Quarta, 01 de junho de 2022

(At 20,28-38; Sl 67[68]; Jo 17,11-19) 

7ª Semana do Tempo Pascal.

“Não te peço que os tires do mundo, mas que os guarde do maligno” Jo 17,15.

“Se você for cristão leigo, tem de permanecer no mundo por exigência de sua própria vocação leiga. Ser leigo não é algo pejorativo, mas um título honorífico, que expressa uma elevação, a pertença ao povo santo de Deus; é também algo positivo, uma realidade e não a privação de um direito, e essa realidade, por mais que seja levada a cumprimento no aspecto temporal, é uma realidade sobrenatural, pois coloca o cristão no âmbito do mistério da salvação, que Deus quer. O leigo não pode desentender-se com a Igreja, pois ele próprio é Igreja de Cristo e dele depende que a Igreja leve sua mensagem ao mundo que há de salvar. Todos somos responsáveis por nossa própria conduta perante Deus; o chamado à santidade é patrimônio de todos e não é reservado com exclusividade a ninguém; ninguém pode contentar-se com a mediocridade. Todo cristão é testemunha e seu testemunho deve ser verdadeiro. Pelo fato de ser Igreja, o leigo tem perante Deus a responsabilidade do cumprimento da missão da Igreja, exatamente tanto quanto a hierarquia, se bem que em dimensão própria e específica, mas nem por isso menos real. Diante da caminhada de sua paróquia, o leigo consciente não pode limitar-se à crítica abstracionista ou à lamentação estéril; deve sim contribuir com ideias e ação. Vivência: Você mantém bom relacionamento com seu pároco? Colabora com ele no apostolado paroquial? Vive da paróquia e também a paróquia vive de você, de sua ação? Não se esqueça do ambiente de sua família, onde você tem de ser o primeiro testemunho para os seus; fala-lhes de Cristo com palavras fervorosas e cheias de entusiasmo; porém, sobretudo, mostre-lhes Cristo com o exemplo de sua vida. Finalmente, sob nenhuma hipótese, deve você deixar de evangelizar seu ambiente de trabalho” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite    

Terça, 31 de maio de 2022

(Sf 3,14-18; Sl Is 12; Lc 1,39-56) 

Visitação de Nossa Senhora.

“Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” Lc 1,43.

“Isabel, uma mulher de talvez 40 anos, impossibilitada pelos anos de ter filhos, recebe a visita de Maria, grávida de Jesus. Foi, então, que irrompeu neste grito: ‘Donde me vem a honra que a mãe do meu Senhor venha a mim?’ Só que ela também estava grávida. A sua, para aqueles tempos, vergonha que não existia mais. Angústia, nem de longe. Autoestima, alta. Era fé, portanto. Ela seria a mãe de João Batista. Por que, então, a exclamação? Porque, de alguma forma, ela sabia que Maria estava grávida, estava com Jesus, o Senhor, como diz a Bíblia: ‘Como são maravilhosos os pés dos que anunciam boas-novas’. E quem lhe anunciava boas-novas era o útero de Maria. Nessa lição de Isabel e Maria talvez não valorizemos devidamente o papel do intermediário na transmissão de uma mensagem. Ora, o intermediário compartilha a mensagem conosco e, num certo sentido, ou mais, ou menos, até compartilha dela. Vejamos o caso próprio de Jesus. Ele é um intermediário entre o Pai e nós. E o seu papel de intermediário é de tamanha importância que Ele até se torna parte integrante da mensagem. Não podemos falar de salvação sem incluir nela o próprio Jesus Cristo. Com Maria é um pouco diferente. Ela foi uma intermediária na carne, no corpo, e foi depois uma intermediária na pregação, quase uma apóstola, embora muito longe do que foi seu Filho. Mas, assim mesmo, ela é objeto de nossa fé, pois no Credo apostólico nós confessamos: ‘[...] nasceu da Virgem Maria [...]’. E esse que nasceu era exatamente o mesmo que Isabel chama de Senhor. Foi de Maria, então, o que nosso Senhor recebeu a sua humanidade, dogma fundamental na pessoa e na obra de Cristo Jesus para a salvação da humanidade. – Senhor Jesus, somos cristãos intermediados por muitas e muitas pessoas que se dedicaram a nós com muito esforço para fazer a Palavra chegar a nós. Uma delas foi Maria, que no seu útero recebeu o Cristo para dá-lo ao mundo como o homem que iria redimir a humanidade. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite    

Segunda, 30 de maio de 2022

(At 19,1-8; Sl 67[68]; Jo 16,29-33) 

7ª Semana da Páscoa.

“Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis tribulações. Mas tende coragem!

Eu venci o mundo!” Jo 16,33.

“Os discípulos, nem longe, podiam imaginar o futuro que teriam pela frente. Intelectualmente, deram mostras de ter entendido os ensinamentos de Jesus, chegando mesmo a proclamar sua condição de enviado de Deus. E depois, quando se apresentasse a ocasião de dar testemunho público desta verdade, estariam preparados para tal desafio? O Mestre não tinha nenhuma dúvida a este respeito. Ao chegar a hora de se declararem discípulos seus, haveriam de debandar e deixá-lo sozinho. Triste constatação para quem se julgava sintonizado com Jesus! O realismo do Mestre não lhe permite desesperar, por causa disso. Embora sabendo que seria vítima do abandono do grupo escolhido e preparado para levar adiante sua missão, exorta-o à confiança. Seguros quanto ao poder de Jesus sobre o mundo, os discípulos se julgavam em condições de enfrenta-lo, sem temer suas investidas e ameaças de morte. O gesto mesquinho da fuga poderá ser irrelevante, se forem capazes de retomar o projeto do Senhor e leva-lo destemidamente adiante. A morte e a ressurreição de Jesus significam sua vitória sobre o mundo, e a desarticulação dos esquemas mundanos. Quem se confia ao Ressuscitado, apesar da ferocidade do inimigo, pode estar certo de que irá vencê-lo. A vitória de Jesus sobre o mundo foi definitiva. – Espírito de luta, que eu não me deixe intimidar pelo mundo; antes, dá-me suficiente coragem para que eu possa enfrenta-lo e vencê-lo (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite    

Ascenção do Senhor – Ano C

(At 1,1-11; Sl 46[47]; Ef 1,17-23; Lc 24,46-53).

1. Um sacerdote tinha como sacristã uma religiosa. Esta, por muitas vezes, dava sugestões ao padre sobre o que ele deveria falar na homilia. Na festa da Ascensão enquanto o sacerdote vestia sua túnica ela disse: ‘Hoje é a festa do céu! Certamente nos vai falar sobre o Paraíso...’.

2. O sacerdote lhe disse: ‘Não obstante as aparências, é a festa da terra, não do céu’. Na 1ª leitura, os apóstolos foram logo repreendidos porque estavam ali, parados, olhando para o céu. Era preciso olhar para o chão, para essa terra e a missão que lhes foi confiada. Agora era a vez dos apóstolos, e como não dizer, nossa também.

3. A Igreja, corpo de Cristo, conforme nos lembra Paulo na 2ª leitura, assegura a presença visível de Jesus. Uma Igreja itinerante que nasce do nosso empenho para com a terra, para com os outros. Depois da ascensão, o humano é o espaço onde continua o mistério da encarnação, através de sua presença e seu testemunho.

4. Desde a vinda de Jesus, Deus nos toca através de um rosto humano, continua a manifestar-se, a falar, a tornar-se tangível. Portanto é a festa da comunidade cristã, iniciada por Cristo e confirmada em Pentecostes, para realizar a Sua presença, manifestá-la, torna-la eficaz.

5. Nossas comunidades cristãs devem ser espaços de encontro, de partilha de fé e comunhão. Enquanto Lucas nos narra em seu livro os Atos dos Apóstolos, nós somos convidados a escrever também a nossa história, os nossos atos, para que Cristo não esteja ausente dessa terra.

6. Certamente não faltarão prodígios, sinais das tantas coisas que Deus vai realizando no mundo através de nossas comunidades de fé. São os nossos Atos. Somente assim a Ascensão se torna uma festa da terra, ou melhor, do Reino inaugurado na terra.

7. Cada cristão deve assegurar a própria presença no mundo sob o sinal qualificante da fé, pois cada vez mais vai se normalizando a fato de alguém que não crê. E a fé cristã se torna uma estranheza. Foi-se o tempo da ‘cristandade’ com suas intolerâncias e absolutismos. 

8. No passado era o não crente considerado um indivíduo anormal e devia dar provas do porquê da sua ‘não-crença’. Hoje, somos nós, cristãos de devemos nos justificar, dar explicações. A fé cristã vai se tornando quase que anormal. Se no passado a questão era: ‘Deus existe?’, hoje seria legítimo perguntar: existe o cristão?

9. Será que somos capazes de provar a nossa existência? Somente assim poderíamos fazer com que os homens e mulheres de nosso tempo, obstinados em olhar tão somente na direção da terra, voltem também a olhar para o alto. Somente assim poderíamos sonhar com a possibilidade de criar um pequeno espaço do céu aqui, sobre a terra.   

Pe. João Bosco Vieira Leite    

Sábado, 28 de maio de 2022

(At 18,23-28; Sl 46[47]; Jo 16,23-28) 

6ª Semana da Páscoa.

“Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo e vou para o Pai” Jo 16,28.

“O mistério de comunhão em Deus sempre aponta para uma relação não de dependência, mas de parceria e unidade, por isso é modelo de convivência e de experiência de fé para cada um de nós. Cada momento na vida de Jesus não corresponde a um projeto isolado, mas tudo concorre para seu plano de salvação de toda a humanidade. Assim, a Encarnação, sua vida pública, sua Paixão, Morte e Ressurreição constituem um mesmo e único movimento de aproximação que gera comunhão é também o que chamamos de salvação... O anúncio de Jesus, de que chegaria o momento da consumação não esquece, em momento algum, toda a caminhada até ali, pelo contrário, a pressupõe... Assim, sair do Pai não é afastamento de Deus, mas indica, outrossim, a profunda comunhão entre Jesus e o Pai mesmo enquanto sua vida como ser humano. E o deixar o mundo e voltar para junto do Pai em hipótese alguma é abandono do ser humano; indica, na verdade, o objetivo do próprio ser humano, que tende para Deus. Origem (fundamento) e finalidade são sempre Deus. Ele é quem possibilita nossa vida literalmente, tudo em nossa vida, e é a Ele que rumamos em nossa peregrinação terrena. Deus é quem dá sentido a nossa busca... É também objetivo e caminho da própria busca. Ou seja, dedicar a vida à busca de Deus é já encontra-lo, vivenciar sua graça não como recompensa ao final do caminho, mas como condição da caminhada. A mesma jornada só se dá porque traz Deus conosco, em nosso mundo, em nossa vida, em nossa realidade. – Senhor, Tu és a origem e o destino de nosso caminhar. Permita que reconheçamos os valores do nosso mundo sempre como oportunidade de te louvar e agradecer. Que não nos percamos num moralismo que deturpa a tua criação como má, mas que tenhamos força para vencer as provações e nos voltaremos sempre para ti. Amém! (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 27 de maio de 2022

(At 18,9-18; Sl 46[47]; Jo 16,20-23) 

6ª Semana da Páscoa.

“A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu,

ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo” Jo 16,21.

“Jesus é um observador atento da vida. Sabe das dores de parto de uma mulher, suas aflições face a tantas incertezas. Sabe também de suas alegrias quando nasce o filho. Podemos usar este fato como uma metáfora para expressar o sentido das lutas humanas. Cada iniciativa preciosa tem seu tempo de gestação. Ela é concebida, acalentada no imaginário e depois, quem sabe superando os obstáculos e oposições, é posta em prática. A alegria de sua concretização é como um parto real. No fundo, cada qual deve se gerar a si mesmo. Não nascemos prontos. A vida nos é tarefa a ser cumprida cada dia. Por isso somos seres práticos, quer dizer, somos o que nossa prática fizer de nós. É no seguimento de Jesus e sob a inspiração do Espírito na história que vamos construindo nossa identidade e o que queremos ser. O próprio cosmos pode ser representado como um imenso parto. Depois de bilhões de anos de gestação, crescimento e amadurecimento todos os seres acabarão de nascer para dentro de Deus. A alegria nossa e de Deus será infinita. – Senhor, que nunca deixemos de crescer em Tua direção. Que possamos crescer juntos como irmãos e irmãs, unidos ao universo que será um dia o corpo de Tua glória. Amém (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 26 de maio de 2022

(At 18,1-8; Sl 97[98]; Jo 16,16-20) 

6ª Semana da Páscoa.

“Em verdade, em verdade vos digo, vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará.

Vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria” Jo 16,20.

“Chorar. Lamentar-se. Experiências comuns da espécie humana! Choramos e nos lamentamos já desde o nascimento, e, na morte, choram e se lamentam por nós. Durante a vida, é bem verdade, há muitos momentos de riso e alegria entremeados e também de choro e lamentações. É a vida. Jesus, no entanto, visava a dar uma dor muito específica: a sua ausência. Ora, sua ausência dos discípulos não seria uma ausência de apenas poucos dias em que, do ponto em que se achavam os discípulos, eles poderiam acenar com os famosos lenços brancos da partida. Ela se daria após a prisão ilegal, um julgamento encenado e uma condenação cruel à morte. Trágica partida cujas lágrimas não seriam enxugadas com o providencial lencinho branco. Era uma tragédia que traria não apenas saudade de um ente querido, mas também o fim de uma esperança e até mesmo a insegurança quanto à própria vida. E aí o choro se somaria à lamentação, e não haveria mais nenhuma alegria a não ser a do mundo, a alegria dos inimigos de Jesus e opositores de sua mensagem. Então viria tristeza, pois o choro seca as lágrimas, mas essa tristeza se transformaria em alegria. No texto, Jesus não define por que ela surgiria. Entretanto, Ele já havia em outras ocasiões declarado a sua essência: a ressurreição da morte. E a ressurreição não seria tão somente uma volta à vida como seria ainda a própria afirmação da vida em todo o seu esplendor. Seria a reafirmação e a confirmação de tudo aquilo que Ele havia dito, seria o Evangelho por excelência; logo, a vida eterna sem nenhum limite. Consequentemente, seria a alegria completa. E essa alegria seria também universal. – Senhor, nas tuas angústias vemos a luz, pois com elas te igualaste a nós, e nas angústias dos discípulos vemos a base da nossa esperança, pois sabemos que a dor é como o parto: a antevéspera da vida. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 25 de maio de 2022

(At 17,15.22—18,1; Sl 148; Jo 16,12-15) 

6ª Semana da Páscoa.

“Ele me glorificará, porque receberá e vo-lo anunciará” Jo 16,14.

“Um dos efeitos positivos da ação do Paráclito seria de levar os discípulos a descobrirem a verdadeira identidade de Jesus, desfazendo as falsas ideias decorrentes da morte de cruz. Esta reduzira Jesus à extrema fraqueza e impotência, num quadro de humilhação. O Paráclito reverteria este quadro. Como Espírito de Verdade, ajudaria os discípulos a desfazer os equívocos em torno da pessoa de Jesus, revelando-lhes sua glória. Ele ensinará aos discípulos toda a verdade, possibilitando-lhes assumir uma postura realista em relação ao Mestre, não mais de desilusão, e sim, de esperança. As palavras deste Espírito ser-lhes-iam sugeridas pelo Pai. Bastava dar-lhe ouvido. Escutando-as, atentamente, os discípulos poderiam conhecer o que o Pai tinha a dizer em favor de Jesus. Aí estava a verdade! O Paráclito lhes descortinaria, também as realidades vindouras. O futuro não deve permanecer oculto para quem tem o Espírito Santo. Nisto ele glorifica Jesus, por mostrar que nem o egoísmo nem a maldade tem a palavra última sobre ser humano algum, muito menos sobre Jesus. O discípulo não pode se enganar, quando contempla Jesus apresentado na fraqueza e na humilhação. Ao Paráclito, a tarefa de abrir-lhes os olhos para a verdade escondida no Crucificado, cuja glória esconde-se sob a cruz. – Espírito da Verdade, permite-me reconhecer a glória de Jesus, para além da cruz e do sofrimento, instruindo-me com as palavras de meu Mestre e Senhor (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 24 de maio de 2022

(At 16,22-34; Sl 137[138]; Jo 16,5-11) 

6ª Semana da Páscoa.

“E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento” Jo 16,8.

“O Espírito Santo, que Jesus vai enviar, unirá seu testemunho ao de Jesus, para que ‘a justiça’ da causa do Salvador resplandeça aos olhos dos crentes. O ‘pecado’ do mundo é sua incredulidade; o Espírito Paráclito porá às claras este pecado. O Espírito manifestará o sentido da morte de Jesus, derrota e condenação do demônio. O Espírito convencerá o mundo de que a culpa está no próprio mundo, por não ter acreditado em Jesus e em sua mensagem; convencerá o mundo da justiça, uma vez que a volta de Jesus ao Pai demonstrará que ele tinha sido enviado pelo Pai e convencê-lo-á do pecado, pois, pela morte de Jesus na cruz, o pecado foi vencido e eliminado. A pregação e os milagres dos apóstolos e de seus sucessores, a prodigiosa difusão e constante conservação da Igreja serão uma prova tão palpável da divindade do cristianismo, que a incredulidade não terá desculpas. Cristo – por sua gloriosa Ascensão, por seu triunfo sobre os poderes do mundo e do inferno e sobre os corações – virá a ser reconhecido como o Justo, a fonte e a causa de toda a justiça; e com a derrota do paganismo e a transformação do mundo, aparecerá a vista de todos a vitória de Cristo sobre Satã, sobre o pecado, a morte e o inferno, que será uma prova da sua futura vinda para julgar o mundo” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 23 de maio de 2022

(At 16,11-15; Sl 149; Jo 15,26—16,4) 

6ª Semana da Páscoa.

“Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus”

Jo 16,2.

“Evangelho, Boa-nova... é uma novidade, algo capaz de mudar a vida de quem aceita, e transformar a própria realidade. A opção de Deus pela humanidade, fazendo-se um de nós, modifica até o modo de a própria realidade ser, quando o Criador se aproxima tanto da criatura, possibilitando verdadeira comunhão. Saber que Deus ama tanto o mundo a ponto de enviar seu próprio Filho numa missão de aproximação faz com que o ser humano veja o mundo com outros olhos. Essa comunhão com Deus faz com que desejemos ser pessoas melhores e rompamos com estruturas, costumes e tradições que, ao invés de levar a Deus, tornaram-se excludentes ou pesados demais. Isso gera um rompimento radical com o modo de pensar mercantilista, que sempre precisa tirar proveito ou avistar uma forma de compensação. Talvez a verdadeira novidade seja a gratuidade do processo todo... Boas obras não levam por recompensa o amor de Deus. Esse amor já nos é oferecido gratuitamente! Nossa vontade de querer ser pessoas melhores nasce dessa condição de filhos e filhas amados que é também dom gratuito de Deus, não mérito nosso. Deus ama não porque merecemos, mas porque ele é assim. Isso tira qualquer possibilidade de controle por nossa parte. Precisamos confiar em Deus... Nem ritos, nem oferendas, nem palavras repetidas podem garantir por si só nossa comunhão com Deus. Tudo é dom gratuito! Isso põe em xeque qualquer instituição cuja pretensão seja garantir ou controlar alguma coisa na relação com Deus. Põe em xeque o próprio modo de pensar e quantificar todas as coisas, num estilo comercial. – Senhor Deus da vida, lembra-nos sempre ser a nossa própria vida dom gratuito, que deve ser posto em serviço, oferecido espontaneamente como oblação e ação de graças no altar da própria realidade, para que desapeguemos de nosso egoísmo e confiemos sempre mais em ti. Amém! (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

  Pe. João Bosco Vieira Leite

6º Domingo da Páscoa – Ano C

(At 15,1-2.22-29; Sl 66[67]; Ap 21,10-14.22-23; Jo 14,23-29).

