(Rm 4,1-8; Sl 31[32]; Lc 12,1-7)
28ª Semana do Tempo Comum.
Fora do contexto litúrgico, o ideal é
que ao rezarmos o salmo nos detivéssemos em algum versículo concreto, como quem
passeia desfrutando a paisagem e afrouxa os passos e para um pouco, se o lugar
o merece. Isso enriquece a nossa oração pessoal. Mesmo na liturgia ou na
salmodia da Liturgia das Horas, a seleção de um determinado salmo se dá, muitas
vezes, por causa de um único versículo que nos permite contemplar todo um
mistério ou sentido daquela festa ou solenidade.
Na continuidade do tema posto por Paulo
no dia anterior, a liturgia nos convida a rezar o salmo 32 (vv. 1-2.5.11)
escrito por Davi após o profeta Natã ter exposto o seu pecado, diferentemente
do salmo 51 que trata do mesmo assunto, esse salmo é uma reflexão posterior
sobre o perdão de Deus. Um salmo penitencial que traz em si a ação de graças e
instrução para uma vida sábia. “Antes de ficar muito sobrecarregado sob
as suas próprias falhas diante de Deus, lembre-se que esse salmo é sobre
perdão. Cada um de nossos fracassos é tratado gratuita e totalmente pela graça
de Deus. Nossas transgressões e escolhas deliberadas de fazer o mal são
perdoadas; nossos pecados são cobertos; nossas iniquidades não são contadas
contra nós; somos libertados do engano. Quando experimentamos a graça e a
purificação de Deus, somos abençoados – a palavra significa ‘feliz, completo,
curado, feito íntegro’. O pecado irá nos desencorajar; tentar esconder nosso
pecado irá nos destruir. A verdadeira liberdade, a verdadeira alegria, a
verdadeira cura vêm somente quando confessamos nosso pecado e recebemos a
abundante e perdoadora graça de Deus” (Douglas Connelly - Guia
Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite