Sexta, 31 de agosto de 2018


(1Cor 1,17-25; Sl 32[33]; Mt 25,1-13) 
21ª Semana do Tempo Comum.

“O Justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorifica-lo. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o!” Sl 33,1-2.

“Alguns dentre o povo de Israel faziam tudo errado. Eles pensavam que o Senhor pertencia a eles; na realidade, eles pertenciam ao Senhor. Deus não é só uma divindade entre muitas. Ele é o único Deus, o verdadeiro Deus, o Soberano sobre toda a terra. Deus até mesmo governa sobre os povos que não creem nele nem o conhecem. Deus reina sobre o ateu. Esse salmo lembrava Israel (e lembra a nós) como o Senhor realmente é grande. Ele é o Criador que falou, trazendo o universo à existência. Ele é o Governante que pode levar nossos planos bem-intencionados a nada, mas cujos planos permanecerão para sempre. Deus é o vigia que observa todos os que habitam sobre a terra; ‘ele, que forma o coração de todos, que conhece tudo o que fazem’ (v. 15). O Senhor é o Protetor que guarda aqueles que lhe pertencem, ‘aqueles que firmam a esperança em seu amor’ (v. 18). Talvez sua visão acerca de Deus seja muito limitada. Se você vê o Senhor sentado no céu, cruzando os dedos e esperando que tudo na terra funcione de alguma forma, você precisa dar um passo para trás e observar a cena como um todo. Deus é aquele que criou tudo, que mantém tudo e que controla tudo para realizar seus desejos e planos. Ele também é nosso Pai. Estamos sob seu olhar e em sua mão. Ele é nossa esperança e nossa ajuda. Quando você vê Deus através dos óculos do salmo 33, tudo que você deseja é adorá-lo, confiar nele e servir a ele. Cante ou fale o salmo 33 para Deus como sua própria expressão pessoal de adoração. Afinal, ele está vendo a resposta de seu coração neste exato momento. Não encontramos segurança em governantes ou em armas, mas no olhar atento do Senhor” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil). 

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 30 de agosto de 2018


(1Cor 1,1-9; Sl 144[145]; Mt 24,42-51) 
21ª Semana do Tempo Comum.

“Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” Mt 24,42.

“Tivemos a ilusão de que viveremos para sempre. Que a morte acontece sempre para os outros. É com esta convicção ou ilusão que vamos vivendo nossos dias sem muito nos preocupar com as realidades espirituais. Colocamos toda a nossa energia na atividade material. Até pensamos que o mundo espiritual, o cuidado com a oração, a caridade, a fé, Deus e o Reino de Deus, podem ficar para nossos anos de velhice, quando nossas forças físicas estão acabando. Jesus Cristo fala para estarmos atentos sempre. Isso não significa medo, nem quer nos induzir ao medo. Deus não é causa de medo. Porém, nos alerta para sermos fiéis a seu amor e à nossa vocação. Vocação que é viver seu plano de vida e amor, de verdade e justiça, de paz e solidariedade em todos os dias de nossa vida. Do nascimento até a morte e a morte como realização plena de nossa vocação. Em cada momento está toda a nossa vida. Não há vidas passadas, presentes ou futuras. Não estamos prendidos no passado, nem vivendo só em possibilidades de futuro. No aqui e agora está a intensidade da vida. No momento do agora deve estar a vida em globalidade. Este é o meu momento pleno e importante. Sou aquilo que sou agora. Não aquilo que fui no passado e nem aquilo que serei. Meu valor está no agora. O que realizarei pode pesar na balança de minha vida, mas o decisivo é o agora. É agora que devo estar na presença de Deus. É no agora que sou eu mesmo. Esse é o chamado que o Cristo faz a todos. Viver este momento como se fosse o último. Vive-lo em intensidade. – Senhor Deus, obrigado pelo meu minuto presente. Obrigado pelo meu segundo atual. Que eu valorize em intensidade. Tu estarás presente n’Ele. Ele é teu. Ele é meu na medida em que o faço Teu. Teu, cheio de vida e amor. Teu, cheio de esperança e decisão para uma vida realizada. Amém”  (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 29 de agosto de 2018


(Jr 1,17-19; Sl 70[71]; Mc 6,17-29) 
Martírio de João Batista.

“Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava” Mc 6,17-29.

