Quinta, 19 de outubro de 2017

(Rm 3,21-30; Sl 129[130]; Lc 11,47-54) 
28ª Semana do Tempo Comum.

Quando conseguimos compreender as circunstâncias em que se deram a composição do salmo, o orante passa a ter contato com vários deles através da liturgia, seja na recitação ou no canto, e assim “consegue enraizá-los em uma série de aspectos de sua vida pessoal ou de problemas da Igreja, ou ainda da sua comunidade cristã, então de fato os salmos entraram em sua vida, e sua vida passou para os salmos. Sua salmodia não é uma evasão piedosa, um parêntese intercalado em sua existência real, mas é o momento forte em que deposita suas ilusões, angústias, fracassos, esperanças, sua existência inteira diante do Todo-poderoso, e dos salmos tira a luz que a ajuda a discernir os sinais dos tempos, tanto em nível coletivo como no âmbito pessoal. Situando os salmos na vida, situamos a vida nos salmos” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

Ao tema da justificação da carta aos Romanos, a liturgia responde ou medita com o salmo 130 (vv. 1-3.5-6), apesar dos nossos pecados, é da natureza de Deus vir ao encontro do homem. “Se formos honestos e, estando arrependidos, confessarmos nosso pecado, também sentiremos o perdão de Deus assim que o fardo pesado do erro for levantado. Sentiremos os braços de amor de Deus ao nosso redor como o pai acolhedor abraçando o filho que voltou de sua rebeldia e desobediência. Não há nenhuma dúvida de que Deus nos aceitará, e não deve haver esse temor. Mas, às vezes, o cumprimento das promessas de Deus na realidade de nossa experiência vem só depois que esperamos um tempo em sua presença. ‘Espero no Senhor com todo o meu ser, e na sua palavra ponho a minha esperança’ (v.5)” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).    


  Pe. João Bosco Vieira Leite