Sábado, 25 de julho de 2020

(2Cor 4,7-15; Sl 125[126]; Mt 20,20-28) 

São Tiago Maior, apóstolo.

“De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte por causa de Jesus, para que também

a vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal” 2Cor 4,11.

“Tiago (o Maior), filho de Zebedeu e de Salomé, irmão mais velho do evangelista João, aparece entre os seguidores de Jesus desde o começo da pregação do Messias. Os dois irmãos estavam na margem do lago de Genesaré, quando Jesus os chamou. A resposta foi pronta e total: ‘eles abandonando o barco e seu pai, o seguiram’. Também neste particular se revela a índole forte e ardente, pela qual tiveram de Jesus o apelido, entre elogio e reprovação, de ‘filhos do trovão’. Seu comportamento posterior confirma isso, pelo menos em duas ocasiões: a primeira vez diante do comportamento hostil dos samaritanos, que negaram hospitalidade a Jesus e aos seus discípulos: ‘Senhor – disseram Tiago e João – devemos invocar o fogo do céu para que os devore?’ Mais tarde na última viagem a Jerusalém, ambos ousaram fazer aquele presunçoso pedido de sentar-se um à direita e outro à esquerda do Cristo triunfante. Em ambos casos demonstram não terem entendido as lições de amor e de humildade do Mestre. Todavia são generosos quando se trata de jogar-se à luta. À pergunta de Jesus: ‘Podeis vós beber o cálice?’ Tiago foi o primeiro a responder: ‘Podemos’. Jesus colocou-o contra a parede e Tiago respeitou pontualmente a palavra dada. Após o dia de Pentecostes, no qual tinha vindo não o fogo destruidor do castigo, mas o fogo vivificante do amor, também Tiago como os outros apóstolos foi vítima da perseguição movida pelas autoridades judaicas: foi jogado no cárcere e flagelado, ‘alegrando-se muito, por ter sido digno de sofrer torturas pelo nome de Jesus’ (como se lê nos Atos dos Apóstolos). Houve uma segunda perseguição, da qual foi vítima ilustre o diácono santo Estevão, e houve uma terceira, mais cruel que as precedentes, desencadeada por Herodes Agripa para agradar os judeus. Este Herodes (mostrando-se digno do nome do tio, o assassino de João Batista, e do avô Herodes, dito o Grande, que tentou matar Jesus logo que nasceu), por um simples cálculo político, durante as festas pascais de 42 ‘começou a perseguir alguns membros da Igreja, mandou matar à espada Tiago, irmão de João, e, vendo que isto agradava os judeus, mandou prender Pedro’. Segundo uma tradição, não anterior ao século VI, o apóstolo Tiago teria sido o primeiro evangelizador da Espanha. Para revigorar esta tradição, no século IX o bispo Teodomiro de Iria afirmou ter reencontrado as relíquias do apóstolo e desde aquela época, Iria, que tomou o nome de Compostela, tornou-se a meta preferida de todos os peregrinos da Europa” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

Pe. João Bosco Vieira Leite