1. A liturgia da Palavra desse domingo enlaça várias reflexões. Primeiramente assistimos essa discussão dos Apóstolos em Jerusalém a respeito do rito da circuncisão vivido pelos Judeus na observância da Lei Mosaica. Mas estão chegando novos cristãos, vindos não mais do judaísmo. Estariam eles obrigados a observar tais normas?

2. Os conflitos dentro da Igreja são de origem apostólica. Sempre houve pessoas fechadas e abertas; cristãos tradicionalistas e cristãos progressistas, abertos. Cada um traz a sua contribuição para o conjunto da fé. O importante é a comunhão e não o confronto destruidor.

3. O Tempo da Páscoa é o tempo de conversão para o novo. Para desfrutar as aparições do Ressuscitado, para pressentir e experimentar o aroma da nova Jerusalém, é necessário ter a mente aberta e deixar que o coração se enamore do que nos chega.

4. A 2ª leitura nos lembra que a realização de nossos sonhos pessoais, comunitários, políticos, não pode vir daqui debaixo. A experiência da vida contradiz frequentemente aquilo que nossos anseios pretendem.

5. Quantas esperanças depositamos na mudança política, na chegada de um novo governo, em alguns dos nossos melhores amigos, na sorte que parecia acariciar-nos... E depois, chegou-nos de novo a decepção, o desengano. Existem razões para a esperança?

6. O autor do Apocalipse nos diz do seu jeito que ‘o auxílio nos vem do Senhor’, por isso ergue os olhos para o alto. E lá no alto descobre como desce uma ‘nova Jerusalém’. Ela é uma síntese do Antigo e do Novo. Esse é o futuro da nossa fé. Cremos verdadeiramente nisso? Sim, porque tem de descer do céu! A promessa há de se cumprir.

7. Jesus nos diz que vai, mas que voltará. Também nos comunica que o Pai virá com ele para estabelecer sua morada em quem o ame. Também ratifica que o Pai nos enviará o Espírito Santo, o defensor. É possível que todo o mistério de Deus queira derramar-se sobre a nossa vida?

8. Essa é a mensagem que as Palavras de Jesus ressuscitado nos transmitem nestes dias, de mil maneiras: a Trindade Santíssima nos quer como morada. Não só cada um de nós individualmente, mas a nós todos como comunidade. Se nos conscientizássemos verdadeiramente do mistério que nos envolve, saberíamos que Deus habita em nós.

9. O caminho para uma vivência assim no-lo diz Jesus: ‘Aquele que me ama’. Amar a Jesus! Não é uma questão de esforço, mas sim de atenção. Ama-se a ele à medida que a relação com ele se torna mais estreita, mais íntima. Contemplando-o o amor cresce e se acende.

10. Deus habita em nossa pobreza e nos pede unicamente aquilo que podemos dar, e sem medida: amor, sempre amor. O amor é também o outro nome do Espírito Santo que nos promete. Que venha sempre em abundância e nos renove em nossas relações e modo de ver a vida.

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 21 de maio de 2022

(At 16,1-10; Sl 99[100]; Jo 15,18-21) 

5ª Semana do Tempo Pascal.

“Se fosseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence. Mas, porque não sois do mundo,

porque eu vos escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia” Jo 15,19.

“Mundo – planetazinho redondo girando ao redor do Sol – é uma criação de Deus. Como tal, podemos e devemos amá-lo, e amá-lo tanto que devemos empenhar-nos pela sua conservação. Afinal, é obra divina e morada nossa. No entanto, nesse mundo entrou o pecado, ou seja, a desobediência e a inimizade contra Deus. E notem bem, o pecado não entrou nas rochas, nas águas ou no ar. O pecado entrou no coração humano, no coração desse que habita o mundo. Assim, por aproximação, a palavra mundo passa a designar toda a maldade humana e sua inimizade contra Deus. E, junto com tudo isso, estaria também a descrença. Qual seria, então, o foguete a nos arrancar deste mundo? A fé, a Palavra de Deus, o Batismo, a Santa Ceia, o perdão, em resumo, o próprio Cristo, pois foi Ele que nos escolheu do mundo, foi Ele que nos arrancou dessa realidade de inimizade e ódio contra Deus. Nessa nova realidade, pois, vivemos no amor de Deus e a Deus, mas também vivemos na realidade do ódio do mundo contra nós. Às vezes é um ódio sutil, às vezes é violento. E muitas vezes é um ódio tratado como guerra fria: não manifestamos a nossa fé em Cristo; o mundo não mostra o seu ódio contra nós. E achamos uma maravilha não sermos odiados nem contraditados! Ledo engano! Não é o mundo que não nos odeia mais: é nós que deixamos de ser cristãos. Embora a questão ético-moral não seja o fator principal no cristianismo, ela é importantíssima. Logo, aceitar tudo o que o mundo oferece sem nenhuma crítica pode ser uma terrível rendição. – Meu Jesus querido, o mundo segue o seu caminho tortuoso, e nós, em muitas ocasiões, simplesmente vamos juntos achando os caminhos do mundo uma simples tendência. Concede à Igreja força e, principalmente, fé e amor para dizer ao mundo que ele deve arrepender-se e voltar para ti. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).          

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Sexta, 20 de maio de 2022

(At 15,22-31; Sl 56[57]; Jo 15,12-17) 

5ª Semana do Tempo Pascal.

“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei.

Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos” Jo 15,12-13.

