Quinta, 02 de julho de 2020

(Am 7,10-17; Sl 18[19]; Mt 9,1-8) 

13ª Semana do Tempo Comum.

“Apresentaram-lhe, então um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham,

Jesus disse ao paralítico: ‘Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!” Mt 9,2.

“O tema dominante da liturgia de hoje é o da fé, que arrebata da morte e abre para a vida plena: uma fé sofrida, que se fortifica através da prova. Devemos sublinhar que a categoria bíblica da ‘prova’ não consiste num teste de controle (Deus não precisa disso, sabe o que há no homem), e sim numa dificuldade que faz crescer a fé, tal como um atleta que precisa passar por dificuldades crescentes, para se aperfeiçoar na força e na destreza. [...] A fé é a única forma que impele Amós a desempenhar, no meio da dificuldade, o ministério; ele que é um simples guardador de gado. A vocação profética é fruto de um chamamento ao qual se responde por fé, e não uma ação de autovalorização que, mascarada com uma cobertura de devoção, se arrisca a encetar caminhos puramente humanos e não correspondentes ao duro vigor da Palavra (primeira leitura). A fé em Cristo é a única salvação total e definitiva para o homem (Evangelho): o encontro com a Sua pessoa, da parte de quem está desfigurado pelo pecado, é o único modo de readquirir a própria identidade em plenitude. Mateus recorda-nos, porém, que este encontro de misericórdia passa, hoje, através dos homens: a comunidade eclesial, por meio dos Apóstolos, recebeu o poder sacramental de restituir a saúde espiritual ao homem mediante a reconciliação. Só Deus tem o poder de perdoar os pecados, o Filho de Deus tem este poder e exerce-o numa dimensão espiritual, de fé. Esta dimensão não é intimista, mas eclesial. É na Igreja que acontece hoje o nosso encontro com ele, todos os dias, até o fim do mundo” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum] – Paulus).

 

Santo do Dia:

São Bernardino Realino, presbítero. Nascido em Capri a 1º de dezembro de 1530, este piedoso jesuíta teve a sua santidade já reconhecida em vida pelos habitantes de Lecce que o colocaram como protetor da cidade. Teve uma boa formação acadêmica passando pela filosofia, medicina, direito civil e eclesiástico. Foi prefeito em Felizzano de Monferrato, advogado fiscal em Alexandria, prefeito de Cassine e depois em Castel Leone, e por fim desceu a Nápoles na qualidade de auditor e lugar-tenente geral. Após a aparição de Nossa Senhora e do Menino Jesus à sua pessoa, ele abandona a brilhante carreira administrativa para fazer parte da Companhia de Jesus, em 1564; três anos depois recebeu a ordenação sacerdotal e foi nomeado diretor espiritual entre os noviços. Enviado a Lecce em 1574 para a fundação de um colégio, permaneceu nesta cidade até a morte, ocorrida a 2 de julho de 1616. Foi beatificado em 1895 por Leão XIII e canonizado por Pio XII a 22 de junho de 1947, e proposto como exemplo de educador.

 Pe. João Bosco Vieira Leite