(Is 7,1-9; Sl 47[48]; Mt 11,20-24)
15ª Semana do Tempo Comum.
“Eu, porém, vos digo:
no dia do juízo, Sodoma será tratada como menos dureza do que vós!” Mt 11,24.
“Jesus lamenta a
incredulidade das cidades de Corozaim, Betsaida e Cafarnaum; embora seus
habitantes tenham presenciado a realização de muitos milagres, poucos foram os que
se converteram. Por isso, Jesus adverte: tamanha indiferença
os conduzirá à ruína (Mt 11,20-24). Indiferença e
incredulidade parecem ser os maiores obstáculos para a realização
do Reino. São comportamentos difíceis, que dificultam sobremaneira a
ação da graça divina, mais até do que ouras ações consideradas pecaminosas.
Assim, o Mestre provoca seus interlocutores, dizendo-lhes que Tiro, Sidônia e
Sodoma – cidades pagãs – seriam julgadas com menos rigor. Indiferença
e incredulidade também parecem ser as maiores dificuldades do nosso
tempo. A sensação que temos é que vivemos no tempo da indiferença. O número dos
indiferentes parece ser maior que o número dos crentes. Inclusive muitos
cristãos parecem sofrer desse mal, pois, embora conheçam a palavra do Mestre,
encontram inúmeras dificuldades para colocar em prática aquilo que aprenderam.
O Evangelho parece-lhes crível, mas pouco factível; apenas um ideal e nada mais
do que isso. O texto de hoje, portanto, pode nos ajudar a refletir sobre
a indiferença, ou, se você preferir, sobre a tibieza da
nossa fé. Jesus alerta para uma questão seríssima. Existem boas diferenças
entre uma pessoa frágil e uma pessoa indiferente.
Há pessoas que, não ignorando suas fraquezas, buscam ardentemente a conversão,
o Reino e a prática da justiça. E existem aqueles que, acostumados às suas
fraquezas, apenas lamentam o fato de serem pecadores. Acomodam-se e vivem sem
maiores esforços. – Bendiga ao Senhor, ó minha alma, e não esqueça
nenhum dos seus benefícios. O amor do Senhor existe desde sempre, e para sempre
existirá para aqueles que o temem. Sua justiça é para os que observam a sua
aliança e se lembram de cumpri as suas ordens (Sl 103,1-2.17-18)” (Marcos
Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015]
– Vozes).
Santo do Dia:
São Camilo de Léllis, presbítero.
Nascido em Bucchiànico de Chieti, herdou do pai, marquês, homem de armas, sua
coragem e sua espada. Tinha um incômodo no pé e periodicamente tratava-se no
hospital são Tiago em Roma, pagava a diária com o trabalho de servente. O vício
do jogo lhe fez passar maus bocados. Foi tocado pela graça divina no tempo que
trabalhava para os capuchinhos, tencionava entrar no convento franciscano, mas
a úlcera do pé lhe impediu de entrar no mesmo. Voltando a Roma para cuidar de
seu problema, resolveu dedicar-se ao serviço dos enfermos como voluntário,
dando especial atenção aos casos mais repugnantes. Passava o tempo livre na
companhia de são Filipe Néri, cuja influência foi determinante para a obra que
estava para empreender. Havia apenas acabado o Ano Santo de 1575, durante o
qual os poucos hospitais romanos tinham se mostrado de todo insuficientes para
enfrentar o número de peregrinos necessitados de assistência. Camilo de Léllis
fundou então a Congregação dos Ministros, isto é, servidores dos enfermos,
porque a fundação principal dos membros da nova congregação era a de dedicar-se
ao cuidado espiritual e à assistência corporal dos doentes. Dois anos após
Camilo foi ordenado sacerdote. Durante vinte anos dirigiu com firmeza quase
militar aos seus religiosos. Nenhum compromisso podia tirar são Camilo dos
leitos dos enfermos: “Tenham paciência – dizia a quem o chamava alhures – estou
ocupado com Nosso Senhor Jesus Cristo”. Sete anos antes da morte, que foi em Roma
a 14 de julho de 1614, Camilo renunciou ao cargo de superior geral. Seu corpo é
venerado em Madalena em Roma. Foi inscrito no álbum dos santos em 1746 e
declarado em 1886 patrono dos enfermos e dos hospitais, junto com João de Deus.
Pe. João Bosco Vieira Leite