“Pelo que estaríamos dispostos a entregar a nossa vida? Quais os sonhos, os projetos, os caminhos que realmente valem a pena ao ocuparmos a nossa vida? O projeto de encontro com Deus passa também por nossa realização e felicidade. Aquilo em que nos empenhamos com maior fidelidade leva, de fato, à nossa realização? Conduz para o caminho da verdadeira felicidade? Não se trata de auto referência, muito pelo contrário. Felicidade é mais do que desejos passageiros e superficiais, mas às vezes também passa por eles. O caso é que, tudo aquilo que se faz, querendo construir um mundo melhor, tudo o que se faz querendo acreditando se fazer o bem, precisa já representar nossa realização e felicidade. Nossas atitudes não são como créditos positivos ou negativos que um dia definirão se somos/fomos bons ou maus. O verdadeiro valor está na motivação e na boa vontade despendidos. Quem está na dinâmica do amor mútuo não vê como pesar o servir, o partilhar, o ajudar. Quem ama cuida e cuida gratuitamente, não porque espera algo em troca. Só quem ama pode, livremente, sem crise, sem pesar, oferecer-se a si mesmo plenamente, em ação de graças. Ação de graças que se dá no serviço, na misericórdia, na compaixão. Entregar toda a sua vida – não apenas alguns momentos, ou alguns aspectos dela – a esse projeto é fazer-se amigo da humanidade, é fazer valer a pena a própria vida, é fazer valer a confiança que Deus deposita na humanidade, que cresce envolvida por seu Amor. ‘Amai-vos’ é o único mandamento irrenunciável, pois, amando, sempre se ama a Deus, sempre se está em conformidade e em comunhão com Aquele que é o próprio Amor. – Senhor, que procuremos mais consolar que ser consolados, compreender que ser compreendidos, amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna! Amém! (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Quinta, 19 de maio de 2022

(At 15,7-21; Sl 95[96]; Jo 15,9-11) 

5ª Semana da Páscoa.

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor,

assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor” Jo 15,10.

“Quais são os mandamentos de Jesus? São dois. O amor ao próximo e o amor a Deus. Mas, como o próprio Jesus diz nos sinóticos, trata-se de um amor só. Com o mesmo movimento com que amamos a Deus, devemos amar também os outros. Por isso se entende a frase de Jesus: se guardamos os seus mandamentos, permaneceremos no seu amor. Em outras palavras, quem ama se mantém fiel ao amor só pode herdar o amor de Jesus. Quem se sabe amado por Jesus sente-se livre de todas as ameaças e de todos os perigos. Se alguma coisa ocorrer, ocorre no amor de Jesus. E ocorrendo no amor de Jesus, ocorre para o nosso bem, mesmo quando não lhe captemos a lógica e o sentido visível. Neste sentido mais libertador que ao mor. Mais ainda, a experiência do amor nos confere a sensibilidade de perceber o que agrada e que desagrada a Deus. Não se trata de seguir normas éticas e morais. Estas não ficam invalidadas. Mas quem ama de verdade a Deus se sente amado por Deus, se orienta não por códigos elaborados, mas pelo instinto do amor. Este instinto é infalível. Ele nos diz, em cada momento, o que é bom para nós e para Deus. É uma sintonia fina e sutil, somente compreensível por aqueles que desenvolveram o espírito de finura e superaram o espírito de geometria, do cálculo e da observância das normas. É a presença do Espírito Santo que nos sopra, nos conduz e nos afirma com o senso de Deus e de seu amor para além de toda a medida. – Espírito Santo, Espírito de amor e de finura, dá-nos o Teu dom para que possamos amar a Deus e os outros com plena liberdade, sentido Tua presença em nós e conduzindo-nos em cada momento na justa medida e no momento certo. Amém (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Quarta, 18 de maio de 2022

(At 15,1-6; Sl 121[122]; Jo 15,1-8) 

5ª Semana do Tempo Pascal. 

“Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei” Jo 15,3.

“Os temas abordados [aqui] são três: permanecer na videira, dar frutos e desbastar os sarmentos. Nesse contexto, Jesus pronuncia as palavras memoráveis: ‘Vós já estais purificados pela palavra que vos disse’ (15,3). Certamente, Jesus falou aos discípulos de um modo tal que estes se sentiam totalmente aceitos, puros, limpos, em harmonia consigo próprios e com Deus. A palavra de Jesus expurgou deles toda a impureza. Ela os colocou em contato com o núcleo límpido de sua alma. Deus mesmo os limpou pela palavra de Jesus. Manifesta-se nessa palavra o carisma de Jesus. Jesus certamente irradiava entre as pessoas uma sensação que poderia exprimir-se nestas palavras: ‘Você está bem. Você está limpo. Deus o criou bom. O bem e a pureza são mais fortes que qualquer pecado. Se você se abrir ao meu amor, tudo estará limpo em você, toda impureza será purificada e transformada” (Anselm Grüm – Jesus: Porta para a Vida – Loyola).  

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Terça, 17 de maio de 2022

(At 14,19-28; Sl 144[145]; Jo 14,27-31) 

5ª Semana do Tempo Pascal.

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo.

Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” Jo 14,27.

“Era esta a saudação e a despedida comuns dos judeus, seu shalom, ou desejo de paz que Jesus manteve para com os cristãos. Quando apareceu aos apóstolos, após a ressurreição, repetia-lhes sempre: ‘A paz esteja convosco’, saudação que a liturgia cristã manteve. Agora, para nós, essa paz cristã, que oferecemos e desejamos, significa a integridade do corpo, portanto, a felicidade perfeita e a libertação colocadas pelo Messias; tudo isso Jesus nos concede, ao dar-nos a paz. Quando um cristão deseja a paz, expressa o desejo de todos os bens para a pessoa à qual saúde; deseja-lhe a paz que nasce da posse de Deus e da sua graça, a tranquilidade da alma, a segurança do auxílio divino, uma paz verdadeira que enche a alma de consolos espirituais e que comunica alegria ainda em meio às tribulações. Quando você participar ao santo sacrifício da Missa e chegar o momento de dar a paz aos que você tem a seu lado, faça-o com espírito verdadeiramente evangélico; não realize esse rito de modo simplesmente mecânico ou rotineiro; você é transmissor da paz; porém da paz de Cristo; transmita-a com a mesma intenção e com os mesmos sentimentos de Cristo, quando nos deu sua paz” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite 

Segunda, 16 de maio de 2022

(At 14,5-18; Sl 113B[115]; Jo 14,21-26) 

5ª Semana do Tempo Pascal.

“Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,

ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos tenho dito” Jo 14,26.