“Custou caro para João Batista sua coerência de profeta, denunciando a devassidão de Herodes. Foi parar na cadeia. Mesmo acorrentado, sentia-se livre para continuar exercendo sua missão de profeta. Quem, na verdade, estava preso nas próprias paixões desordenadas era Herodes. João Batista, como leão indomável, detido na jaula, lá de dentro continuava a fustigar a consciência de Herodes. O testemunho de vida e as palavras do austero profeta chegaram a produzir algum efeito. Ao ouvi-lo, Herodes se sentia embaraçado. Mas estava mergulhado de maneira tão profunda em sua devassidão, que de nada adiantou o esforço do profeta. Ao contrário, fez aumentar a culpa de Herodes, ao se ver envolvido na trama da malvada Herodíades, que acabou pedindo a cabeça de João Batista. Este episódio serviu de sinal de alerta para Jesus. Ao tomar conhecimento da morte de João Batista, Jesus saiu da Judeia, e foi para o norte, longe do alcance do ditador. João tinha apresentado Jesus ao povo, apontando-o como o ‘cordeiro de Deus’. Não deixava de ser um perigo levar a fama de messias, pois toda a situação de poder intrigava o sistema de autoridades subalternas do Império Romano. Mas, com sua morte, João acabou servindo de alerta, e de certa maneira blindou Jesus de ser levado precocemente ao tribunal. João colocou sua vida a serviço da promoção do Cordeiro de Deus. Nisto consistiu sua grande missão, assumida de maneira comovente: ‘importa que Ele cresça e que eu diminua’. Nisto esteve sua grandeza. – Senhor, na memória do martírio de João Batista, pedimo-vos o discernimento de espírito e a coragem necessária para denunciar toda a prepotência que ceifa a vida de pessoas inocentes. Que João Batista continue servindo de exemplo para vossa Igreja cumprir sua missão profética. Amém! (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia (2015) – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 28 de agosto de 2018


(2Ts 2,1-3.14-17; 95[96]; Mt 23,23-26) 
21ª Semana do Tempo Comum.

Dando continuidade ao texto de ontem na interpretação do evangelho do dia: “A quarta invectiva faz referência ao pagamento do dízimo que os escribas tinham tornado mais rigoroso em relação ao mandamento original do Deuteronômio (Dt 14,23). Jesus não se opõe à prática de cobrar o dízimo. Mas ele acusa os escribas de esquecerem-se, no meio de tantas regulamentações, do essencial: ‘a justiça, a misericórdia e a fidelidade’ (23,23). Para Jesus, assim como para Mateus, essas três atitudes que circunscrevem o mandamento principal do amor são decisivas em qualquer ação religiosa. Sem o amor, de nada adianta praticar a religião. Jesus realça esse ensinamento, aplicando aos fariseus o provérbio que fala dos que, antes de tomar vinho, filtram o mosquito e engolem o camelo, o que era considerado um animal tão impuro quanto o mosquito. Insistindo em ninharias, não se dão conta da impureza que se mistura à sua piedade e acabam se engasgando com camelos. A quinta invectiva fala da purificação da taça que simboliza o ser humano. Não adianta limpar só o lado de fora. O homem deve olhar para dentro de si, onde há rapina e intemperança (23,25). Existe aí uma referência à cobiça dos fariseus que subtraem os bens dos pobres. Mas pode tratar-se também do perigo espiritual que consiste em querer assenhorar-se de Deus. Cometem-se abusos com a espiritualidade para confirmar assim a própria intemperança e aparecer diante dos outros. Não satisfeitos com a sua condição humana, os homens recorrem à ideologia espiritual para ser mais que tudo, querendo ficar acima de Deus. Deus quer dominar sobre o homem. Ele não admite ser usado pelo homem para este elevar-se acima de sua condição humana”  (Anselm Grun – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 27 de agosto de 2018


(2Ts 1,1-5.11-12; Sl 95[96]; Mt 23,13-22) 
21ª Semana do tempo Comum.

No evangelho de hoje vemos Jesus desferir várias repreensões aos mestres da lei e fariseus. Trago aqui a interpretação de Anselm Grun para esse texto: “Não pretendo interpretar cada uma das invectivas individualmente. Elas devem ser vistas como uma advertência contra o abuso espiritual que acontece hoje, sobretudo no aconselhamento espiritual personalizado, mas também no caso de alguns gurus espirituais dentro e fora da Igreja que são hábeis quando se trata de entusiasmar as pessoas para Cristo, mas se aproveitam inconscientemente desse entusiasmo para prender as pessoas a si próprios. Mateus calcula que nas comunidades cristãs também devem existir escribas que interpretam a mensagem de Jesus na perspectiva do Antigo Testamento. As invectivas se aplicam também a esses escribas cristãos: mesmo falando do Reino dos céus, não entram nele. Eles não se envolvem verdadeiramente com Deus e com seu senhorio. Com as suas explicações, eles gostariam de mandar em Deus sobre o qual eles sabem tudo. Como eles próprios não entram, impedem até mesmo os seus ouvintes de entrar no Reino dos céus (23,13). A segunda invectiva (23,15) tem em mira os mestres espirituais que transformam os outros em dependentes e os seduzem a um fanatismo cego. Essa experiência não deve ficar restrita naquele tempo aos próprios cristãos que se viram acossados com paixão especial pelos recém-convertidos por missionários judeus. É uma experiência que vale até hoje. Os adeptos fanáticos de mestres espirituais são intolerantes. Eles podem ser usados para toda e qualquer maldade, cometem atentados suicidas, insultam os fiéis de outras crenças e se mostram intransigentes. A terceira invectiva destoa das outras. Mateus dispensa a introdução rotineira quando se dirige apenas aos ‘guias cegos’, explicando-lhes como distorcem o sentido da prática religiosa porque insistem em normas mesquinhas, como, por exemplo, nas circunstâncias precisas em que o juramento ganha validade absoluta (23,16-22). Parece uma controvérsia estranha para nós. Mas hoje vemos distorções semelhantes no mundo da religião. Regras externas são tidas como mais importantes do que o sentido da religiosidade. Muitas vezes, o pensamento obsessivo é alimentado por diretrizes mesquinhas desse jaez. As pessoas são levadas a atos compulsivos, dos quais dificilmente conseguirão livrar-se mais tarde” (Anselm Grun – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

21º Domingo do Tempo Comum – Ano B


(Js 24,1-2a.15-17.18b; 33[34]; Ef 5,21-32; Jo 6,60-69).

1. Esse domingo encerra a reflexão em torno do discurso do Pão da Vida, a partir do capítulo 6 de São João, interrompido no domingo anterior. A fé em Deus e em sua Palavra estão no centro da nossa reflexão.

2. A assembleia convocada por Josué na 1ª leitura é um desses momentos em que a caminhada do povo de Deus, para avançar, necessitava de uma profunda renovação da fé Naquele que fez e fará.  Mas essa aliança renovada continuamente fica sempre na dependência da observância dos mandamentos do Senhor, de sua Palavra.

3. A relação matrimonial entre um homem e uma mulher tem também por base uma aliança estabelecida entre ambos. Mas Paulo propõe algo ainda mais alto: tomar como modelo dessa relação aquela que se estabeleceu entre Cristo e a Igreja.

4. Daí podemos compreender essa submissão da mulher ao marido, tomando a Cristo como cabeça desse corpo que é a Igreja, pois Cristo, o esposo, deu por ela a própria vida. Paulo está trabalhando sobre imagens já usadas no Antigo Testamento, quando Israel era visto como a esposa de Deus.

5. Paulo não pensa tanto numa atitude servil, mas nos padrões culturais da época, o homem aparece como guia da família, e convidado a amar a sua esposa como a si mesmo, não poderá abusar de tal ‘submissão’. As famílias que formam a comunidade cristã são chamadas a viver uma relação mais significativa, tendo a Cristo como referência de entrega, amor e doação. Mesmo em novos tempos, os desafios permanecem.

6. A palavra dura escutada pelos que ouviam Jesus, foi o convite a comer de Sua carne e a beber o Seu sangue. Mas tal compreensão das palavras de Jesus só é possível se ultrapassarem as aparências para entenderem a realidade espiritual ali oculta, pois outros fatos virão a desafiá-los na compreensão do mistério da Sua pessoa.

7. Jesus está novamente exigindo aquilo que se tornou difícil aos seus contemporâneos: uma fé capaz de fazer uma releitura dos fatos passados em suas relações com Deus e perceber em Jesus a novidade e a potencialização de uma comunhão entre Deus e o Seu povo, desejada e projetada desde sempre.

8. Mas Ele recorda que tudo isso está envolto em um certo mistério, pois é o Pai quem conduz à fé no Filho. Por isso não faz concessões para que permaneçam. Ali já começa o drama da Paixão, da solidão experimentada na Cruz, mesmo dos doze, que perplexos, ainda permanecem.

9. Vivemos um tempo de muitas Palavras, onde precisamos discernir o que de fato contribui para o nosso crescimento humano e espiritual. A indagação de Josué no passado sobre a fé em Deus, tinha a ver com uma nova realidade de outros povos ao entorno, que não comungavam da mesma fé.

10. Mas sabemos que esse mesmo povo mergulhou num ritualismo profundo como busca de uma identidade social, cultural e política, sem atingir de modo profundo a própria vida. Daí a proposta de Jesus ser algo impossível. O cristianismo correu e corre sempre o mesmo risco, se a nossa fé não estiver assentada na pessoa de Jesus, não tanto em normas e ritos.

11. Somos desafiados a comungar dessa mesma fé de Pedro, que mesmo não entendendo tudo, sabe que a palavra de Jesus traz em si algo diferente. Isso serve para as decisões da vida pessoal ou da vida em comum, como casal, no cuidado de um pelo outro, pelos filhos, e dessa relação, o cuidado pela vida no seu todo, como ensinou e viveu Cristo Jesus.

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 25 de agosto de 2018

(Ez 43,1-7; Sl 84[85]; Mt 23,1-12) 
20ª Semana do Tempo Comum.

“Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de mestre, pois um só é vosso mestre e todos vós sois irmãos”.
Mt 23,8.

“A partir do versículo 8, Jesus se dirige diretamente à comunidade cristã e seus chefes: ‘Quanto a vós, não vos façais chamar de ‘mestres’: porque tendes um só mestre e sois todos irmãos’. Rabi é um título honorífico que significa ‘meu amo’ ou ‘meu grande’. É de se supor que esse título tenha sido não só para o tratamento dos fariseus, mas também dentro da comunidade cristã. Mateus não luta contra os exegetas dentro da comunidade cristã, porque toda comunidade precisa de pessoas instruídas que conheçam a Sagrada Escritura e que a interpretem para a comunidade. O próprio evangelho de Mateus demonstra que naquela época havia escribas na comunidade, uma vez que o próprio evangelista era um deles. O que Mateus condena é o amor de alguns escribas a títulos e poderes. A comunidade cristã se compõe exclusivamente de irmãos e irmãs. Todas estão igualmente sujeitos ao único mestre: Cristo. A palavra adelphoi = irmãos exprime tanto a igualdade dos irmãos quanto a solidariedade que deve reinar entre eles” (Anselm Grun – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 24 de agosto de 2018


(Ap 21,9-14; Sl 144[145]; Jo 1,45-51) 
São Bartolomeu.

“Natanael disse: ‘De Nazaré pode sair coisa boa? ’ Filipe respondeu: ‘Vem ver! ’” Jo 1,46.

“Não há lugares privilegiados para nascerem pessoas ‘gênios’. A terra é generosa em todos os lugares. A vida concede oportunidade a todos. Não há lugares melhores ou piores. A coisa boa, acima de tudo, é a vida e todos os seus frutos podem desabrochar em qualquer lugar. Porém, nem sempre se acredita nos fatos. Nem sempre se dá crédito às palavras. A palavra é tão usada que se torna vazia. Especialmente quando muito se fala de uma mesma pessoa ou de um mesmo fato, a gente começa a desconfiar. Penso que se estava falando muito de Jesus Cristo e de sua pequena cidade de Nazaré. Os mesmos fatos se repetem hoje em dia. Todos os grandes mestres e artistas, todos os grandes cantores e músicos vivem em grandes cidades. Mesmo que tenham nascido em lugares desconhecidos, o que conta é onde estão morando agora. O que poderá vir de bom de um lugarejo como Nazaré? Natanael quer provas. Quer ver. Quer escutar. Quer conhecer e sentir. E é convidado: ‘vem e vê’. Muito importante é o testemunho. É a experiência. Todos somos um pouco Tomé. Queremos ver e tocar para crer. Melhor que assim não fosse, porém nossa condição de carne e osso, muitas, o exige. Natanael é convidado a fazer a experiência e a faz. Vai, conhece o mestre, e o segue. Vê em sua pessoa e escuta em suas palavras a mensagem da vida e da salvação. Nossas palavras recebem autoridade quando seguidas de fatos. Quando se tornarem testemunho. A palavra é muito importante, mais importante quando ela se torna um fato. Por isso, a Palavra Jesus Cristo, o Verbo eterno, se tornou pessoa, se fez carne. – Senhor Deus, muitos falam de Ti. Dizem onde Tu estás. Fala de tua presença. Nem sempre te vejo e te sinto. Que eu creia mais para sentir tua presença em todas as realidades e em todos os lugares. Tu estás em todos e em tudo. Que eu te veja, Senhor. Amém (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 23 de agosto de 2018


(2Cor 10,17—11,2; Sl 148; Mt 13,44-46) 
Santa Rosa de Lima.

“Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda, e não aquele que se recomenda a si mesmo”
2Cor 10,18.

“Existem vários tipos de propaganda: a pessoal – o que faço ou o que não faço; a propaganda feita pelos outros – boa ou ruim; a propaganda virtual de um eu inventado por mim, mas que não sou eu mesmo. Pois bem, o erro e o desgaste na relação humana estão nas falsas propagandas, pois existe uma necessidade de autoafirmação que nutre fortes insatisfações e decepções com o passar do tempo. Ser humano é ser em contradição, mas isso não quer desvalorizar ninguém, pelo contrário, quer alertar a todos que é possível viver a graça de Deus em busca da santidade. Mesmo caindo no pecado, Deus oferece a sua misericórdia e espera que a pessoa mude sua conduta e corresponda ao projeto de Deus. Que a propaganda de si mesmo seja exibida nas ações, nas pequenas coisas e gestos, nas atitudes diárias, na relação humana e não simplesmente virtual. O Senhor chama a uma vida de doação, de entrega sem reservas, valorizando em cada um o dom que lhe foi dispensado e que deve ser colocado a serviço não de si próprio, mas de todos. O Senhor recomenda a cada um conforme a resposta que lhe dão. Se a resposta for positiva, Ele o recomenda com a vida em plenitude. Se a resposta for negativa, Ele o recomenda com sua misericórdia, basta a pessoa se render ao amor misericordioso de Deus e se entregar definitivamente – Deus de amor e misericórdia, confiantes em vossa recomendação, queremos que aja em nós e nos desperte para a doação diária e que ajamos conforme os dons que nos destes. Assim seja!” (Anderson Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia (2017) – Vozes) 
   Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 22 de agosto de 2018


(Is 9,1-6; Sl 112[113]; Lc 1,26-38) 
N. Sra. Rainha.

“Maria, então, disse: ‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o anjo retirou-se. Lc 1,38.

