Quinta, 30 de julho de 2020

(Jr 18,1-6; Sl 145[146]; Mt 13,47-53) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão separar os homens maus dos que são justos

e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí haverá choro e ranger de dentes” Mt 13,49-50.

“No momento presente vivemos uma mistura de bem e mal, de verdade e mentira, de alegria e tristeza, de pecado e graça. Vivemos a situação humana de uma maneira ambígua. Nem sempre a verdade é puramente verdade. Existe a mais ou menos verdade. É nossa condição humana. Condição de mistura. Um dia não será mais assim. Diante de Deus a situação será outra. O mal não se suportará diante do bem infinito, que é Deus. Os maus não suportarão a beleza e a perfeição de Deus. Deus não condenará ninguém. Cada um se verá um salvo ou condenado. Diante de Deus não há mentiras nem tapeação. Tudo será claro como o dia. Na situação humana em que vivemos, todos tentamos ser bons, porém, nossa bondade muitas vezes esconde a mentira, esconde nossas frustrações e medos. A morte é a queda de todas as máscaras. Não haverá mais o carnaval da tapeação e da mentira. Cara a cara com a vida, cara a cara consigo mesmo, cara a cara com o universo e com Deus. Tudo será claro e tudo será espelho. A situação de cada um será revelada totalmente. Cristo afirma que os maus serão jogados na fornalha de fogo, onde haverá choro e ranger de dentes. É o desespero. Ter nascido para ser feliz, ter sido escolhido para participar do banquete da vida e não recusar esta escolha. Recusar o privilégio de ter nascido para a vida e amor é negar-se a si mesmo. É escolher a solidão total. Condenar-se a escolher a solidão eterna. É escolher a impossibilidade de amar e de dizer ‘eu te amo’. Escolher a si mesmo em vez de escolher o Deus da vida e do amor é criar para si o inferno, quando nosso destino é o céu. – Deus do amor e da vida, que saibamos escutar nosso coração, feito para a vida e o amor. Libertai-nos da solidão que leva à fornalha do desespero e da destruição. Salvai-nos por vossa graça e vosso poder, vós que nos criastes para a vida e para o amor. Amém” (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Pedro Crisólogo, bispo e doutor da Igreja. Nascido em Ímola em 380, eleito bispo de Ravena em 424, mereceu o apelido de Crisólogo, isto é palavra de ouro, por ser autor de estupendos sermões, ricos de doutrina, que lhe deram também o título de doutor da Igreja, decretado em 1729 por Bento XIII. Foi um pastor prudente e sem ambiguidades doutrinais. Humildes e poderosos eram por ele escutados com igual condescendência e caridade. Viveu num período marcado por heresias. Temos dele 176 homilias de cunho popular, muito expressivas, nas quais explicava o Evangelho, o Creio, o Pai-nosso, ou são sugestões de exemplos de santos a imitar, ou exaltação das virtudes do verdadeiro cristãos. A autoridade do bispo de Ravena era conhecida num largo raio da Igreja. Morreu em Ímola, a 31 de julho de 451, segundo outros, a 3 de dezembro de 450.

 Pe. João Bosco Vieira Leite