“O edifício cristão se apoia sobre duas pilastras fundamentais: Cristo, o Filho encarnado, crucificado e ressuscitado e o Espírito Santo presente no mundo, na comunidade cristã e nas profundezas do coração de cada pessoa. Tanto o Filho quanto o Espírito foram enviados ao mundo e moram no meio de nós. O Filho na humanidade de Jesus e o Espírito descido primeiramente sobre Maria para que nela se realizasse a encarnação do Filho (Lc 1,35), depois sobre Jesus, em seguida sobre toda a comunidade apostólica e por fim sobre toda a criação (carne). Ambos significam os dois braços do Pai mediante os quais ele nos alcança, nos ergue até si e nos diviniza. As obras do Filho encarnado e do Espírito derramado sobre nós se completam. Por um lado, Jesus é obra do Espírito que atuou sobre Maria, fazendo-a mãe do Filho encarnado, por outro o Espírito é enviado por Jesus para que atualize sua missão e traga à memória tudo quanto Jesus deixou entre nós. Jesus representa o polo da organização e o Espírito o polo do organismo ou Jesus o lado do poder e o Espírito o lado do carisma. Nas Igrejas ocidentais quase tudo ficou concentrado no Filho. Houve uma grande amnésia do Espírito. Por isso há poder sem a suficiente presença do carisma. Demasiada organização institucional em detrimento do organismo vivo da experiência religiosa. Precisamos recuperar o equilíbrio do momento cristológico com o momento pneumatológico para termos uma experiência mais global do mistério cristão. – Oh Deus, faça-nos acolher com igual abertura e generosidade o Teu Filho com tudo o que Ele nos trouxe por sua encarnação bem como o Espírito e todos os dons e carismas que Ele adotou a humanidade e as Igrejas. Dá-nos a sabedoria para saber unir o poder ao carisma e a tradição com a criatividade. Amém” (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite 

5º Domingo da Páscoa – Ano C

(At 14,21-27; Ap 21,1-5; Jo 13,31-35)

1. No discurso de despedida, num contexto de conspiração, traição, Jesus deixa aos seus amigos um mandamento: aquele do amor. De cara é bom eliminarmos do termo ‘mandamento’ tudo aquilo que possa nos soar legalístico ou de constrição.

2. Não se trata de aplicar uma norma de código, mas de entrar livremente em comunhão, através de Jesus, com o Pai e com os irmãos. Esse mandamento tem três características: é novo; é vivido imitando o amor de Jesus e constitui o sinal distintivo do cristão.

3. Só o amor é algo novo, o ódio, a vingança, a violência, a indiferença, o egoísmo: são todas coisas velhas, que nos envelhecem e envelhece o mundo. Notícias repetidas. Só o amor constitui o elemento surpresa, aquilo ‘nunca visto’, que determina o progresso.

4. Cristo deixa claro que essa dinâmica de amor no cristão tem a ele como referência. Que se reveste de certa loucura em relação ao ser humano. Ele se traduz no dom de si, no não pertencer-se, no ser para o outro. Amor que, mais que dar coisas, dá-se a si mesmo.

5. Um amor que não está condicionado a qualquer qualidade humana, mas à própria natureza divina. Deus não nos ama porque somos bons, virtuosos, merecedores, mas amando-nos nos faz bons. Por isso mesmo o amor é criativo, pois confere valor ao objeto do seu amor. Me torno precioso, desejável, porque sou amado.

6. Nós, ao contrário, temos um amor reativo. Nos deixamos condicionar pelo comportamento do outro: se me é simpático, me trata bem, é gentil, generoso comigo, passo amá-lo. É mais resposta que proposta.

7. O amor que Jesus nos propõe é criativo, toma a iniciativa, independente da atitude do outro para conosco. Por isso a caridade torna-se o distintivo do cristão. Não é tão somente um praticante, um que vai à Igreja, um que dá esmolas, um que recita o credo, mas essencialmente um que ama.

8. Sem a presença da caridade, sem sua prestigiosa autenticação, as outras palavras do vocabulário não têm valor, nem significado. “Ainda, que eu falasse a língua dos homens, se eu falasse a língua dos anjos, sem amor...” (cf. 1Cor 13,1).

9. A verdade do cristão está no amor concreto do seu cotidiano. Está em acreditar na força do amor: se tem razão amando, se vence amando, se ensina amando, coloca-se alguém em pé amando-a. “Você não é ninguém, até que alguém lhe ame”, diz uma canção.

10. O amor não é um vago sentimento, uma boa intenção. ‘Eu sinto tanto amor por aquela pessoa’, poderíamos hipocritamente dizer, quando na realidade é o outro quem deveria sentir-se concretamente amado por mim.

11. Um amor manifestado com fatos permite ao outro reconhecer um cristão que atravessa o seu caminho, pela experiência de sentir-se amado, de ser importante, digno da atenção de alguém. Creio que seja um pouco disso que Jesus viveu e ensinou para os seus...       

Pe. João Bosco Vieira Leite 

Sábado, 14 de maio de 2022

(At 1,15-17.20-26; Sl 112[113]; Jo 15,9-17) 

São Matias, Apóstolo.    *                 

“Então tiraram a sorte entre os dois. A sorte caiu em Matias, o qual foi juntado ao número dos onze apóstolos”

At 1,26.

“No capítulo I dos Atos dos Apóstolos vem narrada a eleição desse apóstolo, chamado a recompor o número dos Doze, após a defecção de Judas Iscariotes. Pedro sugeriu o método já posto em prática no Antigo Testamento: tirar a sorte entre dois candidatos. Eram estes José, cognominado o Justo, e Matias. Ambos preenchiam os requisitos para a missão apostólica. ‘E necessário, pois, que, destes homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor viveu no meio de nós, a começar pelo batismo de João até o dia em que nos foi arrebatado, haja um que se torne conosco testemunha de sua ressurreição.’ Antes de tirar a sorte, os apóstolos pediram: ‘Mostra-nos, Senhor, qual foi que escolheste’. A sorte recaiu em Matias. É conveniente saber que, antes de fazer parte do reduzido grupo dos apóstolos, reunidos à espera de Pentecostes, o escolhido seguiu Jesus desde o começo de sua vida pública, em meio ao grupo dos discípulos cujo número aumentava, e dia após dia foi testemunha da ressurreição. Depois da descida do Espírito Santo, igualmente para o apóstolo Matias teve início a missão de pregar o Evangelho na Judeia. Mas desde esse momento não houve mais notícias a seu respeito. A tradição faz chegar até nós a imagem de um ancião que segura uma alabarda – símbolo de seu martírio. Mas não é certo que tenha morrido mártir, assim como não se pode comprovar que haja morrido em Jerusalém – ou que santa Helena tenha levado suas relíquias a Tréveris, sob a guarda da abadia que traz seu nome” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).    

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 13 de maio de 2022

(At 13,26-33; Sl 02; Jo 14,1-6) 

4ª Semana do Tempo Pascal.

“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também” Jo 14,1.

