 14,2-10; Sl 80[81]; Mc 12,28-34) 

3ª Semana da Quaresma.

“Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência e disse: ‘Tu não estás longe do Reino de Deus’.

E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus” Mc 12,34.

“Não estão longe do Reino de Deus aqueles que entendem e vivem a ‘paixão por Deus e pela humanidade’. Jesus trazia esta dupla vertente em seu coração, em suas palavras e em tudo o que fazia se percebia este duplo movimento. Jesus introduz algo novo e inédito na Lei, reafirmando o que já disseram os profetas, levando assim a Lei às suas últimas consequências. Quem o sabe, a partir dessa nova formulação dada por Jesus, o sábio escriba, diante dos seus ouvintes, poderia fazê-los entender que o amor a Deus e ao próximo superam a Lei, os dogmas, as normas, a religião, a moral etc. Neste tempo de tanta indiferença, faz-nos um bem enorme voltar a esta página do Evangelho para nos calar diante do Mestre e deixar que suas palavras encontrem eco em nosso coração. Diz-nos Jesus que a suprema Lei é o amor! Amor que cuida, protege e defende a vida. Amor que não é simplesmente desejo, mas a força poderosa que agiganta os corações, que dá asas ao desejo de servir e silencia, com vergonha da nossa desumanidade, diante das vidas que são relegadas a não viver. Como não amar aos irmãos e irmãs, quando professamos que amamos a Deus? Será que somos todos mentirosos e mentirosas, como nos diz São João? (1Jo 4,20). Viver estes dois mandamentos, que se resumem em um só, ajudar-nos-á a vencer a ‘globalização da indiferença’. Quando os jornais estampam cenas de violência contra os mendigos, quando os migrantes são impedidos de cruzar uma fronteira em busca de uma vida melhor para suas famílias, quando homens, mulheres e crianças são traficados é sinal de que estes mandamentos maiores estão longe de serem prática cotidiana dos cristãos. O ódio, a violência, a intolerância e a indiferença só se vencem com o amor, porque só o amor a Deus e ao próximo podem salvar a nossa humanidade! – Jesus Mestre, que nosso amor a Deus se concretize no amor aos irmãos e irmãs, especialmente aos mais necessitados (Magda Brasileiro – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 11 de março de 2021

(Jr 7,23-28; Sl 94[95]; Lc 11,14-23) 

3ª Semana da Quaresma.

“Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu,

o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas” Lc 11,14.

“Belzebu é um nome diferente dado a Satanás, ao diabo. Jesus havia ensinado aos seus discípulos como rezar. Orientou-os a confiar, a buscar, a bater à porta e, com esperança, serão atendidos. No vers. 14 desse capítulo, Jesus está mostrando mais uma vez o seu poder sobre os demônios. Apesar de alguns se admirarem, outros, com maldade, criticarem o que era feito, dizendo ter Ele expulsado o demônio com o poder de satanás. Esse fato mostra, mais uma vez, como aquele povo era desligado. Esse Jesus, que havia demostrando tanto poder, ainda era confundido com o mal. E Jesus, mais uma vez, chama a atenção daquela multidão para o poder de Deus dizendo: ...se expulso os demônios pelo dedo de Deus, é que chegou certamente o reino de Deus até vós. A lição que Cristo nos dá é que um reino não pode ser dividido. Um povo não pode ter dois senhores. Servir a Deus acima de todas as coisas e aceita-lo como único salvador de nossas almas, só assim seremos redimidos de nossos pecados. – Ajuda-me, Senhor, a te servir como único salvador. Que eu não tenha outros deuses diante de mim. Amém” (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffman – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 10 de março de 2021

(Dt 4,1.5-9; Sl 147[147B]; Mt 5,17-19) 

3ª Semana da Quaresma.

“Em verdade eu vos digo, antes que o céu e a terra deixem de existir,

nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra” Mt 5,18.

