Terça, 14 de julho de 2020

(Is 7,1-9; Sl 47[48]; Mt 11,20-24) 

15ª Semana do Tempo Comum.


“Eu, porém, vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada como menos dureza do que vós!” Mt 11,24.

“Jesus lamenta a incredulidade das cidades de Corozaim, Betsaida e Cafarnaum; embora seus habitantes tenham presenciado a realização de muitos milagres, poucos foram os que se converteram. Por isso, Jesus adverte: tamanha indiferença os conduzirá à ruína (Mt 11,20-24). Indiferença e incredulidade parecem ser os maiores obstáculos para a realização do Reino. São comportamentos difíceis, que dificultam sobremaneira a ação da graça divina, mais até do que ouras ações consideradas pecaminosas. Assim, o Mestre provoca seus interlocutores, dizendo-lhes que Tiro, Sidônia e Sodoma – cidades pagãs – seriam julgadas com menos rigor. Indiferença e incredulidade também parecem ser as maiores dificuldades do nosso tempo. A sensação que temos é que vivemos no tempo da indiferença. O número dos indiferentes parece ser maior que o número dos crentes. Inclusive muitos cristãos parecem sofrer desse mal, pois, embora conheçam a palavra do Mestre, encontram inúmeras dificuldades para colocar em prática aquilo que aprenderam. O Evangelho parece-lhes crível, mas pouco factível; apenas um ideal e nada mais do que isso. O texto de hoje, portanto, pode nos ajudar a refletir sobre a indiferença, ou, se você preferir, sobre a tibieza da nossa fé. Jesus alerta para uma questão seríssima. Existem boas diferenças entre uma pessoa frágil e uma pessoa indiferente. Há pessoas que, não ignorando suas fraquezas, buscam ardentemente a conversão, o Reino e a prática da justiça. E existem aqueles que, acostumados às suas fraquezas, apenas lamentam o fato de serem pecadores. Acomodam-se e vivem sem maiores esforços. – Bendiga ao Senhor, ó minha alma, e não esqueça nenhum dos seus benefícios. O amor do Senhor existe desde sempre, e para sempre existirá para aqueles que o temem. Sua justiça é para os que observam a sua aliança e se lembram de cumpri as suas ordens (Sl 103,1-2.17-18) (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Camilo de Léllis, presbítero.  Nascido em Bucchiànico de Chieti, herdou do pai, marquês, homem de armas, sua coragem e sua espada. Tinha um incômodo no pé e periodicamente tratava-se no hospital são Tiago em Roma, pagava a diária com o trabalho de servente. O vício do jogo lhe fez passar maus bocados. Foi tocado pela graça divina no tempo que trabalhava para os capuchinhos, tencionava entrar no convento franciscano, mas a úlcera do pé lhe impediu de entrar no mesmo. Voltando a Roma para cuidar de seu problema, resolveu dedicar-se ao serviço dos enfermos como voluntário, dando especial atenção aos casos mais repugnantes. Passava o tempo livre na companhia de são Filipe Néri, cuja influência foi determinante para a obra que estava para empreender. Havia apenas acabado o Ano Santo de 1575, durante o qual os poucos hospitais romanos tinham se mostrado de todo insuficientes para enfrentar o número de peregrinos necessitados de assistência. Camilo de Léllis fundou então a Congregação dos Ministros, isto é, servidores dos enfermos, porque a fundação principal dos membros da nova congregação era a de dedicar-se ao cuidado espiritual e à assistência corporal dos doentes. Dois anos após Camilo foi ordenado sacerdote. Durante vinte anos dirigiu com firmeza quase militar aos seus religiosos. Nenhum compromisso podia tirar são Camilo dos leitos dos enfermos: “Tenham paciência – dizia a quem o chamava alhures – estou ocupado com Nosso Senhor Jesus Cristo”. Sete anos antes da morte, que foi em Roma a 14 de julho de 1614, Camilo renunciou ao cargo de superior geral. Seu corpo é venerado em Madalena em Roma. Foi inscrito no álbum dos santos em 1746 e declarado em 1886 patrono dos enfermos e dos hospitais, junto com João de Deus.

Pe. João Bosco Vieira Leite