Sábado, 04 de julho de 2020

(Am 9,11-15; Sl 84[85]; Mt 9,14-17) 

13ª Semana do Tempo Comum.

“Ninguém coloca remendo de pano em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa, e o rasgão fica maior ainda” Mt 9,16.

“Jesus tinha perfeita consciência de estar apresentando aos seus interlocutores ideias novas. Usa exemplos corriqueiros para se fazer entender. Simples a compreensão da experiente costureira que em algum momento da sua vida percebeu que o remendo com pano novo fará pressão sobre os tecidos envelhecidos e deixará um rombo maior na roupa velha. A proposta de Jesus é que houvesse conversão e o coração novo recebesse com naturalidade as propostas ali apresentadas. O Evangelho é Boa-nova. Jesus é o ‘mensageiro de boas-novas’ (Is 41,27). A prática do jejum era observada com rigor, porém, naquele instante, estava dispensada em virtude da presença alegre do noivo da Igreja. Sua presença deveria ocupar a atenção máxima de seus ouvintes. Aquele era o momento para adquirir conhecimento e, portanto, inadequado para as observâncias ascéticas. Quantas vezes nós também fazemos o mesmo. Deixamos ideias novas serem acopladas às nossas práticas envelhecidas. Exigimos coisas dos outros, e até de nós mesmos, quando deveríamos ser amáveis e misericordiosos. Podemos jejuar com ideias inovadoras. O mais importante não é abster-se de comidas, mas deixar de lado o egoísmo, as contendas e rixas, as impiedades. O Profeta Isaias sugere repartir o pão com os famintos e recolher os desabrigados. A falta física do Mestre será substituída por nós cristãos promovendo um santo e novo jejum. Este promove reflexão, arrependimento, amor e solidariedade. O jejum não deve ser um suplício, mas uma nova oportunidade para refletir e servir o Mestre. Deus deseja corações arrependidos, roupas novas, remendos novos e vida nova: ‘Convertei-vos a mim de todo coração’ (Jl 2,12). – Senhor! Veste-nos com roupas novas, novos corações e novas maneiras de pensar e agir. Desejamos aquilo que Cristo ensinou. Tudo é novo para nós. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes)

 

Santo do Dia:

Santa Isabel de Portugal. Filha de Pedro II, rei de Aragão e esposa do rei de Portugal, nasceu na Espanha em 1271. Criada pelo avô Tiago I, convertido à vida devota. Antes de morrer, acariciando a netinha, então com seis anos, predisse que ela se tornaria a pedra preciosa da casa de Aragão. Aos doze anos foi prometida em casamento a Dom Dinis, herdeiro do trono de Portugal. Isabel deu o rei dois filhos: Constância, futura rainha de Castela e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Nas pompas do reino, entre luxuosos vestidos das damas, as intrigas da corte, os ciúmes, as infidelidades, os ódios, as rivalidades amorosas, os adultérios, os arrependimentos, desenrola-se o drama de uma autêntica heroína de santidade feita de amor, perdão, lágrimas escondidas, silêncio magnânimo. Após a morte do marido fez-se terciária franciscana, após ter deposto a coroa real no santuário de são Tiago de Compostela e haver dado seus bens pessoais aos necessitados. Viveu o resto da vida na pobreza voluntária, dedicada aos exercícios de piedade e de mortificações. 

 Pe. João Bosco Vieira Leite