Sábado, 14 de outubro de 2017

(Jl 4,12-21; Sl 96[97]; Lc 11,27-28) 
27ª Semana do Tempo Comum.

“Todas as Escrituras, filho meu, tanto o Antigo como o Novo Testamento, são inspirados por Deus e proveitosas para nosso ensinamento, segundo está escrito. Mas o livro dos Salmos tem algo digno de observar. Cada livro da Bíblia apresenta seu próprio argumento e o desenvolve [...]. Mas o livro dos Salmos, como um jardim que tivesse semeados nele os frutos dos demais, canta a todos eles e inclusive deles oferece seus próprios frutos, a salmodia [...]. Além do que tem de afinidade ou em comum com outros livros, esse tem uma graça singular, algo digno de atenção, ou seja, o fato de descrever e expressar os sentimentos ou paixões das almas, sua evolução e sua emenda, de maneira que a pessoa que lê e presta atenção pode, se desejar, aplicar a si mesma aquele modelo”(Santo Atanásio de Alexandria, Epístola a Marcelino sobre a interpretação dos salmos).

O Senhor que julga em favor do seu povo, conforme Joel, reconhece o Seu poder no salmo 97 (vv. 1-1-2.5-6.11-12). Esse é um dos oito salmos de entronização (93-100) que apresentam o reino de Deus sobre a terra de forma idealista: “Não vemos muito da perfeita justiça de Deus em nosso mundo hoje. O forte frequentemente oprime o fraco. A ganância empresarial e a corrupção política parecem assar em branco e impunes. Assassinos e estupradores às vezes são libertados graças a detalhes técnicos legais. Oramos ‘Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu’, mas não vemos isso acontecendo com muita frequência” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).  O que nos leva a concluir que a promessa desse reinado pleno só se dará com o esperado retorno de Cristo, o que não significa que devamos esmorecer de nossas lutas, pois o reino esperado é a somatória do que construímos com o que está por vir.


  Pe. João Bosco Vieira Leite