(At 16,22-34; 137[138]; Jo 16,5-11)
6ª Semana da Páscoa.
“No entanto, eu vos
digo a verdade: é bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o
defensor; mas se eu me for, eu vo-lo mandarei” Jo 16,7.
“O cristianismo é
histórico. As intervenções de Deus se dão em determinado momento desta nossa
história. Há o momento da encarnação do Filho. A partir de então nossa
humanidade começou a pertencer ao próprio Deus. Nascimento, vida pública, condenação
à morte de cruz, ressurreição, ascensão ao céu, são as etapas da história da
encarnação. O Filho não abandona nossa carnalidade. Mas deixa a visibilidade
histórica. Como ressuscitado está presente, mas de forma invisível. Agora
começa uma nova era, a do Espírito Santo. Ele é enviado pelo Filho para
prolongar, explicitar e atualizar a sua obra na história que se prolonga até a
consumação dos séculos. Ele se apresenta como Paráclito, quer dizer, como
aquele que reconforta, que anda junto, que funciona como advogado e defensor.
Ele não permitirá que a obra de Jesus sucumba na história, que seja de tal
maneira desvirtuada e manipulada pelos próprios discípulos que acabe se
transformando num sistema religioso de vantagens pessoais ou grupais. Por isso o
Espírito não veio apenas uma vez em Pentecostes. Ele vem em todo o momento.
Enviado pelo Filho, ele mora na humanidade e nas comunidades cristãs sempre
suscitando o sonho de Jesus e abrindo as pessoas para o evangelho e para a fé.
– Vinde, Espírito criador e renovador, fazendo de nossa vida uma
sementeira onde o Reino do Pai anunciado por Jesus produz frutos de justiça, de
solidariedade, de compromisso com a libertação dos pobres e de toda a criação.
Amém” (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Santo do Dia:
São Celestino V, papa. Pedro de
Marrone era um camponês de Isérnia que nasceu em 1215, foi eleito papa a 5 de
julho de 1284, assumindo o nome de Celestino V, já com 80 anos, renunciou em 13
de dezembro do mesmo ano. O piedoso pontífice mostrou uma extraordinária firmeza
de espírito, renunciado ao papado quando percebeu que príncipes e cardeais
faziam perigosas manobras políticas sobre sua pessoa. Antes do papado levou uma
vida eremítica, fundando a primeira comunidade eremítica em 1246. Seu estilo de
vida já lhe dava fama de santidade. Foi eleito papa ainda vivendo em seu
retiro. Depois de ter renunciado não conseguiu voltar à suspirada paz do ermo,
pois seu sucessor, Bonifácio VIII, temendo que os que apoiaram a eleição de
Celestino V criassem novas dificuldades à Igreja, teve-o sob guarda no castelo
de Fumone, onde o ex-papa viveu os últimos meses de sua vida no completo
isolamento. Aqui o colheu a morte a 19 de maio de 1296. Clemente VI o proclamou
santo a 5 de maio de 1313.
Pe. João Bosco Vieira Leite