A celebração da memória obrigatória de Maria Rainha, traz para nós o evangelho da anunciação e consequente resposta da Virgem como base de tudo o que lhe sucederá e das honras que lhe prestamos hoje e sempre. Outras reflexões para essa memória podem ser vistas nos anos anteriores. “O idoso sacerdote Zacarias reage com dúvida ao anúncio do anjo Gabriel. Maria, a jovem moça simples de Nazaré, acredita no anjo. Vemos aqui novamente o contraste. Também dentro de nós encontram-se os dois polos: a dúvida e a fé. Lucas nos convida a confiar mais no polo da fé, como Maria. Maria obteve graça junto a Deus. Deus nela se compraz e, por isso, dirige-se a ela com amor. O que o anjo promete a Maria vale também para nós. Também em nós Deus tem seu agrado. Mas nós não correspondemos a isso. Maria entrega-se à graça divina: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Aconteça comigo segundo a tua palavra’ (Lc 1,38). Maria se vê aqui como representante do povo de Israel. Enquanto Israel se rebelou contra a vontade de Deus, ela a cumprirá, representando o povo. Nesta palavra, Lucas mostra sua alta estima por Maria como mulher. Diferente do homem Zacarias, ela se entrega à palavra de Deus. Confia. Uma mulher torna-se a representante do povo de Israel. É por ela se entregar à palavra de Deus que haverá salvação para o povo. O agir parte de Deus, mas deixar Deus agir nele depende também do ser humano. Maria abre, na sua vida pessoal, o espaço para o agir divino. Isso tem consequências para a humanidade inteira” (Anselm Grun – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).
 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 21 de agosto de 2018


(Ez 28,1-10; Sl Dt 32; Mt 19,23-30) 
20ª Semana do Tempo Comum.

“Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados e perguntaram: ‘Então, quem pode ser salvo?’ Jesus olhou para eles e disse: ‘Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível’” Mt 19,25-26.

“Jesus fala do problema dos ricos. Dos que têm o coração amarrado ao mundo material. Rico é aquele que está preso aos bens materiais, e não tem tempo e nem disposição para viver os valores espirituais. A riqueza que prende o coração humano e não o deixa livre para uma vida espiritual, não o deixa livre para a busca dos valores como: solidariedade, ajuda, vida comunitária, partilha. Não são somente os bens matérias, mas também o comodismo, a vida fácil, o prazer, o interesse pessoal acima do comunitário e social que prende o coração. Tudo o que prende o coração humano e não deixa livre para a única riqueza que é Deus, concretiza a mensagem de Jesus que diz: ‘nenhum rico entra no Reino dos céus’. Este ensinamento de Jesus lembra outra frase do ensinamento da palavra de Deus quando diz: ‘onde está o teu tesouro, ali estará teu coração’. O coração das pessoas, os pensamentos e sentimentos, os interesses e energia, tudo está dirigido pela decisão da escolha. Quem escolhe os bens materiais ou a si mesmo coloca seu coração neste tesouro. É um tesouro frágil que passa com o passar dos tempos. Os apóstolos, que ainda estavam presos às suas redes e barcos, presos a seus interesses, porque seu coração ainda não tinha se decidido por Cristo, se assustaram da proposta. Porém, Jesus faz acreditar na possibilidade de mudança e conversão. Na possibilidade de mudança de tesouro. Deus oferece ocasiões e fatos que mexem com o coração humano. Até uma doença pode tornar-se um instrumento de conversão e de bênção. O importante é crer na força de Deus que está no coração de cada um. – Sei, meu Deus, que meu coração permanece insatisfeito enquanto não repousar em Ti. Sei que a única riqueza que pode saciar minha fome de vida, paz e felicidade, és Tu. Que eu não me perca no meio dos tesouros passageiros. Que passe por eles, me sirva de todos eles para chegar a Ti, único tesouro eterno. Amém (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 20 de agosto de 2018


(Ez 24,15-24; Sl Dt 32; Mt 19,16-22) 
20ª Semana do Tempo Comum.

“Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico” Mt 19,22.

