Sábado, 01 de agosto de 2020

(Jr 26,11-16.24; Sl 68[69]; Mt 14,1-12) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considera como profeta” (Mt 14,5)

“A cena evangélica confronta duas figuras contrastantes: João Batista e Herodes. E isto com o objetivo de mostrar aos discípulos a que ponto se pode chegar, quando se assume uma postura profética. No fundo, alertava para o que aconteceria com o Jesus. Por ser profeta como João, sorte semelhante à deste lhe estava reservada. Seria ingenuidade pensar de maneira diferente, ao perceber a coerência da ação do Mestre. Herodes é apresentado como um indivíduo imoral, que não teve escrúpulo de tomar como esposa a mulher do seu irmão. Homem violento, ficou cheio de ódio por ter sido censurado por João. Não o matou logo, por temer o povo que tinha o Batista na conta de profeta. Mas o encarcerou. Homem sem discernimento. Seu juramento imponderado obrigou-o a agir contra a própria consciência. Apesar de ter se entristecido quando a filha de sua concubina lhe pediu a cabeça de João numa bandeja, atendeu-lhe o pedido mandando-o decapitar. Logo, foi um cruel assassino. João Batista é um homem livre e temente a Deus. Não suporta o abuso dos grandes, mesmo que seja contra outro grande, como foi o caso de Filipe, irmão de Herodes. Homem corajoso nem a prisão nem a ameaça de morte fazem-no voltar atrás. Sua figura recorda a dos antigos profetas, rejeitados e assassinados por terem sido fiéis à sua vocação. Acima de tudo, João encarna a figura do homem de Deus, inabalável quando se trata de testemunhar a verdade. – Pai, na qualidade de discípulo de teu Filho Jesus, quero inspirar-me na coragem inabalável de João Batista, denunciando profeticamente a prepotência dos grandes” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de cada dia – Paulinas).

 

Santo Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja. Nasceu em 27 de setembro de 1696, de família nobre de Nápoles. Foi um menino prodígio pela facilidade com que aprendeu todas as disciplinas, das línguas às ciências, da arte à música. Aos 19 anos era advogado formado. Desiludido após um erro cometido nessa profissão, abandonou a toga e enveredou nos estudos eclesiásticos. Aos trinta anos era ordenado sacerdote e desenvolveu suas missões entre mendigos da periferia de Nápoles e os camponeses. Aos 36 anos com a colaboração de um grupo de leigos, fundou a congregação do SS. Salvador, cujo nome mais tarde passou para SS. Redentor (redentoristas). Foram aprovados por Bento XIV em 1749. Aos 60 anos foi eleito bispo de Santa Águeda dos Godos e dirigiu a diocese por 19 anos, quando já quase cego e surdo, foi pedir hospitalidade aos filhos espirituais, numa casa de Nócera, onde viveu até a morte, que o encontrou aos 91 anos no dia 1º de agosto de 1787. Nestes últimos doze anos de vida, para não faltar ao programa que se propusera quando jovem de não perder tempo jamais, dedicou-se à redação de outros livros, enriquecendo a já numerosa coleção de obras ascéticas e teológicas que trazem a sua assinatura. Entre seus livros ascéticos mais conhecidos entre os cristãos estão A prática do amor a Jesus Cristo e Preparação para a morte. Suas prédicas tinham três temas constantes: o amor de Deus, a Paixão de Jesus e a meditação sobre a morte e o mistério do além túmulo.  Expressou sua devoção a Nossa Senhora com o livro As glórias de Maria. Por tudo isso e muito mais foi declarado doutor da Igreja e proposto como patrono dos confessores e teólogos de teologia moral. Santo Afonso foi canonizado em 1832.

Pe. João Bosco Vieira Leite