Segunda, 27 de julho de 2020

(Jr 13,1-11; Sl Dt 32; Mt 13,31-35) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus contou-lhes outra parábola: ‘O Reino dos céus é como uma semente de mostarda

que um homem pega e semeia no seu campo’” Mt 13,31.

“As duas parábolas, do grão de mostarda e do fermento, são contadas por Mateus (!3,31-33) quanto por Lucas. Os Padres da Igreja veem no grão de mostarda a fé que é plantada no interior do ser humano, de repente, vira árvore. Outros se apoiam nele. Forma-se uma comunidade ao seu redor e as aves do céu constroem ninhos nos galhos da árvore. Vitalidade, leveza, abertura para o céu são as características de um homem imbuído de fé. O fermento que é misturado a três sat de farinha de trigo, como se diz literalmente no texto grego, é para Agostinho uma imagem do amor que impregna tudo em nós. Os Padres da Igreja deram um sentido alegórico aos três sat de farinha, comparando-os às três esferas que existem no ser humano: o pensar, o sentir, o desejar, ou seja, o corpo, os sentidos e a razão. As três esferas precisam ser penetradas pela fé ou pelo amor. Aí então nos tornamos pão para os outros. É uma mulher que mistura o fermento à farinha. A mulher é a imagem do lado feminino do ser humano, lado esse que tem um tino especial para o todo, o renascimento, a transformação. A farinha pode representar também aquilo que deixamos escapar entre os dedos. Às vezes, temos a sensação de que a nossa vida parece farinha. Não conseguimos segurar os nossos pensamentos e as sensações. Há tantas coisas em nós que ficam lado a lado e, no entanto, não se comunicam. O inconsciente é como uma poeira que se deposita em tudo. Não sabemos de onde ela vem, mas tudo fica empoeirado. Quando o fermento do amor impregna tudo que há em nós, o múltiplo, o centrífugo, o impalpável se transforma em unidade. Da noite para o dia fica tudo levedado, podendo transforma-se em pão que alimenta” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

 

Santo do Dia:

São Celestino I, papa. Sucedeu Bonifácio I. Num pontificado de dez anos (10/09/422 a 27/07/432) marcado por grandes realizações, Celestino era um homem de grande energia e ao mesmo tempo de comovente liberalidade. Defendeu o direito de o papa receber apelos de qualquer cristão, leigo ou clérigo, e era solícito em responder a tudo e a todos. Ao papa era pedido sobretudo fixar normas às quais todo fiel devesse conformar o próprio comportamento. Com essas respostas, conhecidas com o nome de Decretais, tomou forma o primeiro embrião do direito canônico. Teve cordial correspondência com o amigo bispo de Hipona, santo Agostinho, cuja doutrina defendeu calorosamente, na disputa antipelagiana, com palavras que consagraram definitivamente sua autoridade e santidade. Morreu a 27 de julho de 432 e foi sepultado no cemitério de Priscila, numa capela ilustrada com episódios do recente Concílio de Éfeso, que havia proclamado solenemente a divina maternidade de Maria. No ano de 817, as relíquias do santo pontífice foram colocadas na basílica de santa Praxedes e parte delas parece terem sido transportadas para a catedral de Mântua. 

Pe. João Bosco Vieira Leite