(Am 9,11-15; Sl 84[85]; Mt 9,14-17)
13ª Semana do Tempo Comum.
“Ninguém coloca
remendo de pano em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa, e o rasgão
fica maior ainda” Mt 9,16.
“Jesus tinha perfeita
consciência de estar apresentando aos seus interlocutores ideias novas. Usa
exemplos corriqueiros para se fazer entender. Simples a compreensão da
experiente costureira que em algum momento da sua vida percebeu que o remendo
com pano novo fará pressão sobre os tecidos envelhecidos e deixará um rombo
maior na roupa velha. A proposta de Jesus é que houvesse conversão e o coração
novo recebesse com naturalidade as propostas ali apresentadas. O Evangelho é
Boa-nova. Jesus é o ‘mensageiro de boas-novas’ (Is 41,27). A prática do jejum
era observada com rigor, porém, naquele instante, estava dispensada em virtude
da presença alegre do noivo da Igreja. Sua presença deveria ocupar a atenção
máxima de seus ouvintes. Aquele era o momento para adquirir conhecimento e,
portanto, inadequado para as observâncias ascéticas. Quantas vezes nós também
fazemos o mesmo. Deixamos ideias novas serem acopladas às nossas práticas
envelhecidas. Exigimos coisas dos outros, e até de nós mesmos, quando
deveríamos ser amáveis e misericordiosos. Podemos jejuar com ideias inovadoras.
O mais importante não é abster-se de comidas, mas deixar de lado o egoísmo, as
contendas e rixas, as impiedades. O Profeta Isaias sugere repartir o pão com os
famintos e recolher os desabrigados. A falta física do Mestre será substituída
por nós cristãos promovendo um santo e novo jejum. Este promove reflexão,
arrependimento, amor e solidariedade. O jejum não deve ser um suplício, mas uma
nova oportunidade para refletir e servir o Mestre. Deus deseja corações
arrependidos, roupas novas, remendos novos e vida nova: ‘Convertei-vos a mim de
todo coração’ (Jl 2,12). – Senhor! Veste-nos com roupas novas, novos
corações e novas maneiras de pensar e agir. Desejamos aquilo que Cristo
ensinou. Tudo é novo para nós. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações
para o dia a dia [2017] – Vozes)
Santo do Dia:
Santa Isabel de
Portugal. Filha de Pedro II, rei de Aragão e esposa do rei de Portugal, nasceu
na Espanha em 1271. Criada pelo avô Tiago I, convertido à vida devota. Antes de
morrer, acariciando a netinha, então com seis anos, predisse que ela se
tornaria a pedra preciosa da casa de Aragão. Aos doze anos foi prometida em
casamento a Dom Dinis, herdeiro do trono de Portugal. Isabel deu o rei dois
filhos: Constância, futura rainha de Castela e Afonso, herdeiro do trono de
Portugal. Nas pompas do reino, entre luxuosos vestidos das damas, as intrigas
da corte, os ciúmes, as infidelidades, os ódios, as rivalidades amorosas, os
adultérios, os arrependimentos, desenrola-se o drama de uma autêntica heroína
de santidade feita de amor, perdão, lágrimas escondidas, silêncio magnânimo.
Após a morte do marido fez-se terciária franciscana, após ter deposto a coroa
real no santuário de são Tiago de Compostela e haver dado seus bens pessoais
aos necessitados. Viveu o resto da vida na pobreza voluntária, dedicada aos
exercícios de piedade e de mortificações.
Pe. João Bosco Vieira Leite