Terça, 21 de julho de 2020

(Mq 7,14-15.18-20; Sl 84[85]; Mt 12,46-50) 

16ª Semana do Tempo Comum.

“A Palavra do Evangelho, que poderia parecer um sinal de ingratidão ou de esquecimento em relação a Maria (‘Quem é minha Mãe?’: Mt 12,48), é pelo contrário um louvor à Mãe. Jesus alarga os confins da Sua família a todos aqueles que escutam a sua Palavra e fazem a vontade do Pai. Escutar a Palavra de Jesus faz-nos entrar cada vez mais na família de Deus, na qual já entramos por força do nosso Batismo; a escuta, portanto, faz-nos tornar aquilo que já somos. As palavras do Evangelho soam como um apelo a viver como filhos que procuram a vontade do Pai, a conhecem, desejam cumpri-la e a realizam inteiramente. Neste sentido, Maria é modelo e guia para cada um de nós: Ela é a crente que viveu até o fim este itinerário. Santo Ambrósio e Santo Agostinho falam de Maria como Aquela que gerou duas vezes o Filho, e que, portanto, foi mãe duas vezes, fisicamente e, ainda antes, quando acolheu a Palavra” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum] – Paulus).

 

Santo do Dia:

São Lourenço de Brides, presbítero. Seu nome de cartório era Júlio César Russo, nascido em Brindes em 1559. Desde os seis anos ele enchia de orgulho os corações dos pais pela extraordinária facilidade em aprender de cor páginas inteiras de livros, que depois declamava em público, até do púlpito da catedral. As costas da península eram seguidamente castigadas por sarracenos, sobretudo na Púglia, nas proximidades da Albânia. A família dos Russo, como tantas outras, vivia no terror de horríveis surpresas; por isso a mãe de Júlio Cesar, assim ficou viúva, pensou logo em arrumar as malas e se mudar para Veneza, para confiar seu filho de 14 anos aos cuidados de um tio. Dois anos após o jovem entrava no convento dos frades menores conventuais, para passar pouco depois aos capuchinhos de Verona, junto aos quais emitiu os voos religiosos com o nome de frei Lourenço de Brides, completando sua formação na universidade de Pádua. Sua vasta erudição aliada ao extraordinário conhecimento das línguas, entre as quais o grego e o hebraico, obtiveram-lhe muitos encargos na sua Ordem e da parte do papa. Foi provincial da Toscana, de Veneza, de Gênova, da Suíça, comissário no Tirol e na Baviera. Foi sobretudo um grande animador de todos que combatiam contra a ameaça dos turcos e um aplaudido pregador da ortodoxia católica contra a reforma protestante. A serviço do papa Paulo V, foi embaixador de paz junto aos príncipes e reis em discórdia. A morte o colheu de fato durante a sua segunda viagem à península ibérica. Morreu a 22 de julho de 1619 em Lisboa e foi sepultado em Vilafranca del Bierzo. Incluído no álbum dos santos em 1881, teve o título de doutor da Igreja (doutor apostólico) em 1959 pelo papa João XXIII. 

Pe. João Bosco Vieira Leite