(1Jo 4,7-16; Sl 33[34]; Jo 11,19-27)
Santa Marta.
“Respondeu ela: ‘Sim,
Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias,
o Filho de Deus, que
devia vir ao mundo’” Jo 11,27.
“Marta é a irmã de
Maia e Lázaro de Betânia, um povoado a cerca de três quilômetros de Jerusalém.
Em sua casa hospitaleira, Jesus gostava de descansar durante a pregação na
Judéia. Por ocasião de uma dessas visitas aparece pela primeira vez Marta. O
evangelho no-la apresenta como a dona de casa, solícita e atarefada em acolher
dignamente o agradável hóspede, enquanto a irmã Maria prefere ficar quieta
excitando as palavras do Mestre. Não admira, portanto, a reclamação que Marta
faz contra Maria: ‘Senhor, a ti não importa que minha irmã me deixa sozinha a
fazer o serviço? Diz-lhe, pois que me ajude”. A amável resposta de Jesus pode
parecer uma repreensão à atitude da agitada dona de casa: ‘Marta, Marta, tu te
inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto só uma coisa é necessária.
Maria, com efeito, escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada’. Mas isso
não é uma repreensão, comenta santo Agostinho: ‘Marta, você não escolheu mal,
Maria, porém, escolheu melhor que você’. Não obstante isso, Maria, considerada
modelo evangélico das almas contemplativas já por são Basílio e são Gregório
Magno, parece não figurar no calendário litúrgico (22 de julho): a santidade
desta doce figura de mulher está fora de discussão, pois foi confirmado pelas
palavras de Cristo. Mas somente Marta, nem Maria nem Lázaro, aparece no calendário
litúrgico universal, como para recompensar suas solicitudes e atenções para com
a pessoa do Salvador e como a propô-la para as mulheres cristãs como modelo de
operosidade. A humildade e incompreendida profissão de doméstica está
nobilitada por esta santa trabalhadeira de nome Marta, que significa
simplesmente senhora. Marta reaparece no Evangelho no dramático episódio da
ressurreição de Lázaro, onde implicitamente pede o milagre com uma simples e
estupenda profissão de fé na onipotência do Salvador, na ressurreição dos
mortos e na divindade de Cristo, e durante um banquete do qual participa o
próprio Lázaro, há pouco ressuscitado, e também desta vez se nos apresenta em
funções de dona de casa atarefada. A lição do Mestre não se referia à sua louvável
operosidade, mas ao exagero de preocupações com as coisas matérias em
detrimento da vida espiritual. Sobre o tempo posterior da vida da santa nada
sabemos de historicamente aceitável, mas existem muitos contos lendários. Os
primeiros que dedicaram à santa Marta uma celebração litúrgica foram os
franciscanos em 1262, a 29 de julho, isto é, oito dias após a festa de santa
Maria Madalena, impropriamente identificada com sua irmã Maria” (Mario Sgarbosa
e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite