Sexta, 31 de julho de 2020

(Jr 26,1-9; Sl 68[69]; Mt 13,54-58) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: ‘Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!’” Mt 13,57.

“Os habitantes de Nazaré ficaram admirados com a sabedoria e os milagres de Jesus, que de resto reconhecem como extraordinários, mas, em vez de se abrirem ao mistério, fecham-se nos preconceitos. A pergunta legítima deles, ‘De onde lhe vem...?’ (vv. 54.56), na realidade não está aberta à procura de uma resposta que possa servir de discussão sobre o que eles já sabem acerca de Jesus: por mais que Ele atue de modo extraordinário, Ele não pode ser diferente do homem normal e comum, cujas origens simples se conhecem bem. Jesus não foi aceite pelos Seus por causa da Sua ‘carne’, da Sua ‘fraqueza’ humana. É o escândalo, sempre recorrente na História, embora sob forma diversas, do homem perante o mistério da Encarnação. O que causa problema não são nunca as teorias, mesmo as mais obscuras acerca de Deus, mas sim o fato de que Ele tenha aparecido no mundo, na carne, na História, na liberdade concreta e particular de um homem, que viveu num momento particular do tempo, num pedaço de terra bem circunscrito. Por isso é que, já na Primeira Carta de João, encontramos estas palavras: ‘Para saber se alguém é inspirado por Deus, segui esta norma: fala da parte de Deus todo aquele que reconhece que Jesus se encarnou’. ‘Todo aquele que não reconhece a Jesus não fala da parte de Deus’ (1Jo 4,2-3). A rejeição de Nazaré, por um lado concentra no Mestre a rejeição de todos os profetas precedentes (v. 57b), e por outro abre-se à rejeição radical do Messias, no Seu milagre maior: o dom da Salvação através da morte na Cruz. Ainda hoje é possível rejeitar um Deus que seja como nós e que manifeste o Seu poder divino na fraqueza humana (cf. 1Cor 1,18-31)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum] – Paulus).

 

Santo do Dia:

Santo Inácio de Loyola, presbítero. Nasceu em Azpzitia em 1491. Último rebento de família nobre, aos 14 anos já havia recebido a tonsura, mas não se sentia inclinado à carreira eclesiástica. Preferiu a espada do cavaleiro. Durante a defesa do castelo de Pamplona, sitiado por Francisco I da França, quebrou uma perna. Para lhe cortar a carreira militar foi suficiente a leitura preguiçosa de alguns livros amarelecidos, que a cunhada lhe trouxe para passar o tempo da convalescência. A Vida de Jesus e A lenda áurea determinaram a escolha mais importante de sua vida. Por um tempo levou uma vida de penitência como peregrino e mendigo. Quando voltou da Terra Santa completou os estudos. Trocou o nome de Iñigo por Inácio, e reuniu junto a si o primeiro núcleo da Companhia de Jesus, um grupo cada vez maior chamado Soldados de Cristo, que lutavam e se sacrificavam sob a insígnia da divisa: Para maior glória de Deus. Carregavam consigo um livro: Os exercícios Espirituais, escrito e vivido por santo Inácio na solidão de Manresa. Aqui está o segredo deste santo, o segredo de sua dedicação, sua mística do serviço pela alegria de amar a Deus – como frequentemente repetia: “com todo coração, com toda a alma, com toda a vontade”.  Morreu em Roma a 31 de julho de 1556.  

 Pe. João Bosco Vieira Leite