(Jl 4,12-21; Sl 96[97]; Lc 11,27-28)
27ª Semana do Tempo Comum.
“Todas as Escrituras,
filho meu, tanto o Antigo como o Novo Testamento, são inspirados por Deus e
proveitosas para nosso ensinamento, segundo está escrito. Mas o livro dos
Salmos tem algo digno de observar. Cada livro da Bíblia apresenta seu próprio
argumento e o desenvolve [...]. Mas o livro dos Salmos, como um jardim que
tivesse semeados nele os frutos dos demais, canta a todos eles e inclusive
deles oferece seus próprios frutos, a salmodia [...]. Além do que tem de
afinidade ou em comum com outros livros, esse tem uma graça singular, algo
digno de atenção, ou seja, o fato de descrever e expressar os sentimentos ou
paixões das almas, sua evolução e sua emenda, de maneira que a pessoa que lê e
presta atenção pode, se desejar, aplicar a si mesma aquele modelo”(Santo Atanásio de
Alexandria, Epístola a Marcelino sobre a interpretação dos salmos).
O Senhor que julga em favor do seu
povo, conforme Joel, reconhece o Seu poder no salmo 97 (vv. 1-1-2.5-6.11-12).
Esse é um dos oito salmos de entronização (93-100) que apresentam o reino de
Deus sobre a terra de forma idealista: “Não vemos muito da perfeita
justiça de Deus em nosso mundo hoje. O forte frequentemente oprime o fraco. A
ganância empresarial e a corrupção política parecem assar em branco e impunes.
Assassinos e estupradores às vezes são libertados graças a detalhes técnicos
legais. Oramos ‘Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu’, mas não vemos isso acontecendo com muita frequência” (Douglas
Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson
Brasil). O que nos leva a concluir que a promessa desse reinado pleno só
se dará com o esperado retorno de Cristo, o que não significa que devamos
esmorecer de nossas lutas, pois o reino esperado é a somatória do que
construímos com o que está por vir.
Pe. João Bosco Vieira Leite