(At 20,17-27; Sl 67[68]; Jo 17,1-11)
7ª Semana da Páscoa.
“Ora, a vida eterna é
esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e Àquele que tu
enviaste,
Jesus Cristo” Jo 17,3.
“Como podemos
conhecer a Deus? Será que definições, histórias, relatos de experiências podem
de fato transmitir quem é Deus? Ou será possível estabelecer os limites de um
conceito que defina o inefável? Quando Deus quis se revelar à humanidade, Ele
simplesmente se aproximou dela. A própria criação dá testemunho do cuidado e
carinho que Deus tem conosco. As inúmeras formas de manifestação na vida e na
história da humanidade levam a percebermos um Deus próximo, participante e
preocupado. Um Criador que é verdadeiro Pai. E um Pai amoroso. Mas quando Deus
quis se revelar plenamente à humanidade, Ele continuou se aproximando mais e
mais... fez-se humano. Jesus Cristo é a revelação do Pai, como que uma Palavra,
Verbo proferido e encarnado. Conhecer a Deus é conhecer Jesus Cristo. Mas
conhecer Jesus Cristo não é apenas saber de cor e em detalhes sua história,
dados de sua vida e mesmo seus discursos todos. Para conhecer a Deus, Deus já
está tão perto, tão próximo, é preciso que agora nos aproximemos dele. Dele
que, tanto quanto é possível, está perto de nós. Aproximar-nos de Jesus Cristo
é assumir Jesus Cristo. É seguir Jesus Cristo. É imitar Jesus Cristo. Não como
mímica, algo teatral, mas fazendo, em nossa realidade o que ele fez na de seu
tempo. É nessa realidade de hoje que conheceremos a Deus. Amparados pela
experiência de tantos que, antes de nós, trilharam esse caminho, guiados pela
boa vontade e esforço que representa nossa fé, mas fazendo nossa experiência
atual de um Deus sempre presente e atuante. – Tu és o Senhor da vida e
da história, ajuda-nos a desempenhar nosso papel com coragem e disposição,
abertura de espírito e confiança no teu auxílio. Que a nossa história realize
teu sonho para a humanidade. Amém!” (Augusto Jacob Grün – Meditações
para o dia a dia [2015] – Vozes).
Santo do Dia:
São Filipe Néri, presbítero. Filipe
nasceu em Florença em 1515. Vivaz, alegre e otimista por temperamento, tentou
várias profissões, entre as quais a de comerciante em S. Germano, perto de
Cassino, aos dezoitos anos. Estudante em Roma, abandonou os estudos vendendo os
livros para dedicar-se totalmente a atividades beneficentes. Ordenado padre aos
36 anos, criou pouco depois o Oratório, uma congregação religiosa de padres empenhados
de modo particular na educação dos jovens. Recolheu os meninos turbulentos dos
subúrbios romanos e os educou divertindo-os. Para ajudar os mais necessitados
não hesitava em pedir esmolas nas estradas. Sem parecer, Filipe tinha uma
sólida cultura: promoveu os estudos da história eclesiástica. Depois dos 75
anos de idade limitou sua atividade ao confessionário e à direção espiritual.
Possuía o segredo da simpatia e da amizade. Antes de morrer, octogenário,
queimou os manuscritos dos seus livros guardados na gaveta. Sobre o leito de
morte sentia-se culpado ao pensar que estava deitado numa caminha macia e
limpa, enquanto Cristo morreu pregado na cruz. Após a morte, a 26 de maio de
1595, os médicos averiguaram sobre seu tórax, uma esquisita curva das costelas,
como a dar espaço maior ao grande coração do apóstolo de Roma.
Pe. João Bosco Vieira Leite