(Jr 26,11-16.24; Sl 68[69]; Mt 14,1-12)
17ª Semana do Tempo Comum.
“Herodes queria matar
João, mas tinha medo do povo, que o considera como profeta” (Mt 14,5)
“A cena evangélica
confronta duas figuras contrastantes: João Batista e Herodes. E isto com o
objetivo de mostrar aos discípulos a que ponto se pode chegar, quando se assume
uma postura profética. No fundo, alertava para o que aconteceria com o Jesus.
Por ser profeta como João, sorte semelhante à deste lhe estava reservada. Seria
ingenuidade pensar de maneira diferente, ao perceber a coerência da ação do
Mestre. Herodes é apresentado como um indivíduo imoral, que não teve escrúpulo
de tomar como esposa a mulher do seu irmão. Homem violento, ficou cheio de ódio
por ter sido censurado por João. Não o matou logo, por temer o povo que tinha o
Batista na conta de profeta. Mas o encarcerou. Homem sem discernimento. Seu
juramento imponderado obrigou-o a agir contra a própria consciência. Apesar de
ter se entristecido quando a filha de sua concubina lhe pediu a cabeça de João
numa bandeja, atendeu-lhe o pedido mandando-o decapitar. Logo, foi um cruel
assassino. João Batista é um homem livre e temente a Deus. Não suporta o abuso
dos grandes, mesmo que seja contra outro grande, como foi o caso de Filipe, irmão
de Herodes. Homem corajoso nem a prisão nem a ameaça de morte fazem-no voltar
atrás. Sua figura recorda a dos antigos profetas, rejeitados e assassinados por
terem sido fiéis à sua vocação. Acima de tudo, João encarna a figura do homem
de Deus, inabalável quando se trata de testemunhar a verdade. – Pai, na
qualidade de discípulo de teu Filho Jesus, quero inspirar-me na coragem
inabalável de João Batista, denunciando profeticamente a prepotência dos
grandes” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de cada dia –
Paulinas).
Santo Afonso Maria de
Ligório, bispo e doutor da Igreja. Nasceu em 27 de setembro de 1696, de família
nobre de Nápoles. Foi um menino prodígio pela facilidade com que aprendeu todas
as disciplinas, das línguas às ciências, da arte à música. Aos 19 anos era
advogado formado. Desiludido após um erro cometido nessa profissão, abandonou a
toga e enveredou nos estudos eclesiásticos. Aos trinta anos era ordenado
sacerdote e desenvolveu suas missões entre mendigos da periferia de Nápoles e
os camponeses. Aos 36 anos com a colaboração de um grupo de leigos, fundou a
congregação do SS. Salvador, cujo nome mais tarde passou para SS. Redentor
(redentoristas). Foram aprovados por Bento XIV em 1749. Aos 60 anos foi eleito
bispo de Santa Águeda dos Godos e dirigiu a diocese por 19 anos, quando já
quase cego e surdo, foi pedir hospitalidade aos filhos espirituais, numa casa
de Nócera, onde viveu até a morte, que o encontrou aos 91 anos no dia 1º de
agosto de 1787. Nestes últimos doze anos de vida, para não faltar ao programa
que se propusera quando jovem de não perder tempo jamais, dedicou-se à redação
de outros livros, enriquecendo a já numerosa coleção de obras ascéticas e
teológicas que trazem a sua assinatura. Entre seus livros ascéticos mais
conhecidos entre os cristãos estão A prática do amor a Jesus Cristo e Preparação
para a morte. Suas prédicas tinham três temas constantes: o amor de Deus, a
Paixão de Jesus e a meditação sobre a morte e o mistério do além túmulo.
Expressou sua devoção a Nossa Senhora com o livro As glórias de Maria.
Por tudo isso e muito mais foi declarado doutor da Igreja e proposto como
patrono dos confessores e teólogos de teologia moral. Santo Afonso foi
canonizado em 1832.
Pe. João Bosco Vieira Leite