“Para a comunidade de Mateus, de judeus convertidos, driblar um pequeno pontinho da Lei poderia significar uma transgressão imperdoável e até mesmo permitir a exclusão da sinagoga. Por isso, o texto nos sugere uma apresentação rigorosa sobre a Lei, mas da nova Lei, encarnada por Jesus, a Lei do amor. O texto deixa claro para nós que a questão da Lei não era uma coisa pacífica: que muitos ainda se deixavam guiar pela Lei do Talião, pela lei do mais forte. No entanto, Jesus, sem sequer pensar em abolir em ‘i’, leva a Lei à sua mais profunda radicalidade. A Lei, assim como Ele próprio está para a vida do mundo. Não existe lei humana nenhuma que possa suplantar a lei trazida por Jesus, que é de respeito e serviço à vida, de amor e de verdade. Com estas balizas, Jesus aponta qual é a lei que dirige o reinado de Deus, sem atenuantes, sem meias-medidas. Jesus irá repetir inúmeras vezes: ‘Ouvistes o que foi dito [...], porém, eu vos digo [...]’ (Mt 5,21.31.33.38.43) deixando claro a sua autoridade para colocar-se diante do povo, chamando-o a um novo caminho, onde a utopia evangélica aponta para a novidade do Reino. A palavra de Jesus sobre a Lei vem despertar-nos para o fato de termos de abandonar certas tradições que já não produzem vida ou que até mesmo reforçam a discriminação, impedem os relacionamentos e dificultam a convivência fraterna. Nossas igrejas e comunidades, assim abertas, acolhedoras, com menos mandamentos e com mais ternura e misericórdia sairão em busca dos perdidos e cansados do buscar o lugar onde possam proclamar com alegria: ‘aqui é o meu lugar, porque aqui mora Deus’ e, onde mora Deus, tem lugar para todos. – Bondoso Senhor, não permitas que apoiemos as leis injustas que prejudicam a vida dos pequenos e pobres. E, se as temos, que nos sintamos fortalecidos para refazê-las em nome da vida que nos viestes trazer” (Magda Brasileiro – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Terça, 09 de março de 2021

(Dn 3,25.34-43; Sl 24[25]; Mt 18,21-35) 

3ª Semana da Quaresma.

“Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?” Mt 18,33.

“Num domingo, ao saírem da igreja, como de costume, os amigos Pedro e Paulo estavam cruzando a praça e contemplando as frondosas árvores que ali encontravam. De repente, Pedro falou ao Paulo: ‘Amigo, eu vejo que hoje estás diferente? Estás calado, angustiado... O que aconteceu? Conta-me’. Paulo tomou coragem e disse: ‘Sabe, Pedro, é o meu vizinho, o André. Eu o vi pegando, por cima do muro, umas laranjas de minha laranjeira. Não quero mais saber dele. Ladrão eu não perdoo’. Então Pedro convidou o amigo para sentarem num banco e começou a lembrá-lo do Evangelho sobre o qual havia pregado na igreja. Nele Jesus contara que um homem fizera um acerto de conta com os seus devedores e perdoou a um devedor seu cuja dívida era imensamente menor. E ele então falou: ‘Paulo, Deus nos perdoou os nossos pecados por amor; Ele perdoou a dívida que nenhum de nós pode resgatar. Ele, Deus, espera de mim e de ti, os que Ele perdoa, o mesmo gesto, a saber, que tenham compaixão e perdoemos os que nos ofendem’. Perdoar nem sempre é fácil para nós humanos. Contudo, quando nos lembramos do perdão que Deus nos concede sem que o mereçamos, mas por amor, este ato de compaixão divina mexe com a gente e nos motiva a agir em amor e a também perdoar. Muitas vezes, ao longo de nossas vidas, somos ofendidos. Muitas vezes ofendemos também. Nada como lembrar a vontade expressa pelo nosso Salvador com respeito a esse assunto. Tenhamos compaixão e saibamos perdoar os que erram contra nós assim como Ele tem compaixão de nós e nos perdoa os nossos pecados. Amém. – Senhor, perdoa-nos porque muitas vezes nos inclinamos a endurecer nossos corações para não perdoar os que nos ofendem. Ajuda e move a cada um de nós com o teu amor a perdoarmos do mesmo modo como Tu nos perdoas. Amém (Egon Martim Seibert – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite