Terça, 10 de outubro de 2017

(Jn 3,1-10; Sl 129[130]; Lc 10,38-42) 
27ª Semana do Tempo Comum.

Em nossas manhãs de formação, ao apresentar cada livro da Bíblia, procuramos trazer sobre cada um deles o contexto histórico, para captarmos a mensagem pretendida por seu autor, pois ao fixarmo-nos apenas no texto de determinadas passagens, poderemos fazer com que ele diga o que o autor sagrado não pretendia dizer, longe do seu objetivo primeiro. Outra coisa que não podemos perder de vista é que o conteúdo de um livro se enriquece com o do outro livro sagrado, particularmente no Antigo Testamento, onde elementos históricos coincidem. Desse contexto é que partiremos para uma reflexão sobre como essas palavras se aplicam a nós, que vivemos em um mundo que, em parte, tem problemas semelhantes, mas em parte mudou radicalmente. 

Para dar voz a atitude de conversão dos ninivitas a liturgia propõe o salmo 130 (vv. 1-4.7-8). Seu autor é desconhecido, mas sabedor da misericórdia divina, nela expressa confiança absoluta. Para Lutero esse salmo reflete a teologia paulina sobre a graça divina que nos vem pela fé e não pelas obras. “Se, como pensavam os fariseus, Deus tem um grande livro no qual escreve nossos créditos e débitos, nossa conta seria tão desigual que seria cancelada antes da justiça divina. A culpa seria tão grande que nosso castigo seria certo. Outra alternativa, no entanto, é a verdadeira: ‘Mas contigo está o perdão’. Aqui está o evangelho. Estamos nas profundezas. Nossa culpa está diante de nós. Clamamos a Deus, e ele nos ouve e vem, não como juízo, mas com perdão”. (Donald Williams in Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).    


 Pe. João Bosco Vieira Leite