(Os 2,16-18.21-22; Sl 144[145]; Mt 9,18-26)
14ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus voltou-se e,
ao vê-la, disse: ‘Coragem, filha’ a tua fé te salvou’.
E a mulher ficou
curada a partir daquele instante” Mt 9,22
“Somos frágeis, limitados. Além da
enfermidade, também erramos, ofendemos e somos ofendidos. E um dia todos
morremos. Essa é a nossa condição de criatura. Somos limitados. Somos frágeis,
no corpo e na lama. Para a maioria de nós, a notícia da nossa fragilidade soa
como uma verdadeira tragédia. Por conta disso, frequentemente queremos
disfarçar ou ignorar essa realidade, mas isso também não é totalmente possível.
Cedo ou tarde, todos nós teremos que enfrentar essa realidade. Jesus não temia,
nem fugia da dor. Ao contrário, encarava-a (Mt 11,28). O Mestre se comovia
diante da dor humana. Sentia em sua própria carne as dores deste mundo, dos
homens e das mulheres que encontrava pelo caminho, e procurava de alguma forma
amenizar tanto sofrimento (Mt 9,18-26). As curas que realizou foram a maior
expressão de sua compaixão e solidariedade para com o ser humano. Eram sinais
do seu amor, sinais do Reino que queria construir. E Jesus não queria apenas a
cura física. Queria salvar as pessoas por inteiro. Queria um ser humano
saudável, no corpo e na alma, e também na relação consigo mesmo e com os
outros. Queria, como ele dizia, que todos tivessem vida, e vida abundante (Jo
10,10). E talvez essa tenha sido a grande lição que Ele nos deixou. Toda a
fragilidade humana pode ser caminho de salvação à medida que contribuímos para
a cura, para a saúde, para a salvação uns dos outros. Toda a fragilidade humana
deixa de ser tragédia à medida que aprendemos a amar e a servir. Curar,
amenizar a dor, resgatar a esperança – tudo isso passou a ser a missão da
Igreja uma tarefa confiada aos discípulos pelo próprio Jesus (Mt 10,1-8; Mc
6,7-13). – O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o
Senhor me ungiu. Enviou-me para anunciar uma boa notícia aos que sofrem, para
curar os corações feridos e proclamar a libertação aos cativos (Is 1,1)”
(Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015]
– Vozes).
Santo do Dia:
Santa Maria Goretti, virgem e mártir. A
jovem Marieta, assim a tratavam seus familiares, era de família pobre, do
campo, e sendo a mais velha cuidava de seus quatro irmãos. Aos dez anos perdeu
o seu pai, não podendo frequentar a escola como deveria, para auxiliar a sua
mãe Assunta na sobrevivência familiar. No pouco tempo que lhe sobrava
frequentava o catecismo. Aos doze anos fez a sua 1ª comunhão. Como era um pouco
crescida para sua idade, isso deve ter atraído o olhar e o desejo de Alexandre
Serenelli que cerceava a jovem Goretti e sendo rejeitado acabou por apunhala-la
com vários golpes, aproveitando-se da ausência da mãe. Levada ao hospital,
morreu no dia seguinte, aos seis de julho de 1902, perdoando o seu algoz.
Alexandre, então com 18 anos foi preso e solto aos 27 por bom comportamento e
alega ter tido uma visão da jovem mártir que mudou a sua vida. A mãe e os
irmãos puderam assistir em 1950 à solene canonização de Marieta, a jovem que preferiu
morrer à pecar, como São Domingos Sávio.
Pe. João Bosco Vieira Leite