Quarta, 01 de setembro de 2021

(Cl 1,1-8; Sl 51[52]; Lc 4,38-44) 

22ª Semana do Tempo Comum.     

“Mas Jesus disse: ‘Eu devo anunciar a Boa-nova do Reino de Deus também a outras cidades,

porque para isso é que eu fui enviado’” Lc 4,43.

“Ninguém acende uma lâmpada para coloca-la debaixo da mesa, dizia o Mestre. E Ele mesmo, por uma experiência muito particular, sentia dentro de si uma força que o impulsionava, que o fazia seguir adiante. Era uma certeza forte e serena: não podia ficar; precisava partir. Não queria que sua mensagem fosse privilégio de um único povo, de um pequeno grupo. Aquilo que era a razão de sua vida e de sua vinda, Ele precisa compartilhar com outras pessoas. Prova disso era o seu jeito de ser, de estar com as pessoas, de viver a fé, de estar com Deus e de falar de Deus. Talvez, também, Ele quisesse evitar o perigo da estagnação. Afirma o texto bíblico que, naquele momento, Ele já gozava de certa fama. Se quisesse, poderia ficar por ali mesmo; seria mais cômodo e mais garantido: sempre haveria alguém solicitando sua ajuda, querendo ouvir suas palavras (cf. Lc 4,33-44). Mas isso também o incomodava. Não queria sentir-se ídolo nem dono de ninguém. E o apelo do povo, pedindo para que Ele ficasse, talvez fosse indicativo de um mero interesse, profundo egoísmo (cf. Jo 6,26). Não podia ficar. Não queria acomodar-se e não queria que o povo se acomodasse. Aliás, o povo precisava aprender a caminhar sozinho. Ele já havia feito o possível: provocara, ensinara, despertara o povo para um novo jeito de viver. Agora era o momento deles. O povo precisava assumir o comando de sua vida, construir sua história. – Senhor, ensina-me a estar sempre a caminho. Não permitas que eu me acomode, que eu me julgue necessário ou que o sucesso amarre meus pés. Que eu não tema seguir adiante, assumindo os riscos do caminho. Amém” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 31 de agosto de 2021

(1Ts 5,1-6.9-11; Sl 26[27]; Lc 4,31-37) 

22ª Semana do Tempo Comum.

“Todos vós sois filhos da luz e filho do dia. Não somos da noite nem das trevas” 1Ts 5,5.

“A perspectiva de onde você olha determina o que você vê. Esse princípio, aliás, está na Teoria da Relatividade, de Einstein. Dentro, pois, desse esquema podemos também considerar a doutrina do fim do mundo. Para muitos é realmente o fim. Para outros pode ser o princípio de algo novo muito superior àquilo que já existe. Qual, então, o critério, a melhor perspectiva? O Apóstolo Paulo estabelece como tal a filiação, pois a filiação ao velho significa realmente o fim e ao novo, o recomeço – não que o velho não possa ser renovado, mas porque o velho significa em nosso caso a total alienação e oposição em relação à luz. Qual, então, a filiação que têm os cristãos? Os cristãos são filhos da Luz. É interessante notar que a palavra ‘luz’, ‘dia’ e ‘ver’ estão relacionados etimologicamente com a noção do divino. Ver em grego é ‘theoreín’, daí a palavra ‘theos’, deus. Dia em latim é ‘dies’, que também origina o termo ‘deus’. Por isso, o deus supremo da mitologia romana se chama Júpiter e na ariano-hinduísta, Dyaus Pitar, em ambos os casos, Deus Pai. Se, pois, somos filhos da Luz, não somos apenas em abstrato, não o somos apenas como ‘iluminados’. Somos ‘trans-formados’, ‘re-generados’, ‘re-criados’ como filhos de Deus no processo que passa pelo sangue na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo e pelo testemunho do Espírito Santo em nossos corações. Em suma: o que nos torna filhos da Luz é a graça e o amor a Deus. Com essa recriação, novos impulsos e novos desejos surgem em nós, os quais vão, por sua vez, iluminar a esperança de um novo céu e uma nova terra e apagar para sempre aquilo que já está apagado: as trevas, a escuridão, o egoísmo, o pecado, a alienação em relação a Deus. – Senhor Deus, filhos da Luz nós somos e cremos nessa filiação porque Tu te declaraste como Pai. Como filhos, pedimos-te mais uma coisa: dá-nos o poder do Espírito Santo para vivermos como luz neste mundo em que predominam as trevas do egoísmo. Amém! (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 30 de agosto de 2021

(1Ts 4,13-18; Sl 95[96]; Lc 4,16-30) 

22ª Semana do Tempo Comum.

“Então começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabaste de ouvir’” Lc 4,21.

“As profecias do Antigo Testamento ajudaram Jesus a compreender sua identidade e missão. Um texto do profeta Isaías foi-lhe extremamente útil. Nesse texto encontramos o monólogo de alguém que voltara ao exílio babilônico e expressava a consciência de sua missão: reorganizar o povo, após sua total destruição por mãos de Nabucodonosor. Isaias tinha consciência de ser um profeta, nos moldes do Servo de Javé, cuja missão era difundir ânimo e esperança no povo, descortinando-lhe horizontes, e trazendo-lhe libertação. Foi essa trilha que Jesus seguiu. O evento do seu batismo constituiu-se numa verdadeira consagração por parte do Pai para sua missão que estava prestes a ser iniciada. Os destinatários preferenciais de sua ação missionária foram os pobres, os humilhados e injustiçados, toda sorte de prisioneiros e oprimidos, as vítimas da cegueira física e espiritual. Sua ação, por ser ele o Filho de Deus, era portadora de alegria semelhante à do ano jubilar, quando todas as dívidas e servidões eram abolidas e as pessoas tinham, novamente, sua dignidade reconhecida. O texto profético era um resumo perfeito do projeto de vida de Jesus. Não possuímos informações a respeito do que se passou com o profeta vétero-testamentário.  Com Jesus, sim. A história confirmou que nele se cumpriu plenamente o que o antigo profeta havia falado de si mesmo. – Senhor Jesus, que meu projeto de vida corresponda ao teu, e que eu tenha sempre mais consciência de ser portador de uma missão recebida do Pai (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

22º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(Dt 4,1-2.6-8; Sl 14[15]; Tg 1,17-18.21-22.27; Mc 7,1-8.14-15.21-23).

1. Retomamos hoje o evangelho de Marcos e nos reencontramos com Jesus em atividade apostólica fora da Galileia. As três leituras que nos são oferecidas estão centralizadas no cumprimento da vontade de Deus manifestada em sua palavra e em sua lei de santidade, justiça e salvação.

2. Mas é por causa de certas tradições que os fariseus e escribas questionam Jesus sobre o fato de alguns dos seus discípulos não lavarem as mãos antes das refeições, não por uma questão de higiene, mas por uma questão religiosa vinculada a uma tradição intocável.

3. A resposta de Jesus vem como um ataque frontal, como algo preso na garganta aguardando o momento justo. Para Jesus, eles faziam questão de observar as tradições e deixam de lado os mandamentos do Senhor, manipulando a palavra de Deus.

4. Jesus aproveita a multidão presente para falar sobre o puro e o impuro, não no sentido ritual, mas moral e pessoal, isto é, em relação a consciência do ser humano diante de Deus. Jesus quer afastar o formalismo exterior que tinha degenerado a religião judaica.

5. Com sua atitude e direção, Jesus não está abolindo a Lei mosaica, mas conduzindo-a para uma atitude de abertura e liberdade, que por sua vez pressagia o fim da mesma. Jesus quer evitar um culto vazio, que tantas vezes já haviam denunciado os profetas, permanecendo numa observância externa.

6. Talvez isso venha a denunciar o nosso medo de nos comprometermos totalmente com Deus; amedrontam-nos as possíveis exigências, às vezes bastante radicais. É provável que a comunidade de Marcos se veja nesse impasse entre abandonar a lei e as tradições e abraçar a novidade do cristianismo.

7. Trazendo o pensamento de Jesus para a nossa realidade eclesial, não se pensa em condenar qualquer tradição e manifestação de religiosidade popular. O que se pede também a nós é uma revisão constante das práticas religiosas para verificar sua validade e autenticidade.

8. “ Porque tudo isso é bom quando sai dum coração limpo; mas pode fracassar quando se contagia de mercantilismo e contabilidade religiosa diante de Deus, de ritualismo sacralizante e automatismo de salvação, colocando tais práticas tradicionais acima da própria lei de amar a Deus e ao próximo” (Basilio Caballero – “Nas Fontes da Palavra – Ano B”).

9. Tiago, na 2ª leitura e nos domingos seguintes, traz luz à prática religiosa que pode cair na tentação do formalismo. É importante saber traduzir a escuta e a aceitação da Palavra de Deus numa prática concreta, para evitarmos a dupla personalidade cristã daquele que diz e não faz, escuta a Palavra, mas não pratica.

10. A revelação bíblica não tem uma resposta pré-fabricada para os problemas que nos angustiam na atualidade, mas a fé religiosa, sim, encontra na Palavra de Deus, e no próprio Jesus, luz, guia, critérios, visão humanista e ‘sabedoria de Deus’, para a práxis de cada dia. 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 28 de agosto de 2021

(1Ts 4,9-11; Sl 97[98]; Mt 25,14-30) 

21ª Semana do Tempo Comum.

“Procurai viver com tranquilidade, dedicando-vos aos vossos afazeres e trabalhando com as próprias mãos, como recomendamos” 1Ts 4,11.

“Cidade portuária, grande centro comercial e cultural, Tessalônica atraía pessoas das mais diversas culturas, filosofias e religiões. Assim, conhecendo a diversidade de ideias que que ali circulavam, Paulo ficou feliz em saber que a comunidade perseverava na fé cristã. Por isso mesmo, em sua carta, ele fala não só do contentamento, como também oferece vários incentivos para que os tessalonicenses continuem firmes no caminho cristão. E pensando em alguns irmãos que já não queriam trabalhar, porque imaginavam que Jesus voltaria muito em breve, ‘exortou a comunidade toda a seguir normalmente com a vida, trabalhando, procurando o bem de todos e buscando a paz’ (1Ts 4,1-11). Dois mil anos depois, vivendo em plena cultura urbana e extremamente conectados ao mundo inteiro, estamos hoje muito expostos a uma diversidade de tradições, filosofias e religiões. Tamanha diversidade de ideias trouxe uma série de riquezas, mas também transformou a evangelização e a perseverança na fé num imenso desafio; como naquele tempo, também conhecemos o perigo do relativismo e da indiferença. ‘Tanto faz seguir esse ou aquele caminho. Cada um faz o que achar melhor’. A carta de Paulo, pois, ainda tem muito a nos dizer. Certamente convida-nos a perseverar no caminho de Jesus; porém, mais do que isso, convida-nos a ser um sinal de luz para os que andam confusos e desacreditados; convida-nos a transformar nossas comunidades em sementeiras de uma nova sociedade, mais justa, mais harmoniosa e mais comprometida com o bem de todos; convida-nos enfim, a transformar nossas comunidades em escola de comunhão, da caridade e da paz. Um belo desafio, não é mesmo? – Aos que me ultrajam, eu responderei que confio na tua Palavra. Cumprirei a tua vontade sem cessar, para sempre e eternamente. Andarei por caminho largo, procurando os teus preceitos (Sl 119,42ss). Amém (Anderson Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 27 de agosto de 2021

(1Ts 4,1-8; Sl 96[97]; Mt 25,1-13) 

21ª Semana do Tempo Comum.

“Deus não nos chamou à impureza, mas à santidade” 1Ts 4,7.

“Paulo já tinha motivado a vida para os tessalonicenses, em virtude do chamado vindo da parte de Deus, que é santo. Ele volta agora a fazer o mesmo apelo, colocando o mesmo critério. O motivo de procurarmos a santidade não é pretenso mérito estoico, de quem se julga superior aos outros, e pratica uma ascese sem compaixão. Ao contrário, o motivo verdadeiro para buscarmos uma vida santa é o chamado de Deus, que é santo, e quer nos envolver sempre mais na comunhão do seu amor. Este novo apelo à santidade vem no bojo de preocupações com a imoralidade dos costumes, sobretudo em referência à vida matrimonial. A decadência da família, naquele tempo, como também no nosso, é sintoma de crise de valores éticos, como o respeito pela comunhão de vida entre marido e mulher. Diante da debandada geral dos princípios éticos, numa sociedade descambando para a devassidão, tanto mais os cristãos eram chamados a dar um testemunho de vida, que envolvia um novo padrão de valores nos relacionamentos familiares, sobretudo no que se referia à convivência entre marido e mulher. Provavelmente a comunidade de Tessalônica estava preocupada com a onda de decadência familiar, existente naquele tempo. E Paulo não escamoteia o assunto, mas o enfrenta abertamente. É a mesma situação, que interpela hoje a Igreja inteira. Em meio a realidades novas, que alteram profundamente o contexto familiar, não resta dúvida de que os casais cristãos são chamados a dar um válido testemunho de santidade de vida. Não porque se julguem superiores aos outros, mas porque atestam a força da graça de Deus, que os chama para uma vida santa. Ao afirmar que Deus não nos chamou para a impureza, mas nos chamou para a santidade, fica evidenciada a importância do chamado, da vocação. A razão de nossa santidade é porque aquele que nos chamou é santo! – Senhor, queremos sempre sentir a força do vosso chamado. Com ela esperamos ajudar o mundo a reencontrar os caminhos da verdadeira santidade. Amém! (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).  

Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 26 de agosto de 2021

(1Ts 3,7-13; Sl 89[90]; Mt 24,42-51) 

21ª Semana do Tempo Comum.

“Ficamos confortados, em meio a toda angústia e tribulação, pela notícia acerca da vossa fé” 1Ts 3,7.

“Quando uma pessoa pede oração para outra é com intenção de expressar sua necessidade, sua angústia e medo. Quando alguém reza por outra pessoa, pois lhe pediram ou ela percebeu que era necessário, ela espera que algo aconteça, que suas preces sejam atendidas, que a outra pessoa seja agraciada por Deus em suas necessidades. Então, a espera de ambas as partes é a da consolação: Deus agindo eficazmente em suas vidas. Mas existe um detalhe muito importante: sem a fé nada pode acontecer, pois é preciso crer na ação de Deus e esperar o tempo de Deus agir na história e vida de cada um. A solução dos problemas não é o imediatismo humano, mas a ação de Deus. Não adianta pressionar Deus para que faço isto ou aquilo, basta acreditar esperar em Deus. Não vale a pena confrontar a Deus com barganhas como, por exemplo: ‘Senhor, dá-me isto que te dou aquilo’. O importante é dizer a Deus; ‘Senhor, eu te louvo e agradeço por agir em minha vida, olha com carinho por esta necessidade e que seja feito conforme teu coração e não conforme a minha ansiedade’. A graça de Deus é como um condimento ou tempero que se coloca na comida para dar sabor. Não é preciso colocar muito, mas também não pode ser pouco, a fim de que a comida fique saborosa e que se aproveite o máximo e que não se a desperdice. Deixe Deus temperar sua vida com sua graça! Deixe Deus dar sabor à sua história! Deixe que o Senhor invada a sua casa, a sua família, o seu estudo, o seu trabalho com o aroma da verdade, da justiça e da paz! Deixe Ele sondar seu coração, vendo que você pertence-lhe e que sua fé, por mais pequena que seja, é nele e somente dele! – Deus da verdadeira alegria, alimentai nossa fé com vossa Palavra, sede o tempero em nossa vida, sede o aroma que perpassa todos os lugares que passamos, para que todos que convivem conosco vejam em nós a vossa presença. Assim seja! (Anderson Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 25 de agosto de 2021

(1Ts 2,9-13; Sl 138[139]; Mt 23,27-32) 

21ª Semana do Tempo Comum.

“Nós exortamos a cada um de vós e encorajamos e insistimos para que vos comporteis de modo digno de Deus, que vos chama ao seu Reino e à sua glória” 1Ts 2,12.

“A passagem faz parte da primeira carta que Paulo escreveu aos tessalonicenses. É reconhecida como o escrito mais antigo do Novo Testamento. Ela testemunha o zelo de Paulo pelas comunidades que ele ia fundando. Lembra como tinha trabalhado, com suas próprias mãos, enquanto os evangelizava. Ele cita este fato para testemunhar o carinho especial que tivera com eles, e que ainda perdura. Usa três verbos diferentes, para recordar o modo como tinha se dedicado a eles: ‘vos exortamos, animamos e admoestamos’. Tudo isto para que passassem a viver uma vida nova, ‘digna de Deus, que vos chama ao seu Reino e à sua glória’. Percebemos que aos poucos iam se forjando os novos conceitos e a nova linguagem, em vista da formulação e da transmissão da fé. Nestas breves palavras emergem os conceitos do chamado, da vida nova, de um novo relacionamento com Deus, a quem se referem o Reino e a glória. A propósito desta carta de Paulo, valem as mesmas constatações dos fatos vinculados a Cristo e à Igreja: primeiro eles foram vividos, depois foram narrados, e por fim eles foram escritos. Com suas numerosas cartas, Paulo foi sem dúvida um dos artífices maiores da sistematização teórica da nova religião, que acabou sendo identificada com o nome de ‘cristã’, por iniciativa de algumas pessoas de Antioquia, onde esta palavra foi cunhada. Seja como for, já podemos perceber no primeiro escrito do Novo Testamento que nossa fé tem o respaldo de uma ‘multidão de testemunhas’, a começar pelo próprio Paulo, que acabou revelando sua forte personalidade enquanto escreveu numerosas cartas.  Elas ficaram à disposição da Igreja. Como Paulo afirma que tratava os tessalonicenses com todo o respeito, nós também o respeitamos muito, e lhe agradecemos o esforço feito para comunicar tanta riqueza de vida. – Ó Deus, agradecemos-vos pelo exemplo do Apóstolo Paulo que colocou sua inteligência a serviço do Evangelho. Ajudai-nos a também encontrar hoje o melhor modo de transmiti-lo a todos. Amém! (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 24 de agosto de 2021

(Ap 21,9-14; Sl 144[145]; Jo 1,45-51) 

São Bartolomeu, apóstolo.

“A muralha da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos apóstolos do Cordeiro” Ap 12,14.

“Para entender este versículo se faz necessário destrincha-lo e entender cada palavra importante: Muralha significa segurança. Quem quer se sentir seguro? Seja num relacionamento, seja dentro da própria casa, no emprego ou até consigo mesmo. A muralha tem a função de não deixar entrar ou sair da cidade. Aqui deve existir um grande cuidado quando se trata da cidade interior. Cidade, neste versículo, é Jerusalém, que era considerado prostituta por causa da injustiça e a falta de relação de vida entre todos. Mas depois ela se regenera, tornando-se uma sociedade justa, igualitária e fraterna. Doze pedras fundantes: doze é um número perfeito e que no próprio texto é demonstrado como pedras fundantes, ou seja, importantes, basilares, sustentáculos etc. Doze apóstolos do Cordeiro: repete-se o doze, que também é perfeito, e o nome ‘apóstolos’, que são aqueles que conviveram com Jesus, ouviram e viram seus ensinamentos e sinais, e se comprometem com a justiça e com o projeto de Deus. Já o Cordeiro é o Senhor que é imolado sobre a cruz. O que tudo isso tem a ver com cada um de nós? Se existe um chamado de Deus para que uma pessoa faça a experiência divina, então este chamado é para que esta pessoa se comprometa com a justiça e com o Reino. Seja uma cidade fortificada e perfeita nas ações transformadoras de sua realidade! - Senhor, que te revelas nas coisas mais inesperadas, sede nossa força e nos conduza, para que vivamos vossa justiça e construamos já na terra o vosso Reino. Assim seja! (Anderson Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 23 de agosto de 2021

(2Cor 10,17—11,2; Sl 148; Mt 13,44-46) 

Santa Rosa de Lima.

“O Reino dos céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” Mt 13,45-46.

“Isabel Flores y de Oliva, a primeira santa do Novo Mundo, nasceu em Lima em 1586, de pais espanhóis, que se mudaram para a rica colônia do Peru. O nome Rosa foi o apelido posto pela empregada índia, Mariana. A mulher, maravilhada pela extraordinária beleza da menina, exclamou admirada: ‘Você é bonita como uma rosa!’, e desde aquele instante começou a chama-la de Rosa e não de Isabel. Mais tarde quando Isabel entrou na Ordem Terceira dominicana, quis se chamar Rosa de Santa Maria, e com esse nome fez também seu ingresso no rol dos santos. Santa Rosa de Lima, a mais bela flor do Peru, canonizada em 1671, é venerada não só como padroeira da sua pátria, mas de toda a América Latina e das Ilhas Filipinas. O que mais se admira nas vicissitudes humanas desta santa, morta aos trinta e um anos, é um inconcebível desejo de sofrimento. Um exame superficial da sua singular personalidade poderia fazer pensar que se trataria de um desejo masoquista. Mas esse mundo, aparentemente infeliz, encerra em si, como uma garrafa cheia de bom vinho frisante, o segredo da autêntica alegria. No Peru não havia conventos e Isabel Flores impôs a si mesma uma regra de vida austera, segundo seu modo de ver. Ela dizia a quem confortava durante a doença: ‘Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena porque a graça é fruto da paciência’. Depois, não conseguindo explicar seu sentimento, acrescentava: ‘Posso explicar só com o silêncio. O prazer e felicidade que o mundo pode me oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto’. Mas admitia: ‘Eu não acreditava que uma criatura pudesse ser acometida de tão grandes sofrimentos. Meu Deus, podes aumentar os sofrimentos, contanto que aumentes meu amor por ti’. Levada à miséria com a sua família, ganhou a vida com o duro trabalho da lavoura e costura, até alta noite. Aos vinte anos rejeitando bom casamento, pediu e obteve a licença de emitir os votos religiosos em casa, como terciária dominicana. Construiu para si uma pequena cela no fundo do quintal. A cama era um saco de estopa. Cingiu a cintura com cilício doloroso, massacrando seu corpo com duras penitências. Como ficasse doente, foi acolhida pelo casal Maza, em 1614. Sabia que lhe restava pouco tempo de vida, ou melhor: conhecia o dia da sua morte. Todo ano, na festa de S. Bartolomeu, passava o dia inteiro em oração: ‘Este é o dia das minhas núpcias eternas’, dizia. De fato, morreu no dia 24 de agosto de 1617” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

Pe. João Bosco Vieira Leite

21º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(Js 24,1-2.15-18; Sl 33[34]; Ef 5,21-32; Jo 6,60-69)

1. Em nosso evangelho, chegamos ao final do discurso de Jesus em Cafarnaum, onde Jesus tira as conclusões do milagre realizado na véspera: aquele que multiplicou os pães para alimentar os que o seguiam, esse mesmo é o novo maná que Deus lhes envia. É o Pão vivo que desceu do céu para dar vida ao mundo.

2. Com o mesmo entusiasmo ante o prodígio dos pães multiplicados, eles recuam contra as afirmações que agora faz Jesus. Sua fala é cortada de interrupções, murmúrios e protestos. O sentido espiritual das suas palavras escapa à maioria, eles pensam que Jesus os fará comer pedaços da sua carne.

3. E assim, muitos resolvem se afastar e não mais caminhar com ele. Deve ter sido um momento dramático, porque não se tratava de algumas desistências isoladas, mas de uma deserção em massa. Sem ódio, sem ameaças, apenas sob o peso de uma invencível desilusão. Muitos não conseguem acreditar em suas duras palavras.

4. O texto deixa claro que os que o abandonam, não são ouvintes ocasionais, mas discípulos que tinham acreditado nele; que tinham feito sacrifícios para segui-lo, enfrentado críticas dos contrários; agora passam para o lado dos detratores e dos inimigos.

5. Os olhos dos discípulos fiéis permanecem fixos em Jesus; devem estar admirados de o Mestre não os impedir. Não é ele o pastor que vai atrás da ovelha perdida? Jesus permanece impassível. Os deixa partir. Estranhamente, esse condutor de massas não procura popularidade.

6. Mas sabemos que Jesus se mantem fiel aos seus próprios princípios: ninguém o deve seguir sem plena consciência. Nunca dissimulou as dificuldades do caminho. Ele só quer aqueles que o querem. Os que vierem até Ele pela força ou o seguirem a contragosto não encontrarão no cristianismo alegria e felicidade, mas unicamente um fardo e um jugo.

7. É por isso que Jesus deixa partir os discípulos descontentes com o seu discurso. É preciso conhecer Cristo e compreendê-lo tal como é. É preciso recebe-lo com todas as exigências. É preciso dar-lhe na hierarquia dos afetos o primeiro lugar que reclama, ou então afastar-se dele.

8. E nós, por que permanecemos? Por que, ainda, a cada domingo, vimos aqui renovar a nossa fé? Talvez nem nos perguntemos ou nos vejamos agir meio que no automático. A palavra de Jesus dirigida àqueles que permaneceram volta-se sobre nós, cada vez que consideramos ‘duras’ suas palavras. Precisamos, vez ou outra, para não permanecer no ‘automático’, nos perguntarmos o porquê de seguirmos a Jesus.  

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 21 de agosto de 2021

(Rt 2,1-3.8-11; 4,13-17; Sl 127[128]; Mt 23,1-12) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de mestres, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos”

Mt 23,8.

“A sociedade está repleta de diferenças. Muitas pessoas, por causa de seus estudos ou de sua posição social, gostam de ser chamados com títulos. Ali estão os ‘doutores, senhores, patrões, excelências, mestres, digníssimos, reverendos, ilustríssimos...’ Tudo baboseira. Tudo ilusão. Tudo motivo de criar distâncias entre as pessoas. Os títulos separam. Uns lá em cima e outros cá embaixo. Gosto muito desta passagem de Jesus. Coloca a todos numa igualdade radical. Ninguém é mais do que ninguém. Todos irmãos. Todos compostos da mesma grandeza e da mesma miséria. Todos fortes e fracos. Todos com os mesmos sonhos no coração. Sonhos de vida e felicidade, de paz e realização. Todos nascidos para serem eternos. Todos com um mesmo destino. O que diferencia nesta nossa humanidade não são os títulos, e sim, a função. Existe a função de ser um pai, de ser um mestre, sacerdote, advogado.... Porém, é apenas uma função que distingue um do outro, e não título. Pessoalmente sinto-me mal em chamar alguém de senhor e que me chamem de senhor. Os títulos facilmente endeusam. Por isso Jesus fala: há um só pai, um só mestre, um só senhor, um só Deus... Os títulos distanciam e criam barreiras. E somos radicalmente irmãos. Somos fraternidade universal. Igualdade de deveres e de direitos. E porque não se vive essa radical fraternidade, toda ela voltada para um mesmo e único pai, é que acontecem as lutas, as diferenças, as guerras, as competições e todo tipo de disputa para ver quem é o maior. Felizmente a morte torna todos iguais. Todos mortais. – Senhor Deus, tu és meu Pai. Tu és o Pai de todos. Que todos te amem e vivam como irmãos. Que todos se sintam na igualdade e fraternidade. Que todos vivam a filiação tão linda! Filhos de um Pai que é amor, ternura, perfeição, bondade, vida plena. Que eu te ame em mim e em cada irmão! Amém (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes). 

   Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 20 de agosto de 2021

(Rt 1,1.3-6.14-16.22; Sl 145[146]; Mt 22,34-40) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos” Mt 22,40.

“Na vida há eixos que conduzem todo o resto. Há ideias centrais que reúnem todas as ideias. Há objetivos essenciais que dispensam outros objetivos. A vida é feita de muitas realidades. Não conseguimos dar conta de todas as solicitações. É necessário escolher o essencial da vida. É necessário buscar um eixo que conduza toda a ação, todos os pensamentos, todos os sentimentos e sonhos. Jesus soube fazer isso. A Palavra de Deus é extensa. São muitos livros. Foram muitos os escritores e profetas que falaram e escreveram. São muitíssimas as páginas da Bíblia. São diversificadas as frases. Mesmo que dediquemos tempo para lê-la, não conseguimos assimilá-la em sua totalidade. Além disso, como no tempo de Jesus, em nosso tempo muitos são analfabetos. Muitos são os que pouquíssimo leem. Então, Jesus facilita. Resume toda a lei, todos os ensinamentos, todos os escritos anteriores e posteriores. Resume toda a sabedoria humana no mandamento do amor e ‘ame a Deus acima de tudo e ao próximo como a ti mesmo’. Ali está o eixo, ou os três eixos que conduzem a vida humana, que conduzem toda ação e comportamento humano. Toda criatura deve estar ligada ao Criador. É o amor a Deus. Toda a criatura deve estar ligada a seu irmão, que também é criatura do mesmo Criador. É o amor ao próximo. Toda criatura deve estar ligada a si mesma. Cuidar do destino e responder aos grandes anseios do coração. É o amor a si mesmo, que tem o mesmo valor e deve ter a mesma intensidade que o amor ao próximo. Nesta frase está toda a sabedoria e todo o objetivo da vida humana. – Senhor Deus, gosto de ler. Gosto de ideias novas. Pensamentos bonitos me fascinam. Mas acima de tudo quero sentir e degustar o sabor do teu ensinamento que foste capaz de resumir em uma pequena frase. Que eu te ame! Que eu ame meu próximo! Que eu me ame! Assim estarei realizando minha vocação. Amém (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes). 

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 19 de agosto de 2021

(Jz 11,29-39; Sl 39[40]; Mt 22,1-14) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos” Mt 22,14.

“É a parábola dos convidados para o banquete. Estava tudo pronto, mas os primeiros convidados não quiseram vir. Então o rei mandou abrir as portas e mandou convidar todos os que fossem encontrados pelo caminho. A sala ficou cheia. Mas alguém entrou sem a veste adequada, e se deu mal. Foi sumariamente expulso, e botado para fora do banquete. Parece haver uma contradição, entre a generosidade do convite aberto, e o rigor aplicado ao homem sem traje de festa. O Evangelho de Mateus faz questão de assinalar que Jesus começou a direcionar suas parábolas para os ‘sumos sacerdotes e para anciãos do povo’. Portanto, parábolas com índole messiânica, para explicar a acolhida ou a rejeição do projeto de Deus representado pelo Messias. Os primeiros convidados simbolizavam os primeiros destinatários das promessas messiânicas. Rejeitando o convite, atraíram sobre si a desgraça. Os outros convidados simbolizavam a humanidade inteira, instada a participar, gratuitamente do Reino de Deus, que escancarava as portas para que todos entrassem. Mas esta generosidade de Deus, que acolhia a todos, não dispensava o empenho pessoal de cada um fazer o melhor que puder. Este empenho estava simbolizado pela veste festiva. O rigor em jogar para fora do banquete o homem desleixado certamente revela o zelo das primeiras comunidades cristãs de corresponderem à altura na sua condição de convidados especiais. Agora somos convidados para o banquete do Reino. Isto não significa que podemos dispensar nosso empenho pessoal. O castigo aplicado a um, serve de advertência a todos. – Senhor, agradecemos de coração o convite que nos fizestes para participar do vosso Reino. Que ele estimule nosso esforço em nos mostra dignos dele. Amém!” (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 18 de agosto de 2021

(Jz 9,6-15; Sl 20[21]; Mt 20,1-16) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“Por acaso não tenho direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence?

Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” Mt 20,15

“É a Parábola dos Operários da Vinha. O patrão foi contratando em diferentes horários do dia, desde a madrugada até o final da tarde. Na hora do pagamento, deu a todos a mesma quantia. Quem não gostou foram os trabalhadores da primeira hora. Vendo que recebiam a mesma coisa, resmungaram entre si. Mas não tiveram a coragem de questionar os critérios do patrão. Ele mesmo precisou esclarecer a um deles. E alegou diversos motivos por ele ter sido pródigo para com os últimos que tinham chegado. Até pouco tempo atrás, esta Parábola dos Operários da Vinha constrangia os sindicalistas cristãos. Alegavam que, na verdade mesmo, o patrão da parábola contrariou os direitos trabalhistas, que pedem pagamento proporcional ao trabalho feito. Portanto, a igualdade neste caso acabava produzindo uma distorção das leis que protegem os trabalhadores. Mas como correr do tempo, com o evoluir da consciência trabalhista, existe um critério mais justo, a ser tomado em primeiro lugar: seja qual for o tipo de trabalho, ou tempo gasto, o trabalhador tem direito, no mínimo, ao suficiente para o seu digno sustento. Portanto, estava certo o patrão. Ele garantiu a todos um salário suficiente para o digno sustento de cada um. Esta atitude pode ser questionada. A própria legislação terá dificuldade de regulamentar este procedimento do patrão bom, com sua consciência social mais apurada do que a dos próprios operários. Por mais que a legislação trabalhista garanta um quadro jurídico bem arquitetado, sempre há espaços para a generosidade do patrão e para o diálogo entre as duas partes. Moral da história: o Evangelho tem força para iluminar as novas questões que a realidade vai nos apresentando. Ao contrário de superado, ele é mais ousado do que qualquer legislação trabalhista. – Senhor, somos limitados em nossas mentalidades, que necessitamos sempre confrontar nossos pensamentos com vosso Evangelho. À sua luz queremos caminhar na justiça e na fraternidade. Amém!” (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 17 de agosto de 2021

(Jz 6,11-24; Sl 84[85); Mt 19,23-30) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus disse aos discípulos: ‘Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos céus’”

Mt 19,23.

“Os discípulos de Jesus, ao considera-lo um messias nos moldes do rei Davi, nutriam intenções inadequadas para quem se dispunha a seguir o Mestre. Por isso, a declaração a respeito da impossibilidade de os ricos entrarem no Reino de Deus deixou-os apreensivos. O Mestre parecia demasiado severo! Quanto a eles, haviam deixado tudo, porém, estavam preocupados com a recompensa pelo gesto de desapego. Logo se vê que o desapego não foi total: permaneceu o apego pela recompensa, talvez para compensar o que haviam deixado. A resposta de Jesus soou enigmática. O que significa receber cem vezes mais, além de herdar a vida eterna? A única recompensa esperada pelo discípulo deve ser a que provém do Pai. O que está reservado para o discípulo, no mundo vindouro, supera qualquer cálculo humano, comparando-se com o que deixou para trás, ao optar pelo Reino. – Senhor Jesus, que minha opção pelo Reino seja feita com pureza de coração, sem esperar nenhuma recompensa pelo que deixei por causa de ti (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 16 de agosto de 2021

(Jz 2,11-19; Sl 105[106]; Mt 19,16-22) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“O jovem disse a Jesus: ‘Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta?’” Mt 19,20.

“O apego exagerado aos bens materiais é um terrível empecilho para o seguimento de Jesus. A dinâmica deste seguimento vai exigindo rupturas sempre mais radicais. Quem não está livre para fazê-las, ficará na metade do caminho. Na piedade judaica tradicional, a observância dos mandamentos da Lei mosaica era o primeiro passo a ser dado pelo fiel. Muitos se contentavam com este primeiro passo. Outros, como era o caso de uma tendência ao farisaísmo, reduzia a observância do Decálogo a pura exterioridade. Os mestres da Lei, por sua vez, detinham-se em interpretações minuciosas dos mandamentos, complicando ainda mais a observância deles. O mero cumprimento dos mandamentos não é suficiente para tornar alguém discípulo do Reino e herdeiro da vida eterna. Jesus desfaiou um jovem a desfazer-se de tudo quanto possuía, distribuindo seus bens entre os pobres, para fazer-se discípulo do Reino e tornar-se herdeiro da vida eterna. O rapaz, que havia sido fiem em guardar os mandamentos, não se sentiu preparado para fazer o que lhe faltava. O apego aos seus bens impediu-o de aceitar sugestão de Jesus. E foi-se embora perturbado! Quem talvez esperasse um elogio acabou desiludido por ter sido incapaz de optar pela liberdade radical. – Senhor Jesus, que eu não me apegue aos bens deste mundo, para ser livre de acolher tua sugestão: dar um passo mais e seguir-te como discípulo (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Assunção de Nossa Senhora – Missa do dia

(Ap 11,19; 12,1.3-6.10; Sl 44[45]; 1Cor 15,20-27; Lc 1,39-56)

1. Hoje celebramos uma das festas mais bonitas de Maria, a sua glorificação em corpo e alma no céu. Segundo a doutrina da Igreja católica, baseada é uma tradição acolhida da Igreja ortodoxa, Maria entrou na glória não só com seu espírito, mas integralmente com toda a sua pessoa, como primeiro fruto, depois de Cristo, da ressurreição futura.

2. Nas outras festas nós contemplamos Maria como sinal daquilo que a Igreja deve ser; na festa de hoje a contemplamos como sinal do que a Igreja será. Entre os vários títulos celebrados nesse dia há o de Nossa Senhora da Glória. Mas de que glória estamos falando?

3. Primeiramente de reconhecer que nenhuma outra criatura humana foi mais amada e invocada, na alegria, na dor, no pranto. Seu nome sempre presente em nossos lábios. Depois de Cristo, é para ela que mais se elevam preces, hinos, catedrais. O rosto mais reproduzido na arte. De fato, todas as gerações a chamaram de bendita.

4. Por isso o evangelho nos traz o seu canto do Magnificat, um salmo preexistente atribuído a Maria, mas que lhe caiu tão bem, como uma profecia. Quem o escreveu, escreveu para ela, pois era isso que o Espírito Santo queria fazer conhecer.

5. Mas essa glória não se restringe a esse amontoado de elogios que fazemos. Tudo isso é um pálido reflexo da glória de Deus. E o que significa essa glória de Deus que nos fala a Bíblia? A glória de Deus é Deus mesmo, enquanto seu ser é luz, beleza e esplendor, mas sobretudo amor.

6. A verdadeira glória de Maria consiste na participação desta glória de Deus, de ser envolvida, mergulhada nessa plenitude. Nesta glória, Maria realiza a vocação de cada criatura humana. Por isso Maria louva a Deus e louvando, se alegra e exulta no próprio Deus.

7. Que parte temos nós, no coração e no pensamento de Maria? Como Ester, introduzida no palácio real, não esqueceu do seu povo ameaçado, mas intercede por esse, até que seja libertado do inimigo que o quer destruir. A vocação de Maria é passar o seu céu a fazer o bem sobre a terra. Seu ministério é de intercessão junto ao Filho, já que este é o nosso intercessor junto ao Pai.

8. Essa intercessão particular da Mãe de Deus tem seu fundamento na verdade da comunhão dos santos que é um artigo do nosso credo. E não estamos falando de uma dedução abstrata. A força da intercessão da Virgem vem sendo demonstrada ao longo da história da Igreja peregrina. Muitas graças foram obtidas por meio de Maria.

