Terça, 05 de maio de 2020

(At 11,19-26; Sl 86[87]; Jo 10,22-30) 
4ª Semana da Páscoa.

“Jesus respondeu: ‘Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim’” Jo 10,25.


“Os adversários sistemáticos de Jesus são obtusos. Jesus já lhes havia dito tudo o que precisavam saber, e a sua própria atividade profética era pública e notória. Aliás, se adversários eram de fato bons israelitas, deviam conhecer muito bem as profecias messiânicas do Antigo Testamento, e dar testemunho de fé nestas profecias divinas de salvação por meio do prometido filho de Deus. Jesus mata a charada sobre seus adversários: o problema deles é a falta de fé. E a falta de fé é cruel, não só porque cria a distância deles para com Deus, como os torna obtusos, porque estes adversários conheciam as profecias e presenciavam as obras de Jesus ‘em nome do Pai’ e, no entanto, continuavam longe das suas próprias origens, religiosas, o Antigo Testamento. E por estarem longe da fé, ‘estavam novamente prontos a pegar em pedras para apedrejar o Salvador’ (31). Jesus tinha estes adversários dentro do povo de Deus. Assim acontece ainda hoje. Estão dentro das igrejas os adversários da fé. Nem sempre paramentados como adversários, pois hipocritamente travestidos de piedade e defensores da moral e dos bons costumes da Igreja, eles são capazes de barbáries que até os maus se escandalizam (Pilatos lava as mãos). Não é de se estranhar, pois, que o fim de Jesus fora a cruz. De estranhar, mas isto mais para os adversários, é que as obras de Jesus, mesmo, e principalmente, a cruz, testemunham o seu compromisso, ‘em nome do Pai’, com Deus para a salvação dos seres humanos. A fé cristã deveria ser testemunho ‘das obras feitas em nome de Deus’. Estas obras da fé atestam a relação perfeita com Deus. E quem não está comprometido com estas obras ‘em nome de Deus’, é adversário de Cristo e não testemunha fé nas promessas salvíficas de Deus. – Bondoso Deus, a obra salvadora de Jesus é a garantia tua sobre a minha salvação. Quero testemunhar a minha fé em Cristo por meio das obras que realizo em teu nome (Augusto Jacob Grün – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

Santo do Dia:
S. José Benedito Cottolengo, presbítero – Nasceu em Bra, província de Cúneo (Itália), em 1786. Faleceu em 30 de abril de 1842. Primeiro de doze filhos, fez com grande proveito todos os estudos até a láurea em teologia, em Turim. Vigário cooperador em Corneliano de Alba, celebrava a missa às 3h da madrugada para que os camponeses pudessem ouvi-la antes de ir aos campos trabalhar: “A colheita será melhor com a bênção de Deus”, dizia-lhes. Cônego em Turim, após ter assistido impotente à morte de uma mulher, cercada de seus filhos chorosos, à qual tinham sido negados os cuidados hospitalares pela sua extrema indigência, vendeu o pouco que possuía, inclusive o manto, alugou alguns quartos e deu início à sua obra benéfica, oferecendo asilo gratuito a uma velhinha paralítica. À mulher que lhe confessava não ter nenhum dinheiro para as despesas, respondeu: “Não importa, a Divina Providência pagará a despesa”. Após a mudança para Valdocco, com o auxílio de religiosas, a Pequena Casa cresceu visivelmente e começou a delinear-se aquele prodigioso cotidiano da cidade do amor e da caridade que hoje o mundo todo conhece e admira com o nome de “Cottolengo”.

Pe. João Bosco Vieira Leite