Segunda, 06 de julho de 2020

(Os 2,16-18.21-22; Sl 144[145]; Mt 9,18-26) 

14ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus voltou-se e, ao vê-la, disse: ‘Coragem, filha’ a tua fé te salvou’.

E a mulher ficou curada a partir daquele instante” Mt 9,22

Somos frágeis, limitados. Além da enfermidade, também erramos, ofendemos e somos ofendidos. E um dia todos morremos. Essa é a nossa condição de criatura. Somos limitados. Somos frágeis, no corpo e na lama. Para a maioria de nós, a notícia da nossa fragilidade soa como uma verdadeira tragédia. Por conta disso, frequentemente queremos disfarçar ou ignorar essa realidade, mas isso também não é totalmente possível. Cedo ou tarde, todos nós teremos que enfrentar essa realidade. Jesus não temia, nem fugia da dor. Ao contrário, encarava-a (Mt 11,28). O Mestre se comovia diante da dor humana. Sentia em sua própria carne as dores deste mundo, dos homens e das mulheres que encontrava pelo caminho, e procurava de alguma forma amenizar tanto sofrimento (Mt 9,18-26). As curas que realizou foram a maior expressão de sua compaixão e solidariedade para com o ser humano. Eram sinais do seu amor, sinais do Reino que queria construir. E Jesus não queria apenas a cura física. Queria salvar as pessoas por inteiro. Queria um ser humano saudável, no corpo e na alma, e também na relação consigo mesmo e com os outros. Queria, como ele dizia, que todos tivessem vida, e vida abundante (Jo 10,10). E talvez essa tenha sido a grande lição que Ele nos deixou. Toda a fragilidade humana pode ser caminho de salvação à medida que contribuímos para a cura, para a saúde, para a salvação uns dos outros. Toda a fragilidade humana deixa de ser tragédia à medida que aprendemos a amar e a servir. Curar, amenizar a dor, resgatar a esperança – tudo isso passou a ser a missão da Igreja uma tarefa confiada aos discípulos pelo próprio Jesus (Mt 10,1-8; Mc 6,7-13). – O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu. Enviou-me para anunciar uma boa notícia aos que sofrem, para curar os corações feridos e proclamar a libertação aos cativos (Is 1,1)” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santa Maria Goretti, virgem e mártir. A jovem Marieta, assim a tratavam seus familiares, era de família pobre, do campo, e sendo a mais velha cuidava de seus quatro irmãos. Aos dez anos perdeu o seu pai, não podendo frequentar a escola como deveria, para auxiliar a sua mãe Assunta na sobrevivência familiar. No pouco tempo que lhe sobrava frequentava o catecismo. Aos doze anos fez a sua 1ª comunhão. Como era um pouco crescida para sua idade, isso deve ter atraído o olhar e o desejo de Alexandre Serenelli que cerceava a jovem Goretti e sendo rejeitado acabou por apunhala-la com vários golpes, aproveitando-se da ausência da mãe. Levada ao hospital, morreu no dia seguinte, aos seis de julho de 1902, perdoando o seu algoz. Alexandre, então com 18 anos foi preso e solto aos 27 por bom comportamento e alega ter tido uma visão da jovem mártir que mudou a sua vida. A mãe e os irmãos puderam assistir em 1950 à solene canonização de Marieta, a jovem que preferiu morrer à pecar, como São Domingos Sávio. 

 Pe. João Bosco Vieira Leite