Sexta, 10 de julho de 2020

 (Os 14,2-10; Sl 50[51]; Mt 10,16-23) 

14ª Semana do Tempo Comum.

“Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes

e simples como as pombas” Mt 10,16.

“Os seguidores de Jesus foram bastante hostilizados nos primeiros anos do cristianismo. Nem todos os judeus compreendiam aquela nova fé, aquele movimento em torno de um homem que fora crucificado. O capítulo 9 de João conta a história de um homem que, curado de sua cegueira, aderiu a Jesus e provocou uma crise familiar. O Novo Testamento apresenta outros episódios de tensão e conflito – entre eles a perseguição que Saulo promoveu contra os seguidores do Caminho e também o martírio de Estevão. O próprio Saulo, depois da conversão, experimentou as mesmas adversidades no anúncio do querigma cristão (At 25,1-2; 26,9-23).  Portanto, quando o evangelho de Mateus foi escrito (por volta dos anos 80, no primeiro século), muitos fatos tristes e lamentáveis já tinham ocorrido. Não obstante, na memória das comunidades permaneceu o alerta que Jesus havia deixado. Sejam prudentes... Sejam simples... De fato, era preciso muita prudência e sabedoria para agir e enfrentar tantas adversidades. Era preciso muito esforço para manter-se firme, fiel, de coração puro, e não abandonar o caminho de Jesus (Mt 10,16-23). Contudo, a voz do Mestre ainda inspirava confiança: Tomem cuidado com o fermento deste mundo (Mt 16,11). Felizes os que têm coração puro... os que são perseguidos por causa de mim (Mt 5,1-11). Não tenham medo dos que matam o corpo, mas sim dos que roubam a alma, a esperança (Mt 10,28). Certamente, prudência, pureza e fidelidade não livrariam os discípulos dos obstáculos. Mas, como dizia o próprio Mestre, era melhor perder um membro e entrar no Reino dos Céus, a permanecer de corpo inteiro e ser traidor de Jesus (Mt 18,6-9). – Salva teu servo que em ti confia! Ensina-me o teu caminho, Senhor, e caminharei segundo a tua verdade. Conserva íntegro o meu coração no temor do teu nome (Sl 86,2.11). Amém (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santos Sete Irmãos, mártires. Nas Atas do martírio de santa Felicidade, consta que ela havia sido encarcerada com seus sete filhos: Januário, Félix, Filipe, Silvano, Alexandre, Vidal e Marcial nos tempos do imperador Antonino. Certos estudiosos duvidam da autenticidade de tal ata, pois parece inspirar-se na narrativa de outros casos de martírio coletivo, como os dos irmãos Macabeus, do 2º Livro dos Macabeus no Antigo Testamento e no de Santa Sinforosa. De qualquer modo, está fora de dúvida, que existiram, além de santa Felicidade, sete mártires, se eram irmãos, isso não se tem certeza. As atas do martírio se concluem da seguinte forma: “Assim, mortos por diversos suplícios foram todos vencedores e mártires de Cristo e, triunfando com a mãe, voaram ao céu para receber o prêmio que tinham merecido. Eles que, por amor a Deus desprezaram as ameaças dos homens, as penas e os tormentos, tornaram-se no reino dos céus amigos de Cristo, que, com o Pai e o Espírito Santo vive e reina por todos os séculos. Amém”

 Pe. João Bosco Vieira Leite