“A tristeza é a marca do nosso mundo. Para iludir a tristeza se faz programas de piadas e de humor. Se inventa palhaços para provocar o riso e distração. O jovem foi embora triste porque possuía muitos bens. Era alguém preso aos bens materiais. Toda a pessoa materialista é uma pessoa triste. A característica do rico é a preocupação e a tristeza. Olhar para a terra somente, e esquecer-se de olhar para cima é carregar-se de todo o peso que vem dos pés, deixando de lado as asas que vêm de cima. O coração humano é muito mais do que o mundo material. Se os bens materiais respondessem aos desejos do coração humano as pessoas ricas seriam felizes. O coração humano é maior que o mundo. Ele deseja o infinito. Quer muito mais vida do que a vida de poucos anos. Quer muito mais amor do que momentos de amor. Quer muito mais felicidade do que momentos de felicidade. Quer muito mais paz do que momentos de paz sem conflitos. Toda a pessoa triste esqueceu, ou deixou de lado, Deus. Está com o coração preso. Faltam as asas da fé da esperança. Faltam as asas do amor a Deus. Livre é a pessoa que escolheu a vida acima do mundo material, que escolheu o amor acima dos interesses pessoais, que escolheu a partilha acima do poder de acumular, que escolheu a felicidade acima do prazer. ‘Se quiseres ser perfeito, vá, vende o que tens, reparte com os pobres, e terás um tesouro no céu’. Essa é a proposta que continua viva para todos. Em vez de produzir tristeza, como aconteceu no jovem, deve ser notícia de alegria. Tudo é questão de escolha” – Deus dos ricos e dos pobres, Deus dos tristes e alegres, converte meu coração e de todas as pessoas para as realidades que não passam. Que nosso coração não se contente com o visível e o palpável. Que o sonho eterno tome conta de nossa vida e seja a causa de nossa alegria. Amém”  (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Assunção de Nossa Senhora – Missa do dia – 2018

(Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab; Sl 44; 1Cor 15,20-26; Lc 1,39-56)

1. A festa da Assunção é também celebrada no sentido de festa da vitória. O amor venceu. Venceu a vida. Deus tem a última palavra sobre a nossa existência. Maria desfruta, em corpo e alma, dessa realidade plena. Afirmamos que ela vive com Deus. Aquele que um dia a deu como Mãe, ao pé da cruz, a tem consigo e nós a temos conosco porque Ele está em nosso meio.

2. O evangelho de nossa solenidade traz o canto entoado por Maria quando de sua visita a Isabel. Para muitos ele é um reflexo da alma de Maria, da sua personalidade. Não podendo nos reter em todo o seu conteúdo, poderíamos refletir brevemente sobre dois pontos destacados por Bento XVI.

3. O 1º está na frase inicial: “A minha alma engrandece o Senhor”. Deus é grande, diz Maria. Ela deseja que essa consciência da grandeza de Deus não seja só para ela, mas para o mundo, para todos nós. Deixar-nos envolver por sua grandeza sem o falso temor de que assim Ele venha nos tirar algo da nossa liberdade.

4. Ela sabe que se Deus é grande, nós também somos grandes. Nossa existência não é oprimida, mas alargada. Nossos primeiros pais caíram na tentação de pensar que colocando Deus de lado teriam mais espaço para eles mesmos. Passaram a ver Deus como um concorrente.

5. Nossa modernidade também trouxe de volta esse pensamento. Os tais mandamentos divinos tornam estreito o espaço da existência humana. Melhor sem Ele, para fazermos o que queremos. Jesus nos falava dessa mesma ilusão com a chamada ‘parábola do filho pródigo’. Certo tempo depois ele se dá conta que afastando-se do pai, em vez de ser livre, tornou-se escravo.

6. Essa pretensa autonomia que buscamos, tem nos levado a perceber que onde Deus desaparece, o homem não se torna grande; ao contrário, perde a dignidade divina e passa a ser produto de uma evolução cega, onde pode ser usado e abusado.

7. Maria nos convida a entender que somente quando Deus é grande, o homem também é grande. Que não devemos nos distanciar d’Ele, mas fazê-lo presente e grande em nossa vida, seja pública ou privada. Dar espaço todos os dias pela oração, pelo testemunho pessoal, pelo nosso encontro dominical com Ele. Não perdemos nosso tempo livre se o oferecemos a Ele, pois é a Sua presença que o enriquece e o torna mais amplo.

8. O segundo ponto, lembra-nos Bento XVI, é que esse canto de Maria, por mais original que possa parecer, foi ‘tecido’ com fios do Antigo Testamento, da Palavra de Deus. Assim Lucas nos apresenta Maria como alguém ‘em casa’, conhecedora da Palavra, orientada, em sua vida e em suas escolhas pela Palavra.

9. “Quem pensa com Deus pensa bem, e quem fala com Deus fala bem. Tem critérios de juízo válidos para todas as coisas do mundo. Torna-se sábio, prudente e, ao mesmo tempo, bom: torna-se também forte e corajoso, com a força de Deus que resiste ao mal e promove o bem no mundo” (Bento XVI).

10. Nós que também somos filhos de Maria, sigamos seu exemplo, acolhamos seu convite a conhecer, amar e viver com a Palavra, para que Deus seja grande e nos ajude a interpretar a realidade de nossa vida e também da realidade nova que experimenta a Virgem que veneramos.

11. Pois estando em Deus, ela está próxima de nós, participa dessa aproximação de Deus, que conhece o nosso interior e pode ajudar-nos com sua bondade materna, escutando-nos. A Ela podemos confiar sempre toda a nossa vida. Damos graças ao Senhor pelo dom da Mãe, afim de que ela nos ajude a encontrar o caminho justo todos os dias.

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 18 de agosto de 2018


(Ez 18,1-10.13.30-32; Sl 50[51]; Mt 19,13-15) 
19ª Semana do Tempo Comum.

