(Rm 3,21-30; Sl 129[130]; Lc 11,47-54)
28ª Semana do Tempo Comum.
Quando conseguimos compreender as
circunstâncias em que se deram a composição do salmo, o orante passa a ter
contato com vários deles através da liturgia, seja na recitação ou no canto, e
assim “consegue enraizá-los em uma série de aspectos de sua vida
pessoal ou de problemas da Igreja, ou ainda da sua comunidade cristã, então de
fato os salmos entraram em sua vida, e sua vida passou para os salmos. Sua
salmodia não é uma evasão piedosa, um parêntese intercalado em sua existência
real, mas é o momento forte em que deposita suas ilusões, angústias, fracassos,
esperanças, sua existência inteira diante do Todo-poderoso, e dos salmos tira a
luz que a ajuda a discernir os sinais dos tempos, tanto em nível coletivo como
no âmbito pessoal. Situando os salmos na vida, situamos a vida nos
salmos” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos –
Loyola).
Ao tema da justificação da carta aos
Romanos, a liturgia responde ou medita com o salmo 130 (vv. 1-3.5-6), apesar dos
nossos pecados, é da natureza de Deus vir ao encontro do homem. “Se
formos honestos e, estando arrependidos, confessarmos nosso pecado, também
sentiremos o perdão de Deus assim que o fardo pesado do erro for levantado.
Sentiremos os braços de amor de Deus ao nosso redor como o pai acolhedor
abraçando o filho que voltou de sua rebeldia e desobediência. Não há nenhuma
dúvida de que Deus nos aceitará, e não deve haver esse temor. Mas, às vezes, o
cumprimento das promessas de Deus na realidade de nossa experiência vem só
depois que esperamos um tempo em sua presença. ‘Espero no Senhor com todo o meu
ser, e na sua palavra ponho a minha esperança’ (v.5)” (Douglas
Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson
Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite