(At 11,19-26; Sl 86[87]; Jo 10,22-30)
4ª Semana da Páscoa.
“Jesus respondeu: ‘Já
vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão
testemunho de mim’” Jo 10,25.
“Os adversários
sistemáticos de Jesus são obtusos. Jesus já lhes havia dito tudo o que
precisavam saber, e a sua própria atividade profética era pública e notória.
Aliás, se adversários eram de fato bons israelitas, deviam conhecer muito bem
as profecias messiânicas do Antigo Testamento, e dar testemunho de fé nestas
profecias divinas de salvação por meio do prometido filho de Deus. Jesus mata a
charada sobre seus adversários: o problema deles é a falta de fé. E a falta de
fé é cruel, não só porque cria a distância deles para com Deus, como os torna
obtusos, porque estes adversários conheciam as profecias e presenciavam as
obras de Jesus ‘em nome do Pai’ e, no entanto, continuavam longe das suas
próprias origens, religiosas, o Antigo Testamento. E por estarem longe da fé,
‘estavam novamente prontos a pegar em pedras para apedrejar o Salvador’ (31).
Jesus tinha estes adversários dentro do povo de Deus. Assim acontece ainda
hoje. Estão dentro das igrejas os adversários da fé. Nem sempre paramentados
como adversários, pois hipocritamente travestidos de piedade e defensores da
moral e dos bons costumes da Igreja, eles são capazes de barbáries que até os
maus se escandalizam (Pilatos lava as mãos). Não é de se estranhar, pois, que o
fim de Jesus fora a cruz. De estranhar, mas isto mais para os adversários, é
que as obras de Jesus, mesmo, e principalmente, a cruz, testemunham o seu
compromisso, ‘em nome do Pai’, com Deus para a salvação dos seres humanos. A fé
cristã deveria ser testemunho ‘das obras feitas em nome de Deus’. Estas obras
da fé atestam a relação perfeita com Deus. E quem não está comprometido com
estas obras ‘em nome de Deus’, é adversário de Cristo e não testemunha fé nas
promessas salvíficas de Deus. – Bondoso Deus, a obra salvadora de Jesus
é a garantia tua sobre a minha salvação. Quero testemunhar a minha fé em Cristo
por meio das obras que realizo em teu nome” (Augusto Jacob
Grün – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).
Santo do Dia:
S. José Benedito
Cottolengo, presbítero – Nasceu em Bra, província de Cúneo (Itália), em 1786.
Faleceu em 30 de abril de 1842. Primeiro de doze filhos, fez com grande
proveito todos os estudos até a láurea em teologia, em Turim. Vigário
cooperador em Corneliano de Alba, celebrava a missa às 3h da madrugada para que
os camponeses pudessem ouvi-la antes de ir aos campos trabalhar: “A colheita
será melhor com a bênção de Deus”, dizia-lhes. Cônego em Turim, após ter
assistido impotente à morte de uma mulher, cercada de seus filhos chorosos, à
qual tinham sido negados os cuidados hospitalares pela sua extrema indigência,
vendeu o pouco que possuía, inclusive o manto, alugou alguns quartos e deu
início à sua obra benéfica, oferecendo asilo gratuito a uma velhinha
paralítica. À mulher que lhe confessava não ter nenhum dinheiro para as
despesas, respondeu: “Não importa, a Divina Providência pagará a despesa”. Após
a mudança para Valdocco, com o auxílio de religiosas, a Pequena Casa cresceu
visivelmente e começou a delinear-se aquele prodigioso cotidiano da cidade do
amor e da caridade que hoje o mundo todo conhece e admira com o nome de
“Cottolengo”.
Pe. João Bosco Vieira Leite