“Então Jesus disse: ‘Deixai as crianças e não as proibais de virem a mim, porque delas é o reino dos céus’”.
Mt 19,14.

“São diversas as passagens do Evangelho que testemunham a predileção de Jesus pelas crianças. Desta vez, as crianças foram levadas a Jesus, para que Ele lhe impusesse as mãos e as abençoasse. Os discípulos se acharam no direito de impedir que elas se aproximassem do Mestre. Mas Ele fez questão de contrariar publicamente os discípulos. Sempre que entrava em jogo sua missão, Jesus tomava pessoalmente a iniciativa de defender sua causa. Sua perspectiva permanente era o Reino, que Ele pregava, e colocava como horizonte para sua ação e seu posicionamento. Outra resposta pronta e decidida foi dada quando o questionaram de estar comendo com os pecadores. A causa era a mesma: sua missão de anunciar e fazer acontecer a reconciliação de todos com o Pai de misericórdia. O cuidado de Jesus pelas crianças tinha a mesma fonte do seu cuidado com os pobres e pecadores. Em primeiro lugar, porque sabia reconhecer em cada pessoa, seja criança, pobre ou pecador, a inalienável dignidade humana, que precisava ser respeitada e valorizada. Mas a predileção de Jesus para com os mais fracos tinha outra motivação, estreitamente ligada à sua missão. Essas pessoas acabavam sendo exemplo de abertura e de acolhida da Boa-nova que Jesus anunciava, e fazia acontecer. Pela simplicidade demonstrada pelas crianças, pela disponibilidade dos pobres, e pela sinceridade dos pecadores que se reconheciam devedores diante de Deus, Jesus apontava para todos o caminho para entrar no Reino. Quem não coloca obstáculo, quem não se fecha em seu orgulho, quem não confia em seu próprio merecimento, está perto do Reino. Pois o que importa é deixar o caminho aberto para a graça de Deus. – Senhor, a nós que já perdemos a simplicidade das crianças, aceitai nossa confissão de pecadores, para assim sermos admitidos ao vosso Reino. Amém”. (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia (2015) – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 17 de agosto de 2018


(Ez 16,1-15.60.63; Sl Is 12; Mt 19,3-12) 
19ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido” Mt 19,11

“É tão fácil generalizar as coisas. Como também é fácil banalizar os fatos e os sentimentos. Há uma tendência de querer colocar todos num denominador comum. Que todos vivam do mesmo jeito. Que todos tomem as mesmas decisões. Que todos sejam instrumentos uns dos outros. Que todos têm que casar. Jesus fala do celibato voluntário. Fala de uma questão muito difícil para seus seguidores e para o mundo de hoje também. Vivemos numa sociedade induzida ao prazer sexual. Tudo é sexo. Palestras sobre sexualidade. Debates sobre o problema das relações sexuais. Sexo nas novelas, nos filmes, nas piadas, nas revistas. É o assunto obrigatório. E quando se toca muito no mesmo assunto é porque ali está o problema. Jesus não estava preocupado com apóstolos casados, com problemas sexuais entre casais, com meninas grávidas. Nada disso ele falou. Jesus Cristo pensa além de todas as banalidades e questões que, os que nada têm a fazer e a conversar, ficam preenchendo o tempo e os programas de debates. Jesus pensa em termos de eternidade. Pensa em termos de Reino dos céus. Em outro momento Ele fala: aqui as pessoas se casam, homens têm mulheres e mulheres têm homens... No Reino dos céus não se pensa em mais nada disso. Todos serão como anjos. Com isso Ele quis ensinar que nada deve nos aprisionar neste mundo. Que a gente viva como solteiro, como casado, como se não estivesse. O importante não é somente o momento presente, mas a eternidade. A maneira eterna de viver. E quem decide por uma vida celibatária, aqui e agora, tem maior compreensão da vida do Reino dos céus. Tudo é passageiro. Tudo é situação provisória. O importante é buscar o eterno. – Senhor Deus, sei e sinto que tudo o que se vive aqui e agora é passageiro. Tudo é imagem pequena e pobre do que seremos. Por isso, ajuda-me a compreender que tudo é relativo, que tudo passa, e que minha vida tem que ser voltada para o Reino da eterna vida. Amém.” (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 16 de agosto de 2018


(Ez 12,1-12; Sl 77[78]; Mt ‘8,21—19,1) 
19ª Semana do Tempo Comum.

O grande texto de Ezequiel que a liturgia nos propõe traz o profeta ‘dramatizando’ o que acontecerá a Israel, povo de cabeça dura, como consequência de não ouvir o Senhor, de não aprender com o passado. É esse mesmo termo que Jesus usa quando lhes fala em parábola, para que vendo não vejam, ouvindo não ouçam. O salmo 78, 56-59.61-62 escrito por Asafe, que aqui temos uma pequena parte, inicia com um convite a que o povo incline o ouvido, pois através de parábolas, o Senhor vai falar decifrando enigmas do passado, numa longa lista de coisas que o Senhor realizou em favor do seu povo e do comportamento deste: “Meus pais liam a Bíblia toda todos os anos. Talvez Asafe tivesse acabado de fazer isso quando Deus o levou a escrever o salmo 78. Enquanto lia as grandes histórias do passado de Israel, o autor notou uma tendência muito preocupante: Deus fazia coisas poderosas para resgatar seu povo, mas, em pouco tempo, a nação esquecia o que havia feito. As memorias espirituais do povo eram incrivelmente curtas. O único remédio era recontar seguidamente a história da fidelidade de Deus e da desobediência de Israel. As crianças israelitas em casa ou na escola aos sábados precisavam ouvir a história vez por vez. Talvez – apenas talvez – assim elas não repetiriam os erros cometidos por seus avós. [...] Uma lista ao estilo do salmo 78 pode ser um bom exercício, se você for corajoso o suficiente para encará-la. Quais tem sido as falhas significativas em sua vida? O que aprendeu sobre Deus quando tentou se recuperar do fracasso? Como sua experiência de fracasso no passado mudou a forma como você vive hoje?” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 15 de agosto de 2018


(Ez 9,1-7; 10,18-22; Sl 112[113]; Mt 18,15-20) 
19ª Semana do Tempo Comum.

“Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu” Mt 18,18

“Não existe somente o aqui e o agora. Não existe somente o depois. O aqui e agora está unido ao depois. A ação humana e os atos humanos estão sempre interligados. Nossa missão é ligar. É criar relações. Somos seres que se relacionam. As relações são frutos do amor. O amor liga. Quem mais ama, mais cria relações com as pessoas e com a realidade. Somos feitos para ligar. Viver a unidade. Buscar a convivência. Criar relacionamentos. Quanto mais relações tivermos mais realizados somos. Céu é ligação total. É relacionamento perfeito. Desde aqui e agora somos chamados a viver essa ligação. Nossos atos presentes têm repercussão eterna. Somos eternos em nossos atos, tanto positivos como negativos. Quem leva a vida ligando-se a pessoas através da amizade, do serviço, da dedicação, da solidariedade e do perdão, tem certeza de herdar um Reino de perfeitas ligações. Ligações eternas realizadas pelo amor eterno. Diante dessa verdade, sentimos a necessidade de nunca permanecer desligados das pessoas. Diante das falhas humanas está a oferta do perdão e da reconciliação. Cristo poderia ter dito: ‘quem se reconciliar será reconciliado’. A morte, que num primeiro momento parece ruptura, na realidade é o fato que permite ligações perfeitas e eternas. O que nosso corpo impede, nosso mundo espiritual realiza. Criarmos um mundo de ligações é nosso destino e compromisso. – Deus do céu e da terra, tu és a ligação de todas as coisas e todas as criaturas estão ligadas a ti. Somos imagens tuas. Que saibamos realizar neste teu universo maravilhoso cheio de harmonia todas as ligações possíveis, para vivermos eternamente o amor e ser amado, que plenifica todas as ligações. Amém”  (Wilson João Sperandio –Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 14 de agosto de 2018


(Ez 2,8—3,4; Sl 118[119]; Mt 18,1-5.10.12-14) 
19ª Semana do Tempo Comum.

“Como é doce ao paladar vossa palavra, muito mais doce do que o mel na minha boca” Sl 119,103.

Na estranha e pessoal experiência vocacional de Ezequiel há um momento em que ele é convidado a envolver-se com a Palavra a ponto de ser algo tão íntimo como o alimento que sacia as suas entranhas, lhe dá forças e capacidade de levá-la a outros. Para salientar a importância da Palavra de Deus em nossa vida a liturgia complementa com o salmo 119 (14.24.72.103.111.131), aqui tão saltitado. Veja o salmo na íntegra, para ver quantos benefícios a Palavra pode nos trazer. “Mais espertos que nossos professores, mais sábios que as pessoas muito mais velhas que nós, mais argutos que nossos inimigos. Nenhum diploma universitário traz esse tipo de sabedoria. O mais recente best-seller de autoajuda ou apresentador de programa de entrevistas na TV não pode provê-la. O entendimento que ultrapassa todos aqueles ao seu redor só vem da Palavra de Deus. Adquirir esse conhecimento não é algo que acontece porque lemos a Bíblia por cinco minutos sempre que pensamos em fazer isso. Temos de amar a verdade de Deus como o salmista amava. “Eu prefiro ter a Palavra de Deus a ter prata e ouro”, disse no versículo 72. “Eu prefiro ter a Palavra de Deus a poder dormir”, escreveu nos versículos 62 e 148. “Como são doces para o meu paladar as tuas palavras! Mais que o mel para a minha boca!” (v. 103). Sete vezes no dia ele agradecia a Deus pelo dom maravilhoso de sua Palavra (v. 164). Isso se aproxima do que você sente pela Bíblia? Talvez, apenas talvez, seja por isso que a nossa caminhada pela vida seja tão difícil”. (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).

Pe. João Bosco Vieira Leite