26º Domingo do Tempo Comum – Ano A

(Ez 18,25-28; Sl 24[25]; Fl 2,1-11; Mt 21,28-32)

1. Um dos questionamentos do povo de Deus no exílio era a respeito de quem é a responsabilidade daquela desventura que enfrentavam. Seriam os seus pais? Nosso texto da 1ª leitura responde que não. Cada um é responsável pelos seus atos e longe de responsabilizar os outros e até mesmo Deus, deveria repensar as suas atitudes.

2. A gratidão e o apreço que Paulo sentia pela comunidade de Filipos não o exime de corrigir certos problemas internos, como trata indiretamente o texto da 2ª leitura. O caminho de humildade feito por Jesus será sempre uma fonte de reflexão para aqueles que o seguem e se veem muitas vezes em disputas humanas.

3. No domingo anterior, com a parábola dos trabalhadores da vinha, Jesus desfazia a concepção do mérito em nossas relações com Deus, que vê as coisas sob outra ótica. A nova parábola acrescenta mais matizes nessa relação de Deus com o seu povo. Jogando com duas figuras opostas, mesmo sendo filhos, Mateus deixa claro o que interessa a Deus a nosso respeito.

4. Existem aqueles que prometem e pouco fazem. Existem aqueles que não prometem nada, mas na vida do dia a dia vão abraçando o que é necessário.

5. A chave de compreensão da parábola em seu sentido original está no fato de que Israel, o primeiro filho, viveu à sombra de sua aliança com Deus sem uma conversão sincera. Com Jesus se dá uma oportunidade a outros, o segundo filho, que mesmo não tendo feito nenhuma aliança, foi capaz de repensar seu modo de agir por causa da Palavra ouvida e vivida.

6. Nossa relação com Deus não se define tanto por causa de nossa prática religiosa, dos preceitos que cumprimos, mas das coisas que vivemos por causa dessa certeza do amor de Deus por nós. Israel sofreu no passado por não compreender a proposta divina. Nós cristãos, lembra Paulo, também podemos passar ao largo do que nos propõe Jesus, se não o temos como séria fonte de reflexão no nosso agir; “Tende entre vós os mesmos sentimentos que existe em Cristo Jesus”. 


 Pe. João Bosco Vieira Leite