Terça, 26 de maio de 2020

(At 20,17-27; Sl 67[68]; Jo 17,1-11) 

7ª Semana da Páscoa.

“Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e Àquele que tu enviaste,

Jesus Cristo” Jo 17,3.

“Como podemos conhecer a Deus? Será que definições, histórias, relatos de experiências podem de fato transmitir quem é Deus? Ou será possível estabelecer os limites de um conceito que defina o inefável? Quando Deus quis se revelar à humanidade, Ele simplesmente se aproximou dela. A própria criação dá testemunho do cuidado e carinho que Deus tem conosco. As inúmeras formas de manifestação na vida e na história da humanidade levam a percebermos um Deus próximo, participante e preocupado. Um Criador que é verdadeiro Pai. E um Pai amoroso. Mas quando Deus quis se revelar plenamente à humanidade, Ele continuou se aproximando mais e mais... fez-se humano. Jesus Cristo é a revelação do Pai, como que uma Palavra, Verbo proferido e encarnado. Conhecer a Deus é conhecer Jesus Cristo. Mas conhecer Jesus Cristo não é apenas saber de cor e em detalhes sua história, dados de sua vida e mesmo seus discursos todos. Para conhecer a Deus, Deus já está tão perto, tão próximo, é preciso que agora nos aproximemos dele. Dele que, tanto quanto é possível, está perto de nós. Aproximar-nos de Jesus Cristo é assumir Jesus Cristo. É seguir Jesus Cristo. É imitar Jesus Cristo. Não como mímica, algo teatral, mas fazendo, em nossa realidade o que ele fez na de seu tempo. É nessa realidade de hoje que conheceremos a Deus. Amparados pela experiência de tantos que, antes de nós, trilharam esse caminho, guiados pela boa vontade e esforço que representa nossa fé, mas fazendo nossa experiência atual de um Deus sempre presente e atuante. – Tu és o Senhor da vida e da história, ajuda-nos a desempenhar nosso papel com coragem e disposição, abertura de espírito e confiança no teu auxílio. Que a nossa história realize teu sonho para a humanidade. Amém! (Augusto Jacob Grün – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Filipe Néri, presbítero. Filipe nasceu em Florença em 1515. Vivaz, alegre e otimista por temperamento, tentou várias profissões, entre as quais a de comerciante em S. Germano, perto de Cassino, aos dezoitos anos. Estudante em Roma, abandonou os estudos vendendo os livros para dedicar-se totalmente a atividades beneficentes. Ordenado padre aos 36 anos, criou pouco depois o Oratório, uma congregação religiosa de padres empenhados de modo particular na educação dos jovens. Recolheu os meninos turbulentos dos subúrbios romanos e os educou divertindo-os. Para ajudar os mais necessitados não hesitava em pedir esmolas nas estradas. Sem parecer, Filipe tinha uma sólida cultura: promoveu os estudos da história eclesiástica. Depois dos 75 anos de idade limitou sua atividade ao confessionário e à direção espiritual. Possuía o segredo da simpatia e da amizade. Antes de morrer, octogenário, queimou os manuscritos dos seus livros guardados na gaveta. Sobre o leito de morte sentia-se culpado ao pensar que estava deitado numa caminha macia e limpa, enquanto Cristo morreu pregado na cruz. Após a morte, a 26 de maio de 1595, os médicos averiguaram sobre seu tórax, uma esquisita curva das costelas, como a dar espaço maior ao grande coração do apóstolo de Roma.

 Pe. João Bosco Vieira Leite