Quarta, 15 de julho de 2020

 (Is 10,5-7.13-16; Sl 93[94]; Mt 11,25-27) 

15ª Semana do Tempo Comum.


“E ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” Mt 11,27b.

“Conhecer é um ato que implica a plena realidade e natureza do objeto ou pessoa que se considera. Distingue-se da mera opinião que pode compreender de modo semicorreto, inadequado ou até falso. O Filho conhece o Pai e vice-versa é um indicativo de familiaridade pessoal. Eles se relacionam em completa confiança. São coesos, são solidários. A mente, o pensamento e a vontade são idênticas. Há uma relação muito íntima e profunda das naturezas divinas do Pai e do Filho. Este conhecimento mútuo é mencionado com referência aos seres humanos. Eles precisam conhecer os atos salvíficos de Deus. Deseja o Filho revelar o Pai e mostrar todo o seu amor. Ele se torna oculto aos sábios e instruídos deste mundo, porém torna-se acessível aos pequeninos. A filosofia pura gira em torno do conhecimento adquirido pelo ser humano, da pessoa para a pessoa. O conhecimento teológico parte da vontade de Deus em direção ao ser humano. É dito por Jesus sobre o seu desejo de mostrar e abrir o coração do Pai a todo aquele que, na simplicidade de uma criança, aceita, quer e se compromete. Uma revelação moderna pode ser banalizada por um simples apontar do dedo a um versículo bíblico escolhido aleatoriamente. Há uma procura incessante por novas revelações que nos parecem mais crendices ou atos supersticiosos. Deus prometeu revelar-se aos pequeninos. Assim é possível enxergar o Pai. Seja sábio para Deus. Procure entender o quanto o Pai celestial e Jesus Cristo, seu Filho, esforçam-se em planejar a salvação e executou-a para o nosso benefício. É verdade que tudo parece um absurdo quando se compara com as religiões pagãs, porém é preciso admitir que tudo foi minuciosamente projetado por um Deus de amor que deseja o bem da humanidade. – Grato sou por tanto amor, meu bendito Redentor! Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Boaventura, bispo e doutor da Igreja. Nasceu em 1218, Itália. Optou em seu caminho vocacional pela ordem franciscana. Ditado de bom senso, prático e especulativo ao mesmo tempo, Boaventura soubera enxertar no sólido tronco franciscano os rebentos das novas gerações com acrescidas exigências também no campo cultural. Desmentia assim a quantos temiam que a ciência causasse dano à simplicidade da regra franciscana. Quando frei Egídio, na sua simplicidade, lhe perguntou como poderia salvar-se já que desconhecia a ciência teológica, frei Boaventura lhe respondeu: “Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-lo, isso basta... Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia”. A caridade é o fundamento da doutrina teológica que ensinou com suas palavras e escritos. Quando a congregação já havia expandido, em Paris, foi professor de teologia e ministro geral dos Frades menores com apenas trinta e três anos. Feito cardeal, teve que aceitar a consagração episcopal, que antes por humildade tinha recusado. Recebeu do papa Gregório X o encargo de preparar o segundo Concílio de Lião em 1274. No dia 15 de julho do mesmo ano morria frei Boaventura assistido pessoalmente pelo papa.

 Pe. João Bosco Vieira Leite