(Is 10,5-7.13-16; Sl 93[94]; Mt 11,25-27)
15ª Semana do Tempo Comum.
“E ninguém conhece o
Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” Mt 11,27b.
“Conhecer é um ato
que implica a plena realidade e natureza do objeto ou pessoa que se considera.
Distingue-se da mera opinião que pode compreender de modo semicorreto,
inadequado ou até falso. O Filho conhece o Pai e vice-versa é um indicativo de
familiaridade pessoal. Eles se relacionam em completa confiança. São coesos,
são solidários. A mente, o pensamento e a vontade são idênticas. Há uma relação
muito íntima e profunda das naturezas divinas do Pai e do Filho. Este
conhecimento mútuo é mencionado com referência aos seres humanos. Eles precisam
conhecer os atos salvíficos de Deus. Deseja o Filho revelar o Pai e mostrar
todo o seu amor. Ele se torna oculto aos sábios e instruídos deste mundo, porém
torna-se acessível aos pequeninos. A filosofia pura gira em torno do
conhecimento adquirido pelo ser humano, da pessoa para a pessoa. O conhecimento
teológico parte da vontade de Deus em direção ao ser humano. É dito por Jesus
sobre o seu desejo de mostrar e abrir o coração do Pai a todo aquele que, na
simplicidade de uma criança, aceita, quer e se compromete. Uma revelação
moderna pode ser banalizada por um simples apontar do dedo a um versículo
bíblico escolhido aleatoriamente. Há uma procura incessante por novas
revelações que nos parecem mais crendices ou atos supersticiosos. Deus prometeu
revelar-se aos pequeninos. Assim é possível enxergar o Pai. Seja sábio para
Deus. Procure entender o quanto o Pai celestial e Jesus Cristo, seu Filho,
esforçam-se em planejar a salvação e executou-a para o nosso benefício. É
verdade que tudo parece um absurdo quando se compara com as religiões pagãs,
porém é preciso admitir que tudo foi minuciosamente projetado por um Deus de
amor que deseja o bem da humanidade. – Grato sou por tanto amor, meu
bendito Redentor! Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações
para o dia a dia [2017] – Vozes).
Santo do Dia:
São Boaventura, bispo e doutor da
Igreja. Nasceu em 1218, Itália. Optou em seu caminho vocacional pela ordem
franciscana. Ditado de bom senso, prático e especulativo ao mesmo tempo,
Boaventura soubera enxertar no sólido tronco franciscano os rebentos das novas
gerações com acrescidas exigências também no campo cultural. Desmentia assim a
quantos temiam que a ciência causasse dano à simplicidade da regra franciscana.
Quando frei Egídio, na sua simplicidade, lhe perguntou como poderia salvar-se
já que desconhecia a ciência teológica, frei Boaventura lhe respondeu: “Se Deus
dá ao homem somente a graça de poder amá-lo, isso basta... Uma simples velhinha
poderá amar a Deus mais que um professor de teologia”. A caridade é o
fundamento da doutrina teológica que ensinou com suas palavras e escritos.
Quando a congregação já havia expandido, em Paris, foi professor de teologia e
ministro geral dos Frades menores com apenas trinta e três anos. Feito cardeal,
teve que aceitar a consagração episcopal, que antes por humildade tinha
recusado. Recebeu do papa Gregório X o encargo de preparar o segundo Concílio
de Lião em 1274. No dia 15 de julho do mesmo ano morria frei Boaventura
assistido pessoalmente pelo papa.
Pe. João Bosco Vieira Leite