(Os 11,1-4.8-9; Sl 79[80]; Mt 10,7-15)
14ª Semana do Tempo Comum.
“Meu coração
comove-se no íntimo e arde de compaixão” Os 11,8.
“Uma das passagens
mais saliente de todo o Antigo Testamento é representada pela lamentação de
Deus relatada nesta página do Livro de Oséias no qual, mediante uma linguagem
humana cheia de experiência da intimidade familiar, o Senhor nos faz descortinar
algo do seu Coração de Pai e Mãe, substituindo a imagem esponsal pela do Pai.
Israel teria feito cansar a paciência de qualquer pai: mas Deus é diferente do
homem, é infinitamente Santo, e o Seu ardor é totalmente consumado na
misericórdia. Para Oséias, a história da eleição de Israel começa com o Êxodo
do Egito. Já em Ex 4,22-23 se encontra a imagem da paternidade divina (‘Israel
é o meu filho primogênito...’). De algum modo, Israel é a figura da filiação
divina de Jesus (Mt 2,15 utiliza Os 11,1 em relação ao regresso do Egito da
Sagrada Família, depois da morte de Herodes). Deus ensinou o seu Povo a
caminhar (Efraim é uma das tribos mais importante de Israel), acolhendo-o nos
Seus braços, guiando-o com vínculos de amor e inclinando-Se para ele de forma a
alimentá-lo. As imagens que encontramos neste trecho são das mais ternas que a
Sagrada Escritura nos oferece para descrever o amor de Deus, assim como o
cuidado paterno e materno que Ele dispensa aos seus filhos. Mas Israel na
prosperidade não reconheceu o rosto de Deus. As contínuas rebeliões deveriam
levar o Povo de Deus ao aniquilamento, mas nesta altura Deus declara a Sua
comoção, juntamente com a Sua santidade. A santidade infinita do Senhor, o Seu
ser ‘totalmente outro’ do homem, levam-n’O somente à fidelidade e ao perdão” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum] – Paulus).
Santo do Dia:
Santa Verônica
Giuliani, virgem. Nascida em 1660 em Mercatello, perto de Urbino, Itália, sétima
filha do casal Francisco e Benedita Giuliani, que na idade de dezessete anos
entrou entre as irmãs clarissas da cidade de Castello. Esta teve experiências
místicas que só foram conhecidas graças ao seu confessor que lhe ordenara
escrever um diário; assim transcrevia as confidências do Redentor, de quem vivia
literalmente os sofrimentos da paixão, chegando ela mesma a sofrer e receber os
estigmas. Após a sua morte, acontecia na cidade de Castello em 1727, numa
sexta-feira, após 33 dias de doença, sobre seu corpo, que mostrava ainda as
feridas da paixão, foi feita a autopsia e os médicos reconheceram que o coração
realmente estava transpassado de fora a fora. Seu diário, escrito durante mais
de trinta anos, formaram 44 volumes de um verdadeiro tesouro escondido, que
enriqueceu de estupendas páginas a literatura mística.
Pe. João Bosco Vieira Leite