Terça, 28 de julho de 2020

(Jr 14,17-22; Sl 78[79]; Mt 13,36-43) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“O Filho do homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar

e os que praticam o mal; depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes”

Mt 13,41-42.

“Explicando a Parábola do Joio e do Trigo, Jesus anuncia um futuro julgamento. Segundo o Mestre, esse julgamento tornará evidente o que está de acordo ou em desacordo com o reinado de Deus. O que estiver em desacordo será banido deste mundo. Os justos, ao contrário, gozarão de paz (Mt 13,36-43). A promessa de Jesus responde ao nosso anseio por um mundo mais justo e pacífico. Contudo, a parábola também nos deixa em estado de alerta: o quanto temos desejado e contribuindo, efetivamente, para que a justiça e a paz se concretizem em nosso mundo? A questão é séria e a resposta não é tão simples. Em cada momento de nossa vida, em cada ação praticada, somos desafiados a trabalhar pela realização do Reino de Deus. Nossas ações contribuem para a realização do reinado de Deus? Nossos projetos e valores estão em sintonia com o reinado de Deus? Nossa compreensão de justiça coincide com a justiça do Reino? A paz que almejamos é a mesma paz que o Cristo nos ensina e nos oferece? O texto de Mateus oferece oportunidade para uma boa reflexão. Antigas canções, do tempo de nossos avós, apresentam reflexões semelhantes. Recordo Nelson Cavaquinho, em Juízo final, sonhando com o dia em que a maldade desapareceria deste mundo e o amor seria eterno.  Agepê, em Lá vem o trem, falava de um comboio que chegaria para levar embora aqueles que tivessem amor no coração. Assim como o texto bíblico, essas canções deixam a pergunta: Vou entrar nesse trem? Vou presenciar o dia da melhora? – Javé firmou o seu trono para o julgamento. Ele julga o mundo com justiça e governa os povos com retidão. Que Javé seja fortaleza para o oprimido, fortaleza nos tempos de angústia. Em ti confiam os que conhecem o teu nome, pois não abandonas os que te procuram, Javé (Sl 9,8-11)” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santo Inocêncio I, papa. Eleito pontífice em 401, governou a Igreja por 16 anos, num período histórico muito difícil para os destinos do império romano do Ocidente e particularmente para Roma, que a 24 de agosto de 410 foi conquistada e saqueada pelos godos de Alarico. Mesmo assim sua autoridade pontifícia não se deixou apagar. A solicitude para com todas as Igrejas é demonstrada por um grande número de cartas, trinta e seis das quais constituem o primeiro núcleo das coleções canônicas, ou cartas encíclicas, que fazem parte do magistério ordinário dos pontífices. Estabeleceu assim um ponto muito importante na disciplina eclesiásticas, isto é, a uniformidade que as várias Igrejas devem ter com a doutrina e as tradições da Igreja de Roma. A solicitude do papa não se dirigia somente à defesa da doutrina tradicional da Igreja: com humaníssima sensibilidade ele sabia confortar e aliviar sofrimentos. Morreu em Roma no ano 417, a 28 de julho segundo o Liber pontificalis, e foi sepultado no cemitério de Ponciano na via Portuense.

 Pe. João Bosco Vieira Leite