Quinta, 23 de julho de 2020

(Jr 2,1-3.7-8.12-13; Sl 35[36]; Mt 13,10-17) 

16ª Semana do Tempo Comum.

“É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque, olhando, eles não veem e,

ouvindo, eles não escutam nem compreendem” Mt 13,13.

“Em seu ministério, Jesus deparou-se constantemente com o fenômeno da incredulidade. Com o passar do tempo, crescia a oposição dos seus inimigos, que o tornavam alvo de maledicências e perseguições. Um texto da profecia de Isaias ajudou-o a compreender essa experiência. O profeta falara do ‘endurecimento do coração’ de seus contemporâneos, insensíveis à sua pregação. Quanto mais o profeta falava, convidando-o a conversão, tanto mais recrudescia o fechamento do povo. A postura dos mestres da Lei e dos fariseus levou Jesus a instruir os discípulos servindo-se de parábolas, de forma a velar seus ensinamentos. O pré-requisito para o entendimento das parábolas consistia em estar sintonizado com Jesus, para ser capaz de interpretá-las. Caso contrário, seriam apenas simples histórias sem graça. Quem não as ouvir como se deve, será incapaz de compreendê-las com o coração. O modo parabólico da fala revela uma clara distinção entre quem é e quem não é discípulo do Reino. Os primeiros são capazes de captar os mistérios do Reino escondido em cada parábola. Os segundos são incapazes de ir além da materialidade das palavras, permanecendo na ignorância das coisas do Reino. Feliz quem se torna discípulo de Jesus, porque realiza um sonho acalentado por muitos profetas e justos: contemplar o Reino de Deus. – Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra do teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de cada dia – Paulinas).

 

Santo do Dia:

Santa Brígida, religiosa. Brígida, ou Brigite, nasceu em Finstad perto de Upsala, na Suécia em 1303 e morreu em Roma em 23 de julho de 1373, e é por isso contemporânea de santa Catarina de Sena. Elas têm em comum não só singulares dons carismáticos, como êxtases e visões, mas também um vivo interesse pela paz entre os Estados e pela unidade dos cristãos. As revelações que Brígida teve durante os frequentes êxtases, foram por ela escritas em e depois traduzidas em latim, formando oito grandes volumes. Teve uma rígida educação cristã que lhe fora dada por uma tia austera. Casou-se com menos de 18 anos e teve oito filhos. Ulf, seu marido, após tê-la acompanhado em peregrinação ao santuário de Compostela, na Espanha, foi fechar-se no mosteiro cisterciense de Alvastra, onde já vivia um filho deles, concluindo aí sua santa vida em 1344. Ela seguiu o exemplo do marido e do filho abraçando também o ideal monástico. Assim fundou em Vadstena uma ordem religiosa inovadora para homens e mulheres que teriam como único ponto de encontro a igreja para a oração em comum. A ordem seguia a regra de santo Agostinho e se expandiu pela Europa. Com o apoio do rei da Suécia, a Ordem foi aprovada pelo papa Urbano V e dirigida de Roma pela santa fundadora, que em 1349, tinha se mudado para a praça Farnese, no lugar onde surgiria depois a igreja a ela dedicada.  Após sua morte a direção da Ordem coube a sua filha santa Catarina. Brígida da Suécia foi canonizada em 1391, 18 anos após a morte.

 Pe. João Bosco Vieira Leite