Quinta, 09 de julho de 2020

(Os 11,1-4.8-9; Sl 79[80]; Mt 10,7-15) 

14ª Semana do Tempo Comum.

“Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão” Os 11,8.

“Uma das passagens mais saliente de todo o Antigo Testamento é representada pela lamentação de Deus relatada nesta página do Livro de Oséias no qual, mediante uma linguagem humana cheia de experiência da intimidade familiar, o Senhor nos faz descortinar algo do seu Coração de Pai e Mãe, substituindo a imagem esponsal pela do Pai. Israel teria feito cansar a paciência de qualquer pai: mas Deus é diferente do homem, é infinitamente Santo, e o Seu ardor é totalmente consumado na misericórdia. Para Oséias, a história da eleição de Israel começa com o Êxodo do Egito. Já em Ex 4,22-23 se encontra a imagem da paternidade divina (‘Israel é o meu filho primogênito...’). De algum modo, Israel é a figura da filiação divina de Jesus (Mt 2,15 utiliza Os 11,1 em relação ao regresso do Egito da Sagrada Família, depois da morte de Herodes). Deus ensinou o seu Povo a caminhar (Efraim é uma das tribos mais importante de Israel), acolhendo-o nos Seus braços, guiando-o com vínculos de amor e inclinando-Se para ele de forma a alimentá-lo. As imagens que encontramos neste trecho são das mais ternas que a Sagrada Escritura nos oferece para descrever o amor de Deus, assim como o cuidado paterno e materno que Ele dispensa aos seus filhos. Mas Israel na prosperidade não reconheceu o rosto de Deus. As contínuas rebeliões deveriam levar o Povo de Deus ao aniquilamento, mas nesta altura Deus declara a Sua comoção, juntamente com a Sua santidade. A santidade infinita do Senhor, o Seu ser ‘totalmente outro’ do homem, levam-n’O somente à fidelidade e ao perdão” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum] – Paulus).

 

Santo do Dia:

Santa Verônica Giuliani, virgem. Nascida em 1660 em Mercatello, perto de Urbino, Itália, sétima filha do casal Francisco e Benedita Giuliani, que na idade de dezessete anos entrou entre as irmãs clarissas da cidade de Castello. Esta teve experiências místicas que só foram conhecidas graças ao seu confessor que lhe ordenara escrever um diário; assim transcrevia as confidências do Redentor, de quem vivia literalmente os sofrimentos da paixão, chegando ela mesma a sofrer e receber os estigmas. Após a sua morte, acontecia na cidade de Castello em 1727, numa sexta-feira, após 33 dias de doença, sobre seu corpo, que mostrava ainda as feridas da paixão, foi feita a autopsia e os médicos reconheceram que o coração realmente estava transpassado de fora a fora. Seu diário, escrito durante mais de trinta anos, formaram 44 volumes de um verdadeiro tesouro escondido, que enriqueceu de estupendas páginas a literatura mística.

Pe. João Bosco Vieira Leite