“Coração perturbado é coração angustiado e, muitas vezes, desesperado. O bom é que os amigos aparecem e consolam. Mas, de vez em quando, não. Mesmo nas ocasiões em que aparecem, o consolo é insuficiente porque a perturbação é grande, muito grande, e a perturbação vira angústia, desespero e morte. Por isso, não convém deixar o coração perturbado. Mas ele fica. E aí a gente pode reescrever a lista de todas as desgraças humanas. Geralmente, porém, esquecemo-nos de uma: a nossa relação com Deus. O que falar, então, sobre alguém que fica sabendo que ele vai trair o próprio Deus? Não seria isso uma tragédia? Pois bem, o Apóstolo Pedro estava nessa iminência. Com certeza ficou perturbado, e sua perturbação se entendeu aos outros discípulos. Se isso vai acontecer com Pedro, imagine conosco? O que faremos? Por causa disso, Jesus dá a ordem: ‘Crede em Deus’. Não ter o coração perturbado já seria uma boa solução, mas o Evangelho muitas vezes é denso: sempre quer dar a certeza, sempre quer deixar bem claro o que realmente vai resolver o problema. Daí o ‘crede em Deus’ e o ‘crede também em mim’. Os discípulos certamente já sabiam que Ele era Deus. Viviam, quem sabe, na ambiguidade: em certos momentos criam, em outros duvidavam – mas a ideia já estava lançada. Sendo assim, não era necessário de novo Jesus ressaltar a identidade com Deus. O que o preocupava agora eram os discípulos perturbados. Por isso, o ‘crede em também em mim’ significava aqui muito mais uma intenção pastoral, evangélica do que propriamente doutrinária. Essa intenção, que é a intenção essencial de toda a Bíblia, é a que Jesus nos apregoa sempre. – Senhor, quando, no fim do dia, paramos para pensar, surgem muitas vezes pensamentos do tipo: Fiz hoje algo de bom? Ajudei alguém? Demonstrei minha fé? Aí só me resta olhar para ti e ouvir tua voz: ‘Não se perturbe o vosso coração. Crede em Deus. Crede também em mim’. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 12 de maio de 2022

(At 13,13-25; Sl 88[89]; Jo 13,16-20) 

4ª Semana do Tempo Pascal.         

“Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está nas Escrituras: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’” Jo 13,18.

“Depois de três anos de convivo intenso, denunciar um dos discípulos como traidor era tudo que o Salvador não desejaria fazer. Mas, infelizmente, a natureza humana e sua inclinação para o mal estão sempre a postos para fazer estragos entre as pessoas, e nem os grupos mais seletos e exclusivos estão livres deste problema. Apesar de previsto no Antigo Testamento, a Bíblia silencia quanto a uma justificativa sobre a escolha de Judas por Jesus, e nem mesmo porque, após três anos de convivência, não o ter despedido. E isto, como diz nosso texto, que Jesus conhecia os que havia escolhido. Considerando-se os episódios da negação de Pedro, da fuga dos discípulos por ocasião da prisão de Jesus, das portas trancadas e do medo deles após a ressurreição do Salvador, o fracasso de Judas passa a ser um fato compreensível em se tratando tanto da natureza humana em si, e dos limites e percalços que o projeto de Deus precisa superar para cumprir sua missão de salvar os seres humanos, justamente por depender de homens e mulheres para levar esta missão ao mundo. Interesses pessoais, não só de riquezas, ou de garantias pessoais, e até de piedosa arrogância espiritual como a de Pedro, que não deixaria Cristo ser preso e morto, estão presentes no grupo dos fiéis, mais do que imaginamos, e cada um de nós sabe o quanto é complicado dar primazia, e principalmente a si mesmo, ao projeto de Deus. Judas está aí como um aviso precioso: somos todos iguais, especialmente no fracasso dos interesses pessoais em preferência aos interesses de Deus. Os onze discípulos estão aí como exemplo de que os interesses de Deus compensam tudo, especialmente a vida eterna. – Senhor, faça-me fiel à tua vontade. Amém (Augusto Jacob Grün – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 11 de maio de 2022

(At 12,24—13,5; Sl 66[67]; Jo 12,44-50) 

4ª Semana do Tempo Pascal.

“Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” Jo 12,46.

“Luz é vida. Pode parecer um bordão repetido, sem muito sentido, mas é a verdade mais incontestável. Luz é vida – igualmente na vida espiritual. A metáfora é mais do que apropriada, pois a da treva também o é – no sentido contrário. Quem já esteve num quarto absolutamente escuro no qual não se distingue um único objeto, onde nem se sabe em que direção está a cama, a porta, etc., sabe muito bem o que eu desejo falar. Treva é ignorância, incerteza, morte. Ninguém pode viver na escuridão por um tempo considerável. Por isso, o medo dos astrônomos que vasculham os céus com suas sondas e telescópios à procura de algum meteoro ou cometa que venha a chocar-se contra a terra levantando poeira capaz de enegrecer a abóbada celeste por anos a fio. E o que provocaria essa escuridão? Os raios solares não atingiriam a mais a terra, não haveria mais fotossíntese nem evaporação e, por isso mesmo, não haveria mais chuva para regar a terra. Consequentemente, a água que não tivesse escorrido para os mares iria virar gelo e a humanidade morreria de sede e fome. Mesmo que um ou outro ser humano sobrevivesse uns quatro ou cinco anos, o destino da raça humana estaria selado. Mas a luz é vida. Ela afasta a ignorância, revela caminhos. Jesus, porém, tinha outra intenção ao falar da luz. Imaginemos uma pessoa andando nas trevas que de repente é inundada por um feixe de luz. Sua vida se altera. Ela agora pode ver. Ela se sente transformada, pois era essa a intenção de Jesus. Ele veio como esse feixe de luz para transformar as pessoas de cegas em videntes, de perdidas em salvas. Veio para dar a elas a oportunidade de transformação. – Senhor Jesus, vieste como um clarão que a tudo ilumina abrindo as portas da transformação. Abre os olhos do mundo para o evento que Tu foste para todos nós a fim de que não continuemos nas trevas. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 10 de maio de 2022

(At 11,19-26; Sl 86[87]; Jo 10,22-30) 

4ª Semana do Tempo Pascal.

“Meu Pai, que me deu essas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebata-las da mão do Pai” Jo 10,29.

