Terça, 17 de outubro de 2017

(Rm 1,16-25; Sl 18[19A]; Lc 11,37-41) 
28ª Semana do Tempo Comum.

“Às vezes a chave da situação do salmo encontra-se num detalhe expresso em um canto qualquer do salmo. Vejamos um exemplo. O Salmo 85 tem amplas perspectivas messiânicas e revela a grande verdade religiosa de que Deus está muito perto de seus fiéis, mas entenderemos muito melhor essa mensagem religiosa se descobrirmos o problema material concreto que deu origem àqueles pensamentos, súplicas e oráculos. Neste caso a pista segura está escondida no penúltimo versículo, que diz: ‘e nossa terra dará o seu fruto’. Com toda a certeza o problema era a seca, com o perigo de perder a colheita, e a situação vital é a necessidade de rogar por chuva. Certamente o que mais nos interessa não é essa a questão; no entanto, o conhecimento exato do ponto de partida do salmista nos permitirá compreender melhor o alcance messiânico deste salmos, e também a mensagem que tem para nós, e em que casos se tornará um veículo apropriado de nossa oração pessoal”(Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola). 

O Salmo 19 (vv. 1-5), em sua primeira parte quer juntar-se ao discurso de Paulo que nos fala de como Deus se manifestou pelo criado, mas que infelizmente alguns se retiveram no criado e esqueceram do Criador. “Davi amava o mundo criado. Ele cresceu cuidando das ovelhas de seu pai, vivendo no campo, dormindo sob as estrelas. Enquanto contemplava o nascer do sol ou olhava para um cometa cruzando o céu noturno, Davi via a glória, a majestade e o poder Daquele que trouxe tudo isto à existência. Os seis primeiros versículos do salmo 19 apontam para os céus como silenciosa evidência da existência de Deus e de seu poder na criação. O problema que temos ao ler o livro da criação humana é que a visão humana está enevoada. Os seres humanos da antiguidade olharam para o sol e começaram a adorar o objeto criado, não o Criador. Os homens modernos olham para a vastidão do universo e pensam que todos estamos sozinhos, que tudo isso deve ter passado a existir por acaso” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).    


Pe. João Bosco Vieira Leite