9. A mediação de Maria é uma mediação subordinada a de Cristo, não a ofusca, mas a coloca em plena luz, como a lua que não tem luz própria, mas a recebe do sol e a lança sobre a terra. Maria não tem uma luz própria, mas a recebe do Filho.

10. Sua luz vem particularmente sobre aqueles que atravessam a noite da fé e da provação, ou que vivem sob a sombra do pecado, e se dirigem a ela e a invocam. Quando pela manhã surge o sol, ela se recolhe, para que o Cristo venha sobre aquela alma e a visite com sua presença.

11. Assim age a Virgem em nossa vida. Por isso agradecemos à Trindade Santa o que fez nela, e que coloque também em nossos lábios esse mesmo hino de louvor e agradecimento a Deus pelas grandes coisas realizadas nela. E nesse processo de imitação, se amamos imitamos, louvamos a grandeza e ação de Deus.

12. Que esse espírito de Maria seja também o nosso, que sua fé, esperança e a sua caridade estejam em nós. Que a sua humildade e simplicidade norteiem o nosso viver. Que o seu amor por Deus seja também o nosso por Ele. Amém.

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 14 de agosto de 2021

(Js 24,14-29; Sl 15 [16]; Mt 19,13-15) 

19ª Semana do Tempo Comum.    

“O povo disse a Josué: ‘Serviremos ao Senhor, nosso Deus, e seremos obedientes aos seus preceitos’”

Js 24,24.

Duas palavrinhas chamam muita atenção neste versículo: serviremos e obedeceremos. Elas estão na primeira pessoa do plural e conjugadas no futuro do presente do indicativo. O que isso quer dizer? Quer dizer que o futuro está ligado intimamente com a atualidade. Se no momento que o povo fala para Josué que quer servir e obedecer, imediatamente a esta fala ele deve agir para que isso se concretize, mas isto exige algo mais daquele povo. Se quiser servir, então terá que ser fiel a Deus e ao seu propósito, terá que assumir a missão que lhe é confiada, deve confiar em Deus e em suas ações e se encorajar para enfrentarem as dificuldades vindouras. Para obedecer é preciso ter como perspectiva a aliança entre Deus e humanidade. Só existe obediência quando se tem respeito. Desta forma, é possível viver intimamente com o Senhor e ser capaz de lhe entregar toda a vida. Isto se clarifica no Novo Testamento com a obediência a Jesus, pois os cristãos devem se inserir em Cristo. Só através da caridade de Cristo que a obediência será perfeita. Portanto, assim como no livro de Josué, bem como nos dias atuais, para servir e obedecer deve-se estar disponível inteiramente ao Senhor, sem medo ou reservas, ser fiel e coerente com a vontade de Deus e com as capacidades existentes em cada pessoa. Estar de coração aberto para se configurar ao Cristo que foi servidor e obediente ao Pai – Deus Santo, o Senhor sempre se fez presente na vida de seu povo e o quer junto de Vós. Por isso, enviou-nos seu Filho Jesus nos mostrando como devemos servir e como devemos ser obedientes à vossa Palavra. Abri nossa mente e coração para sermos capazes de servir sem temor e obedecer continuamente como o Cristo. Desta forma, tenhamos uma íntima relação convosco e ajamos de caridade para com todos. Assim seja! (Anderson Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 13 de agosto de 2021

(Js 24,1-13; Sl 135[136]; Mt 19,3-12) 

19ª Semana  do Tempo Comum.

“De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”

Mt 19,6.

“A preocupação com o casamento é permanente. Sempre haverá ‘questões disputadas’, que reaparecem em roupagem diferente, mas se referem sempre a este complicado assunto do casamento, com suas variadas implicações. Por ser complicado, o assunto se prestava bem aos fariseus que queriam apanhar Jesus em alguma declaração inconveniente. Jesus não se furta de enfrentar o assunto, e lançar sobre ele uma luz que pode ser muito preciosa nestes tempos em que a própria Igreja é intimada a rever seu posicionamento face a problemática que vive hoje a família. Perguntado se o homem podia dar à mulher uma ‘carta de divórcio’, Jesus começa sua resposta perguntando o que dizia a Lei. O casamento, portanto, é um assunto que precisa ser regulado por Lei. É muito compreensível que haja legítimas diferenças entre as legislações estabelecidas. Mas o ensinamento de Jesus nos oferece critérios muito preciosos para situar bem a complicada questão do casamento. De um lado, Ele coloca, de maneira firme e contundente, o que Deus estabeleceu desde o princípio: pelo casamento, homem e mulher deixam de ser dois, para serem uma só carne. E faz sua famosa afirmação: ‘portanto, não separe o homem o que Deus uniu’. Ele coloca o princípio, que permanece válido. Mas uma coisa é o princípio, que reflete a perfeição. Outra coisa são as limitações humanas, que condicionam a realização do casamento. ‘Foi por causa da dureza de vossos corações que Moisés o permitiu’. Portanto, no casamento, entra em cena tanto o princípio que expressa a perfeição como a constatação realista dos limites humanos. Mas o espaço para a perfeição do casamento permanece aberto. Vale também para os casados o apelo do Evangelho: ‘sede perfeitos como vosso Pai é perfeito!’ – Senhor, pedimos-vos que a vossa graça sustente no amor os que uniram suas vidas pelo casamento. Assim seja! (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).  

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 12 de agosto de 2021

(Js 3,7-11.13-17; Sl 113A[114]; Mt 18,21—19,1) 

19ª Semana do Tempo Comum.

“É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”

Mt 18,35.

“Sempre que se fala e se necessita do perdão, olho para a cruz. Nela compreendo a necessidade do perdão. Se Deus, em sua grandeza e superioridade, em sua perfeição e autossuficiência, abre seu coração e diz: ‘Pai, perdoai...’ Por que não assumirmos nós o perdão? Nós que somos frágeis? Nós que somos fracos como toda criatura humana? Nós que não podemos acusar ninguém porque somos feitos do mesmo barro? O perdão é o grande gesto do amor. Quem ama perdoa. Somente quem ama perdoa. É o desprendimento de si. É a distribuição do egoísmo. É a capacidade de formar um ‘nós’, que supere a supremacia do ‘eu’. O perdão não acontece até que o ‘eu’ for mais poderoso do que o ‘nós’. Jesus coloca uma condição. Perdoar de todo o coração. Geralmente colocamos condições. Não há condições para o perdão como não há condições para o amor. A condição é sempre querer um retorno. É querer sempre receber porque se fez o gesto de dar. Perdoar é o gesto de amor de ‘mim’ para o ‘outro’. É o ir sem esperar a volta. Sem esperar se o outro tem vontade ou não de me perdoar. Meu coração tem que assumir o comando. Meu coração é que tem que se libertar. Jesus salienta uma condição: ‘perdoar a seu irmão’. Não existe o perdão isolado. De nada adianta pedir perdão a Deus, sem antes acontecer o perdão ao irmão. É condição dizer: ‘Meu irmão, perdão’ para poder dizer: ‘meu Deus, perdão’. O perdão ao irmão é a medida do perdão de Deus. Assim como nós perdoamos Deus nos perdoará, nos fala o Pai-Nosso. Quem muito ama, muito perdoa. Quem tudo ama, tudo perdoa. – Deus do perdão e da misericórdia, dá-me um coração generoso. Um coração de perdão. Um coração cheio de amor que saiba perdoar sempre. Sem impor condições, como tu não colocaste condições para nos amar. Simplesmente nos amaste. Que também te ame e ame meu irmão no perdão e na Paz. Amém (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 11 de agosto de 2021

(Dt 34,1-12; Sl 65[66]; Mt 18,15-20) 

19ª Semana do Tempo Comum.

“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo!

Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão” Mt 18,15.

“Ninguém está isento do pecado. Mas se alguém erra, não pode ser punido impiedosamente e ser excluído da comunidade, sem a devida ponderação. Havia nas primeiras comunidades cristãs, uma tendência a resolver, com uma certa dose de leviandade, os casos de desvio da fé. Os pequeninos eram as primeiras vítimas desta intransigência. Deve-se percorrer um longo caminho, antes de se tomar a decisão de afastar da comunidade alguém que errou. O primeiro passo consiste em ser advertido, a sós, por quem se sente ofendido. Isto pode ser suficiente para que a pessoa refaça a sua conduta. Pode, entretanto, acontecer de a pessoa não se deixar tocar, e persistir no erro. O passo seguinte consistirá em convocar as testemunhas previstas pela Lei mosaica e, diante delas, admoestar quem pecou, tentando demovê-lo de sua má conduta. Talvez, ele se deixe convencer e se converta. Também esta iniciativa pode resultar inútil. Só então a comunidade toda, neste caso, deve ser convocada para discernir, com muita responsabilidade, se a melhor decisão consiste em afastar o pecador de seu meio. Jesus, porém, cuida para que a reunião da comunidade não se transforme numa espécie de tribunal. Antes, que busque descobrir o desígnio do Pai a este respeito. A certeza da presença do Filho de Deus visa garantir a justiça num assunto tão fundamental. – Senhor Jesus, livra-me de tratar a quem erra com impiedade e dureza; antes, que eu procure, por todos os meios, fazê-lo voltar para ti (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 10 de agosto de 2021

(2Cor 9,6-10; Sl 111[112]; Jo 12,24-26) 

São Lourenço, diácono e mártir.

“Quem semeia pouco colherá também pouco, e quem semeia com largueza colherá também com largueza” 2Cor 9,6.

“Em sua Segunda Carta aos Coríntios, Paulo aborda a campanha em favor dos pobres em Jerusalém. Podemos encontrar aqui a fundamentação bíblica das ‘Campanhas da Fraternidade’. Se havia uma causa que desafiava a coerência de Paulo, sem dúvida era a ajuda aos pobres de Jerusalém. Tinham-lhe pedido expressamente: ‘não esqueça dos pobres’. Esta recomendação definiu o compromisso de Paulo com seus conterrâneos. Ele mesmo faz questão de lembrar sua promessa feita. Em nosso tempo, esta mesma recomendação motivou o Papa Francisco a traçar de imediato seu perfil de ‘Bispo de Roma’. Logo depois de eleito papa, foi-lhe feita a mesma recomendação: ‘Não esqueça dos pobres’. Alguns afirmam que foi esta recomendação que levou a escolher o nome de Francisco. Em todo caso, a preocupação com os pobres deve ser a marca registrada de cada cristão, do papa também. Para motivar a campanha, e levar os coríntios a colaborarem, Paulo foi exímio em lançar mão dos seus argumentos. Entre eles, a comparação da semeadura: ‘Quem pouco semeia, pouco também colhe!’ Dar aos pobres é investir na graça de Deus. Pois a colheita abundante, que Paulo promete, não se reduz aos bens materiais. O bom resultado da campanha faria com que se multiplicassem as ações de graças, pelas quais Deus seria louvado, e continuaria derramando suas bênçãos abundantes. Paulo conclui sua argumentação, garantindo que Deus mesmo ‘multiplicará vossas sementes, e aumentará os frutos da vossa justiça’. Praticar a caridade para com os pobres ‘enriquece o doador, e glorificará o Senhor’. Desta maneira, os pobres se tornam instrumento da graça de Deus, que a todos enriquece. – Senhor, glorificamos-vos por toda obra que fazemos aos pobres. Pois assim nos enriquecemos com vossas bênçãos. Amém! (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 09 de agosto de 2021

(Dt 10,12-22; Sl 147[147B]; Mt 17,22-27) 

19ª Semana do Tempo Comum.

“Porque o vosso Deus é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível,

que não faz acepção de pessoas nem aceita suborno” Dt 10,17.

“Em algum dia é preciso parar e refletir o que tem feito da sua vida, do seu dia, se tem cuidado de você mesmo, se tem momento de lazer e descanso, como está a saúde, quais são os planos futuros etc. Mas, para quem segue a Deus a Deus, experimenta sua graça, deve refletir sobre sua consagração ao Senhor. Consagração essa que passa por três atitudes: 1) Temor a Deus – não como medo e afastamento, muito pelo contrário, como reconhecimento da grandeza, da força, do senhorio e de sua misericórdia amorosa. Um Deus eterno, único, onipresente e santo. 2) Amor – o que torna uma relação cada vez mais forte é o amor. A relação de Deus com o ser humano, sua criação, é de intenso e infinito amor e Ele espera ser correspondido, fazendo crescer a relação entre o divino e o humano. O Senhor nos chama a viver um diálogo com Ele embasado no amor. 3) Seguimento – assim como Deus nos chama para uma relação de amor, Ele também nos chama a viver conforme sua vontade, mistério e projeto. Chama-nos a conformar nossa vida com o seu caminho. Para isso, enviou-nos seu Filho único, o qual nos mostrou de forma humilde e simples, como devemos viver, para que o seguimento seja eficaz e coerente, sem distinções e subordinações. – Ó Deus grande, forte e terrível, aceitai nossa vida como sinal amoroso de seguimento a Vós e revelai-vos constantemente em nossas vidas. Assim seja! (Anderson Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite