Quarta, 22 de julho de 2020

(Ct 3,1-4; Sl 62[63]; Jo 20,1-2;11-18) 

Santa Maria Madalena.

“Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: ‘Eu vi o Senhor!’ e contou o que Jesus lhe tinha dito”

Jo 20,18.

“A Igreja latina costumava celebrar juntas na sua liturgia as três mulheres de que falava o Evangelho, e a liturgia grega comemora separadamente: Maria de Betânia, irmã de Lázaro e de Marta; Maria denominada pecadora ‘a quem muito foi perdoado porque muito amou’; e Maria Madalena ou de Magdala, a possessa curada por Jesus, que seguiu e o assistiu com as outras mulheres até a crucifixão e teve o privilégio de vê-lo ressuscitado. A identificação das três mulheres foi facilitada pelo nome comum aos menos a duas delas e pela opinião de são Gregório Magno que viu indicada em todas as passagens do Evangelho uma única e mesma pessoa. Os redatores do novo calendário, reconfirmando a memória de uma só Maria Madalena sem outra indicação, com o adjetivo penitente, entenderam a santa mulher a quem Jesus apareceu após a ressurreição. No capítulo VII de são Lucas, após haver descrito a unção da pecadora que aparece de repente na sala do banquete e derrama nos pés de Jesus perfumados unguentos que depois enxuga com os próprios cabelos, prossegue assim o Evangelho: ‘Depois disso ele andava por cidades e aldeias, ... Os doze o acompanhavam, assim como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças, Maria, chamada Madalena da qual haviam saído sete demônios, Joana... e várias outras, que os serviam com seus bens’. A desconhecida pecadora, que pela contrição perfeita mereceu o perdão dos pecados, não é a Madalena, bem conhecida, que segue constantemente o Mestre da Galileia à Judeia, até aos pés da cruz, cujo ardente amor Jesus recompensa no dia da Ressurreição. Ela está inconfundivelmente ‘junto à cruz de Jesus’, depois em vigília amorosa ‘sentada em frente ao sepulcro’, enfim, na madrugada do novo dia é a primeira a ir de novo ao sepulcro, onde vê e reconhece o Cristo ressuscitado. À Madalena, em lágrimas por ter encontrado o sepulcro vazio e retirada a pesada pedra, Jesus se dirige chamando-a simplesmente pelo nome: ‘Maria!’ e a ela confia a notícia do grande mistério: ‘Vai dizer aos meus irmãos: eu subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus’. É esta a Madalena que a Igreja hoje comemora e que, segunda uma tradição grega, teria ido viver em Éfeso, onde teria morrido. Nesta cidade morava também João, o apóstolo predileto, e Maria, Mãe de Jesus” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

Pe. João Bosco Vieira Leite