(At 15,22-31; Sl 56[57]; Jo 15,12-17)
5ª Semana da Páscoa.
“Este é o meu
mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” Jo 15,12.
“Mergulhados em um
mundo secularizado e afogados no anonimato das assembleias litúrgicas, são
numerosos cristãos que procuram a expressão de uma fé que traduza e engaje o
sentido de sua vida em fórmulas atuais. Estes cristãos, muitas vezes os mais
dinâmicos e os mais criativos, sentem a necessidade de viver com outros uma fé
mais pessoal e mais encarnada nas realidades do mundo. Escolhem então livrar-se
de estruturas uniformizadas, de uma passividade gregária e de formar grupos
restritos que estimulam a busca e o aprofundamento dos pontos essenciais da fé,
da vida e da liturgia. Veem no pequeno grupo um novo dinamismo da vida cristã,
por uma fé posta em comum, por vínculos de caridade vividos e por uma revisão
constante da evolução do grupo. A busca de uma linguagem ‘falante’ para a fé é
essencial. Nosso vocabulário religioso não tem mais ressonância de uma mensagem
evangélica. Muitas formulações perderam todo o sentido para o homem técnico de
hoje. É preciso força e audácia para inventar as maneiras novas de exprimir a
mensagem cristã, que só pode ser pregada como eco da vivência dos homens. Pois
o Deus vivo continua falando ao homem de hoje. Os conceitos usados para
designar a Deus não são mais falantes. O homem secularizado não é mais sensível
ao Deus do além; quer encontrar Deus no coração dos homens e das coisas. É
preciso, pois, que a Revelação se apresente como uma mensagem permitindo ao
homem compreender-se a si mesmo em sua própria situação. Esta diligência, longe
de ser a secularização do Evangelho, ao contrário, respeita a natureza da
Palavra de Deus, que sempre foi a de revelar o homem a si mesmo em sua relação
com os outros, com o mundo e com Deus... O Evangelho traz aqui um valor
essencial da comunidade: a fraternidade. É o primeiro valor que fundamenta a
pertença à Igreja e que dá sentido a todos os outros valores: a solidariedade,
o diálogo, a colaboração, a participação. É neste sentido que a mensagem
evangélica revela seu caráter próprio. É por isso que Jesus Cristo o situou no
centro e no vértice de todos os valores e não indicou forma alguma de
instituição. É que o amor, vivido em verdade, inventa todas as outras leis que
regem a vida humana... Mas esta fraternidade que é comunhão vem do Deus-Amor. É
recebida em uma comunidade de fé, de culto e de caridade. Assim, o ideal
abstrato de Igreja concretiza-se na comunidade: os membros estão unidos, não em
justaposição sociológica, mas num projeto cristão, que querem ajudar-se a
realizar a vinda de ‘Jesus Cristo’ no concreto da vida cotidiana. Cada um vê no
outro um irmão e o relacionamento pessoal converte-se em presença de Jesus.
Cada um sensibiliza-se com os outros, abre-se à fé, à partilha, ao serviço, à
esperança cristã” (L. Lepage – Comunidades: seitas ou fermento? – Ed.
Loyola).
Santo do Dia:
Santo Isidoro, camponês. Nasceu em
Madri em 1080 e morreu em 1130, mais ou menos. Foi canonizado junto com Inácio
de Loyola, Teresa de Ávila, Francisco Xavier, e Filipe Neri (12/03/1622).
Diferentemente dos outros santos citados, chegou a santidade cavando a terra. A
pobreza da família obrigou-o ainda muito jovem a procurar um trabalho braçal no
campo. Como muitos camponeses, levanta-se ao cantar do galo para assistir à
Missa antes de ir para o trabalho. Sempre dedicado ao que fazia, incansável e
honesto, tirava alguns momentos para a oração, mas os recuperava com o tempo
extra de trabalho. Isso gerava inveja e o acusavam de fugir do trabalho, o que
acabava gerando problemas com seu empregador. Um dos seus patrões chamado
Vargas quis tirar a limpo as acusações e se colocou escondido perto do campo de
trabalho de Isidoro. De fato, o surpreendeu de joelhos rezando, mas não muito
longe estava um anjo dirigindo o arado e outro guiando os bois. O Vargas até
então tinha admiração, passou a ter devoção. Isidoro sempre tinha algo para dar
aos necessitados, até aos passarinhos. Indo com o burrinho espalhava pela
estrada mãozadas de trigo sem que o conteúdo diminuísse de peso.