17º Domingo do Tempo Comum – Ano A

(1Rs 3,5.7-12; Sl 118[119]; Rm 8,28-30; Mt 13,44-52)

1. Concluímos neste domingo o discurso das parábolas sobre o Reino de Deus com as três últimas imagens apresentadas por Jesus. As duas primeiras nos dizem que o Reino é como um bem maior que nos causa alegria quando o encontramos, seja de maneira programada ou ao acaso.

2. Independentemente do modo, afortunado quem o encontra e faz dele o centro de sua vida. A terceira parábola traz uma mensagem parecida com as anteriores, sobre o fim positivo e sobre a separação que se fará ao final, lembrando-nos do Joio e do Trigo.

3. A compreensão do Reino de Deus como um tesouro requer discernimento e sabedoria, como nos indica a 1ª leitura; se traz consigo alegria, traz também exigências radicais, pois para tê-lo é preciso deixar muitas outras coisas. Só quem consegue captar o seu significado é capaz de abrir mão de todo o mais para com ele ficar.

4. Quando contemplamos a vida dos santos, podemos intuir o porquê de deixarem tudo para abraçar a dinâmica do Reino, desde Paulo, passando por Santo Agostinho e São Francisco, até chegar a uma Madre Teresa ou Ir. Dulce dos nossos tempos. Sem falar daqueles que anonimamente seguiram a Cristo e o seguem até hoje.

5. O Reino que vislumbramos através dessas parábolas que ouvimos ao longo de três domingos, sempre esteve no centro da pregação de Jesus e que os seus discípulos foram enviados a anunciar, que estava muito próximo, pois se identificava com o próprio Jesus, ele mesmo, uma parábola viva do Pai e do Reino.

6. Mesmo estando no centro de Sua pregação, Jesus não deu uma definição fechada, mas nos ofereceu um mosaico de imagens, parábolas, sentenças que são dados e notas de uma realidade que temos de assimilar meditando sobre os mesmos.

7. Para acolhermos o Reino é preciso de nossa parte um esforço de conversão que nos levará uma nova alegria, um modo novo de ver a vida onde a vontade de Deus e a felicidade do ser humano coincidem.

8. Suas parábolas trazem imagem do cotidiano, pois tudo que é humano encontra eco no coração, e falam dessa presença misteriosa do Reino entre nós. Muitas delas marcadas pela alegria da salvação oferecida por Deus em Sua misericórdia. 

9. Para os cristãos de todos os tempos, a compreensão da dinâmica do Reino e a busca do mesmo é a fonte e o ponto de referência para a compreensão e a vivência da salvação que Cristo veio realizar. Compreender e viver essa soberania de Deus em nossa vida e na nossa história.

10. Abrir-se ao Reino determina as atitudes evangélicas com as quais viveremos as nossas relações com o próximo e com os pobres do mundo. Ele vai formatando uma espiritualidade que tem como base uma alegre esperança e a vivência do compromisso temporal que faz parte da fé. Por isso rezaremos sempre: “Venha a nós o vosso reino...”.

11. “Cheios da felicidade que o Espírito infunde no nosso coração, bendizemos-Te, Senhor Jesus, por descobrirmos no teu evangelho, na tua pessoa, em toda a tua vida e no teu amor para conosco, o tesouro escondido e a pérola valiosa do reino de Deus, pelo qual vale a pena arriscar tudo, sábia e generosamente. Bendito sejas, também porque nos falaste do reino com parábolas e sinais de libertação que unem o anúncio do reino de Deus com a salvação e a felicidade do homem. Faz, Senhor, que a boa nova do tesouro do teu reino transforme as nossas pequenas vidas à medida do teu projeto, e alcançaremos pelo teu amor todo o resto por acréscimo. Amém” (B. Caballero – A Palavra de cada Domingo – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite