Sábado, 11 de julho de 2020

(Is 6,1-8; Sl 92[93]; Mt 10,24-33) 

14ª Semana do Tempo Comum.

“Não tenhais medo! Vós valeis mais que muitos pardais” Mt 10,31.

“No texto maior Jesus recomenda a seus discípulos, por três vezes, que não tenham medo. O primeiro estímulo é mencionado em Mt 10,26-27 indicando que tudo será transparente e a palavra da verdade prevalecerá. O discípulo deve dizer em alto e bom som apenas aquilo que aprendeu do Mestre. Não haverá mentiras em suas palavras. Todos podem ouvi-las sem temor algum. O segundo estímulo a não ter medo está em Mt 10,28. Jesus quer que seus discípulos entendam que, seja qual for o castigo que os homens podem administrar, não é nada em comparação com a sorte final deles. Eles podem até matar fisicamente, porém nada conseguirão contra a alma. É uma bendita afirmação sobre a imortalidade da alma. O terceiro estímulo é o nosso texto específico. Ele está fundamentado na certeza do minuciosos cuidado que Deus tem para com os seus. Se Deus se ocupa com pardais ou cabelos (Mt 10,30), os discípulos não precisam duvidar. Deus iria ampará-los. Seus cuidados seriam notórios. Os pardais, vendidos para as famílias mais pobres, eram baratos e fáceis de serem adquiridos para o sacrifício. Nos campos, em grande número, recebiam de Deus o necessário para sobreviverem. Os discípulos, por sua vez, criados à imagem e semelhança do Pai, e dotado de toda inteligência, seriam plenamente amparados. Por eles Jesus morreu e ressuscitou. Os discípulos temiam os poderosos. As ameaças eram constantes. O amanhã era desconhecido para os discípulos e Jesus sabia que viriam tempos difíceis. O medo tolhe, amedronta, inibe, faz morrer devagarinho. ‘Não tenham medo’ é o estímulo constante para nós nos dias modernos. A ignorância e a insensatez ameaçam a verdade e quer prevalecer. Aparentemente podem cantar vitórias, porém Deus triunfará e, com ele, prevaleceremos. – Senhor! Nosso medo fica visível quando nos distanciamos de ti. Queremos todos os dias ouvir tua voz: ‘não temais!’ Obrigado. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes)

 

Santo do Dia:

São Bento, abade. Nascido em Nórcia, por volta do ano 476. Ainda jovem foi enviado a Roma para que aprendesse retórica e filosofia. Desiludido da vida que aí se vivia, abandonou a cidade para retirar-se em Enfide (hoje Affile), dedicando-se ao estudo numa vida de rigorosa disciplina ascética. Não satisfeito com aquela relativa solidão, aos vinte anos, sob a guia de um piedoso ermitão, escondeu-se numa espelunca do Subiaco.  Foram três anos de meditações e penitências. Com um grupo de jovens entre os quais Plácido e Mauro, emigrou para Nápoles, escolhendo sua morada no sopé da Montanha de Cassino, onde edificou o primeiro mosteiro, fechado dos quatro lados, como uma fortaleza e aberto à luz como uma grande vasilha que recebe do céu a benéfica seiva para depois despejá-la no mundo. Com são Bento abre-se precisamente o glorioso capítulo da vida monástica ocidental. Homem amante das coisas concretas e claras, Bento resumia sua Regra num lema eficaz: Ora e Trabalha, restituindo à ascese cristã o caráter de contemplação e ação, conforme o espírito e a letra do Evangelho. Bento, precedido no túmulo pela irmã santa Escolástica, previu o dia da sua morte, acontecida provavelmente em 547.

Pe. João Bosco Vieira Leite