(Jr 18,1-6; Sl 145[146]; Mt 13,47-53)
17ª Semana do Tempo Comum.
“Assim acontecerá no
fim dos tempos: os anjos virão separar os homens maus dos que são justos
e lançarão os maus na
fornalha de fogo. E aí haverá choro e ranger de dentes” Mt 13,49-50.
“No momento presente
vivemos uma mistura de bem e mal, de verdade e mentira, de alegria e tristeza,
de pecado e graça. Vivemos a situação humana de uma maneira ambígua. Nem sempre
a verdade é puramente verdade. Existe a mais ou menos verdade. É nossa condição
humana. Condição de mistura. Um dia não será mais assim. Diante de Deus a
situação será outra. O mal não se suportará diante do bem infinito, que é Deus.
Os maus não suportarão a beleza e a perfeição de Deus. Deus não condenará ninguém.
Cada um se verá um salvo ou condenado. Diante de Deus não há mentiras nem
tapeação. Tudo será claro como o dia. Na situação humana em que vivemos, todos
tentamos ser bons, porém, nossa bondade muitas vezes esconde a mentira, esconde
nossas frustrações e medos. A morte é a queda de todas as máscaras. Não haverá
mais o carnaval da tapeação e da mentira. Cara a cara com a vida, cara a cara
consigo mesmo, cara a cara com o universo e com Deus. Tudo será claro e tudo
será espelho. A situação de cada um será revelada totalmente. Cristo afirma que
os maus serão jogados na fornalha de fogo, onde haverá choro e ranger de
dentes. É o desespero. Ter nascido para ser feliz, ter sido escolhido para
participar do banquete da vida e não recusar esta escolha. Recusar o privilégio
de ter nascido para a vida e amor é negar-se a si mesmo. É escolher a solidão
total. Condenar-se a escolher a solidão eterna. É escolher a impossibilidade de
amar e de dizer ‘eu te amo’. Escolher a si mesmo em vez de escolher o Deus da
vida e do amor é criar para si o inferno, quando nosso destino é o céu. – Deus
do amor e da vida, que saibamos escutar nosso coração, feito para a vida e o
amor. Libertai-nos da solidão que leva à fornalha do desespero e da destruição.
Salvai-nos por vossa graça e vosso poder, vós que nos criastes para a vida e
para o amor. Amém” (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] –
Vozes).
Santo do Dia:
São Pedro Crisólogo, bispo e doutor da
Igreja. Nascido em Ímola em 380, eleito bispo de Ravena em 424, mereceu o apelido
de Crisólogo, isto é palavra de ouro, por ser autor de estupendos sermões,
ricos de doutrina, que lhe deram também o título de doutor da Igreja, decretado
em 1729 por Bento XIII. Foi um pastor prudente e sem ambiguidades doutrinais.
Humildes e poderosos eram por ele escutados com igual condescendência e
caridade. Viveu num período marcado por heresias. Temos dele 176 homilias de
cunho popular, muito expressivas, nas quais explicava o Evangelho, o Creio, o
Pai-nosso, ou são sugestões de exemplos de santos a imitar, ou exaltação das
virtudes do verdadeiro cristãos. A autoridade do bispo de Ravena era conhecida
num largo raio da Igreja. Morreu em Ímola, a 31 de julho de 451, segundo
outros, a 3 de dezembro de 450.
Pe. João Bosco Vieira Leite