(Is 5,1-7; Sl 79[80]; Fl 4,6-9; Mt 21,33-43)
1. Sob o simbolismo de uma vinha que
foi bem cultivada e que não deu os devidos frutos, o profeta faz uma espécie de
recapitulação da história de Israel e de sua relação com Deus. A alegoria do
profeta serve de base para o evangelho, mas também como uma séria crítica a
toda religiosidade que não produz frutos concretos de justiça e de bondade.
2. O salmo que se segue descreve
poeticamente o reconhecimento de Israel de seus erros, mas que certamente não
se converterá se o próprio Deus não vier em seu auxílio, com sua misericórdia e
sua Palavra.
3. Assim Paulo se dirige aos filipenses
lembrando-lhes como a oração é esse canal de comunicação com Deus, a quem não
só apresentamos nossas necessidades, mas aprendemos a ser gratos. Endossando o
que foi dito anteriormente, que adiantaria uma vida de relação com Deus que não
nos fizesse pessoas melhores? Paulo lembra algumas atitudes necessárias, para
ser e viver em paz.
4. Ao estilo do profeta, Jesus situa a
sua parábola da vinha, a partir desse tempo novo de Israel, e no simbolismo da
narrativa recorda o modo como Deus ‘cobrou’ de seu povo o resultado do que lhe
foi confiado. O quanto da Palavra dirigida por Deus por meio dos profetas foi
rejeitada de forma até mesmo violenta, como percebemos nos livros do Antigo Testamento.
5. O ponto alto da narrativa é o envio
do Filho. É quase impossível não perceber a aplicação da imagem ao próprio
Jesus e da morte sofrida por ele fora dos muros de Jerusalém.
6. Talvez a atitude do dono da vinha
devesse ser como o julgamento dos ouvintes de Jesus. Mas não, o Deus de Jesus
preferiu confiar a vinha a outros. Esses ‘outros’, no contexto do evangelho de
Mateus são os pagãos que com o advento do cristianismo passaram a fazer parte
do povo de Deus.
7. Mas isso não nos põe numa situação tranquila
e privilegiada, pois podemos repetir os mesmos erros de Israel. Em que, de
acordo com a Palavra escutada, tem se transformado a minha vida e o meu agir?
Como agem as nossas comunidades de fé? Que frutos concretos expressam a
presença do Reino entre nós? Não somos senhores de nada. Tudo nos foi confiado
e tudo será devolvido. Oxalá, multiplicado.
Pe. João Bosco Vieira Leite