Quinta, 21 de maio de 2020

(At 18,1-8; Sl 97[98]; Jo 16,16-20) 

6ª Semana da Páscoa.

“Em verdade, em verdade vos digo, vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará.

Vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria” Jo 16,20.

“O Evangelho de hoje coloca diante dos nossos olhos duas realidades que bem conhecemos. A primeira é a tristeza, a aflição na qual se encontra, como qualquer homem, todo aquele que procura seguir Jesus. Mas essa tristeza por vezes parece ser causada precisamente pela sequela do Mestre, porque parece que o mundo se alegra, vive sereno e despreocupado. A segunda é não conseguir compreender as palavras do Senhor. Mesmo os Apóstolos se interrogam entre si e verificam com simplicidade: ‘ Não sabemos o que está a dizer’ (v. 18). Quanto à primeira, Jesus promete que a aflição ‘converter-se-á em alegria’ (v. 20b). A vida do crente está sob o sinal da alegria evangélica, não do pranto ou da aflição. O Evangelho convida-nos a olhar para o Crucificado e a compreender a lógica da Sua vida. A alegria evangélica não está na ausência da Cruz, mas em compreender que a Cruz não é uma derrota definitiva, é só uma passagem necessária. Temos em confronto dois tipos de alegria: a do mundo, facilmente compreensível. Uma alegria que se baseia em ser jovem, belo, com saúde, com muito dinheiro e sucesso, à maneira do ‘quero tudo e já’, possivelmente sem muita fadiga. A outra alegria é mais profunda, que nasce da paciência de amar e de aprender a amar. Uma alegria que não desdenha as mil alegrias do mundo, que não despreza nada, mas sabe ir em profundidade para ligar-se ao que não passa e não pode desiludir. Quanto a não compreender as palavras do Senhor é bom notar que é uma situação bastante frequente. Se aconteceu aos Apóstolos, por que não pode acontecer também a nós? Portanto, nada de escândalo nem medo. Jesus responde (e a resposta continuará no Evangelho de amanhã) com o discurso sobre a alegria e com a promessa de que um dia tudo ficará claro e não haverá nada para perguntar (v. 23). Em suma, é um convite à paciência, à espera de um cumprimento de que aquilo que se vê e se compreende é apenas um começo. Na vida cristã há espaço para tudo o que é humano, mesmo para a tristeza, aflição, incompreensão, trevas. Mas o cristão é impelido e mantido desperto pela promessa do seu Senhor, por quem espera e cujo regresso quer apressar” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma – Páscoa] – Paulus).

 

Santo do Dia:

Santa Catarina de Gênova. Nasceu em Gênova em 1447 de Francisca di Negro e Tiago Fieschi, então vice-rei de Nápoles sob Renato de Anjou. Quando completou 16 anos de idade, seus pais deram-na como esposa ao guibelino Juliano Adorno, não obstante ela ter pedido, três anos antes, para tornar-se cônega lateranense como sua irmã Limbânia. O casamento deles foi, provavelmente, uma manobra para acabar com a briga entre as duas famílias. Ela passou os cinco primeiros anos do seu casamento em silêncio e melancolia de submissão ao marido, um homem infiel, violento, mal humorado e um brutamonte, fazendo da vida dela uma miséria. Já possuía cinco filhos naturais. Depois de dez anos de casamento, ela passou a ter experiências místicas que ela descrevia como um avassalador sentimento de amor de Deus para com ela. Ela combinou sua vida mística com o serviço para os doentes em hospital de Gênova, em que seu marido se juntou a ela, depois de convertido. Morreu em 15 de setembro de 1510, desgastada com trabalhos de corpo e alma. Deixou vários escritos descrevendo essas ações místicas. Seus escritos continham doutrinas que por si só já eram suficientes para provar a sua santidade. Foi beatificada em 1675, pelo papa Clemente X, e canonizada em 1737 pelo papa Clemente XII. É padroeira dos hospitais na Itália.

 Pe. João Bosco Vieira Leite