Quarta, 29 de julho de 2020

(1Jo 4,7-16; Sl 33[34]; Jo 11,19-27) 

Santa Marta.

“Respondeu ela: ‘Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias,

o Filho de Deus, que devia vir ao mundo’” Jo 11,27.

“Marta é a irmã de Maia e Lázaro de Betânia, um povoado a cerca de três quilômetros de Jerusalém. Em sua casa hospitaleira, Jesus gostava de descansar durante a pregação na Judéia. Por ocasião de uma dessas visitas aparece pela primeira vez Marta. O evangelho no-la apresenta como a dona de casa, solícita e atarefada em acolher dignamente o agradável hóspede, enquanto a irmã Maria prefere ficar quieta excitando as palavras do Mestre. Não admira, portanto, a reclamação que Marta faz contra Maria: ‘Senhor, a ti não importa que minha irmã me deixa sozinha a fazer o serviço? Diz-lhe, pois que me ajude”. A amável resposta de Jesus pode parecer uma repreensão à atitude da agitada dona de casa: ‘Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto só uma coisa é necessária. Maria, com efeito, escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada’. Mas isso não é uma repreensão, comenta santo Agostinho: ‘Marta, você não escolheu mal, Maria, porém, escolheu melhor que você’. Não obstante isso, Maria, considerada modelo evangélico das almas contemplativas já por são Basílio e são Gregório Magno, parece não figurar no calendário litúrgico (22 de julho): a santidade desta doce figura de mulher está fora de discussão, pois foi confirmado pelas palavras de Cristo. Mas somente Marta, nem Maria nem Lázaro, aparece no calendário litúrgico universal, como para recompensar suas solicitudes e atenções para com a pessoa do Salvador e como a propô-la para as mulheres cristãs como modelo de operosidade. A humildade e incompreendida profissão de doméstica está nobilitada por esta santa trabalhadeira de nome Marta, que significa simplesmente senhora. Marta reaparece no Evangelho no dramático episódio da ressurreição de Lázaro, onde implicitamente pede o milagre com uma simples e estupenda profissão de fé na onipotência do Salvador, na ressurreição dos mortos e na divindade de Cristo, e durante um banquete do qual participa o próprio Lázaro, há pouco ressuscitado, e também desta vez se nos apresenta em funções de dona de casa atarefada. A lição do Mestre não se referia à sua louvável operosidade, mas ao exagero de preocupações com as coisas matérias em detrimento da vida espiritual. Sobre o tempo posterior da vida da santa nada sabemos de historicamente aceitável, mas existem muitos contos lendários. Os primeiros que dedicaram à santa Marta uma celebração litúrgica foram os franciscanos em 1262, a 29 de julho, isto é, oito dias após a festa de santa Maria Madalena, impropriamente identificada com sua irmã Maria” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

Pe. João Bosco Vieira Leite