Terça, 03 de outubro de 2017

(Zc 8,20-23; Sl 86[87]; Lc 9,51-56) 
26ª Semana do Tempo Comum.

“Este é o primeiro valor religioso da oração dos salmos: eles nos levam à presença de Deus e, simplesmente levando a sério as palavras que pronunciamos, encontramo-nos falando com ele. À margem do conteúdo dos salmos (aquilo que dizemos a Deus, ou o que lhe pedimos), o mero fato de estarmos em contato com ele já é uma grande conquista. Neste sentido, São Bento diz que, embora sempre devamos saber que estamos na presença de Deus, devemos acreditar nisso mais que nunca quando salmodiamos” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

A profecia de Zacarias parecia apontar para a cidade santa Jerusalém, como centro de união de todos os povos no Senhor, assim o texto é reforçado pelo salmo 87, que a liturgia apresenta na íntegra. Atribuído aos filhos de Corá, ele se encontra nos chamados cânticos de Sião (como o salmo 46-48;125), que louvam a Deus por fazer de Jerusalém a Sua morada. “Provavelmente foi escrito durante um tempo de avivamento, quando o culto ao Senhor era vibrante e forte. O que torna esse cântico singular é que os filhos de Corá viam o futuro, esperavam o tempo do reino terreno e visível de Deus e viam não judeus (gentios, as nações) recebidos na cidade de Deus, junto com os judeus. Todas as nações listadas no versículo 4 – Raabe, Babilônia, Filisteia, Tiro, Etiópia – eram gentias. A maioria delas era inimigo feroz de Israel. Mas viria o dia em que mesmo essas nações seriam bem-vindas a Jerusalém. Pensar nesse reino futuro, quando o conhecimento do Senhor cobriria a terra, deixou os filhos de Corá com vontade de gritar” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).    


 Pe. João Bosco Vieira Leite