(Rm 8,12-17; Sl 67[68]; Lc 13,10-17)
30ª Semana do Tempo Comum.
Na semana anterior falamos de como os
salmos podem emprestar voz a Cristo em seu diálogo com o Pai. O segundo caminho
para cristificar os salmos é colocar a Cristo no “tu” do salmo. Como havíamos
dito anteriormente, cristificar “por cima”. O fiel ou a própria Igreja toma a
palavra do salmista que se dirige a Deus, tomando-o pelo próprio Jesus. Assim,
as primeiras comunidades cristãs professavam de modo implícito, porém inequívoco,
sua fé na divindade de Jesus. Assim podemos verificar nesses salmos o seu
correspondente no Novo Testamento: Sl 2,8-9 (Ap 2,26-27; 19,15); 7,10 (Ap 23);
8,3 (Mt 21,26); 18,3(Lc 1,69) etc.
O nosso salmo 68 (vv. 2-4.6-7.20-21)
pouco se coaduna com o texto proposto da primeira leitura, mas expressa a
alegria de ter a Deus como aquele que é força protetora e em quem colocamos
nossa confiança filial. Texto atribuído a Davi. Prestemos atenção aos nomes e
títulos que ele atribui a Deus. Qual deles você usaria para sua oração pessoal?
“A Igreja primitiva lia este salmo como um prenuncio da ressurreição e ascensão
de Jesus. O glorioso governo de Deus sobre seu povo e, por fim, sobre toda a
terra se cumprirá em Deus Filho. O apóstolo Paulo refere-se ao salmo 68,18 em
Efésios 4,8-13 como uma imagem da exaltação de Jesus em majestade ao lugar mais
alto de autoridade. Jesus é o Deus que salva! Jesus é o Senhor soberano!”
(Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas
Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite