(Jr 14,17-22; Sl 78[79]; Mt 13,36-43)
17ª Semana do Tempo Comum.
“O Filho do homem
enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros
pecar
e os que praticam o
mal; depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de
dentes”
Mt 13,41-42.
“Explicando a
Parábola do Joio e do Trigo, Jesus anuncia um futuro julgamento. Segundo o
Mestre, esse julgamento tornará evidente o que está de acordo ou em desacordo
com o reinado de Deus. O que estiver em desacordo será banido deste mundo. Os
justos, ao contrário, gozarão de paz (Mt 13,36-43). A promessa de Jesus
responde ao nosso anseio por um mundo mais justo e pacífico. Contudo, a
parábola também nos deixa em estado de alerta: o quanto temos
desejado e contribuindo, efetivamente, para que a justiça e a paz se
concretizem em nosso mundo? A questão é séria e a resposta não é tão
simples. Em cada momento de nossa vida, em cada ação praticada, somos
desafiados a trabalhar pela realização do Reino de Deus. Nossas ações
contribuem para a realização do reinado de Deus? Nossos projetos e valores
estão em sintonia com o reinado de Deus? Nossa compreensão de justiça coincide
com a justiça do Reino? A paz que almejamos é a mesma paz que o Cristo nos
ensina e nos oferece? O texto de Mateus oferece oportunidade para uma boa
reflexão. Antigas canções, do tempo de nossos avós, apresentam reflexões
semelhantes. Recordo Nelson Cavaquinho, em Juízo final, sonhando
com o dia em que a maldade desapareceria deste mundo e o amor seria
eterno. Agepê, em Lá vem o trem, falava de um comboio que
chegaria para levar embora aqueles que tivessem amor no coração. Assim como o
texto bíblico, essas canções deixam a pergunta: Vou entrar nesse trem? Vou
presenciar o dia da melhora? – Javé firmou o seu trono para o
julgamento. Ele julga o mundo com justiça e governa os povos com retidão. Que
Javé seja fortaleza para o oprimido, fortaleza nos tempos de angústia. Em ti
confiam os que conhecem o teu nome, pois não abandonas os que te procuram, Javé
(Sl 9,8-11)” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para
o dia a dia [2015] – Vozes).
Santo do Dia:
Santo Inocêncio I, papa. Eleito
pontífice em 401, governou a Igreja por 16 anos, num período histórico muito
difícil para os destinos do império romano do Ocidente e particularmente para
Roma, que a 24 de agosto de 410 foi conquistada e saqueada pelos godos de
Alarico. Mesmo assim sua autoridade pontifícia não se deixou apagar. A
solicitude para com todas as Igrejas é demonstrada por um grande número de
cartas, trinta e seis das quais constituem o primeiro núcleo das coleções
canônicas, ou cartas encíclicas, que fazem parte do magistério ordinário dos
pontífices. Estabeleceu assim um ponto muito importante na disciplina
eclesiásticas, isto é, a uniformidade que as várias Igrejas devem ter com a
doutrina e as tradições da Igreja de Roma. A solicitude do papa não se dirigia somente
à defesa da doutrina tradicional da Igreja: com humaníssima sensibilidade ele
sabia confortar e aliviar sofrimentos. Morreu em Roma no ano 417, a 28 de julho
segundo o Liber pontificalis, e foi sepultado no cemitério de
Ponciano na via Portuense.
Pe. João Bosco Vieira Leite