“Tamanho pode não ser documento, mas ajuda, e muito. E quando se fala sobre Deus e seu tamanho, alguém poderia contrapor-lhe a ideia de ser maior que Ele ou a de lhe ser mais poderoso? Diria alguém a Ele: Tamanho não é documento? Pois bem, Jesus afirmou: ‘Meu Pai, que me deu as ovelhas, é maior que todos’. E nessa questão de tamanho, Jesus enfatiza o poder e a segurança, pois de nada adiantaria ter o nosso Deus o tamanho que lhe atribuímos se não tivesse também o poder correspondente. Aqui, tamanho é documento, e esse mais limpo, legal e mais autorizado que possa existir. Ele é maior que todos. Ora, tamanho e poder assim reunidos poderiam nos aterrorizar. Tiranos aumentam o seu tamanho com suas redes de informações secretas, polícia e apelos à delação. E se tornam assim maiores, poderosos, perigosos e temidos. Deus não precisaria de nada disso porque é onipresente e onisciente. Desse ponto de vista, Ele deve ser muito mais temido que todo e qualquer tirano. Entretanto, Jesus não quer apresentar a Deus como um bicho-papão. Ele o apresenta como o guardião do amor, que faz o seu trabalho com todo o poder que existe no universo porque, além de dar as ovelhas a Jesus, ninguém pode retirá-las da mão dele simplesmente pelo fato de não existir poder ou tamanho no universo capaz de rivalizar com o dele. Tudo o que existe ou que nós imaginamos possa existir encontra nele uma barreira e uma linha de frente em posição de ataque. Sendo assim, podemos colocar toda a nossa fé e esperança em Deus Pai e em Deus Filho. E essa fé nossa, às vezes tão cambiante e fraca – o vínculo do nosso elo com Deus -, é Ele que vai sustentar, porque das mãos de nosso Deus ninguém arranca uma única ovelha. – Senhor Jesus, surpreende-nos o contraste das tuas afirmações em relação à grandeza do Pai e à tua pequenez em tua passagem na terra. Às vezes, temos de confessar, vacila a nossa fé. Mas aí nos lembramos de que a fé é um diamante bruto que precisa de muita lapidação. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 09 de maio de 2022

(At 11,1-18; Sl 41[42]; Jo 10,1-10) 

4ª Semana do Tempo Pascal.

“Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem” Jo 10,9.

“A afirmação é categórica: quem entra pela porta, também sairá. Jesus se autodenomina porta, numa referência à porta da sepultura, pela qual Ele entrou morto pelos pecados da humanidade, foi mostrar-se vitorioso aos poderes infernais, e saiu como prova de que Deus aceitou este sacrifício em favor dos seres humanos, e saiu porque ainda havia obras a serem realizadas antes de subir aos céus. Quem entra pela porta da ressurreição está assumindo a salvação como fundamento para a vida. Sairá e encontrará ‘pastagem’, o que significa razão para viver. Está aí o Salmo do Bom Pastor para confirmar esta significação: ‘O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre’. Existe ‘pastagem’, razão para viver melhor do que esta? Nada como ‘entrar pela porta da salvação’. – Senhor, abre meus olhos para que jamais deixe de ver a porta de entrada da salvação e a saída para encontrar a razão para que a minha vida seja realmente uma bênção para todos. Amém” (Augusto Jacob Grün – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite

4º Domingo do Tempo Pascal – Ano C

(At 13,14.43-52; Sl 99[100]; Ap 7,9.14-17; Jo 10,27-30)

1. Esse nosso domingo pascal é comumente denominado do “Bom Pastor”, porque a cada ano a liturgia nos propõe um trecho do cap. 10 de São João, onde aparece a imagem do pastor, da ovelha, do rebanho e do redil, aplicadas a Jesus e aos que o seguem.

2. Ao centro de todo esse capítulo está a solene afirmação de Jesus: ‘Eu sou o bom Pastor’, no sentido daquele que realiza ou tem em si todas as qualidades do verdadeiro pastor. Por trás dessa imagem está a promessa do AT, um pastor igual a Davi, não só para Israel, mas para toda a humanidade.

3. Nesse breve trecho de hoje emergem três características de Jesus, o verdadeiro pastor: Ele ‘conhece’ as suas ovelhas, não só sob o aspecto intelectual, mas também a protege, ama cura: para dizer que tem uma íntima comunhão de vida entre Ele e seus discípulos.

4. A segunda característica é que Ele ‘dá a vida eterna’, ou seja, a vida definitiva que prefigura a comunhão eterna com Deus. E em 3º lugar afirma que ‘Ele e o Pai são uma só coisa’, uma revelação da sua divindade e ao mesmo da sua comunhão com o Pai na obra da salvação. Em Jesus se reflete o querer de Deus a nosso respeito.

5. O que isso implica na vida dos seus discípulos e discípulas? Dá nossa parte deve haver primeiramente uma atitude de ‘escuta’, acolhimento, docilidade e disponibilidade aos seus ensinamentos. Segundo: ‘seguimento’. Colocar-se na mesma estrada, tê-lo como ponto de referimento, colocando em prática seus ensinamentos.

6. Por último, o ‘conhecimento’. Para João, entre Cristo e o discípulo deve haver não só uma comunhão de pensamento, mas uma verdadeira comunhão existencial: a vida do Pai que através do Filho é transmitida ao discípulo; mistério profundo e sublime, realidade inefável, de uma grandeza indescritível.

7. E disso tudo emergem também as perguntas: Escutamos a sua voz com docilidade e disponibilidade? É Ele verdadeiramente o ponto de referência do nosso agir? Sentimos a alegria profunda de sermos ‘conhecidos’, curados, amados, guiados e feitos participantes de sua própria vida? 

8. Os outros dois textos da nossa liturgia ilustram e complementam o nosso Evangelho. Cristo é o Cordeiro Imolado, de que fala a 2ª leitura. O Vivente, misteriosamente presente em sua Igreja e que acompanha todos aqueles e aquelas que dão seu testemunho de fé, como Paulo e Barnabé na 1ª leitura.

9. Essa missão de levar e anunciar a salvação em Cristo Jesus é de toda a Igreja, mas de modo particular àqueles que por vocação divina são chamados a um estado de consagração a Deus e aos irmãos: os sacerdotes, religiosos e religiosas. Por isso, nesse domingo do Bom Pastor se realiza a Jornada mundial das vocações sacerdotais e religiosas.

10. O tema desse ano: “Chamados para construir a família humana”, o papa nos lembra que a palavra vocação não tem um sentido estrito, mas todos somos chamados a participar da missão de Cristo Pastor de congregar o seu rebanho disperso. Que cada um encontre o seu respectivo lugar e contribua para essa unidade desejada por Cristo. Amém.  

Pe. João Bosco Vieira Leite