(Jr 13,1-11; Sl Dt 32; Mt 13,31-35)
17ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus contou-lhes
outra parábola: ‘O Reino dos céus é como uma semente de mostarda
que um homem pega e
semeia no seu campo’” Mt 13,31.
“As duas parábolas,
do grão de mostarda e do fermento, são contadas por Mateus (!3,31-33) quanto
por Lucas. Os Padres da Igreja veem no grão de mostarda a fé que é plantada no
interior do ser humano, de repente, vira árvore. Outros se apoiam nele.
Forma-se uma comunidade ao seu redor e as aves do céu constroem ninhos nos
galhos da árvore. Vitalidade, leveza, abertura para o céu são as
características de um homem imbuído de fé. O fermento que é misturado a
três sat de farinha de trigo, como se diz literalmente no texto
grego, é para Agostinho uma imagem do amor que impregna tudo em nós. Os Padres
da Igreja deram um sentido alegórico aos três sat de farinha,
comparando-os às três esferas que existem no ser humano: o pensar, o sentir, o
desejar, ou seja, o corpo, os sentidos e a razão. As três esferas precisam ser
penetradas pela fé ou pelo amor. Aí então nos tornamos pão para os outros. É
uma mulher que mistura o fermento à farinha. A mulher é a imagem do lado
feminino do ser humano, lado esse que tem um tino especial para o todo, o
renascimento, a transformação. A farinha pode representar também aquilo que
deixamos escapar entre os dedos. Às vezes, temos a sensação de que a nossa vida
parece farinha. Não conseguimos segurar os nossos pensamentos e as sensações.
Há tantas coisas em nós que ficam lado a lado e, no entanto, não se comunicam.
O inconsciente é como uma poeira que se deposita em tudo. Não sabemos de onde
ela vem, mas tudo fica empoeirado. Quando o fermento do amor impregna tudo que
há em nós, o múltiplo, o centrífugo, o impalpável se transforma em unidade. Da
noite para o dia fica tudo levedado, podendo transforma-se em pão que alimenta” (Anselm
Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).
Santo do Dia:
São Celestino I, papa. Sucedeu Bonifácio I. Num
pontificado de dez anos (10/09/422 a 27/07/432) marcado por grandes
realizações, Celestino era um homem de grande energia e ao mesmo tempo de
comovente liberalidade. Defendeu o direito de o papa receber apelos de qualquer
cristão, leigo ou clérigo, e era solícito em responder a tudo e a todos. Ao
papa era pedido sobretudo fixar normas às quais todo fiel devesse conformar o próprio
comportamento. Com essas respostas, conhecidas com o nome de Decretais,
tomou forma o primeiro embrião do direito canônico. Teve cordial
correspondência com o amigo bispo de Hipona, santo Agostinho, cuja doutrina
defendeu calorosamente, na disputa antipelagiana, com palavras que consagraram
definitivamente sua autoridade e santidade. Morreu a 27 de julho de 432 e foi
sepultado no cemitério de Priscila, numa capela ilustrada com episódios do
recente Concílio de Éfeso, que havia proclamado solenemente a divina
maternidade de Maria. No ano de 817, as relíquias do santo pontífice foram
colocadas na basílica de santa Praxedes e parte delas parece terem sido
transportadas para a catedral de Mântua.
Pe. João Bosco Vieira Leite