Terça, 19 de maio de 2020

(At 16,22-34; 137[138]; Jo 16,5-11) 

6ª Semana da Páscoa.

“No entanto, eu vos digo a verdade: é bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o defensor; mas se eu me for, eu vo-lo mandarei” Jo 16,7.

“O cristianismo é histórico. As intervenções de Deus se dão em determinado momento desta nossa história. Há o momento da encarnação do Filho. A partir de então nossa humanidade começou a pertencer ao próprio Deus. Nascimento, vida pública, condenação à morte de cruz, ressurreição, ascensão ao céu, são as etapas da história da encarnação. O Filho não abandona nossa carnalidade. Mas deixa a visibilidade histórica. Como ressuscitado está presente, mas de forma invisível. Agora começa uma nova era, a do Espírito Santo. Ele é enviado pelo Filho para prolongar, explicitar e atualizar a sua obra na história que se prolonga até a consumação dos séculos. Ele se apresenta como Paráclito, quer dizer, como aquele que reconforta, que anda junto, que funciona como advogado e defensor. Ele não permitirá que a obra de Jesus sucumba na história, que seja de tal maneira desvirtuada e manipulada pelos próprios discípulos que acabe se transformando num sistema religioso de vantagens pessoais ou grupais. Por isso o Espírito não veio apenas uma vez em Pentecostes. Ele vem em todo o momento. Enviado pelo Filho, ele mora na humanidade e nas comunidades cristãs sempre suscitando o sonho de Jesus e abrindo as pessoas para o evangelho e para a fé. – Vinde, Espírito criador e renovador, fazendo de nossa vida uma sementeira onde o Reino do Pai anunciado por Jesus produz frutos de justiça, de solidariedade, de compromisso com a libertação dos pobres e de toda a criação. Amém (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Celestino V, papa. Pedro de Marrone era um camponês de Isérnia que nasceu em 1215, foi eleito papa a 5 de julho de 1284, assumindo o nome de Celestino V, já com 80 anos, renunciou em 13 de dezembro do mesmo ano. O piedoso pontífice mostrou uma extraordinária firmeza de espírito, renunciado ao papado quando percebeu que príncipes e cardeais faziam perigosas manobras políticas sobre sua pessoa. Antes do papado levou uma vida eremítica, fundando a primeira comunidade eremítica em 1246. Seu estilo de vida já lhe dava fama de santidade. Foi eleito papa ainda vivendo em seu retiro. Depois de ter renunciado não conseguiu voltar à suspirada paz do ermo, pois seu sucessor, Bonifácio VIII, temendo que os que apoiaram a eleição de Celestino V criassem novas dificuldades à Igreja, teve-o sob guarda no castelo de Fumone, onde o ex-papa viveu os últimos meses de sua vida no completo isolamento. Aqui o colheu a morte a 19 de maio de 1296. Clemente VI o proclamou santo a 5 de maio de 1313.

 Pe. João Bosco Vieira Leite